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Criado por †ЯR ø תąℓ₫ø†
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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA EX. DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE ENSINO
DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIO
ESCOLA EST. DE ENS. MÉDIO DEP. RAIMUNDO RIBEIRODE SOUSA
PROFESSOR: R. PINHEIRO1
ALUNO:_______________________________________________________________________
Sala:_______________turma:_________________Turno:______________________________
Fone: _____________________________________/____________________________________
APOSTILA DE FILOSOFIA2
Destinada ao SEGUNDO BIMESTRE
Turmas: 2º ANO
Tucuruí, abril de 2013
1 Blog: Site http://www.suvacodacobra2.blogspot.com/ ou http://sites.google.com/site/vitrinedepedra/ 2 Este material está disponível on-line no site: http://www.suvacodacobra2.blogspot.com/
Receita para se fazer um Herói
Pega-se um homem
Feito de nada como nós,
Em tamanho natural;
Embebe-se-lhe a carne
De um jeito irracional
Com a fome, com o ódio.
Depois, perto do fim,
Levanta-se o pendão
E toca-se o clarim...
Serve-se morto...
(Edgard Scandurra)
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"Só de sacanagem"3
Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova? Tudo isso que está aí
no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro.
Do meu dinheiro, do nosso dinheiro, Que reservamos duramente para educar
os meninos mais pobres que nós. Para cuidar gratuitamente da saúde deles
e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não
posso mais.
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos
difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz. Mas não é certo que a
mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de
meu pai, minha mãe, minha avó E dos justos que os precederam: “Não
roubarás”. “Devolva o lápis do coleguinha”. “Esse apontador não é seu,
minha filha”.
Pois bem, se mexeram comigo, Com a velha e fiel fé do meu povo sofrido,
Então agora eu vou sacanear: Mais honesta ainda vou ficar!
Só de sacanagem! Dirão: “Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o
mundo rouba” E eu vou dizer: “Não importa, será esse o meu carnaval, vou
confiar mais e outra vez”. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos
pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau. Dirão: “É
inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de
Portugal”. E eu direi: “Não admito, minha esperança é imortal”. E eu
repito: “Ouviram? IMORTAL!”
Sei que não dá para mudar o começo Mas, se a gente quiser, Vai dar para
mudar o final!
3 Elisa Lucinda
http://www.revista.agulha.nom.br/elisalucinda3.html
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1. INTRODUÇÃO
O EU E O OUTRO
A ética é o mundo das relações intersubjetivas, isto é, entre o eu e o outro como sujeitos e pessoas,
portanto, como seres conscientes, livres e responsáveis. Nenhuma experiência evidencia tanto a dimensão
essencialmente intersubjetiva da vida e da vida ética quanto a do diálogo.
Porque a vida é intersubjetividade corporal e psíquica, e porque a vida ética é reciprocidade entre sujeitos,
tantos filósofos deram à amizade o lugar de virtude proeminente, expressão do mais alto ideal de justiça.
Num ensaio, Discurso da servidão voluntária, procurando compreender por que os homens renunciam à
liberdade e voluntariamente servem aos tiranos, La Boétie contrapôs a amizade à servidão voluntária,
escrevendo:
Certamente, o tirano nunca ama nem é amado. A amizade é nome sagrado, coisa santa: só pode existir
entre gente de bem, nasce da mútua estima e se conserva não tanto por meio de benefícios, mas pela vida
boa e pelos costumes bons. O que torna um amigo seguro de outro é a sua integridade. Como garantias,
tem seu bom natural, sua fidelidade, sua constância. Não pode haver amizade onde há crueldade e
injustiça. Entre os maus, quando se juntam, há uma conspiração, não sociedade. Não se apóiam
mutuamente, mas temem-se mutuamente. Não são amigos, são cúmplices.
Assim também Espinosa afirma que o ser humano é mais livre na companhia dos outros do que na solidão
e que "somente os seres humanos livres são gratos e reconhecidos uns aos outros", porque os sujeitos livres
são aqueles que "nunca agem com fraude, mas sempre de boa-fé".
Se perguntarmos quais são, afinal, os valores, os motivos, os fins e os comportamentos éticos,
responderemos dizendo que são aqueles nos quais buscamos eliminar a violência na relação com o outro, ao
mesmo tempo que procuramos manter a fidelidade a nós mesmos, a coerência de nossa vida e a inteireza de
nosso caráter.
Ético é, como nos ensina o poeta, não desaprender "a linguagem com que os homens se comunicam" e
deixar "o coração crescer" para sermos mais nós mesmos quanto mais formos capazes de reciprocidade e
solidariedade.
A ética se move no campo das paixões, dos desejos, das ações e dos princípios, possuindo uma dimensão
valorativa e normativa. Por um lado, valores e normas são exteriores e anteriores a nós, definidos pela cultura
e pela sociedade em que vivemos; mas, por outro lado, somos sujeitos éticos e, portanto, capazes tanto de
interiorizar valores e normas existentes como de criar novos valores e normas.
Minha liberdade, escreve Merleau-Ponty, é o poder fundamental que tenho de ser o sujeito de todas as
minhas experiências. Por atos de liberdade, interpretamos nossa situação - valores, normas, princípios - e
dessa interpretação nasce em nós a aceitação ou a recusa, a interiorização ou a transgressão, a continuação ou
a criação. A ação mais alta da vida livre, disse Nietszche, é nosso poder para avaliar os valores.
O filósofo grego Epicuro escreveu: "O essencial para, nossa felicidade é nossa condição íntima e dela
somos senhores". Ser senhor de si - ou seja, ser autônomo - e ser eficaz de philia - isto é, de reciprocidade, de
relação intersubjetiva como coexistência e não-violência - é o núcleo da vida ética.
Como disse Epicuro, "a justiça não existe por si própria, mas encontra-se sempre nas relações recíprocas,
em qualquer tempo e lugar em que exista entre os humanos o pacto de não causar nem sofrer dano".
2. ÉTICA E CIÊNCIA
A genética e os problemas éticos
Vimos que, para os humanos, vida e morte não são apenas acontecimentos biológicos, mas simbólicos.
Por isso mesmo, desde meados do século XX, o grande desenvolvimento de uma ciência diretamente ligada à
vida, a genética, passou a ter implicações éticas muito significativas.
De fato, o caso da genética e da engenharia genética, a partir dos estudos dos genes e do surgimento das
tecnologias gênicas, é duplamente importante para nós porque, como explicam Suzuki e Knudston, a genética
moderna conferiu aos seres humanos um grande poder sobre a hereditariedade, trazendo técnicas para
conhecer os genes das espécies vegetais e animais, para decifrar as mensagens químicas cifradas das
moléculas gênicas e até para modificar genótipos individuais.
Têm sido enormes os benefícios desses conhecimentos na medicina, na indústria, na agricultura,
modificando a visão que o homem possuía de seu lugar na natureza ele não é o "rei da Criação", mas um elo na
milenar e longuíssima cadeia da vida - e na própria definição do que é um ser humano.
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A biologia molecular, descobrindo a origem da vida, abalou os alicerces dos mitos, das religiões, da
sabedoria tradicional e dos valores humanos. Por isso mesmo, sugere questões sem precedentes para a ética, a
começar pelo fato de que, na sociedade contemporânea, a pesquisa científicotecnológica e suas aplicações não
dependem da vontade e da decisão de indivíduos e sim das grandes corporações empresariais e das
instituições militares, que possuem os recursos e a perícia técnica necessários para se aproveitar das novas
pesquisas e das novas tecnologias. Em vista do aumento do lucro e do poderio militar, apropriam-se privada
mente dos resultados científico-tecnológicos, mantidos como segredos, e, sem prestar contas a ninguém,
tomam decisões que afetam todas as formas de vida do planeta.
Problemas
Essas decisões envolvem inúmeros problemas, dos quais vamos aqui destacar dois:
1. A responsabilidade moral e os limites do conhecimento genético contemporâneo:
De fato, os cientistas que pretendem seqüenciar o genoma humano acreditam chegar a um conhecimento
que nos livre de dores e sofrimentos, cure doenças, prolongue a juventude e adie a morte, graças ao aperfei-
çoamento da própria espécie humana com o controle sobre a hereditariedade (o famoso ADN4, que costuma
ser mencionado e popularizado na sua forma em inglês, DNA).
Um dos problemas éticos mais graves trazidos pela genética encontra-se na chamada "sondagem gênica",
por meio da qual se pretende detectar, por exemplo, pessoas que teriam genes que as predispõem para a cri-
minalidade ou as que teriam genes que as predispõem para doenças ligadas a certos tipos de trabalho. Por isso,
tais pessoas não deveriam ser empregadas. Elas não só teriam recebido por hereditariedade a "tendência ao
crime" ou a "incapacidade para um trabalho", como ainda as transmitiriam aos seus descendentes.
Dessa maneira, por uma paradoxal inversão, enquanto a ciência pretende afastar os obstáculos que a
impedem de dominar a natureza, a genética parece trazer de volta as velhas idéias de fatalidade e de destino
(ou a idéia de que nada podemos contra a necessidade natural), pois o crime e a doença passam a ser tidos co-
mo efeitos necessários de uma causalidade natural necessária - a hereditariedade. Assim, poder-se-ia até
mesmo falar em "destino biológico", tornando vazias as idéias de liberdade, responsabilidade e autodetermina-
ção dos indivíduos.
