Post on 03-Jan-2016
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 1
1 – LOCALIZAÇÃO:
Características Gerais:
O Brasil está situado na parte centro-oriental da América
do Sul Possui uma superfície de 8.547.403,5 Km², conforme o
Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). O Equador e o
Trópico Capricórnio são os dois paralelos que atravessam o Brasil,
o Trópico de Capricórnio atravessa:
o o sul de São Paulo,
o o norte do Paraná
o sul de Mato Grosso do Sul.
Estes Estados pertencem às regiões (Sudeste, Sul, e
Centro-Oeste).
O Equador passa exatamente em Macapá (AP); o Equador
faz com que o Brasil se localize nos dois hemisférios:
o sul (maior parte 93%,).
o norte (menor parte 7%).
O Brasil em relação aos demais países do globo é o quinto
em extensão, apenas superado pela:
o Rússia,
o o Canadá,
o a China
o os Estados Unidos (terras descontínuas).
Em terras contínuas, o Brasil é o quarto do mundo,
superando os Estados Unidos em Razão do Alasca e Havaí,
estados descontínuos dos E.U. A.
O Brasil é o maior país da América do Sul, o terceiro do
Continente Americano e o 5º do mundo.
Compõe-se de 27 unidades políticas, sendo 26 estados e o
Distrito Federal, onde se localiza Brasília, a capital do país.
MAIORES PAÍSES DO MUNDO EM EXTENSÃO TERRITORIAL
2 - LIMITES
O Brasil se se limita:
o AO NORTE com a Venezuela, Guiana, Suriname e
Guiana Francesa,
o AO SUL com o Uruguai,
o A NOROESTE com a Colômbia,
o A OESTE com o Peru e a Bolívia,
o A SUDOESTE com a Argentina e Paraguai,
o A NORDESTE, A LESTE E A SUDESTE com o
Oceano Atlântico.
o CHILE E EQUADOR são os dois únicos países da
América do Sul que não fazem fronteira com o
Brasil.
o Os dois países de menor fronteira são Suriname
(593Km) e a Guiana Francesa (655 Km).
o Os dois países de maior fronteira com nosso país
são Bolívia (3.126 Km) e Peru (2.995 Km).
O Brasil é um país marítimo, pois é banhado a leste
pelo importante Oceano Atlântico (7.367 Km de litoral),
possuindo extensa Plataforma Continental.
FRONTEIRAS BRASILEIRAS
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 2
3 – PONTOS EXTREMOS
AO NORTE – nascente do rio Ailã, na Serra do
Caburaí (RR).
AO SUL – arroio Chuí (RS)
A LESTE – Ponta Seixas, no Cabo Branco (PB).
A OESTE – Serra da Contamana ou Divisor (AC)
4 – FUSOS HORÁRIOS
Pela sua extensão territorial no sentido leste-oeste
(4.320 Km), nosso país é cortado por três fusos horários,
havendo três horários diferentes:
FUSO 1 – compreende as Ilhas de Fernando de
Noronha, Trindade e Martim Vaz, e os penedos de São
Pedro e São Paulo.
FUSO 2 – abrange todos os Estados litorâneos, os
Estados do Amapá, Tocantins, Minas Gerais e Goiás, o
Distrito Federal e o Estado do Pará.
FUSO 3 – inclui os Estados de Roraima, Rondônia, Mato
Grosso do Sul, Mato Grosso, Amazonas e o Acre.
O Brasil tem sua hora diminuída de duas a quatro horas
em relação à hora de Londres, pois se encontra a oeste de
Greenwich (meridiano inicial ). O mais importante fuso horário
do Brasil é o 3 pois abrange todas as capitais litorâneas.
ATUAL FUSO HORÁRIO BRASILEIRO
5 - RELEVO BRASILEIRO
O relevo brasileiro está dividido em dois grandes
sistemas:
Planalto das Guianas (Parima), junto à fronteira Norte.
Planalto Brasileiro, ao sul da Planície Amazônica.
Ambos estão separados pela Planície Amazônica e
são constituídos por terrenos antigos (Era Primária),
desgastados pela erosão e formados principalmente de
granitos e gnaisses, que constituem o Complexo Cristalino
Brasileiro. O vasto Planalto Brasileiro compreende quatro
divisões:
o Planalto Nordestino ou da Borborema.
o Planalto Atlântico ou Oriental.
o Planalto Central.
o Planalto Meridional.
As Planícies são:
o Amazônica
o Litorânea ou Costeira
o Paraguaia ou Pantanal
o Gaúcha ou Pampa
O Planalto das Guianas está dividido em:
o serras orientais (menores altitudes)
o serras ocidentais (maiores altitudes)
Observação importante: As serras orientais e ocidentais do
planalto das Guianas são separadas pela “Depressão do Pirara.”
Apresenta uma das partes mais elevadas e escarpadas
do relevo, onde existem várias serras: Tumucumaque, Imeri,
Acaraí, Pacaraima, Parima e Navio.
Neste Planalto encontramos importantes elevações do
relevo brasileiro:
o Pico da Neblina,
o Pico 31 de Março
o Monte Roraima.
O Pico da Neblina, localizado no norte do Amazonas, na
Serra do Imeri, é o ponto mais alto do Brasil com 2993,78 metros
de altitude (medição revista por satélite/GPS pelo IBGE em
20041).
Dá nome ao Parque Nacional do Pico da Neblina, onde
está situado. Localiza-se no município de Santa Isabel do Rio
Negro, mas a cidade mais próxima é São Gabriel da Cachoeira.
O segundo ponto mais alto situa-se a meros 687 metros da
fronteira com a Venezuela no Pico 31 de Março (altitude de
2972,66 m), conforme determinado por uma comissão
demarcadora de fronteiras em 1962.2
O Pico da Neblina está localizado na Serra do Imeri. O
Monte Roraima, com 2.875 metros no Estado do mesmo nome, é
o quarto ponto mais alto do Brasil.
Os pontos culminantes do Brasil, em ordem decrescente,
são:
o 1º – Pico da Neblina (2993,7 metros)
o 2º – Pico 31 de Março (2.972,66 metros)
o 3º – Pico da Bandeira (2.891,98 metros)
o 4º – Monte Roraima (2.875 metros)
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 3
O Planalto Nordestino divide-se
em Arcos Maranhenses (Penitente, Tiracambu, Alpercatas) e
Chapadas Nordestinas.
A forma característica do relevo sã as Chapadas:
o Apodi (RN),
o Baturité e Araripe (CE),
o Ibiapaba (PI),
o Borborema (RN, PB, PE, AL),
o Mangabeiras (MA).
O Pico Alto 1.115metros, na Chapada do Baturité, é o
ponto culminante do Planalto Nordestino.
A semiaridez do sertão nordestino está relacionada à
presença do Planalto da Borborema, que impede a penetração de
massas úmidas do litoral em direção ao interior, provocando
somente chuvas próximo ao litoral.
O Planalto do Maciço Atlântico é formado, dentre outras,
por importantes serras como a da Mantiqueira e a do Mar.
A Serra do Espinhaço está localizada Quadrilátero
Central.
A Serra do Mar aparece junto à orla litorânea e se
alonga do Estado do Rio de Janeiro ao Rio Grande do
Sul.
A Serra do Mar está separada da Serra da Mantiqueira
pelo vale do Rio Paraíba do Sul.
PLANALTO CENTRAL
O Planalto Central é constituído por rochas sedimentares e
cristalinas. (do Pré-Cambriano) que alternam com terrenos
sedimentares do Paleozoico e do Mesozoico. Apresenta uma
topografia regular e domina a Região Centro-Oeste do Brasil. A
forma característica do relevo são imensos “tabuleiros” ou
chapadões com altitude entre 500/900 metros.
Exemplos:
Chapadas dos Parecis (divisor de águas da bacia
Amazônica e Platina)
Chapada dos Guimarães,
Serra dos Pacaás Novos,
Chapada dos Veadeiros
Espigão Mestre (divisor de águas dos rios São Francisco
e Tocantins).
O Espigão Mestre (divisa Goiás Bahia) é uma importante
elevação do Planalto Central, que tem como ponto culminante o
Morro Alto (1.678 metros), na Chapada dos Veadeiros (em
Goiás).
PLANALTO MERIDIONAL
(PLANALTO ARENITO-BASALTO)
O planalto Meridional recobre a maior parte do território
da região Sul, alternando extensões de arenito com outras
extensões de basalto. O basalto é uma rocha de origem vulcânica
responsável pela formação de solos de terra roxa, que são bastante
férteis.
Na região Sul, excluindo-se o norte e oeste do Paraná, são
poucas as áreas que possuem tais solos, pois muitas vezes as
rochas basálticas são recobertas por arenitos.
O Planalto Meridional é constituído por:
terrenos cristalinos, que correspondem ao 1º degrau
(Serra do Mar).
terrenos sedimentares que correspondem ao 2º
degrau (“cuestas”).
terrenos basálticos que correspondem ao 3º degrau
(“trapp”).
O derrame de lençóis e sua decomposição em clima
tropical deu origem a um solo rico:
a terra roxa.
O ponto culminante do Planalto Meridional é o
Morro da Igreja (1.870 metros), na Serra Geral, em Santa
Catarina.
“Coxilhas” são as pequenas ondulações da Serra
Geral, que aparecem no final do Planalto Meridional (no
território gaúcho): Santana, Haedo, São Martinho e Grande.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 4
PLANALTOS PLANÍCIES DEPRESSÕES
01 Planalto da Amazônia Oriental 12 Depressão da Amazônia Ocidental 23 Planície do Rio Amazonas
02 Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaiba 13 Depressão Marginal Norte-Amazônica 24 Planície do Rio Araguaia
03 Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná 14 Depressão Marginal Sul-Amazônica 25 Planície e Pantanal do Rio
04 Planalto e Chapada dos Parecis 15 Depressão do Araguaia 26 Planície e Pantanal Mato-grossense
05 Planaltos Residuais Norte-Amazônicos 16 Depressão Cuiabana 27 Planície da Lagoa dos Patos e Mirim
06 Planaltos Residuais Sul-Amazônicos 17 Depressão do Alto Paraguai-Guaporé 28 Planícies e Tabuleiros Litorâneos
07 Planaltos e Serras do Atlântico-Leste-Sudeste 18 Depressão do Miranda
08 Planaltos e Serras de Goiás-Minas 19 Depressão Sertaneja e do São Francisco
09 Serras Residuais do Alto Paraguai 20 Depressão do Tocantins
10 Planalto da Borborema 21 Depressão Perif. da Borda Leste da Bacia do Paraná
11 Planalto Sul-Rio-grandense 22 Depressão Periférica Sul-Rio- grandense
6- CLIMA BRASILEIRO
O clima é o comportamento normal ou a sucessão
habitual do tempo (meteorológico) durante o ano.