Mas não só isso. A idéia de um suposto "destino biológico" pode ser fonte de violência e, portanto, mo-
ralmente inaceitável.
De fato, essa idéia poderia acarretar a discriminação social das pessoas que tivessem genes "criminosos",
mesmo que jamais tenham cometido nenhum crime, ou genes "doentios para o serviço", mesmo que tenham
sido sempre saudáveis e trabalhadoras. E essa discriminação poderia ganhar proporções gigantescas de
violência se se passasse a considerar que, sendo tais genes hereditários, a tendência à criminal idade ou à in-
competência para o trabalho seria característica biológica dos grupos sociais em que tais indivíduos nascem,
vivem e procriam, de sorte que a discriminação atingiria grupos sociais inteiros.
Ora, a idéia de "destino biológico" é cientificamente absurda. Como escrevem Suzuki e Knudston:
Uma mera lista de ADN (DNA) do genoma de uma pessoa poderia parecer a alguns uma visão profética
do futuro dessa pessoa. No entanto, os genes representam somente uma das dimensões da identidade biológica
de uma pessoa, isto é, a "natureza" biologicamente herdada, componente da eterna equação "natureza-
cultura", que se exprime em toda coisa vivente. Ao centrar-se exclusivamente em fatores hereditários, até
mesmo uma suposta "sondagem gênica total" do ADN (DNA) de um indivíduo pode oferecer pouco mais do
que uma visão momentânea das múltiplas forças que entram em jogo no desenvolvimento de uma vida
humana.
Um segundo problema, derivado do anterior, é trazido pela chamada "terapia gênica germinal", isto é, que
intervém em células humanas da reprodução ou células germinais com a finalidade de curar doenças genéticas
ou corrigir "defeitos genéticos".
Há aqui dois problemas graves, um deles propriamente científico e o outro diretamente moral.
Qual o problema científico? A intervenção sobre células reprodutoras para curar doenças genéticas não
pode ser feita sem que se tenha uma clara e perfeita definição do que é a doença. Ora, a genética ainda não
possui essa definição. Em outras palavras, o problema pode ser assim resumido:
4 ADN, ácido desoxirribonucléico, é a molécula que forma a dupla hélice portadora dos genes. É a molécula hereditária
principal na maioria das espécies
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1. qualquer doença genética só tem definição provisória, pois um gene que opera perfeitamente em
certas condições do meio ambiente, da alimentação, do clima, pode operar menos satisfatoriamente
em outras condições e isso pode ser passageiro, bastando repor as condições adequadas para seu
funcionamento;
2. há mudanças freqüentes nas seqüências de DNA, causando mutações aleatórias, responsáveis por
doenças, sem que se possam prever ou "corrigir" tais mutações por interferêncía nas células
reprodutoras, uma vez que as mutações são imprevisíveis e dependem de muitos fatores;
3. calcula-se que todo ser humano é portador de cinco a dez genes defeituosos ocultos, de maneira que,
tanto um indivíduo perfeitamente saudável pode ser herdeiro e transmissor de uma doença como
também a intervenção sobre células germinais de um indivíduo geneticamente doente não impede a
conservação dos genes defeituosos ocultos.
Eugenia
Qual o problema moral? O da eugenia, isto é, a velha idéia de "pureza da raça" ou de purificação da
espécie, em nome da qual não só seriam feitas intervenções e modificações nas células reprodutoras, mas
também se justificaria a eliminação dos" impuros" ou dos" inferiores" ou dos" defeituosos" .
Ora, quem define e quem decide o que é um ser humano "perfeito"? Com que direito alguns podem definir
e decidir sobre o que seria um ser humano sem imperfeições e sem defeitos? A experiência do nazismo nos
mostra os resultados de tal decisão.
Além disso, perfeição e imperfeição são valores culturais, variando de sociedade para sociedade e no
correr da história, não podendo ser definidos com base em um padrão biológico único, o qual, aliás, também é
um padrão cultural.
Quem já leu o belo romance de Aldous Huxley, Admirável mundo novo, há de se lembrar do terrível pesadelo que
é a pretensão de produzir "seres humanos perfeitos", cada qual adequado a um determinado tipo de função na
sociedade.
E, finalmente, além dos problemas éticos de violência envolvidos pela seqüenciação do genoma humano, há que
mencionar ainda a violência em sua forma extrema, algo moral e politicamente inaceitável: a produção de armas bio-
lógicas, isto é, o uso deliberado de microrganismos (vírus, bactérias, fungos) ou substâncias tóxicas obtidas de células
vivas com o propósito de matar ou incapacitar seres humanos, animais e plantas. Numa palavra, o uso militar dos
conhecimentos genéticos.
Uma breve reflexão
Os problemas assinalados significariam que devemos, supersticiosa e fanaticamente, nos opor à investigação
genética? De modo algum. Os conhecimentos novos sobre os genes nos auxiliarão a combater doenças, sofrimentos e
dores e a melhorar a prevenção e o tratamento de muitas desordens genéticas.
Ao mesmo tempo, porém, o que devemos e podemos exigir é, de um lado, o direito à informação pública correta
sobre as pesquisas, suas finalidades e formas de aplicação e, de outro, a clareza quanto às conseqüências de curto prazo
e os riscos de longo prazo. Como escrevem Suzuki e Knudston:
A ciência e a tecnologia são o produto da curiosidade humana, o irrefreável impulso da mente para conhecer,
explorar, mudar. E devemos alimentar essa qualidade a todo instante. Porém, também precisamos reconhecer que há
a necessidade de um padrão moral em que a curiosidade científica possa exprimir-se sem expor as populações
humanas e seus ambientes a riscos inaceitáveis e danos irreparáveis.
QUESTÕES:
1. Explique por que, em nossa cultura,o campo do necessário parece ter diminuído,enquanto o campo do
possível parece ter aumentado.
2. Por que a genética e a engenharia genética são importantes para nós?
3. Por que o poderio das empresas privadas e do complexo industrial militar fazem com que as pesquisas em
genética e engenharia genética suscitem sérios problemas éticos?
4. Explique o problema da responsabilidade moral no tocante aos usos do conhecimento genético
contemporâneo.
5. Explique os problemas éticos trazidos pela idéia de controle da hereditariedade.
6. Por que não podemos aceitar a idéia de "doença genética" tanto do ponto de vista científico como do ponto
de vista moral?
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3. Ética e CIÊNCIA: URGÊNCIA do debate5
A relação ética e ciência é um dos debates que nos foram equacionados no século XXI. A partir do
lançamento da bomba nuclear nas cidades de Hiroshima e Nagasaki no Japão no fim da II Guerra Mundial em
1945, e mais neste século com a degradação do meio ambiente, a ambigüidade do progresso científico e
tecnológico passou do plano teórico para o existencial. Começamos a perceber na vida cotidiana a
deterioração do ambiente físico e social ao lado do mundo maravilhoso da tecnologia. Isto cria um paradoxo
entre a ciência e a ética.
As conquistas tecnológicas nos campos da comunicação, transporte, alimentação, moradia, saúde e
lazer convivem ao lado do desequilíbrio ecológico, da miséria, da fome, o desemprego, os sem-terra, sem-teto,
enfim ao lado de toda a violência que destrói dignidade humana.
Para falarmos da relação entre ciência e ética é preciso, ao principio buscarmos uma definição para a
ética, e como esta vem a se contrapor a ciência.
como definirmos ética?
Poderíamos entender ética de várias formas. Uma delas poderia ser como a busca ou caminho para ou
pela “verdade” que seria, talvez, e em algumas condições, subjetiva.
Se relembrarmos da origem da filosofia na Grécia, por exemplo, os sofistas, que através da retórica e
do convencimento pelas palavras, da oratória, julgavam que “a verdade é resultado da persuasão e do
consenso entre os homens”. Isso era combatido por Sócrates, Platão e Aristóteles que julgavam ser a essência
da verdade através da razão e não do “simples” convencimento e consenso. Sócrates fazia isto através de
perguntas básicas, feitas a diversos profissionais especialistas, tais como: ao “sapateiro” – o que é um sapato?
Ao “juiz” - o que é a justiça? Ou o que é a verdade? E assim, a partir de um questionamento, buscava
desvendar, através da razão e da lógica e não mais por um simples convencimento retórico, o que seria esta
verdade.
Poderíamos dizer então que, de certa forma, Sócrates inaugura a ética dentro do discurso. Sócrates,
como comenta MARCONDES (1998) seria:
“(...) um divisor de águas. É nesse momento que a problemática ético-política passa ao primeiro
plano da discussão filosófica como questão urgente da sociedade grega superando a questão da
natureza como temática central, pois a temática racionalista filosófica, inicialmente, era a
natureza, iniciada por Tales de Mileto que buscava na própria natureza a explicação para ela
própria, se afastando assim do mito em que tudo era explicado pelos deuses...”
Assim teríamos a questão da subjetividade na ética, e a formação da própria sociedade interagindo
entre ela e os indivíduos. A ética ajudando-nos a refletir sobre os costumes, sobre as práticas da ciência, da
religião, da família, da empresa, em fim, em todas as instituições da sociedade. A ética nos ajuda a pensar a
subjetividade. Que sujeito é esse em tal momento da história? Que sujeito é este hoje? Que “conhecimento” é
este que buscamos pela ciência?
Ainda MARCONDES (1998)6 nos define ética da seguinte forma: “A ética do grego “ethike”, diz
respeito aos costumes e tem por objetivo elaborar uma reflexão sobre os problemas fundamentais da moral
(finalidade e sentido da vida humana, os fundamentos da obrigação e do dever, natureza do bem e do mal, o
valor da consciência moral.”
a ciência, a ética e a filosofia
Não existe um profissional ético, sem antes um homem ético. Portanto, a discussão sobre ética deve ser
vista como uma situação-problema que provoca e estimula uma reflexão abrangente sobre a própria natureza
da relação ética e ciência.
Em sua reflexão sobre o conceito de progresso MATOS (1993)7 conclui que: “como não há progresso
que não seja também moral, a principal tarefa dos nossos dias é o combate pelo progresso dos direitos
humanos.”
5 http://www.artigonal.com/educacao-artigos/etica-e-ciencia-urgencia-do-debate-982236.html De autoria do a Profº Raul Enrique
Cuore Cuore 6
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia. São Paulo: JZE. 2º ed.1998.
7 MATOS, O. C. F. A escola de Frankfurt: luzes e sombras do iluminismo. Coleção Logos. São Paulo: Editora Moderna, 1993.
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Referenciando a utopia que temos em comum: a humanidade com vida digna e feliz. Visto deste ponto,
a reflexão filosófica não tem a utilidade imediata no sentido do senso comum. Sua contribuição à ciência e à
técnica explicando os fundamentos epistemológicos e metodológicos e certamente, éticos. Citando CHAUÍ
(1994)8: “Não se trata, pois, rigorosamente de uma ciência, mas de uma reflexão em busca de uma
fundamentação teórica e crítica dos nossos conhecimentos e de nossas práticas”.
Segundo o existencialismo, o ser humano está em processo de autoconstrução. Em outras palavras, é
um agente transformador da Natureza que, ao transformá-la, constrói sua própria essência. A natureza humana
vem sendo construída pela própria humanidade no processo histórico atualizando sua potencialidade com
agente transformador. Sobre este conceito MATOS (1993) nos expõe:
“Temos uma natureza em devir. O ser humano é, ao mesmo tempo, um ser atualmente advindo
e um ser ainda a vir, apenas prometido a si mesmo. (...) É aqui que se manifesta a estrutura
fundamental da ação: de um lado, ela é aquilo em que se tornou, aquilo que ela é agora: do
outro, também é uma antecipação de seu ser realizado e, por ser ação de um agente autônomo,
ela implica em si a responsabilidade daquilo que fazemos de nós mesmos. E veremos como a
responsabilidade de cada ser humano para consigo mesmo constitui, ao mesmo tempo, um
responsabilidade que ele tem com todos os homens”.
ciência e ética nos dias atuais
A ciência, traço que singulariza as sociedades modernas, vem sendo analisada sob os mais diversos
ângulos. Desde o enfoque mais clássico da epistemologia ao olhar mais recente dos estudos culturais,
multiplicam-se os estudos sobre a atividade científica. Entretanto, em nossos dias, uma perspectiva, a da ética,
exerce particular interesse, associada ao desenvolvimento contemporâneo das ciências da vida.
Alternativas inéditas, antigamente nem sequer questionadas, fazem hoje, parte do cotidiano.
Possibilidades como a preservação duradoura da vida em condições artificiais, a intervenção em fetos ou as
que decorrem do amplo repertório de ações ligadas à clonagem evidenciam a expansão do nosso poderio
científico-tecnológico. Poderio que nos inscreve, de imediato, no horizonte ético: podendo fazer, devemos
fazer?
Os órgãos que regulam a ética nas pesquisas científicas que envolvam seres humanos, o crescente
cuidado no trato dos animais associados à pesquisa científica, a atenção e a sensibilidade com que são vistas
as questões relativas à intervenção no meio ambiente são indicadores de que estamos diante de um novo
cenário. Mas, se, de um lado, devemos celebrar o reaparecimento da temática ética, na medida em que se
localiza no campo da ação humana, por outro lado, cabe perguntar sob que condições é razoável esperar uma
aproximação permanente entre a ciência e a ética.
Ética, entre outras coisas, significa restrição. O recurso a valores, constitutivos de qualquer agenda
ética, implica aceitar proibições e limites. Caso existisse, uma sociedade inteiramente permissiva levaria à
supressão da dimensão ética, que se tornaria supérflua num ambiente onde tudo fosse tolerado.
Se aceitarmos a associação entre a atitude ética e o estabelecimento de alguma espécie de limite, como
poderíamos aproximar a ética e a ciência, entre os procedimentos éticos e a busca do conhecimento?
No contexto da sociedade atual, à que pertencemos, a criação dos campos científicos na modernidade
ocidental é decorrência, entre outros fatores, da ideologia que preconiza a defesa da liberdade mais plena no
que diz respeito ao conhecimento. A concepção moderna de ciência, a que estamos, ainda hoje, associados, é
inseparável da progressiva reafirmação do princípio da autonomia da pesquisa e da rejeição, inegociável, da
tutela, seja religiosa, seja política.
conclusão
Notamos que nos dias de hoje várias instituições se preocupam em elaborar um código de ética. Isso
demonstra claramente a necessidade que a sociedade tem de “controlar” as medidas e atitudes das diversas
profissões. Será que podemos permitir que a ciência, por exemplo, faça o que ela quiser? A ciência pode
pesquisar o que ela quiser?
A ética seria desta maneira então, intermediária, buscaria a justiça, a harmonia e os caminhos para
alcançá-las. Quando buscamos, a justiça, a verdade, o entendimento e o conhecimento, o buscamos para
satisfazer uma necessidade do sujeito.
O que é que distingue a ciência da não-ciência? Como podemos demarcar a fronteira entre elas? É
importante mencionar que a ciência deve ser entendida de maneira diversa, conforme o tempo em que a
8 CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994.
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estudamos. O que chamamos de “conhecimento científico”, também, pode variar conforme os diversos
períodos da história. Na área médica, por exemplo, quando ouvimos uma voz científica dizendo: evite comer
ou fazer tal coisa, que faz mal à saúde, e depois alguns anos mais tarde se contradizem dizendo que não é bem
assim. Podemos citar o recente comunicado da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com
respeito à gema do ovo mal cozida.
Concluiu-se que ciência é um conhecimento sistemático, dá-se pela leitura, reflexão, sistematização,
conhecimento lógico, sendo quase impossível vivermos sem seus benefícios. A ciência tenta discernir com
sabedoria ética o melhor para o ser humano. Sendo de muita importância este apelo ético na ciência, pois a
sociedade depende das conseqüências.
A ética é uma característica própria a toda ação humana, tendo como objetivo facilitar a realização das
pessoas. A ciência envolve investigação e busca pela verdade. Na ciência temos a ética como suporte para não
haver erros, pois a responsabilidade faz parte da ética e é fundamental no meio cientifico. A produção
cientifica não se realiza fora de um determinado contexto social e político.
4. Ética e política
Se a política tem como finalidade a vida justa e feliz, isto é, a vida propriamente humana digna de seres livres,
então é inseparável da ética.
De fato, para os gregos, era inconcebível a ética fora da comunidade política – a polis como koinonia
ou comunidade dos iguais -, pois nela a natureza ou essência humana encontrava sua realização mais alta.
Quando estudamos a ética, vimos que Aristóteles distinguira entre teoria e prática e, nesta, entre
fabricação e ação, isto é, diferenciara poiésis e práxis. Vimos também que reservara à práxis um lugar mais
alto do que à fabricação, definindo-a como ação voluntária de um agente racional em vista de um fim
considerado bom. A práxis por excelência é a política. A esse respeito, na Ética a Nicômaco, escreve
Aristóteles:
Se, em nossas ações, há algum fim que desejamos por ele mesmo e os outros são desejados só por
causa dele, e se não escolhemos indefinidamente alguma coisa em vista de uma outra (pois, nesse caso,
iríamos ao infinito e nosso desejo seria fútil e vão), é evidente que tal fim só pode ser o bem, o Sumo Bem…
Se assim é, devemos abarcar, pelo menos em linhas gerais, a natureza do Sumo Bem e dizer de qual saber ele
provém. Consideramos que ele depende da ciência suprema e arquitetônica por excelência. Ora, tal ciência é
manifestamente a política, pois é ela que determina, entre os saberes, quais são os necessários para as Cidades
e que tipos de saberes cada classe de cidadãos deve possuir… A política se serve das outras ciências práticas e
legisla sobre o que é preciso fazer e do que é preciso abster-se; assim sendo, o fim buscado por ela deve
englobar os fins de todas as outras, donde se conclui que o fim da política é o bem propriamente humano.