Tipos de clima:
Quanto à temperatura: quente, temperado e frio.
Quanto à umidade: superúmido, úmido, subsumido,
semiárido, árido (seco).
6.1 - TROPICAL
Tropical: duas estações bem definidas uma chuvosa
e quente (no verão) e outra seca com temperatura
mais amena (inverno) Temperatura média anual
entre 20ºC e 25ºC. Maior ocorrência no Brasil
central.
Tropical Atlântico: com chuvas no inverno, na zona
litorânea. Ocorrência, litoral do Rio Grande do Norte até
o Rio Grande do Sul. Sua vegetação é a Mata Atlântica.
Tropical de Altitude: Temperatura amena, chuvas bem
distribuídas. Ocorrência, Minas Gerais, Espírito Santo,
Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná
6.2 - CLIMA EQUATORIAL
Apresenta as seguintes características:
temperaturas elevadas;
chuvas abundantes durante todo o ano, com 3.000 mm
de chuvas:
reduzida amplitude térmica anual (diferença entre o mês
mais quente e o mês mais frio).
A vegetação corresponde a Floresta Equatorial.
O fenômeno da “friagem” se faz sentir na Planície
Amazônica: é uma queda brusca da temperatura, quando a
região é atingida por massa fria do polo sul.
6.3 - SEMIÁRIDO
Temperaturas elevadas, seca, chuvas irregularmente
distribuídas ( com longos períodos de estiagem). A vegetação
correspondente é a caatinga. Ocorrência no Sertão Nordestino,
vale médio do Rio São Francisco e norte de Minas Gerais
(Polígonos das Secas).
6.4- SUBTROPICAL
As quatro estações do ano são bem definidas, temperatura
amena, chuvas bem distribuídas, alcançando no inverno as
temperaturas mínimas do país. Sua vegetação correspondente é a
Floresta Subtropical (dos Pinhais) ou Mata Araucária.
Ocorrência: Planalto Meridional, (região Sul),
abrangendo os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul.
O Brasil é um país de clima quente, portanto, um país
tropical. As médias térmicas anuais, em nosso país, variam de
13ºC no Sul a 35ºC no Nordeste. Os extremos de temperatura já
registrados são:
máxima de 44ºC, em Paratinga, na Bahia,
a mínima de 14ºC abaixo de zero, em São Francisco de
Paula,
Os extremos de pluviosidade são:
Serra do Mar, SP (Itapanhaú), com mais de 4.500
mm,
Sertão da Paraíba, (Cabaceiras) “polígono das secas”
onde chove menos de 280 mm por ano.
6.5 - VENTOS:
Noroeste vento quente procedente da Amazônia e
que atinge o estado de São Paulo, no final do
inverno (agosto-setembro) quando provoca chuvas
fortes.
Minuano ou pampeiro vento frio que vem da
Argentina e do Uruguai, ou seja, massa polar atlântica,
nos meses de inverno, provocando períodos de chuva.
O homem é responsável por muitas mudanças que estão
ocorrendo. Já estamos convivendo com chuva ácida, com o efeito
estufa ou aquecimento global, com buraco na camada de ozônio,
com desertificação, com desmatamentos e poluição de toda
ordem. Até mesmo o EL Niño, fenômeno outrora moderado
e limitado aos litorais do Peru e do Equador, se agiganta e
desequilibra a atmosfera brasileira prolongando e intensificando as
chuvas e as secas.
O EL Niño já é conhecido há mais de dois séculos.
Ocorria quase todos os anos no Pacífico, nas costas do Peru e do
Equador, onde as águas são frias e com grandes cardumes. O
fenômeno EL Niño é a chegada de águas quentes (correntes
marinhas) que afugentam os cardumes e prejudicam a pesca que é
muito importante na região.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 5
O fenômeno EL Niño ocorre
por causa dos desequilíbrios de pressão atmosférica existentes no
Pacífico, no norte da Austrália e na Indonésia (anticiclone) e no
litoral sul-americano (ciclone), nos litorais do Peru e do Equador.
O EL Niño desequilibra a atmosfera e a regularidade
dos ventos alísios e das correntes marinhas. Nestas últimas
décadas ele se tornou mais frequente e mais intenso e já é
responsabilizado pelos longos períodos de chuvas em São Paulo e
de secas no Nordeste.
7- VEGETAÇÃO BRASILEIRA
AS FORMAÇÕES FLORESTAIS OU ARBÓREAS
7.1 - A FLORESTA AMAZÔNICA
Também conhecida como floresta latifoliada equatorial
ou Hileia, ocupa cerca de 40% do território brasileiro,
estendendo-se pela quase totalidade da região Norte, porção
setentrional de Mato Grosso e porção ocidental do Maranhão.
Característica de clima quente e superúmido, essa
floresta é extremamente heterogênea e densa e apresenta-se
dividida em três estratos:
igapó: corresponde à porção da floresta que se assenta
sobre o nível mais inferior da topografia - a
verdadeira planície, ou planície de inundação, onde
o solo está permanentemente inundado. Sua
principal área de ocorrência é o baixo curso do rio
Amazonas;
várzea: ocupa a porção do relevo denominada teso ou
terraço fluvial, onde as inundações são periódicas;
terra firme: corresponde ao trecho da floresta
localizado na porção mais elevada do relevo - os baixos
planaltos ou baixos platôs -, sendo por isso mais
desenvolvida e exuberante.
7.2 - O APROVEITAMENTO ECONÔMICO DA
FLORESTA
O aproveitamento econômico da floresta dá-se sobretudo
através do extrativismo vegetal, geralmente de produtos
tradicionais. Destacam-se a extração de látex para produção de
borracha, principalmente no Acre, Amazonas e Rondônia;
de castanha-do-pará, no Pará e Amazonas;
de guaraná, no Amazonas e Acre.
Nenhuma dessas atividades interfere negativamente no
equilíbrio ecológico da floresta. O que devasta, na verdade, é a
grande extração madeireira que se pratica na região, sem nenhuma
preocupação com a preservação ambiental, sem reflorestamento e
utilizando como equipamento de trabalho as motosserras e os
tratores com seus correntões. Outro problema ambiental grave é a
prática de criminosas queimadas realizadas com o objetivo de
limpar o terreno para a implantação de enormes fazendas de gado.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 6
7.3 - MATA ATLÂNTICA
Formação exuberante, que se assemelha bastante à floresta
equatorial, a Mata Atlântica é heterogênea, densa e aparece em
diferentes pontos do pais, onde há temperaturas elevadas e alto
teor de umidade. Também é chamada de floresta latifoliada
tropical úmida da encosta.
Estendia-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do
Sul, porém foi intensamente devastada pela cultura canavieira
desde o período colonial, sobretudo na região Nordeste.
No litoral sudeste e sul, a presença da serra do Mar
dificultou a ocupação humana e a exploração florestal. Mas hoje,
mesmo nessa área, a extração de madeiras, a abertura de estradas e
a poluição industrial têm devastado a Mata Atlântica.
As madeiras de lei, como jacarandá, jatobá, jequitibá,
cedro, imbuia, etc., sempre atraíram as atenções dos empresários
da madeira, para os quais "árvore tem é que dar dinheiro".
No interior do Sudeste, a floresta tropical aparecia em
quase toda a área drenada pelo rio Paraná e seus afluentes, sendo
por isso denominada de mata da bacia do Paraná, e também já foi
quase toda devastada com o avanço da cultura cafeeira em São
Paulo e Minas Gerais, no final do século passado e inicio deste.
Hoje, seus vestígios correspondem às estreitas faixas de
árvores que margeiam os rios da região, sendo, por isso,
denominadas matas galerias ou ciliares.
7.4 - MATA DE ARAUCÁRIAS
Floresta aciculifoliada é uma formação típica do clima
subtropical, menos quente e úmido que o equatorial e o tropical.
Por isso, suas folhas são finas e alongadas (em forma de agulha), a
fim de evitar a excessiva perda de umidade. Estendia-se
originalmente do sul de Minas Gerais ao norte do Rio Grande do
Sul.
Relativamente homogênea, apresenta poucas variedades e
sua espécie dominante é a Araucária angustifólia, ou pinbeiro-do-
paraná. E uma formação aberta, fato que facilitou sua exploração
intensa e não racional.
A concentração de pinheiros favoreceu o extrativismo
vegetal de tal forma que essa floresta se tornou a principal fonte
produtora de madeira do pais, com inúmeras aplicações
econômicas, na indústria de móveis, na construção civil ou na
indústria de papel e celulose.
Também na Mata de Araucárias a preocupação com a
preservação foi nula, pois quase não há áreas de reflorestamento
e, mesmo quando há, restringe-se ao plantio de eucalipto ou pinus,
que fornecem madeiras de qualidade inferior, mas podem ser
exploradas em tempo bem mais curto que a araucária.
7.5 - MATA DOS COCAIS
Formação de transição típica do Meio-Norte composta
pelos estados do Maranhão e do Piau ladeada por climas opostos,
o equatorial superúmido oeste e o semiárido a leste.
No Maranhão, norte de Tocantins e oeste do Piauí, área
um pouco mais úmida, é comum a ocorrência do babaçu, palmeira
de 15 a 20 m de altura com cachos de coquilhos em cujo interior
encontram-se as amêndoas. Dessas, extrai-se o óleo, que é
comercializado com indústrias alimentares e de cosméticos,
enquanto o coco é aproveitado como biomassa, na produção de
energia;
Na área menos úmida, leste do Piauí, litoral do Ceará e do
Rio Grande do Norte, encontramos a carnaúba, palmácea de até 20
m de altura. A carnaúba é conhecida na região como “a árvore da
providência” porque dela tudo se utiliza. As raízes para infusões
medicinais, o tronco para fazer paredes, as folhas para recobrir o
teto, o fruto para ser consumido como alimento, as sementes
torradas e moídas para substituir o café e a folha para produzir
cera, seu produto de maior aproveitamento econômico.