Mesmo se houver identidade entre o bem do indivíduo e o da Cidade, é manifestamente uma tarefa muito mais
importante e mais perfeita conhecer e salvaguardar o bem da Cidade, pois o bem não é seguramente amável
mesmo para um indivíduo, mas é mais belo e mais divino aplicado a uma nação ou à Cidade.
Platão identificara a justiça no indivíduo e a justiça na polis. Aristóteles subordina o bem do indivíduo
ao Bem Supremo da polis. Esse vínculo interno entre ética e política significava que as qualidades das leis e
do poder dependiam das qualidades morais dos cidadãos e vice-versa, das qualidades da Cidade dependiam as
virtudes dos cidadãos. Somente na Cidade boa e justa os homens poderiam ser bons e justos; e somente
homens bons e justos são capazes de instituir uma Cidade boa e justa.
5. Ética e política
A novidade do pensamento maquiaveliano, justamente a que causou maior escândalo e críticas, está na
reavaliação das relações entre ética e política. Por um lado. Maquiavel apresenta uma moral laica, secular, de
base naturalista, diferente da moral cristã; por outro, estabelece a autonomia da política, negando a
anterioridade das questões morais na avaliação da ação política.
Para a moral cristã, predominante na Idade Média, há valores espirituais superiores aos políticos, além de
que o bem comum da cidade deve se subordinar ao bem supremo da salvação da alma. "A moral cristã se
apóia em uma concepção do bem e do mal; do justo e do injusto, que ao mesmo tempo preexiste e transcende
a autoridade do Estado, cuja organização político-jurídica não deve contradizer ou violar as formas éticas
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fundamentais, implícitas no direito natural. O indivíduo está subordinado ao Estado, mas a ação deste último
se acha limitada pela lei natural ou moral que constitui uma instância superior à qual todo membro da
comunidade pode recorrer sempre que o poder temporal atentar contra seus direitos essenciais inalienáveis."
A nova ética analisa as ações não mais em função de uma hierarquia de valores dada a priori, mas sim
em vista das conseqüências, dos resultados da ação política. Não se trata de um amoralismo, mas de uma nova
moral centrada nos critérios da avaliação do que é útil à comunidade: o critério para definir o que é moral é o
bem da comunidade, e nesse sentido às vezes é legítimo o recurso ao mal (o emprego da força coercitiva do
Estado, a guerra, a prática da espionagem, o emprego da violência). Estamos diante de uma moral imanente,
mundana, que vive do relacionamento entre os homens. E se há a possibilidade de os homens
serem corruptos, constitui dever do príncipe manter-se no poder a qualquer custo.
Maquiavel distingue entre o bom governante, que é forçado pela necessidade a usar da violência visando
o bem coletivo, e o tirano, que age por capricho ou interesse próprio.
O pensamento de Maquiavel nos leva à reflexão sobre a situação dramática e ambivalente do homem
de ação: se o indivíduo aplicar de forma inflexível o código moral que rege sua vida pessoal à vida
política, sem dúvida colherá fracassos sucessivos, tornando-se um político incompetente.
Tal afirmação pode levar as pessoas a considerar que Maquiavel estaria defendendo o político
imoral, os corruptos e os tiranos. Não se trata disso. A leitura maquiaveliana sugere a superação
escrúpulos imobilistas da moral individual, mas não rejeita a moral própria da ação política: "Se o
indivíduo, na sua existência privada, tem o direito de sacrificar o seu bem pessoal imediato e até sua pró-
pria vida a um valor moral superior, ditado pela sua consciência, pois em tal hipótese estará empenhando
apenas seu destino particular, o mesmo não acontece com o homem de Estado, sobre o qual pesam a
pressão e a responsabilidade dos interesses coletivos; este, de fato, não terá o direito de tomar uma deci-
são que envolva o bem-estar ou a segurança da comunidade, levando em conta tão-somente as exigências
da moral privada; casos haverá em que terá o dever de violá-la para defender as instituições que
representa ou garantir a própria sobrevivência da nação".
Isso significa que a avaliação moral não deve ser feita antes da ação política, segundo normas gerais
e abstratas, mas a partir de uma situação específica que é avaliada em função do resultado dela, já que
toda ação política visa a sobrevivência do grupo e não apenas de indivíduos isolados.
Por isso Maquiavel não pode ser considerado um cínico apologista da violência. O que ele enfatiza é que os
critérios da ética política precisam ser revistos conforme as circunstâncias e sempre tendo em vista os fins
coletivos.
No entanto, é bom lembrar que o pensamento de Maquiavel tem um sentido próprio, na medida em que
ele expressa a tendência fundamental da sua época, ou seja, a defesa do Estado absoluto e a valorização da
política secular, não atrelada à religião. Talvez por isso o extremo politicismo, ou seja, a hipertrofia do valor
político, de cujas conseqüências últimas talvez nem ele próprio pudesse suspeitar.
Embora Maquiavel não tivesse usado o conceito de razão de Estado, é considerado o pensador que
começa a esboçar a doutrina que vigorará no século seguinte, quando o governante absoluto, em
circunstâncias críticas e extremamente graves, a ela recorre permitindo-se violar normas jurídicas, morais,
políticas e econômicas.
Cassirer, filósofo alemão contemporâneo, observa que a experiência pessoal de Maquiavel se baseava nas
pequenas tiranias italianas do século XVI, que não podem ser comparadas às monarquias absolutas do século
XVII nem às nossas ditaduras modernas, o que nos faz ver hoje o maquiavelismo através de uma lente de
aumento.
Maquiavel republicano
Quando estava no ostracismo político, Maquiavel se ocupa com a elaboração dos Comentários sobre a
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primeira década de Tito Lívio, interrompendo esse trabalho por alguns meses para escrever O príncipe.
À medida que escreve os Comentários, lê trechos nas reuniões realizadas por jovens republicanos, a
quem dedica a obra. Aí desenvolve idéias democráticas, admitindo que o conflito é inerente à atividade
política e que esta se faz a partir da conciliação de interesses divergentes.
Defende a proposta do governo misto:
"Se o príncipe, os aristocratas e o povo governam em conjunto o Estado, podem com facilidade controlar-se
mutuamente".
Considera importante que as monarquias ou repúblicas sejam governadas pelas leis e acusa aqueles que,
no uso da violência, abusaram da crueldade, ou a usaram para interesses menores.
6.Ética e violência
Quando acompanhamos a história das idéias éticas, desde a Antiguidade clássica (greco-romana) até
nossos dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios para
evitá-la, diminuí-la, controlá-la. Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores
éticos como padrões de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que
pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo social.
Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram e nem definem a violência da mesma
maneira, mas, ao contrário, dão-lhe conteúdos diferentes, segundo os tempos e os lugares. No entanto,
malgrado as diferenças, certos aspectos da violência são percebidos da mesma maneira, nas várias culturas e
sociedades, formando o fundo comum contra o qual os valores éticos são erguidos. Fundamentalmente, a
violência é percebida como exercício da força física e da coação psíquica para obrigar alguém a fazer alguma
coisa contrária a si, contrária aos seus interesses e desejos, contrária ao seu corpo e à sua consciência,
causando-lhe danos profundos e irreparáveis, como a morte, a loucura, a auto-agressão ou a agressão aos
outros.
Quando uma cultura e uma sociedade definem o que entendem por mal, crime e vício, circunscrevem
aquilo que julgam violência contra um indivíduo ou contra o grupo. Simultaneamente, erguem os valores
positivos – o bem e a virtude – como barreiras éticas contra a violência.
Em nossa cultura, a violência é entendida como o uso da força física e do constrangimento psíquico
para obrigar alguém a agir de modo contrário à sua natureza e ao seu ser. A violência é a violação da
integridade física e psíquica, da dignidade humana de alguém. Eis por que o assassinato, a tortura, a injustiça,
a mentira, o estupro, a calúnia, a má-fé, o roubo são considerados violência, imoralidade e crime.
Considerando que a humanidade dos humanos reside no fato de serem racionais, dotados de vontade
livre, de capacidade para a comunicação e para a vida em sociedade, de capacidade para interagir com a
Natureza e com o tempo, nossa cultura e sociedade nos definem como sujeitos do conhecimento e da ação,
localizando a violência em tudo aquilo que reduz um sujeito à condição de objeto. Do ponto de vista ético,
somos pessoas e não podemos ser tratados como coisas. Os valores éticos se oferecem, portanto, como
expressão e garantia de nossa condição de sujeitos, proibindo moralmente o que nos transforme em coisa
usada e manipulada por outros.
A ética é normativa exatamente por isso, suas normas visando impor limites e controles ao risco
permanente da violência.
7. Ética e Política: a crise política9 A crise política sem fim e sem precedentes sugere algumas reflexões sobre o problema da ética na
política. Nenhuma profissão é mais nobre do que a política porque quem a exerce assume responsabilidades só
compatíveis com grandes qualidades morais e de competência. A atividade política só se justifica se o político
tiver espírito republicano, ou seja, se suas ações, além de buscarem a conquista do poder, forem dirigidas para
o bem público, que não é fácil definir, mas que é preciso sempre buscar. Um bem público que variará de
9 Luiz Carlos Bresser-Pereira In:Folha de S.Paulo, 10.4.2006
Criado por †ЯR ø תąℓ₫ø†
11
acordo com a ideologia ou os valores de cada político, mas o qual se espera que ele busque com prudência e
coragem. E nenhuma profissão é mais importante, porque o político, na sua capacidade de definir instituições
e tomar decisões estratégicas na vida das nações, tem uma influência sobre a vida das pessoas maior do que a
de qualquer outra profissão.