O extrativismo do babaçu e da carnaúba não implica
devastação, pois aproveitam-se apenas os cocos e as folhas,
continuamente reproduzidas pelas palmeiras. No entanto, a
expansão pecuarista na região tem provocado grande destruição da
vegetação com a criação de áreas de pasto. Isso tem levado ao
agravamento das condições de vida de milhões de pessoas, que
dependem do extrativismo.
7.6 - AS FORMAÇÕES COMPLEXAS CERRADO
Ocupando originariamente quase 25% do território
brasileiro, é a segunda formação vegetal mais extensa do país; no
entanto, vem tendo sua participação diminuída gradativamente.
Típico de áreas de clima tropical com duas estações bem
marcadas verão chuvoso e inverno seco, o cerrado ocorre em
quase todo o Brasil Central, a região Centro-Oeste e arredores,
como o sul do Pará e do Maranhão, o interior de Tocantins, o
oeste da Bahia e de Minas Gerais e o norte de São Paulo.
Caracterizado pelo domínio de pequenas árvores e
arbustos bastante retorcidos, com casca grossa (cortiça),
geralmente caducifólios e com raízes profundas, sua origem é
ainda desconhecida. Para alguns, ele é produto do clima com
alternância entre as estações úmida e seca durante o ano. Para
outros, sua origem está ligada ao solo extremamente ácido e
pobre.
Além disso, certos tipos de cerrado resultam da própria
ação humana, através de sucessivas queimadas realizadas em um
mesmo local. É provável que o cerrado, também denominado
savana-do-Brasil, seja na verdade resultado da ação de todos esses
fatores ao mesmo tempo.
O aproveitamento econômico do domínio do cerrado faz
se através da pecuária e da agricultura comercial mecanizada
(cultivo de soja), que vem destruindo a vegetação natural.
7.7 - A CAATINGA
A caatinga é uma formação típica do clima semiárido do
Sertão nordestino e ocupa cerca de 11% do território brasileiro.
Composta por plantas xerófilas, como as cactáceas, com suas
folhas em espinhos, as caducifólias, que jogam fora suas folhas,
para não perderem água, ou como a própria carnaúba, que produz
uma cera que recobre os poros da folha, evitando a transpiração.
O principal uso econômico do domínio da caatinga é a
agropecuária, que apresenta baixos rendimentos e afeta
negativamente o equilíbrio ecológico.
Caso não sejam adotadas técnicas mais racionais de uso do
solo e não se expanda a construção de açudes e de canais de
irrigação, é provável que a médio ou longo prazo desenvolva-se
um processo de desertificação do já muito seco Sertão nordestino.
7.8 - O COMPLEXO DO PANTANAL
Pantanal corresponde a uma grande depressão localizada
no interior de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, ocupando
uma área de aproximadamente 100 mil km2. Sua altitude média é
de 100 m acima do nível do mar, sendo a maior planície inundável
do mundo.
O Pantanal é, na verdade, um mosaico de paisagens
naturais. Há áreas que são alagadas todo ano com as cheias dos
rios provocadas pelas fortes chuvas de verão. Há áreas um pouco
mais elevadas, que eventualmente são alagadas, e também áreas
bem mais elevadas, livres de inundação.
Na porção inundável, a vegetação desenvolve-se apenas
nas estiagens de inverno. Caracteriza-se como formação rasteira,
própria à prática da pecuária. Na porção de alagamento eventual,
aparecem arbustos misturados à vegetação rasteira. Nas áreas
altas, chamadas "cordilheiras", encontramos espécies dos
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 7
cerrados, que, em alguns pontos mais
úmidos, misturam-se às espécies arbóreas da floresta tropical.
A economia tradicional do Pantanal sempre foi a pecuária,
realizada em harmonia com o ambiente, sem destruí-lo. No
entanto, mais recentemente, o investimento de grandes capitais na
região tem sido causa de sérios desequilíbrios ecológicos.
A implantação de agricultura comercial, a utilização de
agrotóxicos e a construção de estradas, com a barragem das águas
realizadas pelas pontes, são alguns dos problemas ligados à
ocupação recente do Pantanal. Além desses, destacam-se a caça
ilegal de jacarés e a pesca predatória, especialmente na piracema
(época de acasalamento dos peixes).
7.9 - AS FORMAÇÕES HERBÁCEAS
As formações herbáceas, de características bastante
diversificadas, geralmente aparecem em forma de manchas de
pequena extensão, distribuídas de maneira descontínua pelo
interior do país, em função de vários fatores como a topografia
suave ou climas mais frios e secos. Se aparecem exclusivamente
gramíneas, denominam-se campos limpos e se as gramíneas estão
misturadas a pequenos arbustos, denominam-se campos sujos.
Entre as diversas áreas de formação campestre, merecem
destaque:
campos meridionais: como a Campanha Gaúcha, no Rio
Grande do Sul, e os Campos de Vacaria. A pecuária é a
atividade econômica mais comum nessas regiões.
campos da Hileia: são formações rasteiras encontradas nas
áreas inundáveis da Amazônia oriental, como o litoral do
Amapá, a ilha de Marajó e o golfão Maranhense;
campos de altitude: são formações herbáceas encontradas
em grande altitude. Aparecem no Sudeste, na serra da
Mantiqueira, e também na Amazônia, na região serrana de
Roraima.
Proporcionais à extensão do litoral brasileiro, as
formações litorâneas apresentam grande variedade. As principais
são:
• vegetação de praias: são comuns as espécies halófilas, que
habitam lugares ricos em sal, como a salsa-de-praia e o
jundu, vegetação arbóreo-arbustiva do litoral paulista;
• vegetação de dunas: vegetais rasteiros, com raízes profundas
e grande extensão horizontal, criando verdadeiros cordões
vegetais;
• restingas: misturam espécies herbáceas, arbustivas e
arbóreas, como a aroeira-de-praia e o cajueiro, favorecendo a
formação de dunas sobre as restingas;
• mangues: vegetais que se adaptaram à intensa salinidade e à
falta de oxigenação do solo, em áreas alagadas
periodicamente pelas águas do mar. Compõem-se de arbustos
misturados às espécies arbóreas, quase sempre de tronco
muito fino e raízes aéreas. E no mangue que se realiza, como
atividade econômica, a extração de caranguejos e, em menor
escala, de ostras.
8- HIDROGRAFIA BRASILEIRA
O Brasil possui uma das maiores redes hidrográficas do
mundo, destacando-se seus rios quer pela extensão (tamanho),
quer pelo volume de água.
Os rios brasileiros estão agrupados em seis bacias
hidrográficas isoladas e três conjuntos de bacias agrupadas. As
bacias isoladas, controladas por um único eixo fluvial (o rio
principal), ocupam cerca de 80% do território nacional. Já as
bacias agrupadas são menores e apresentam vários eixos que se
deslocam todos para uma só direção. Ocupam uma área bem
menor, apenas 20% da superfície total do país.
As bacias hidrográficas do Brasil estão divididas em
bacias principais e bacias secundárias.
Bacias principais:
• São Francisco
• Tocantins-Araguaia
• Amazônica
• Platina (Paraguai, Paraná e Uruguai)
Bacias secundárias:
• Nordeste
• Leste
• Sudeste
• Vertente do Amapá
8.1- BACIA AMAZÔNICA
É a maior bacia hidrográfica do globo terrestre,
estendendo-se por terras da Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela,
Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil. Ocupa uma área de 6
892 475 km2, sendo 3 984 467 km2 no Brasil (46,8% do território
nacional). Localiza-se nos dois hemisférios, daí a “interferência”
que possibilita duas cheias anuais.
A Bacia Amazônica recebe ação direta do clima
equatorial, cujas precipitações são elevadas todos os meses,
gerando um total anual de chuvas da ordem de 2 000 a 2 500 mm.
Isso faz com que o rio Amazonas tenha o maior débito do mundo,
descarregando no Atlântico cerca de 100 000 m3/s de água, o que
significa cerca de 20% da água que todos os rios do mundo
despejam em conjunto nos oceanos.
O rio Amazonas (7 100 km) é o maior do mundo em
extensão e suas nascentes estão localizadas na cordilheira dos
Andes. Entra em nosso território na altura de Tabatinga
(Amazonas) e passa a se denominar Solimões até receber as águas
do rio Negro, próximo a Manaus, quando finalmente recebe o
nome de Amazonas. Sua foz é no Oceano Atlântico, em forma
mista (estuário-deltaica) Sua largura máxima é de 300 Km na foz -
junto à cidade de Óbidos (PA) apresenta sua menor largura 1,5
Km.
De toda a enorme extensão que o rio Amazonas percorre
da nascente à foz, cerca de 45% corresponde a trecho brasileiro,
com 3.165 Km. Nesse trecho, seu desnível total é de 82 m de
altura.
O rio Amazonas, junto com o baixo curso de seus
afluentes, forma um complexo hidroviário de 25 450 km de
percurso navegável, que é, às vezes, a única opção real de
transporte no interior da Amazônia.
Outra característica importante da bacia Amazônica é a
infinidade de pequenos cursos d'água e canais fluviais criados pela
ação dos rios no seu processo de cheia e vazante.
São eles:
• igarapés: braços de rios ou canais fluviais que partem, de
forma perpendicular, do rio em direção à floresta.
• paraná-mirins: braços de rios que contornam pequenas ilhas
em “meia-lua”, também chamadas “falsas-ilhas”, por serem
pequenas elevações do terreno que, em momentos de cheias,
são ilhadas por esses canais;
• furos: canais marginais que interligam os vários cursos
d´água existentes.
8.2 - BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA
Ocupa uma área de 803 250 km2 (9,5% da área total do
país). Desse espaço, metade pertence ao rio Tocantins e a outra
metade ao rio Araguaia, daí a denominação da bacia.