A ética da responsabilidade leva em consideração as conseqüências das decisões que o político adota.
Em muitas ocasiões, o político é obrigado a tomar decisões que envolvem meios não muito nobres para
alcançar os objetivos públicos. O político, por exemplo, não tem alternativa senão fazer compromissos para
alcançar maiorias.
Nessa contradição entre os fins públicos e os meios existe um problema de grau. É claro que o político
deve ser fiel à sua visão do bem público, mas não pode ser radical tanto em relação aos fins nem aos meios.
Não pode acreditar que detém o monopólio da definição desse bem: o político democrático e republicano tem
a sua visão do interesse comum, mas respeita a dos outros. Por outro lado, ainda que o uso de meios
discutíveis possa ser justificado em certas circunstâncias, é evidente que não podem ser quaisquer os meios
utilizados. É preciso aqui também ser razoável: alguns meios são absolutamente condenáveis e, portanto,
injustificáveis. Foi por isso que Weber, ao invés de ficar com a ética de Maquiavel, preferiu falar em ética da
responsabilidade, para poder enfatizar o fator grau na escolha tanto dos fins quanto dos meios.
A imoralidade quanto aos meios é aquela que resulta de os meios utilizados serem definitivamente
condenáveis. A imoralidade quanto aos fins é aquela que se materializa quando falta ao político a noção de
bem público: ainda que seu discurso possa afirmar valores, ele realmente busca apenas seu poder ou seu
enriquecimento, ou ambos. Neste caso configura-se o político oportunista, que não tem outro critério senão
seu próprio interesse. Há certos casos, em que a imoralidade é apenas em relação aos meios, outros, apenas
quanto aos fins, mas geralmente é uma imoralidade tanto os meios quanto os fins: o político usa de quaisquer
meios para atingir seus fins pessoais. Neste caso temos a imoralidade absoluta, o oportunismo, radical.
8. ÉTICA E POLÍTICA BRASILEIRA10
A ética pode ser entendida como a ciência que estuda as relações morais dos homens entre si.
Originada do grego ethos que significa costume, a ética surge para estudar e investigar os princípios, as
normas de comportamento, ou seja, as práticas morais e tradicionais consideradas valores que regem as
condutas humanas de determinada sociedade. (VAZQUÉZ, 2000)11.
Os princípios éticos de uma sociedade podem e devem evoluir seguindo os valores morais que sofrem
mutação conforme as mudanças econômicas, tecnológicas e sociais. Para Adolfo Vazquéz (2000) os
princípios éticos evoluem devido a "necessidade de relacioná-los com as condições sociais as quais se
referem, com as aspirações e interesses que os inspiram e com o tipo concreto de relações humanas que
pretendem regulamentar".
Durante a Idade Média a visão teocêntrica do mundo vez com que os valores morais da sociedade
fossem substituídos. Essa começava a ser regida pelos valores religiosos, mais precisamente os católicos, que
impuseram a dialética do bem X o mal vinculados a fé, e pelos Dez Mandamentos que são seguidos e
respeitados até hoje, como: não matar, não roubar, etc.
Posteriormente, a visão iluminista transformou os valores éticos da sociedade, pois estes se tornaram
secularizados. O fundamento ético passava a ser o próprio homem, e não mais Deus. Na concepção Kantiana
(apud ARANHA, 1993)12, que é iluminista, o agir moralmente se funda exclusivamente na razão. Essa nova
visão pressupõe o individualismo, uma vez que o homem é levado a agir seguindo a sua consciência, seus
costumes ou a favor do que seria bom para si mesmo.
Atualmente Habermas (1980 apud ARANHA, 1993) traz uma nova concepção para a ética. Sua teoria,
influenciada por Kant, também pontifica a razão como fundamento básico, porém é uma razão comunicativa,
onde o sujeito recorre à comunidade, ao dialogo, a interação social para chegar à razão. Dessa forma, é
necessário o entendimento para se conseguir uma única conclusão entre os indivíduos do grupo social,
conseguida através da utilização de argumentação racional.
10 Ludimila Coelho Loiola In:
http://www.webartigos.com/articles/5829/1/etica-e-politica-brasileira/pagina1.html 11 VÁZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. 20. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 12 ARANHA, Maria Lucia. Filosofando. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1993.
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12
Por outro lado, a palavra "política" foi utilizada pela primeira vez por Aristóteles. Este disse que "o
homem é um animal político, porque nenhum ser humano vive sozinho e todos precisam da companhia de
outros". Dessa forma, "política se refere à vida na polis, ou seja, a vida em comum, as regras de organização
dessa vida, aos objetivos da comunidade e as decisões sobre todos esses pontos". (ARISTÓTELES, apud
DALLARI, 1999).
Weber (1926) traz duas concepções de política. A primeira diz que "por política entenderemos tão
somente a direção do agrupamento político hoje denominado 'Estado' ou a influência que se exerce nesse
sentido". Nessa concepção, torna-se viável e tolerável o uso da força ou violência pelo Estado para a garantia
do seu poder, soberania e ideais. Na Segunda, entende por política "o conjunto de esforços feitos visando a
participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um único
Estado". Dessa maneira, para Weber "qualquer homem que se entrega a política aspira ao poder". O Estado
consiste apenas em uma relação de dominação do homem pelo homem.
Poderíamos elencar além dessas inúmeras outras definições do que é política, mas tomaremos como base a
concepção de Dallari (1999, p.10) : "política é a conjugação das ações de indivíduos e grupos humanos,
dirigindo-as a um fim comum". Este fim comum deve ter como ideal o bem-estar, a igualdade entre os
componentes da sociedade e a paz social.
A política resulta da própria vida em sociedade, das ações humanas e da necessidade de organização
dessa sociedade, visando sempre ao bem comum, de tal modo que se atinja uma sociedade justa e livre.
Entre a ética e a política parece não existir um ponto em comum, pois agir conforme os padrões
políticos significa que as suas atitudes estão distantes dos valores éticos da sociedade. Essa afirmação parece
ser contraditória, pois se uma aspira a uma vida justa e feliz, torna-se inseparável da outra. Porém, esta
finalidade é mera teoria, pois a política, na prática, não realiza o bem comum, mas o bem dos próprios
detentores do poder e seus apadrinhados.
A prática dos privilégios acontece no Brasil desde a época colonial. Ficou explicita com a divisão das
capitanias hereditárias, pois os donatários que receberam as terras eram os nobres e/ou os amigos do Rei
português.
Atualmente, as palavras mais ouvidas nos jornais televisionados são promessas não cumpridas,
corrupção, má utilização ou desvio de dinheiro público, desonestidade, compra de votos e abuso de poder,
contradizendo a vontade dos eleitores que escolhem seus representantes a espera de pessoas honestas e
preocupadas com os inúmeros problemas sociais enfrentados pelo Brasil. Os cidadãos exigem um mínimo de
postura ética dos seus representantes no poder, mas não há resposta a esse clamor, pois os compromissos
assumidos durante as campanhas eleitorais são "esquecidos".
Depreendemos daí que os políticos não se preocupam com os problemas sociais que aterrorizam a
população, o que seria a sua obrigação. Ao contrario, são guiados pela sede do poder, o único fim a que se
dedicam. Dessa forma, a ética é "esquecida", torna-se mera especulação e inspiração para filósofos e
escritores.
9. HISTÓRIA DA POLÍTICA NO BRASIL
No século XVIII, o sistema colonial encontrava-se em verdadeira decomposição. Os novos ideais de
liberdade e racionalidade inseridos pelo Iluminismo substituiram o quadro religioso pelo racionalista, a
procura de privilégios sociais, econômicos e políticos para a população. Aos poucos o racionalismo acabou
com o ideário do mercantilismo e a perseguição aos entraves ao trabalho, até acabar de vez com a servidão, e a
escravidão.
Nessa época também percebemos a exacerbação do nacionalismo e do liberalismo. Essas novas
perspectivas criaram uma consciência emancipadora, pois os brasileiros não queriam se deixar dominar pela
metrópole.
Em 1808, Dom João juntamente com toda a corte desembarcou no Brasil. Nesse período foi criado o
Banco do Brasil, a fundação da Imprensa Regia, o incentivo a exploração mineral, criação do Jardim
Botânico, Biblioteca Nacional, abertura de escolas de primeiras letras e de ensino de artes e oficio, dentre
outras benfeitorias executadas pelo Rei português no Brasil, o que trouxe grande progresso econômico,
cultural e social à colônia.
Com o regresso de Dom João VI para Portugal em 1822, instalou-se no Brasil a monarquia exercida
pelo príncipe regente Dom Pedro I, após a proclamação da independência em 7 de setembro de 1822.