O rio Tocantins nasce a cerca de 250 km de Brasília,
sendo formado pela junção dos rios Alma e Maranhão, cujas
cabeceiras estão no Brasil Central, em Goiás. A partir daí, o rio
percorre 2 640 km até chegar ao golfão Amazônico.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 8
Seu principal afluente é o
Araguaia. Esse rio nasce em Mato Grosso, na fronteira com Goiás,
e une-se ao Tocantins no extremo norte do estado de Tocantins,
definindo aí o contorno da região denominada Bico do Papagaio.
Antes disso, porém, o Araguaia circunda uma área que é a maior
ilha fluvial do mundo a ilha do Bananal, com cerca de 20 000 km2
de superfície.
A bacia apresenta um grande potencial hidrelétrico, mas
apenas uma área de produção efetiva de energia elétrica, que é a
usina de Tucuruí, no sul do Pará. Quanto ao percurso navegável, é
também pouco extenso, cerca de 935 Km aproveitáveis,
distribuídos por trechos descontínuos.
Lançam suas água no estuário de Marajó (portanto só se
encontra com o Amazonas na foz)
8.3 - BACIA DO SÃO FRANCISCO
Ocupa uma área de 631.133 Km2 (7,4%da superfície do
país), drenando terras de cinco estados: Minas Gerais, Bahia,
Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Faz, portanto, a ligação entre o
Sudeste e o Nordeste do Brasil.
O São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas
Gerais, região de clima tropical chuvoso, e toma a direção norte,
atravessando o Sertão nordestino, área de clima semiárido, indo
desembocar no litoral oriental do Nordeste, sob clima tropical
úmido.
Logo após a descida da serra da Canastra, temos a usina de
Três Marias. No interior do Sertão nordestino, é o rio que marca
os limites entre os estados da Bahia e de Pernambuco, onde se
instalou a represa de Sobradinho, que tem a função de regularizar
o nível do rio. Em seguida, o São Francisco se desvia para leste,
até a fronteira da Bahia com Alagoas, onde estão montadas as
quatro usinas do complexo hidrelétrico de Paulo Afonso. A partir
desse ponto, o rio inicia a descida do planalto, onde foi construída
a usina de Xingó, e vai desaguar no Atlântico, na divisa entre
Alagoas e Sergipe.
O São Francisco é um rio de planalto, possui 1.300 km de
extensão navegável, em um trecho que se estende de Pirapora
(Minas Gerais) a Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco), e de
Marechal Floriano (AL) à foz. É a única grande bacia
genuinamente brasileira. Possui 3.161 Km de extensão e recebe
diversas denominações:
• Nilo Brasileiro
• Rio da Integração e Unidade Nacional
• Rio dos Currais
8.4- BACIA PLATINA (Bacia do Paraná, Paraguai e Uruguai)
8.4.1 - BACIA DO PARANÁ
A bacia do Paraná ocupa uma área de cerca de l,4 milhão
de km2. A bacia do Paraná drena a porção centro-meridional do
país, abrangendo terras dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Tem como eixo
principal o rio Paraná.
O rio Paraná é o décimo sétimo do mundo em extensão,
com seus 2 940 km. Nasce na confluência de dois outros rios
importantes: o rio Paranaíba, que separa Minas Gerais de Goiás, e
o rio Grande, que separa Minas Gerais de São Paulo, definindo-se
aí a região conhecida como Triângulo Mineiro.
A partir daí, o rio Paraná toma a direção sul e separa São
Paulo de Mato Grosso do Sul. Adiante, serve de limite entre o
Paraná e Mato Grosso do Sul e, mais à frente, faz a fronteira do
Brasil com o Paraguai. Daí em diante, penetra em território
argentino e vai desembocar no rio da Prata.
O rio Paraná tem como principais afluentes os rios Verde,
Pardo e Ivinheima, na margem direita, e os rios Tietê,
Paranapanema e lguaçu, na margem esquerda.
Tanto o rio Paraná como os seus afluentes da margem
esquerda estão descendo planaltos através de inúmeras quedas
d'água, o que dá à bacia um alto potencial hidrelétrico disponível
para aproveitamento. Sua localização, próxima ao grande parque
industrial do Sudeste, garante-lhe o primeiro lugar em produção
hidrelétrica efetiva no país.
A navegabilidade dessa bacia é muito pequena devido à
topografia. Mesmo assim, o percurso navegável é de 3 370 km,
utilizando-se de trechos planos entre as quedas. É o que ocorre
num trecho de 500 km de extensão no rio Paraná entre as quedas
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 9
de Urubupungá e Itaipu. Nos locais
onde foram instaladas eclusas, como em Barra Bonita, no rio
Tietê, a navegação também é possível.
A eclusa
Uma eclusa fluviaI é composta basicamente de uma
câmara com dois muros laterais, limitados nas duas extremidades
por duas comportas e, no fundo, um piso ou soleira.
Quando se quer que uma embarcação atinja um nível mais
baixo, faz-se com que ela entre nessa câmara cheia, que depois é
esvaziada. A embarcação desce com a água e atinge o nível mais
baixo. Para que uma embarcação suba de nível, realiza-se o
processo inverso.
8.4.2 - BACIA DO PARAGUAI
Sua área é de 345 701 km2 (4% do território nacional). O
rio Paraguai nasce em terras do Centro-Oeste, na serra do Araporé,
em Mato Grosso, a cerca de 100 km de Cuiabá. A partir daí, toma
a direção sul, atravessando a enorme planície do Pantanal, no
sudoeste de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do Sul.
Ao atravessar a planície do Pantanal, o rio Paraguai recebe
muitos afluentes, como o Pilcomayo e o Bermejo, na margem
direita, e o São Lourenço, o Taquari, o Miranda e o Apa, na
margem esquerda.
Essa grande rede hidrográfica, devido ao mínimo desnível
que a planície apresenta, tem um grave problema de escoamento
durante as chuvas de verão. Nessa estação, toda a região sofre um
intenso processo de inundação, daí a denominação Pantanal (ou,
de acordo com os índios guaranis, o grande mar de Xaraiés).
Após atravessar a planície do Pantanal, o rio entra em
território paraguaio, cortando de nordeste para sudoeste a grande
depressão do Chaco. Finalmente, deságua no rio Paraná, já em
território argentino, próximo à cidade de Corrientes.
Percorrendo 2 078 km (1 400 km em território brasileiro),
o rio Paraguai tem na navegação o seu maior destaque econômico,
seu trecho navegável é de Cárceres (MT) até Assunção. Corumbá,
Porto Esperança e Porto Murtinho são os principais portos fluviais
do Rio Paraguai.
A bacia como um todo possui 2 345 km navegáveis, por
onde circulam muitas das mercadorias da região, com especial
ênfase aos minérios de ferro e manganês, extraídos do maciço de
Urucum e embarcados pelos portos de Corumbá e Porto Murtinho,
ambos no rio Paraguai.
8.4.3 - BACIA DO URUGUAI
Ocupa uma área de 1 78 235 km2 (2,1% do território
nacional). O rio Uruguai, eixo da bacia, é formado pela junção do
rio Canoas, que vem de Santa Catarina, com o rio Pelotas, que
vem do Rio Grande do Sul. Quando atinge a fronteira com a
Argentina, após ter feito a divisa dos estados de Santa Catarina e
Rio Grande do Sul, sofre um desvio para o sul e separa as terras
do Brasil e da Argentina. Posteriormente, faz a divisa entre a
Argentina e o Uruguai, e daí segue até a foz, próximo a Buenos
Aires, onde desemboca no rio da Prata, após ter percorrido uma
extensão de 1 500 km.
É muito pouco aproveitado, seja para a geração de energia,
seja para o transporte fluvial. O percurso navegável dessa bacia é
de apenas 625 km. A maior parte dessa extensão localiza-se entre
os portos de São Borja e Uruguaiana, no próprio rio Uruguai.
Apresenta apenas três importantes afluentes, todos na sua
margem esquerda, em território sul-rio-grandense: o Ijuí, o Ibicuí
e o Quaraí.
8.4.4 - BACIAS AGRUPADAS
O Brasil possui três conjuntos de bacias agrupadas: bacias
do Nordeste, do Leste e do Sudeste.
As bacias do Nordeste ocupam uma área de 884 835 km2
(10,3% da superfície do país) e apresentam uma extensão
navegável de 4.498 km. Esse conjunto de bacias abrange uma
extensa porção do Nordeste, que vai do Maranhão até Alagoas.
Caracteriza-se por dois tipos diferentes de rios:
• rios perenes: apresentam-se com água o ano todo e
predominam no trecho ocidental da região. Destacam-se o rio
Parnaíba, nasce na Serra de Tabatinga e separa o Maranhão
do Piauí, onde foi instalada a usina hidrelétrica Castelo
Branco. Entre os outros rios perenes, temos o Mearim, o
Pindaré, o Grajaú e o ltapecuru;
• rios temporários: ficam parcial ou totalmente sem água
durante os longos períodos de estiagem. Predominam na
porção mais interior da região, além do litoral do Ceará e do
Rio Grande do Norte. Nessa área encontramos inúmeras
obras
• os açudes - que visam reter a água do período chuvoso para
amenizar o efeito do longo período de estiagem. Destaque-se
ai o famoso açude de Orós, no rio Jaguaribe, no Sertão
cearense. Como exemplo de outros rios temporários, temos o
Acaraú, o Apodi e o Piranhas.
As bacias do Leste estendem-se desde Sergipe até o litoral
paulista, ocupando uma área de 569 310 km2 (6,7% do território
nacional). Compõem-se de inúmeros rios que descem diretamente
dos planaltos e serras para o oceano, apresentando, por isso,
inúmeras corredeiras e quedas-d'água, o que dificulta muito a
navegação. A extensão do percurso navegável dessa bacia é de 2
253 km. Os principais rios são:
• o Paraguaçu, que tem sua foz em Salvador;
• o Jequitinhonha, que atravessa o nordeste de Minas Gerais,
de clima semiárido, e desemboca no sul da Bahia;
• o Doce, que nasce na Serra da Mantiqueira, após atravessar a
rica região ferrífera de Minas Gerais, deságua no litoral do
Espírito Santo, ao norte de Vitória, no seu vale se concentram
importantes usinas siderúrgicas. Possui 980 Km de extensão.