Para Caio Prado Júnior (1979, apud IGLÉSIAS, 1993, p. 115) "fez-se a independência praticamente à
revelia do povo, e se isto lhe poupou sacrifícios, também afastou por completo sua participação na nova
ordem política. A independência brasileira é fruto mais de uma classe que da nação tomada em conjunto.
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13
Conseqüências desagradáveis surgiram com a independência, como o não reconhecimento de países
como os Estados Unidos. Além disso, houve a outorgação da Carta Constitucional em 1824 por Dom Pedro I,
após a dissolução da Assembléia Constituinte.
Inúmeros protestos surgem no Brasil contra a monarquia, contra o absolutismo, culminando na
abdicação de Dom Pedro I em 1831, passando a fase política do Segundo Reinado. A ética continua
escanteada, pois o seu papel na sociedade política é secundário, talvez até desconhecido. Nesse período,
tivemos proclamado primeiro Regente Dom Pedro II que tinha cinco anos de idade. Depois vieram as
Regências Trinas e, já no final desse período, a Regência Una exercida por Feijó.
Porém, em 1832, Dom Pedro II retoma o poder, e dessa vez, como Imperador. Seu segundo reinado
dura quarenta e nove anos.
O escravismo viu o seu fim em 1888 nos últimos anos de Império (derrubado em 1889) com a Lei
Áurea.
A República foi instaurada em 1889 e vai até 1964. Podemos dividir essa fase em:
1) de 1889 a 1894, a República dos Marechais; 2) de 1894 a 1930, da convencional retomada do poder
pelas oligarquias ao início de ruptura, de 1922 a chamada Revolução de 1930; 3) de 1930 a 1937, uma grande
virada, com o governo de Vargas, primeiro como ditadura, depois constitucional, com a pregação das
ideologias de direita e esquerda; 4) de 1937 a 1945, o Estado Novo com o corporativismo de Vargas; 5) de
1945 a 1964, (subdividido) com o interregno presidencial de 1949 a 1950, incluindo com a volta de Vargas à
presidência, agora eleito, e de 1955 a 1964, com a chamada Era JK, de 1956 a 1961, completada com a
instabilidade e a crise de 1961 a 1964, quando a chefia do Estado se conduz com insegurança e termina com o
Golpe Militar de 1964, que depõe o governo e instaura outra ordem, na alegada revolução regeneradora dos
militares. (IGLÉSIAS,1993, p.193)13.
Assim, concluímos que as movimentações políticas do país, em geral, não levaram em conta a vontade
da maioria da população. É um poder antiético e elitista, centrado no acúmulo de poder político-econômico
nas mãos de poucos cidadãos para o beneficiamento da mesma massa populacional.
10. CONDUTAS E POSTURAS POLÍTICAS NO BRASIL
Desde o início da República no Brasil, o poder é exercido pelas elites do país e para essas elites.
Durante a República Velha (1889 - 1930) acertada a indicação [para a presidência], contudo, isso já equivalia
à eleição, de vez que os governos estaduais tinham poder para dirigir as eleições e não hesitavam em
manipular os resultados para enquadrá-los nos seus arranjos pré-eleitorais. Com o apoio dos líderes políticos
de um número de estados suficiente para assegurar a maioria eleitoral, e o candidato indicado, amparado pelo
regime vigente, temia muito pouco a derrota. À medida que o século XX avançava e as cidades cresciam, a
manipulação do eleitorado tornava-se mais difícil. Mas os resultados nas cidades ainda podiam ser
neutralizados pelos 'currais' eleitorais dos chefões do interior (conhecidos como "coronéis"), que governavam
seus domínios patriarcais com mão de ferro. Se bem que o sistema político de coronelismo estivesse em
declínio, como resultado das mudanças econômicas que minavam a tradicional estrutura econômica do
atrasado interior brasileiro, ainda era considerado como um fator importante durante as negociações pré-
eleitorais de 1929. (SKIDMORE, 1982, p.21-22)14.
Dessa forma, apesar de nas eleições de 1929 Júlio Prestes ter sido o candidato à presidência mais
votado, não pode tomar posse. Era mais interessante, do ponto de vista político, que o candidato derrotado,
Getulio Vargas, exercesse o poder para garantir que a elite brasileira (composta naquela época principalmente
por cafeicultores) continuaria sendo privilegiada.
Essa política de apadrinhamento e coronelismo decorre até os dias de hoje. O coronelismo ocorre
principalmente nas cidades do interior onde a população é mais pobre e carente, tornando-se mais facilmente
manipulada.
Os "coronéis" utilizam-se da máquina do poder e da boa fé dos cidadãos para garantir à população
residente em seu domínio eleitoral uma educação básica de péssima qualidade, não permitindo a esse povo
perceber o seu estado de absoluta alienação.
13 IGLÉSIAS, Francisco. Trajetória política do Brasil: 1500-1964. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras,
1993. 14 SKIDMORE, Thomas. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco. 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982
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14
Realizam alguma obra em favor da população através da troca de favores: o beneficiamento social X o
voto. Por não perceberem essa manipulação, os "coronéis" são vistos pelos eleitores como os "bons homens",
"aqueles que fazem tudo por nós". Pura ilusão. Não há por que pensar e agir eticamente se dessa forma não
haverá retorno financeiro.
Na década de 30 já era evidente a marginalização da sociedade e a discrepância social entre as
diferentes camadas populacionais, aumentando cada vez mais o imenso abismo social hoje existente.
A elite brasileira permaneceu diretamente no poder durante toda a república (de 1930 a 1964) nos
governos de Getúlio Vargas, Dutra, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart, pois estes
presidentes não lutaram efetivamente pelo bem-estar, igualdade, moradia, educação e saúde para a população.
Ao contrário, fortaleciam o poder da minoria populacional mais rica.
Após o Golpe Militar (1964), apoiado pela elite, com a passagem dos presidentes Castelo Branco,
Costa e Silva, Médici, Geisel, Figueiredo e Tancredo Neves, percebemos que as diferenças sociais não foram
cuidadas nesse período.
As várias políticas econômicas utilizadas no referido momento histórico contribuíram em grande
escala para vastos períodos de recessão e o conseqüente empobrecimento da população.
Não havia uma preocupação ética com a população. O próprio Golpe Militar foi uma ação antiética,
pois privou toda a população de usufruir dos seus direitos individuais, como o direito de ir e vir, o direito a
liberdade de expressão, dentre outros, além da repressão política sofrida pela população em geral.
CONCLUSÃO15 Conforme pudemos observar acima, o processo político brasileiro, desde o seu início, não se
preocupou na prática com princípios éticos e sociais durante a formação da sociedade. Dessa forma, formou-
se uma sociedade patriarcal, com uma população pobre, destinada a viver na miséria, e com uma cultura
individualista que reflete em todas as áreas de atuação populacional.
De tão acostumado com escândalos políticos, os brasileiros pouco se comovem, e continuam estáticos
em relação a todos os impasses provocados pelas políticas elitistas dos governantes.
Apesar de a população a cada dia tornar-se mais pobre, não é capaz de transformar ou proporcionar um
maior esclarecimento sobre os deveres ético-políticos dos governantes. Além desses, parece que a população
em geral também está se esquecendo dos valores e princípios éticos que todos devem seguir e respeitar.
Talvez esteja indiferente.
Só conseguiremos mudar essa realidade quando houver garantia à população de uma boa educação, o
que trará consciência e resultados éticos muito mais satisfatórios que os presenciados atualmente, pois não se
aprende mais a ética durante o período escolar. Deve ser pressuposta na medida em que se torna indispensável
para a convivência entre os homens.
Essa realidade deve ser repensada, pois sem a junção entre a ética e a política, não poderemos viver em
um país solidário e humano, que lute pela igualdade entre as inúmeras camadas sociais hoje existentes. Da
forma que nossa sociedade está de conduzindo, a medida que os anos passam, o caos social irá aumentar
gradativamente e chegará a um ponto em que a vida, a interação social entre os homens será impossível.
11. Ética e violência
Quando acompanhamos a história das idéias éticas, desde a Antiguidade clássica (greco-romana) até
nossos dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios para
evitá-la, diminuí-la, controlá-la. Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores
éticos como padrões de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que
pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo social.
Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram e nem definem a violência da mesma
maneira, mas, ao contrário, dão-lhe conteúdos diferentes, segundo os tempos e os lugares. No entanto,
malgrado as diferenças, certos aspectos da violência são percebidos da mesma maneira, nas várias culturas e
sociedades, formando o fundo comum contra o qual os valores éticos são erguidos. Fundamentalmente, a
15Outras referências sobre o assunto podem ser encontradas em : MAAR, Wolfgang Leo. O que é política. 16. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1994.NOVAES, Adauto. Ética. 8. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.SARTORI, Giovanni. A política. 2. ed.
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1997.________ Brasil: de Castelo a Tancredo. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1988.TUGENDHAT, Ernest. Lições sobre ética. 5. Ed. Petrópolis: Vozes, 2003.WEIL, Pierre. A nova ética. 4. ed. Rio de Janeiro:
Rosa dos Tempos, 2002.