• o Paraíba do Sul, que nasce na serra da Bocaina (SP), bem
próximo da capital paulista é formado pela junção dos rios
Paraibuna e Paraitinga, corre entre as serras do Mar e da
Mantiqueira em direção ao norte do Rio de janeiro, onde
desemboca no Atlântico, através de um delta de 60 km de
largura. Possui 1.019 Km de extensão
As bacias do Sudeste ocupam uma área de 223 688 km2
(2,8% do território nacional), estendendo-se do litoral sul de São
Paulo até o Rio Grande do Sul. Compõem-se predominantemente
de rios planálticos e, portanto, com poucas possibilidades para a
navegação. A extensão do percurso navegável é de 1186km.
Destacam-se nessa bacia os seguintes rios:
• Ribeira de Iguape, no litoral sul de São Paulo;
• Itajaí, no leste catarinense;
• Tubarão, na região carbonífera do sudeste de Santa Catarina,
• Jacuí, que vem do norte do Rio Grande do Sul e sofre um
desvio para leste, indo até a capital Porto Alegre, quando
muda o nome para Guaíba e desemboca na lagoa dos Patos.
São os rios de vertente do Amapá:
• Oiapoque (Brasil-Guiana Francesa),
• rio Amapá
• rio Araguari.
Os rios da “Mesopotâmia Maranhense” são:
• Pindaré,
• Mearim,
• Grajaú e
• Itapecuru.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 10
9-0 - O LITORAL BRASILEIRO
O litoral brasileiro inicia-se no extremo norte da costa do
Amapá, ponto marcado pela foz do rio Oiapoque, que, após fazer a
divisa entre Brasil e Guiana Francesa, desemboca no oceano
Atlântico, na altura do cabo Orange, e termina no extremo sul do
país, onde está situado o arroio Chuí, pequeno riacho que faz a
divisa entre Brasil e Uruguai.
Apresenta uma longa extensão, que, em linha reta,
corresponde a 7.367 km e que aumenta para 9.198 km se
considerarmos todas as suas saliências e reentrâncias. É por ser
assim tão grande que esse litoral costuma ser estudado a partir de
uma divisão em três partes: setentrional, oriental e meridional.
9.1 - O LITORAL SETENTRIONAL
Esse trecho do litoral brasileiro vai do cabo Orange, no
Amapá, até o cabo de São Roque, no Rio Grande do Norte,
estendendo-se por 2 465 km.
Caracteriza-se por apresentar um relevo muito raso,
devido à extensa plataforma continental, o que o torna facilmente
inundável, daí o domínio dos manguezais, particularmente nos
litorais do Amapá e do Pará. A partir daí, nos litorais do
Maranhão, Piauí e Ceará, encontramos a predominância das praias
e das dunas.
No litoral do Rio Grande do Norte e do Ceará, o destaque
fica com a presença das salinas.
Como principais acidentes geográficos, temos o golfão
Amazônico (onde está a foz do rio Amazonas), que abriga, entre
outras, a ilha de Marajó (a maior do Brasil). No Maranhão, temos
o golfão Maranhense, onde se localizam a baía de São Marcos e a
ilha de São Luís, que abriga a capital do estado, a cidade de São
Luís.
Nesse litoral, destacam-se ainda os portos de Santana, no
Amapá, Belém, no Pará, Ponta da Madeira, no Maranhão, e Areia
Branca, no Rio Grande do Norte. A principal atividade pesqueira
desenvolvida nessa porção do litoral é a pesca de camarão, a maior
do Brasil, particularmente no litoral amapaense.
9.2 - O LITORAL ORIENTAL
Começa no cabo de São Roque, no Rio Grande do Norte, e
vai até o cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, estendendo-se por
2 640 km.
Caracteriza-se pelo domínio das barreiras e dos recifes,
particularmente no litoral pernambucano. Há ainda uma série de
praias intercaladas entre as barreiras, algumas até com dunas, além
de alguns recifes de corais, como o atol das Rocas, no Rio Grande
do Norte, e o atol de Abrolhos, na Bahia.
Os principais acidentes geográficos são a ponta do Seixas
(Paraíba), as ilhas de Itamaracá (Pernambuco) e de Itaparica
(Bahia), o Recôncavo Baiano e as baías de Todos os Santos,
Ilhéus e Cabrália, todos na Bahia, além do arquipélago de
Fernando de Noronha (Pernambuco) e das ilhas oceânicas de
Trindade e Martin Vaz, a 1.000 km do litoral do Espírito Santo.
Destacam-se também os portos de Recife, em
Pernambuco, Salvador e Ilhéus, na Bahia, e Vitória Tubarão, no
Espírito Santo, Cabedelo e Malhado.
Na pesca, o destaque é a captura da lagosta em toda a
costa nordestina. A produção petrolífera é a maior do país,
concentrada na bacia de Campos (Rio de Janeiro).
9.3 - O LITORAL MERIDIONAL
Essa parte do litoral brasileiro tem 2 262 km de extensão,
começando no cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, indo até o
arroio Chuí, no Rio Grande do Sul.
Caracteriza-se pela diversidade, onde se misturam praias,
restingas formadoras de lagoas como Araruama e Maricá (Rio de
Janeiro), Patos e Mirim (Rio Grande do Sul), intercaladas com
paredões abruptos - as falésias - quando a serra do Mar chega até o
oceano. São típicas do litoral entre Ubatuba (São Paulo) e Parati
(Rio de Janeiro) e do litoral de Torres (Rio Grande do Sul).
Os acidentes geográficos mais importantes são as ilhas
Grande (Rio de Janeiro), de São Vicente, Guarujá e São Sebastião
(São Paulo), Santa Catarina (onde está Florianópolis) e as baías da
Guanabara (Rio de Janeiro) e de Guaratuba (Paraná). Merece
destaque ainda Cabo Frio (Rio de Janeiro), importante área
salineira.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 11
Os principais portos do Brasil estão nesse litoral, tais
como Rio de Janeiro, Santos, São Sebastião, Paranaguá e Rio
Grande.
Na pesca, sobressaem o camarão e a sardinha,
principalmente nos litorais gaúcho e catarinense.
As ilhas oceânicas brasileiras são: Trindade, Arquipélago
de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, rochedos (penedos) São
Pedro e São Paulo, ilha Martim Vaz (é o ponto mais afastado do
litoral, a 1.155 Km da costa, na direção do Espírito Santo).
Duas correntes marinhas afluem para o litoral brasileiro:
Corrente Sul-Equatorial (quente) e Corrente das Falklands ou
Malvinas (fria). A corrente das Guianas, que é um braço da
Corrente Sul-Equatorial, percorre parte do litoral Norte.
Corrente do Brasil( a mais importante para nós), banha o
litoral oriental (todo o NE e SE).
A Corrente das Falklands atinge o litoral sul e sudeste do
Brasil, terminando em Cabo Frio (RJ).
Mar territorial é a faixa de mar que pertence a um país. O
mar territorial brasileiro atualmente abrange a faixa de 200 milhas,
cobrindo a Plataforma Continental, de importância fundamental
para a pesca, exploração de petróleo e comércio.
9.4 - TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO SÃO FRANCISCO
O projeto de transposição do rio São Francisco, iniciado
em 2007, prevê a construção de 720 quilômetros de canais que
irão transferir de 1% a 3% das águas do Velho Chico para
pequenos rios e açudes que atualmente secam durante a estiagem
do semiárido nordestino. O governo acredita que a obra
beneficiará 12 milhões de pessoas e estimulará a agricultura nas
áreas atingidas. Os estados doadores das águas – Minas Gerais,
Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe – devem ganhar
compensações em obras de revitalização da bacia do rio.
10 - AGRICULTURA E EXTRATIVISMO VEGETAL NO
BRASIL
FATORES NATURAIS, HUMANOS E ECONÔMICOS
Diversos elementos do quadro natural podem contribuir,
positiva ou negativamente, para o desenvolvimento da agricultura.
Entre esses elementos, destacam-se o clima e o solo.
O clima é, sem dúvida, o elemento natural que mais
influencia a produção agrícola. Caracteriza-se pela ação da
temperatura, umidade, chuvas e, em menor escala, ventos.
O solo é um importante elemento do quadro natural para o
desenvolvimento agrícola, pois suporta e sustenta o vegetal.
A análise do fator humano na agricultura envolve aspectos
relacionados à mão-de-obra (número de trabalhadores e sua
especialização) e as relações de trabalho.
Em regiões mais atrasadas, o número de trabalhadores
agrícolas é bastante alto em relação à extensão da área de cultivo,
significando que não há grande utilização de equipamentos
mecânicos e indicando uma reduzida produtividade dessa lavoura,
característica de uma agricultura pobre.
Já nas regiões mais desenvolvidas, observa-se o contrário,
com uma intensa mecanização da agricultura, resultando em pouca
mão-de-obra para uma alta produtividade.
É possível distinguir dois grandes objetivos do trabalho
agrícola:
• abastecer o próprio grupo que trabalha a terra e gerar
um pequeno excedente de troca, correspondendo à
chamada lavoura de subsistência ou de pequeno
mercado;
• produzir exclusivamente para o grande mercado,
interno ou externo, correspondendo à chamada
lavoura comercial.
A remuneração do trabalho na agricultura também é
realizada de duas formas mais comuns:
• primitiva, em que o trabalhador recebe como
pagamento o direito de morar e plantar na terra de
terceiros, ou o direito de ficar com uma parte da
colheita, dando o restante ao dono da terra;
• moderna, que corresponde ao trabalho assalariado,
que pode ser permanente ou temporário, dependendo
das condições econômicas, sociais e políticas de cada
região.
Os fatores econômicos determinam claramente a diferença
entre agricultura moderna e primitiva.
10.1 - OS SISTEMAS AGRÍCOLAS
A análise de um sistema agrícola considera três fatores
dominantes: a terra, o trabalho e o capital.
O fator terra predomina nas regiões subdesenvolvidas do
globo, onde a produção está diretamente relacionada com a
extensão da área cultivada, pois não conta com investimentos de
capital e tecnologia.