Criado por †ЯR ø תąℓ₫ø†
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violência é percebida como exercício da força física e da coação psíquica para obrigar alguém a fazer alguma
coisa contrária a si, contrária aos seus interesses e desejos, contrária ao seu corpo e à sua consciência,
causando-lhe danos profundos e irreparáveis, como a morte, a loucura, a auto-agressão ou a agressão aos
outros.
Quando uma cultura e uma sociedade definem o que entendem por mal, crime e vício, circunscrevem
aquilo que julgam violência contra um indivíduo ou contra o grupo. Simultaneamente, erguem os valores
positivos – o bem e a virtude – como barreiras éticas contra a violência.
Em nossa cultura, a violência é entendida como o uso da força física e do constrangimento psíquico
para obrigar alguém a agir de modo contrário à sua natureza e ao seu ser. A violência é a violação da
integridade física e psíquica, da dignidade humana de alguém. Eis por que o assassinato, a tortura, a injustiça,
a mentira, o estupro, a calúnia, a má-fé, o roubo são considerados violência, imoralidade e crime.
Considerando que a humanidade dos humanos reside no fato de serem racionais, dotados de vontade
livre, de capacidade para a comunicação e para a vida em sociedade, de capacidade para interagir com a
Natureza e com o tempo, nossa cultura e sociedade nos definem como sujeitos do conhecimento e da ação,
localizando a violência em tudo aquilo que reduz um sujeito à condição de objeto. Do ponto de vista ético,
somos pessoas e não podemos ser tratados como coisas. Os valores éticos se oferecem, portanto, como
expressão e garantia de nossa condição de sujeitos, proibindo moralmente o que nos transforme em coisa
usada e manipulada por outros.
A ética é normativa exatamente por isso, suas normas visando impor limites e controles ao risco
permanente da violência.
12. ENTREVISTA:
É possível reduzir a violência e aumentar a segurança16
Apontado por muitos como o maior problema social que enfrentamos hoje, a violência assusta e inibe as
pessoas na convivência social. Alguns resolvem seu problema contratando seguranças particulares, câmeras de
vídeo, portões eletrônicos...
Mas e a grande maioria da população que depende da segurança pública? Conforme Melina Risso17,
algumas iniciativas já estão dando fruto, através da ação da sociedade organizada.
Mundo Jovem: É possível acabar com a violência no Brasil?
Melina Risso: Entendemos a violência como um fenômeno multicausal. Portanto não existe uma solução
mágica. Em nenhum lugar imaginamos que, se fizer isto, vai resolver o problema. O que temos observado em
São Paulo, por exemplo, é que vários fatores contribuíram para diminuir a violência. Primeiro, houve um
investimento muito grande na polícia, um investimento na formação, na inteligência, na informação para
qualificar a ação da polícia. E uma segunda coisa que temos observado é um incremento das ações da
sociedade civil: projetos sociais em locais com índice de alta vulnerabilidade, projetos focados e
principalmente com um público bastante afetado, que é o público jovem. Podemos apontar também um
envolvimento das prefeituras que têm uma ação preventiva. Em alguns lugares a sensação de segurança é
gerada por questões urbanas, de investimento de infra-estrutura urbana. E isto é função da prefeitura.
Quando a prefeitura trabalha junto com o estado e o governo federal, a gente consegue resultados mais
substanciais para a redução da criminalidade. Portanto uma série de coisas compõem este conjunto que reduz
os homicídios em São Paulo. Este ano, pela primeira vez, devemos estar chegando na faixa de dez homicídios
16 Publicada na edição nº 393, fevereiro de 2009 da Revista Mundo Jovem In:
http://www.revistamundojovem.com.br/entrevista-02-2009.php 17Melina Risso, diretora de desenvolvimento institucional da ONG Sou da Paz, em São Paulo. Endereço
eletrônico: soudapaz@soudapaz.org Site: www.soudapaz.org
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por cem mil habitantes, que é considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde. É um trabalho
longo, intenso, que acontece desde 1995.
Mundo Jovem: A lei de controle de armas também favoreceu?
Melina Risso: Exatamente. No Brasil os homicídios aconteciam e acontecem prioritariamente com armas de
fogo. As medidas de controle deste fator de risco são fundamentais para a redução dos índices. Diversos
estudos mostram que este foi um fator para a gente chegar aos índices de hoje.
Mundo Jovem: Em geral pensa-se que segurança pública é papel exclusivamente do Estado. As parcerias
com as organizações sociais da sociedade civil também podem contribuir?
Melina Risso: Essas parcerias não são só importantes, eu diria, mas determinantes. Aqui no Instituto Sou da
Paz há algum tempo ampliamos a visão sobre segurança. Não entendemos a questão da segurança do ponto de
vista da repressão, que fica na mão da polícia, do sistema penitenciário. Isto sim está na responsabilidade do
governo do estado. Mas trabalhamos nos dois âmbitos, qualificando uma repressão, mas investindo muito em
prevenção.
Se não, vamos ficar sempre nas políticas que chamamos de enxugar gelo: sempre tratando do caso, mas
sem conseguir resolver.É preciso tratar da questão antes de ela começar. Por isso os processos de prevenção
são fundamentais. E aí entra um papel das prefeituras e das organizações sociais. Quando se começa a fazer o
trabalho focado, territorializado, consegue-se mensurar os resultados de curto, médio e longo prazo.
Mundo Jovem: Vocês criaram o projeto Polícia Cidadã. Como ele funciona?
Melina Risso: É um prêmio que aposta na perspectiva da valorização das boas iniciativas policias que não
têm visibilidade. Tudo o que aparece na mídiaé o mau policial, o policial corrupto, o policial violento. A nossa
aposta é de que já existe uma boa polícia em funcionamento e portanto precisamos dar visibilidade a ela.
Em 2003 lançamos o projeto, voltado para as três polícias de São Paulo: a militar, a civil e a técnico
científica. E temos resultados muito bacanas do projeto como um todo. Durante suas três edições já foram
premiados mais de 150 policiais e descobrimos muitas coisas bacanas que estão acontecendo na polícia.
Mundo Jovem: Como que funciona o prêmio?
Melina Risso: O policial conta pra gente de um problema de segurança pública que ele teve e como é que ele
resolveu. A partir daí isso é analisado por uma banca, por um comitê de avaliação independente. Esse comitê
seleciona 50 ações finalistas, que recebem uma visita para checar a veracidade das informações, das ações e o
que deu de resultado.
A partir daí volta para a comissão avaliadora, que seleciona esses processos, as ações vencedoras. Todos
esses policiais têm uma avaliação do seu histórico como policial, porque estamos buscando aqui bons
policiais. Então a corregedoria da polícia também dá um parecer sobre o policial. E a partir daí fazemos uma
grande ação de disseminação e da premiação na Sala São Paulo, onde entregamos um reconhecimento e o
policial ganha seis mil reais em dinheiro. Além disso, através de uma parceria com a Faculdade IBETEA, ele
pode escolher um curso de tecnólogo.
Mundo Jovem: Este tipo de ação pode ajudar a diminuir a violência?
Melina Risso: Sem dúvida, precisamos aproximar a população da polícia como um todo, usando ações de
inteligência, de uma polícia mais preventiva, não só repressiva. Nesse contexto todo, consegue-se reduzir a
situação de violência que vivemos.
Mundo Jovem: O Ministério da Justiça está falando de uma polícia de proximidade. Este projeto parece ter
Criado por †ЯR ø תąℓ₫ø†
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esta visão...
Melina Risso: No nosso projeto falamos em polícia comunitária. Uma polícia mais próxima da comunidade
consegue ter mais informação, aproxima a comunidade da polícia e reduz a sensação de insegurança. Sempre
defendemos uma polícia mais próxima da comunidade. Afinal de contas, a segurança pública é um direito,
então o policial está ali para garantir o direito da população.to todo, consegue-se reduzir a situação de
violência que vivemos.
Mundo Jovem: Como você avalia o sistema carcerário do Brasil?
Melina Risso: Antes de discutir o sistema carcerário talvez devêssemos discutir a política de encarceramento,
que tem aumentado cada vez mais. Só a política de encarceramento, aumentando as penas etc., historicamente,
não tem dado resultado no país. A redução da idade penal também não é solução. Encarceramento, aumento
de prisões a qualquer custo, por qualquer coisa... isso não resolve o problema. E vamos vendo todos os
processos que acontecem, desde as facções de crimes organizados que se formam dentro dos presídios, até as
rebeliões que acontecem dentro do sistema. Então é preciso uma profunda reavaliação de como é que estamos,
não só o sistema carcerário, mas a política de encarceramento.
Defendemos uma racionalidade em relação às penas. Quando o crime é grave, aí precisa ter privação de
liberdade etc., mas não para todos os crimes. As penas alternativas, em muitas situações, são bem mais
eficazes.tema carcerário, mas a política de encarceramento.
Mundo Jovem: Também dizem que cadeia é só pra pobre...
Melina Risso: Sem dúvida nenhuma, a prisão hoje é para pobre. Quando fazemos uma avaliação da
população carcerária, isto está colocado. Mas temos visto ultimamente algumas ações de inteligência, que
punem com prisão também outro tipo de crimes. Mas é um processo que precisamos acompanhar e entender
que a justiça é para todo mundo. A justiça num país não pode ser para quem tem dinheiro e quem consegue
pagar um bom advogado. A gente precisa ter um sistema de justiça justo, que funcione de uma maneira igual
para todo mundo.
Parem de criminalizar o jovem!18
O Brasil possui hoje cerca de 10 milhões de jovens, de 15 a 24 anos, fora da escola e do emprego. É
praticamente a população de um país como Portugal ou Suécia. É muito difícil pensar um futuro possível para
o nosso país sem o pacto da sociedade com os governos, com todas as instituições para o resgate de políticas
públicas de integração dessa juventude.
Sabemos também que o nosso país é o que mais mata jovens, no mundo. E os jovens são também os que
mais matam e os que mais morrem. Isso se alia à questão do descontrole das armas. Todos os dias, no Brasil,
pelo menos 100 pessoas são assassinadas por armas de fogo. Somos os campeões mundiais de assassinato por
armas de fogo.
Nós entendemos que a arma funciona como um vírus, como um vetor da epidemia da violência. Claro que
o ser humano é agressivo. Ele tem uma parte violenta, mas o acesso à arma de fogo potencializa muito mais a
violência letal. Você matar uma pessoa com uma faca ou outro instrumento é muito mais difícil do que com
uma arma de fogo. Nós sabemo que a arma de fogo colabora enormemente com a progressão geométrica e o
crescimento da nossa violência. Em países onde há controle de armas, onde é proibida a posse e o porte, o
índice de morte violenta é bem menor.
18 André Porto, da ONG Viva Rio, coordenador do Projeto Caravana, comunidade segura, Rio de
Janeiro, RJ.Endereço eletrônico: andre@vivario.org.br Site: www.vivario.org.br
Criado por †ЯR ø תąℓ₫ø†
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Há uma estimativa da Polícia Federal de que existem pelo menos 17 milhões de armas em circulação no
nosso país. É quase uma arma para cada 10 cidadãos. E é uma ilusão achar que a arma é um elemento de
segurança. É provado por estatísticas científicas internacionais que se você reage a um assalto, a uma invasão
da sua casa, você tem 17 vezes mais chance de ser morto ou gravemente ferido.
Acho que a campanha pelo desarmamento conseguiu mudar um pouco a percepção, a consciência do
brasileiro de que a arma seja um grande objeto de segurança. Basta colocar aí uma série de estatísticas sobre
acidentes em casa, sobre crimes passionais. Se não tivesse uma arma ali à disposição, não teriam ocorrido.
Poderia gerar um soco no olho, uma surra, mas não um assassinato.
Agora, em relação aos jovens, há de fato um envolvimento direto deles na maioria dos crimes, mas é muito
importante termos o cuidado para não ficar reproduzindo este sensacionalismo da mídia, colocando o jovem
sempre como o algoz, como o grande problema da violência no Brasil. O jovem é justamente o futuro, a
promessa. É muito perigosa essa criminalização da juventude do nosso país.
Nós entendemos que é da nossa cultura o brasileiro gostar de criança. Ele faz o que pode para ajudar as
crianças. E isso se reflete nas políticas públicas. Daí que 94% das crianças estão matriculadas nas escolas. Por
outro lado, não gostamos do adolescente, do jovem. O adolescente é sinônimo de problema. Essa é uma
questão cultural, que é muito importante ser transformada. Que a sociedade encare o desafio da inserção do
jovem, da inclusão do jovem, para a humanização do atendimento a esse adolescente, a esse jovem.
13 Vossa Excelência
Titãs
Composição: P. Miklos, T. Bellotto, C.Gavin
Estão nas mangas
Dos Senhores Ministros
Nas capas
Dos Senhores Magistrados
Nas golas
Dos Senhores Deputados
Nos fundilhos
Dos Senhores Vereadores
Nas perucas
Dos Senhores Senadores...
Senhores! Senhores! Senhores!
Minha Senhora!
Senhores! Senhores!
Filha da Puta! Bandido!
Corrupto! Ladrão! Senhores!
Filha da Puta! Bandido!
Senhores! Corrupto! Ladrão!...
Sorrindo para a câmera
Sem saber que estamos vendo
Chorando que dá pena
Quando sabem que estão em cena
Sorrindo para as câmeras
Sem saber que são filmados
Um dia o sol ainda vai nascer
Quadrado!...
Estão nas mangas
Dos Senhores Ministros
Nas capas
Dos Senhores Magistrados
Nas golas
Dos Senhores Deputados
Nos fundilhos
Dos Senhores Vereadores
Nas perucas
Dos Senhores Senadores...
Senhores! Senhores! Senhores!
Minha Senhora!
Bandido! Corrupto
Senhores! Senhores!
Filha da Puta! Bandido!
Corrupto! Ladrão! Senhores!
Filha da Puta! Bandido!
Corrupto! Ladrão!...
-"Isso não prova nada
Sob pressão da opinião pública
É que não haveremos
De tomar nenhuma decisão
Vamos esperar que tudo caia
No esquecimento
Aí então!
Faça-se a justiça!"
Sorrindo para a câmera
Sem saber que estamos vendo
Chorando que dá pena
Quando sabem que estão em cena
Sorrindo para as câmeras
Sem saber que são filmados
Um dia o sol ainda vai nascer
Quadrado!...
-"Estamos preparando
Vossas acomodações
Excelência!"
Filha da Puta!
Bandido! Senhores!
Corrupto! Ladrão!
Filha da Puta!
Bandido! Corrupto! Ladrão!
Filha da Puta!
Bandido! Corrupto! Ladrão!
Filha da Puta!
Bandido! Corrupto! Ladrão!...
14 .Se gritar pega ladrão
Bezerra da silva
Composição: Bezarra da Silva
Se gritar pega ladrão
Não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão
Não, não fica um
Se gritar pega ladrão
Não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão
Não, não fica um...
Você me chamou
Para esse pagode
E me avisou
Aqui não tem pobre
Até me pediu
Prá pisar de mansinho
Porque sou da cor
Eu sou escurinho...
Aqui realmente
Está toda nata
Doutores, senhores
Até magnata
Com a bebedeira
E a discussão
Tirei a minha conclusão...
Se gritar pega ladrão
Não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão
Não, não fica um
Se gritar pega ladrão
Não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão
Não, não fica um...
Lugar meu amigo
É minha baixada
Que ando tranqüilo
E ninguém me diz nada
E lá camburão
Não vai com a justiça
Pois não há ladrão
E é boa a polícia...
Lá até parece
A Suécia bacana
Se levam o bagulho
Se deixa a grana
Não é como esse
Ambiente pesado
Que você me trouxe
Para ser roubado...
ATIVIDADE 01 1. Faça uma interpretação do poema “receita pra se fazer um herói”.
2. Faça uma interpretação do poema “só de sacanagem”.
3. Explique a frase “sei que não dá para mudar o começo, mas, se a gente quiser. Vai dar para mudar o final”.
4. Por que a ética pode ser entendida como o mundo das relações intersubjetivas?
5. Qual a relação entre Amizade, crueldade e ética?
6. O que é ser o sujeito de minhas próprias experiências?
7. Diferencie autonomia de heteronomia.
8. Cite 4 exemplo de benefícios gerados pela ciência à humanidade.
9. Cite 4 exemplo de malefícios gerados pela ciência à humanidade.
10. Qual o risco que as corporações empresariais e militares oferecem no campo da ciência?
11. Explique a responsabilidade moral e os limites do conhecimento genético contemporâneo
12. Cite dois exemplos de problemas morais nessa questão.
13. Explique as questões éticas sobre o controle da hereditariedade.
14. Cite dois exemplos de problemas morais nessa questão(controle da hereditariedade)
15. Com relação a eugenia e ao destino biológico explique como resolver tal problema sem impedir que a ciência
continue gerando benefícios ao ser humano? Cite os maiores problemas gerados pela eugenia e pelo destino
biológico.
16. Resumo da pagina 01 a 10
ATIVIDADE 02 1. Qual a relação entre ética ciência? Explique.
2. Qual a relação entre ética, ciência e filosofia?
3. Por que o homem ético precede o profissional ético?
4. Faça a distinção de ciência e não-ciência.
5. Defina ciência
6. Qual a relação entre ética e política?
7. Qual a relação entre indivíduo e sua cidade na relação da moral política segundo Platão?
8. Quais são os princípios do bom governante segundo Maquiavel?
9. Para Maquiavel “é melhor ser Temido do que Amado”. Explique a frase.
10. Qual a relação entre ética e violência?
11. Defina os constituintes do campo ético
12. Além do sujeito moral e dos valores ou fins morais, o que constitui o campo ético?
13. Explique a frase” os fins justificam os meios!”
14. Por que se diz que vivemos uma crise de ética na política?
15. Qual a relação entre a crise de ética na política e a justificação dos meios pelos fins?
16. Descreva o atual panorama políticos do Brasil
17. Explique, como se deu o processo político de constituição do Brasil?
18. Quais foram as condutas e posturas políticas adotadas durante a história do Brasil?
19. É possível reduzir a violência e aumentar a segurança? Explique como.
20. Explique, como tornar ética a política do atual Brasil?
21. Resumir página 11 a 17