Esse sistema, definido como de uso extensivo da terra,
aparece sob diversas formas, destacando-se a agricultura itinerante
ou roça tropical, na qual o agricultor ocupa áreas florestadas,
realizando o desmatamento e a queimada. Com isso, o solo se
esgota precocemente, as terras são abandonadas e o agricultor se
muda para nova área, onde repetirá o processo.
O fator trabalho predomina também em regiões
subdesenvolvidas, onde há grande utilização de mão-de-obra.
Esse tipo de agricultura que considera o fator trabalho é
característico de região de grande densidade demográfica, comum
no Sudeste Asiático e Extremo Oriente, onde recebe o nome de
agricultura de jardinagem.
O capital é um fator que predomina na agricultura dos
países desenvolvidos e de algumas regiões de países
subdesenvolvidos.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 12
A agricultura moderna ou
comercial é desenvolvida em pequenas, médias ou grandes
propriedades, com larga aplicação de recursos técnicos e capital
10.2 - A AGRICULTURA NO BRASIL
A agricultura sempre foi uma atividade econômica muito
importante para o pais. Embora atualmente a maior parte da
produção econômica nacional tenha sua origem na atividade
industrial, a agricultura ainda ocupa um lugar de destaque,
empregando mais de 20% da mão-de-obra ativa e produzindo
cerca de 25% da renda das exportações nacionais.
10.3 - A AGRICULTURA BRASILEIRA E O QUADRO
NATURAL
A agricultura brasileira sofre basicamente a influência de
dois grandes fatores naturais: o solo e o clima.
No Brasil, há pelo menos dois tipos de solo considerados
extremamente férteis. Um é a terra roxa, solo de origem vulcânica,
que aparece na área drenada pela bacia do Paraná. Outro é o
massapé, solo muito profundo e argiloso, que aparece na Zona da
Mata nordestina.
Por outro lado, enfrentamos inúmeros problemas no uso
do solo, tais como o plantio em declives, que acelera a erosão, e a
prática de queimadas, que empobrece o solo.
Entre os aspectos climáticos que favorecem a atividade
agrícola no pais, destaca-se a tropicalidade. O predomínio de altas
temperaturas e de alta pluviosidade na maior parte do território,
durante o ano todo, permite um desenvolvimento da produção
vegetal ininterrupto.
O outro aspecto favorável é a diversidade climática,
permitindo que se desenvolvam os mais diferentes tipos de
vegetais.
Os aspectos desfavoráveis da ação do clima na agricultura
estão ligados aos extremos climáticos, tais como as áreas
excessivamente chuvosas (Amazônia Ocidental) ou com escassez
de pluviosidade (Sertão nordestino).
Esses extremos também ocorrem devido à diversidade
climática. No Sul e em parte do Sudeste, o rigor das temperaturas
dificulta certas produções, principalmente em áreas sujeitas à
ocorrência de geadas e, eventualmente, de neve.
10.4- AS RELAÇÕES TRABALHISTAS NA
AGRICULTURA BRASILEIRA
Existem diversas formas de trabalho no meio rural
brasileiro, sendo comum os trabalhadores rurais atuarem em pelo
menos duas delas ao mesmo tempo.
O total de trabalhadores rurais no país é atualmente de
17,8 milhões de pessoas o que corresponde a 21,1% da população
economicamente ativa do país.
As principais formas de trabalho são:
• posseiros: lavradores que se instalam em terras que não lhes
pertencem legalmente, ou seja, terras devolutas (do governo)
ou de terceiros;
• parceiros: lavradores que trabalham na terra de outra pessoa,
com a qual dividem a produção obtida. Quando a divisão é de
50%, o trabalhador é chamado meeiro;
• pequenos proprietários: trabalhadores que cultivam sua
própria terra, tanto para atender às necessidades de suas
famílias, quanto para destinar a produção ao mercado local;
• arrendatários: agricultores que alugam a terra de alguém e
pagam seu uso em dinheiro. Em geral, dispõem de um certo
capital e de equipamentos;
• assalariados permanentes: trabalhadores que moram nas
propriedades em que trabalham, mantendo vínculo
empregatício com registro profissional e todos os direitos
legais;
• assalariados temporários: agricultores que trabalham
contratados por dia, tarefa ou empreitada, sem direito a
morarem na terra. Geralmente habitam a periferia das cidades
e se deslocam diariamente para o trabalho no campo;
• não-remunerados: corresponde ao grupo familiar do
trabalhador composto pelos seus dependentes, mulher e
filhos, que o ajudam no trabalho rural sem serem
remunerados pela atividade.
• Grileiro: é um termo que designa quem falsifica documentos
para, de forma ilegal, tornar-se dono por direito de terras
devolutas ou de terceiros ou ainda quem está na posse ilegal
de prédios ou prédios indivisos, por meio de documentos
falsificados.
10.5 - O EXTRATIVISMO VEGETAL
A atividade extrativista corresponde à retirada de bens
fornecidos pela natureza, nos remos mineral, vegetal e animal.
O extrativismo é realizado de forma primitiva, sem
aplicação de recursos técnicos e de capital, objetivando
apenas a subsistência do grupo familiar e um pequeno
excedente de troca. Quando a retirada se faz em moldes
modernos, com o uso de recursos de capital e tecnologia,
mão-de-obra assalariada, pessoal especializado, máquinas, etc.,
passa a ser considerada atividade industrial. Essa tendência é
crescente em quase todo o planeta.
Há uma classificação do aproveitamento vegetal
considerando três grandes sistemas, conforme as técnicas
utilizadas e a intensidade da destruição da cobertura vegetal. São
eles:
sistema primitivo: característico das regiões mais
atrasadas, onde a população utiliza os produtos
coletados para sua própria subsistência ou para
abastecer um incipiente mercado local. A destruição
da vegetação é muito pequena, recuperando-se
facilmente;
sistema colonial: característico de regiões
subdesenvolvidas, onde o grande capital, nacional ou
estrangeiro, visa explorar os recursos vegetais em
grande escala para exportação. E um sistema altamente
predatório, sem nenhuma preocupação com a
conservação ou recuperação da área vegetal destruída;
sistema moderno: corresponde à silvicultura,
realizada por empresas que investem muito capital e
tecnologia, obtendo um grande aproveitamento dos
recursos vegetais. E uma forma de exploração racional,
pois substitui a floresta nativa pela cultivada. Esse
sistema de aproveitamento vegetal é característico
das regiões mais desenvolvidas.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 13
10.6 - EXTRATIVISMO VEGETAL
NO BRASIL
O extrativismo vegetal no Brasil, embora seja uma
atividade bastante pobre e de pequena participação na
economia nacional, tem grande importância socioeconômica
nas regiões em que ocorre, principalmente na Amazônia e no
Nordeste. Nessas regiões, as necessidades econômicas da
população rural acabaram levando milhares de pessoas a se
envolverem com a coleta vegetal.
A grande diversidade climato-botânica do Brasil
favoreceu uma atividade extrativista diversificada. Os
principais produtos obtidos pelo extrativismo vegetal no Brasil
são látex, óleos e ceras.
A mais importante espécie produtora de látex é a
seringueira (Hevea brasiliensis). A borracha também pode
ser obtida de outras espécies, como o caucho, a maniçoba e o
mucujê. A resina desse último é utilizada na fabricação de
chicletes.
Uma das mais importantes espécies produtoras de
óleo é a palmeira de babaçu denominada uauaçu pelos índios.
Produz cocos que contêm um óleo na industrialização do
sabão, margarina, produtos químicos, entre outros. O bagaço do
babaçu, depois de extraído o óleo, é utilizado na indústria de
ração para animais
A mamona, planta muito comum no Brasil, é
produtora de óleo de rícino. Seu bagaço é utilizado como
biomassa ou como adubo orgânico.
A castanha-do-pará, uma grande e bela árvore
amazônica, produz um ouriço cujas sementes são utilizadas
na indústria de óleos comestíveis e produtos cosméticos.
A oiticica, árvore de copa baixa, típica de áreas
secas, também tem sementes oleaginosas, utilizadas na
indústria de tintas e vernizes.
O destaque na produção de cera fica com a
carnaúba, denominada "árvore da providência", pois dela
tudo se aproveita - tronco, galho, folhas, raízes, frutos e
sementes. Porém, a cera que recobre as folhas é seu maior
produto econômico, sendo utilizada nas indústrias de graxas,
ceras domésticas, acetato para discos, pilhas, lâmpadas
incandescentes, papel-carbono, sabonete e batom.
11 - A MINERAÇÃO NO BRASIL
Num país de dimensões continentais como o Brasil, é
natural que haja abundância e grande variedade de minérios. No
entanto, alguns ocorrem em quantidade surpreendente, mas outros
são escassos. Veja o quadro a seguir.
CLASSIFICAÇÃO DAS RESERVAS MINERAIS
SUFICIENTE DEFICIENTE CARENTE
alumínio chumbo enxofre
calcário cobre iodo
diamante estanho mercúrio
ferro ouro nitrato
manganês Petróleo* platina
urânio prata potássio
Entre os principais minérios e minerais extraídos no país,
destacam-se:
o ferro;
o manganês;
bauxita.
Ferro é o mais importante recurso mineral explorado
no Brasil. Os minerais de ferro surgem em terrenos
proterozóicos, podendo ser classificada como minério a rocha
que apresentar teor metálico superior a 40%. No Brasil, o mais
explorado e exportado é a hematita, que apresenta entre 55%
e 65% de teor metálico.
As principais áreas de ocorrência de minério de
ferro no Brasil são:
• Quadrilátero Central ou Ferrífero, em Minas
Gerais;
• maciço de Urucum, no pantanal Mato-
grossense;
• serra dos Carajás, no Pará.
Manganês é o segundo recurso mineral mais
exportado pelo Brasil. Sua importância econômica está
relacionada com sua utilização indispensável no setor
siderúrgico. Embora encontrado em vários estados, como:
• Pará (Carajás)
• Mato Grosso do Sul (Urucum)
• Minas Gerais (Quadrilátero Central)
a maior produção ocorre no Amapá (cerca de 60% do total
produzido no país), mas as reservas localizadas na serra do Navio,
nesse estado, estão praticamente esgotadas.
As principais áreas de ocorrência de bauxita no Brasil
estão localizadas no:
• Pará (Carajás e Oriximiná)
• Minas Gerais (Poços de Caldas e Ouro Preto)
• Nas proximidades do rio Trombetas, em
Oriximiná, localiza-se uma das maiores reservas
mundiais desse minério.
Sal é explorado sobretudo no Nordeste, sendo o Rio
Grande do Norte responsável por mais de dois terços da produção
nacional.
Calcário é de grande importância como material de
construção civil cimento e cal - e para a agricultura, onde
é utilizado como corretivo do solo. Ocorre em quase todo o
Brasil.
Nióbio: O Brasil detém 98% das reservas mundiais
exploráveis de nióbio no mundo, e mais de 90% do total do
minério presente no planeta Terra. As jazidas estão presentes em 3
cidades brasileiras: 61% proveniente de Araxá (MG), 21% das
reservas em Catalão (GO) e outros 12% em São Gabriel da
Cachoeira (AM)
12 - OS RECURSOS ENERGÉTICOS
Entre os principais recursos energéticos utilizados pelo
homem, destacam-se os combustíveis fósseis, assim denominados
devido à sua origem, relacionada à deposição de restos de seres
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 14
vivos em eras geológicas passadas. Os
mais importantes combustíveis fósseis são o petróleo e o carvão
mineral.
Com o passar dos anos essa continua superposição de
camadas na crosta terrestre fez aumentar a pressão e o calor sobre
os depósitos orgânicos, provocando neles reações químicas que
resultaram em gás natural e petróleo.
O petróleo é fluido, sendo encontrado em regiões
sedimentares, nos poros das rochas armazenadoras como o arenito,
dominante no Brasil.
O petróleo é o produto mineral mais importante do século
XX, pois, além de ser utilizado em larga escala como fonte de
energia, através de derivados como o óleo diesel, o querosene, a
gasolina e o gás liquefeito, também possibilita a fabricação de
solventes, borracha sintética, fertilizantes, plastificantes, fibras de
náilon e outros produtos indispensáveis à economia moderna.
12.1 - O PETRÓLEO NO BRASIL
Em 1932, foi instalada em Uruguaiana, no Rio Grande do
Sul, a Destilaria Sul-rio-grandense. Em 1936, duas refinarias de
petróleo foram inauguradas: a Matarazzo, em São Caetano do Sul
(São Paulo), e a Ipiranga, em Rio Grande (Rio Grande do Sul).
Em 1938, foi criado o Conselho Nacional do Petróleo
(CNP), que visava regular e controlar as atividades ligadas a esse
recurso. Em 1939, na localidade de Lobato, no Recôncavo Baiano,
finalmente jorrou petróleo em condições comerciais pela
primeira vez no país.
Por fim, em 1 953, durante o governo de Getúlio Vargas,
foi assinada a Lei n.º 2004 criando a Petróleo Brasileiro S.A.
(Petrobrás). A Petrobrás deteve, durante 42 anos, o monopólio nas
seguintes atividades:
e pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e outros
hidrocarbonetos, fluidos e gases raros em território
nacional;
refino do petróleo nacional e estrangeiro;
transporte marítimo de cabotagem, isto é, costeiro, e
transporte terrestre por oleodutos de petróleo e
derivados;
importação e exportação de petróleo e derivados.
A exploração de petróleo no Brasil é realizada nas bacias
sedimentares, que totalizam 3,2 milhões de km2 na parte terrestre
e quase 1 milhão de km2 na plataforma continental.
Entre as principais bacias produtoras, destacam-se:
bacia de Campos, principal área produtora do país, na
plataforma continental, onde se destacam ainda trechos
do litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas;
bacia do Recôncavo Baiano, importante área produtora
de petróleo no continente;
bacia do Nordeste, entre Sergipe e Alagoas, que produz
cerca de 15 % do petróleo brasileiro.
VALOR DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO/DIA - 2010
1 Arábia Saudita (OPEP) 10,521
2 Rússia 10,146
3 Estados Unidos 9,688
4 República Popular da China 4,273
5 Irã (OPEP) 4,252
6 Canadá 3,483
7 México 2,983
8 Emirados Árabes Unidos (OPEP) 2,813
9 Brasil 2,719
10 Nigéria (OPEP) 2,458
11 Kuwait (OPEP) 2,450
12 Iraque (OPEP) 2,408
13 Venezuela (OPEP) 2,375
14 Noruega 2,134
15 Angola (OPEP) 1,988
12.2 - O CARVÃO MINERAL
O carvão mineral é um combustível fóssil cuja origem está
relacionada ao soterramento de antigas florestas.
O carvão mineral foi a principal fonte energética do
planeta até fins do século XIX. No século XX, sua importância
declinou graças ao crescimento da produção e das possibilidades
econômicas do petróleo. No entanto, o carvão continua sendo uma
das mais importantes fontes energéticas, bem como matéria-prima
indispensável à indústria, uma vez que é produto básico na
fabricação do aço.
No Brasil, a produção é pequena, não atendendo sequer ao
consumo interno. Entre as causas da pequena produção nacional
de carvão, destacam-se:
• país não dispõe de grandes reservas;
• carvão nacional é de baixa qualidade;
• as técnicas de extração e o sistema de escoamento são
precários, determinando um preço mais elevado que o
do carvão importado.
As principais áreas produtoras no país localizam-se nos
terrenos permo-carboníferos da região Sul, particularmente nos
estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Santa Catarina é
responsável por mais de dois terços da produção nacional, uma
vez que possui as únicas reservas conhecidas aproveitáveis na
siderurgia, ou seja, produção de carvão-coque.
Suas principais áreas carboníferas situam-se na bacia do
rio Tubarão, onde se destacam os centros de Criciúma e
Siderópolis.
No Rio Grande do Sul, o destaque fica com o carvão
vapor, utilizado em ferrovias e termelétricas. As principais jazidas
são encontradas no vale do rio Jacuí.
12.3 - O GÁS NATURAL NO BRASIL
A utilização do Gás Natural no Brasil começou
modestamente por volta de 1940, com as descobertas de óleo e gás
na Bahia, atendendo a indústrias localizadas no Recôncavo
Baiano. Depois de alguns anos, as bacias do Recôncavo, Sergipe e
Alagoas eram destinadas quase em sua totalidade para a
fabricação de insumos industriais e combustíveis para a refinaria
Landulfo Alves e o Polo Petroquímico de Camaçari.
Reservas Brasileiras de Gás Natural.
As reservas de Gás Natural brasileiras são,
comprovadamente, de aproximadamente 313 bilhões de m3,
suficientes para suprir o consumo atual por 20 anos.
Mais de 50% de nossas reservas estão localizadas na Bacia
de Campos e o restante (49,8%) distribuídas nas demais unidades
operativas da Petrobras (Santos, Solimões e Amazonas).
A maior parte está localizada no offshore, onde se
concentram 252,6 bilhões de m3. Grande parte das reservas está
localizada em lâmina d'água superior a 1.000 m.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 15
Incentivos tributários
concedidos na maioria dos Estados e a perspectiva do
barateamento no custo do insumo, com a renegociação do gás
importado da Bolívia, somados à exploração das novas reservas
descobertas pela Petrobrás, são os responsáveis pelo incremento
do uso do Gás Natural em todo o Brasil.
Tudo isso é o motor propulsor para o aumento cada vez
maior do número de conversões de veículos.
GASODUTO BRASIL-BOLÍVIA
O Gasoduto Bolívia-Brasil, também conhecido como
Gasbol, é uma via de transporte de gás natural entre a Bolívia e o
Brasil com 3.150 quilômetros de extensão, sendo 2.593 em
território brasileiro (trecho administrado pela TBG) e 557 em
território boliviano (trecho administrado pela GTB).
A construção, funcionamento e comércio do gás é regido
pelo acordo Tratado de La Paz redigido em 1996. E começou a ser
construído em 1997, iniciando sua operação em 1999. Mas esteve
plenamente operativo somente em 2010, com o objetivo de que o
gás natural chegue a 15% de todo o consumo energético brasileiro.
O então presidente Fernando Henrique Cardoso teve grande
empenho para a realização do projeto e inaugurou as primeiras
etapas.
REFINÁRIAS DA PETROBRÁS
Além das refinarias brasileiras, a Petrobras também possui
duas outras na Bolívia, adquiridas em 1999:
o Refinarias Guilhermo Elder Bell
o Gualberto Villarroel
As unidades industriais da Petrobras se completam com
duas fábricas de fertilizantes nitrogenados:
o FAFEN, localizadas em Laranjeiras, Sergipe, e em
Camaçari, Bahia.
Operam ainda no Brasil duas refinarias que pertencem a
grupos privados:
o Refinarias Ipiranga, no Rio Grande do Sul
o Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro
Em suas instalações de refino, a Petrobras tem capacidade
para produzir cerca de 1 milhão 800 mil barris de derivados por
dia, atendendo à demanda interna e gerando excedentes que são
exportados. A participação do petróleo produzido no Brasil na
carga das refinarias é de cerca de 70%; o restante representa
petróleo importado para complementar o consumo brasileiro de
derivados, que é de cerca de 1,69 milhão de barris por dia.
Entre os principais fornecedores de petróleo ao Brasil estão a
Nigéria, a Arábia Saudita, a Argentina e a Venezuela.
REFINARIAS DA PETROBRAS
SIGLA NOME CIDADE UF
RLAM Refinaria Landulpho Alves Mataripe, BA
RPBC Refinaria Presidente Bernardes Cubatão SP
REDUC Refinaria Duque de Caxias Campos Elíseos RJ
REGAP Refinaria Gabriel Passos Betim MG
REFAP Refinaria Alberto Pasqualini Canoas RS
REPLAN Refinaria de Paulínia Paulinia SP
REMAN Refinaria de Manaus Manaus AM
RECAP Refinaria de Capuava Capuava SP
REPAR Refinaria Presidente Getúlio Vargas Araucária PR
REVAP Refinaria Henrique Lage São. José dos Campos SP
ASFOR Fábrica de Asfalto de Fortaleza Fortaleza CE
13 - A PECUÁRIA
Pecuária é a atividade relacionada à criação de gado, ou
seja, à criação de determinados rebanhos com fins econômicos.
Tem como principais objetivos a produção de alimentos e de
matérias-primas, além da criação de animais de tração e
transporte.
OS SISTEMAS DE CRIAÇÃO
Definem-se dois grandes sistemas de criação:
o extensivo
o intensivo
Lembrando que existem alguns outros intermediários que
misturam características dos dois primeiros.
sistema extensivo: No sistema de pecuária extensiva, a
criação é considerada de pior qualidade, pois a pecuária
é realizada com o gado solto no pasto sem grandes
cuidados com sua saúde e higiene. E um sistema que
exige espaço, porém requer pequena quantidade de
mão-de-obra. O sistema extensivo, portanto, é de baixa
produtividade, sendo característico de regiões
subdesenvolvidas.
sistema intensivo: O sistema de pecuária intensiva
possui características opostas, pois é considerado de
alta qualidade. O gado é criado em estábulos, recebendo
cuidados com alimentação, saúde e higiene. Pode ser
realizado em pequenas propriedades, porém exigindo
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 16
grande investimento, tanto em pessoal
qualificado quanto em equipamentos.
A ZOOTECNIA
Zootecnia é a ciência que tem como objetivo estudar
técnicas de pecuária para criar o melhor animal, no menor tempo e
pelo menor custo a fim de se obter o maior lucro possível. Utiliza
os seguintes recursos:
aclimatação: técnica que visa adaptar um animal
oriundo de área climática diferente;
cruzamento: baseia-se no acasalamento de animais da
mesma espécie, de raças diferentes, porém puros.
seleção: técnica de cruzamento que escolhe as melhores
cabeças da mesma raça, tendo como objetivo acentuar
suas qualidades no rebanho;
hidratação: processo que cruza elementos de espécies
diferentes. O produto desse cruzamento é o animal
híbrido, quase sempre estéril;
Inseminação: técnica de reprodução sem que se realize
o acasalamento, ou seja, o sêmen é extraído de
reprodutores selecionados e é imediatamente congelado
e armazenado.
A PECUÁRIA NO BRASIL
A pecuária no Brasil é realizada fundamentalmente de
forma extensiva, caracterizando-se, portanto, por um pequeno
nível de investimento de capital e tecnologia.
Bovinos:
O rebanho bovino brasileiro, com aproximadamente 1 70
milhões de cabeças, é um dos cinco maiores do mundo,
representando cerca de 10% de todo o gado bovino do globo.
A história da pecuária bovina no Brasil data dos
primórdios do século XVI, com a introdução das primeiras
cabeças na capitania de São Vicente.
Os maiores rebanhos do Brasil estão nos Estados de:
Mato Grosso(13,8%)
Minas Gerais(11,2%)
Goiás(10,2%)
Mato Grosso do Sul(10,1%)
Os maiores rebanhos bovinos por municípios são:
São Félix do Xingu (Pará)
Corumbá (MS)
Ribas do Rio Pardo (MS).
Suínos: O rebanho brasileiro, superior a 35 milhões de cabeças, é
um dos maiores do mundo, representando 5% do total mundial.
O IBGE mostra ainda que o maior efetivo de suínos
encontrava-se no Sul do país, totalizando 48,6%. Os Estados de
maiores rebanhos são:
Santa Catarina ostenta 20,3%
Rio Grande do Sul, representando 14,4%
Paraná, com 13,9%.
Do total nacional.
Os municípios de maiores rebanhos são:
Uberlândia (MG),
Rio Verde (GO),
Toledo (PR)
Concórdia (SC),
Tal fato deve-se ser atribuído a instalação de grandes frigoríficos
nesses locais. A pecuária suína destina-se basicamente à produção
de carne e de banha.
Ovinos: O rebanho brasileiro de ovinos - ovelhas e carneiros - é de
aproximadamente 17,3 milhões de cabeças, correspondendo a
apenas 1,5% do total mundial. O aproveitamento econômico desse
rebanho está na produção de lã, leite e carne.
A região Nordeste detém o maior número de cabeças
ovinas, totalizando 9,85 milhões de cabeças. A região Sul
apresentou o segundo maior rebanho, 4,88 milhões de cabeças. A
região Centro-Oeste apresentou o terceiro maior rebanho, 1,26
milhões de cabeças.
Os Estados de maiores rebanhos são:
o Rio Grande do Sul se manteve na liderança e
totalizou 3,97 milhões de cabeças.
A Bahia manteve o segundo lugar no ranking, com um
efetivo de 3,12 milhões de cabeça.
A terceira posição foi ocupada pelo Ceará, com 2,09
milhões de cabeças
Caprinos
O rebanho brasileiro de caprinos é pouco superior a 9,31
milhões de cabeças (2,5% do total mundial). Seu aproveitamento
econômico é muito grande, pois, além de produzir carne, leite e
derivados, também se aproveita a pele.
A região Nordeste detém o maior número de cabeças
caprinas, totalizando 8,45 milhões de cabeças. A região Sul
apresentou o segundo maior rebanho, com 343.325 cabeças. A
região Sudeste apresentou o terceiro maior rebanho, 233.407
cabeças.
Os principais rebanhos encontram-se nos Estados:
1º lugar - Bahia;
2º lugar- Pernambuco
3º lugar - Piauí,
Equinos:
Os equinos foram introduzidos no Brasil no início da
colonização. Totalizam atualmente 5,5 milhões de animais, 9% do
efetivo mundial.
A criação de cavalos no Brasil apresenta diversos
objetivos. Assim, temos criação para sela e montaria, como os
estrangeiros quarto de milha, árabe e persa, ou como os nacionais
manga-larga e campolina, e criação para tração, com destaque
para a raça Shire (inglesa) que atinge um grande porte. Muares
As maiores concentração encontram-se:
no Sudeste (24,4%)
no Nordeste (24,3%).
Os Estados que lideram o ranking são:
Minas Gerais era o estado líder com 14,3% das
cabeças,
Bahia, com 10,1%
Rio Grande do Sul, com 8,6%.
O rebanho de muares burros e mulas - alcança 974,5
milhões de cabeças no Brasil (13% do total mundial). A origem
desse rebanho está no cruzamento de duas outras espécies, o
asinino macho (jegue) com o equino fêmea (égua). Por serem
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 17
animais híbridos, tanto o burro quanto a
mula são estéreis, ou seja, não se reproduzem. A principal
utilidade dos muares está no transporte de carga e, em segundo
plano, na montaria.
A maior parte deste rebanho está concentrada no Nordeste
do país, nos Estados:
Bahia, com 26,1%
Ceará com 19,8%
Piauí, com 12,2%.
Asininos:
O rebanho brasileiro de asininos - asnos, jumentos, jegues
ou jericos -, da ordem de 1,5 milhão de cabeças, corresponde a 4%
do total mundial. Entre as principais qualidades desse rebanho,
está sua grande capacidade de sobreviver em condições ambientais
hostis. Assim como os muares, os asininos são importantes para
montaria ou transporte de carga.
Bufalinos:
O efetivo de búfalos criados no Brasil é de
aproximadamente 1,5 milhão de cabeças, apenas 1% do total
mundial. O aproveitamento do búfalo é muito diversificado, pois o
animal é um grande fornecedor de carne, já que cerca de 50% do
seu peso (que chega a 900 kg) pode ser utilizado para esse fim. E
também grande produtor de leite, com até 10 litros diários; tem
seu couro industrializado e, pela sua grande capacidade de
deslocamento de carga - possui a força de dois bois juntos, é ainda
utilizado como animal de tração.
14 - A INDÚSTRIA
TIPOS DE INDÚSTRIA
A indústria é uma atividade transformadora, ou seja,
utilizando-se de mão-de-obra, máquinas e energia, transforma a
matéria-prima em bens destinados ao consumo. A indústria de
transformação pode ser dividida em dois grandes grupos: o de
bens de produção e o de bens de consumo.
INDÚSTRIAS DE BENS DE PRODUÇÃO
Fazem parte desse importante grupo as indústrias que
transformam matérias-primas brutas (oriundas da natureza) ou que
visam abastecer as outras indústrias com máquinas, equipamentos,
insumos e matérias-primas beneficiadas. Como exemplo, temos as
siderúrgicas, a mineração, a química e a petroquímica.
As indústrias de bens de produção também são
denominadas indústrias de base por fornecer o alicerce do
desenvolvimento industrial e indústrias pesadas pelo seu porte e
por trabalhar com grandes quantidades de matérias-primas.
INDÚSTRIAS DE BENS DE CONSUMO
Classificam-se nesse grupo as indústrias que têm como
objetivo atender às necessidades do grande mercado. Utilizam
matérias-primas produzidas na natureza ou bens provenientes das
indústrias de base.
As indústrias de bens de consumo costumam ser divididas
em dois subgrupos:
bens duráveis: produzem bens de consumo que não são
perecíveis, cujo uso não implica sua extinção. Como
exemplos, temos a indústria automobilística e a de
eletrodomésticos;
bens nâo-duráveis: produzem bens de consumo perecíveis.
Como exemplos, temos a indústria alimentícia, a de vestuário
e a farmacêutica.
OS FATORES DA LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL
A implantação e o desenvolvimento industrial estão
relacionados a uma série de influências que podem favorecer ou
acelerar o desenvolvimento de uma região.
A indústria depende, então, de vários fatores:
capital: toda implantação industrial exige um grande
investimento anterior, com aquisição de terreno, construção
do edifício, compra de máquinas e matérias-primas,
energia: todo e qualquer processo industrial só se faz com
grande disponibilidade energética.
mão-de-obra: a transformação industrial tem como principal
finalidade a obtenção de lucro. Um dos elementos básicos
para se atingir tal objetivo é a existência de um excedente de
mão-de-obra que permita ao empresariado adotar uma
política salarial fundamentada em baixa remuneração.
Assim, a implantação industrial tem maiores chances de se
viabilizar junto aos grandes centros urbanos, onde a mão-de-
obra é mais numerosa e mais bem qualificada;
matéria-prima: o elemento mais importante no processo
industrial é a matéria-prima a ser transformada. Quanto mais
próxima ela estiver, menor o custo do transporte e, portanto,
menor o custo de produção e maior o lucro da indústria;
mercado consumidor: a exemplo da matéria-prima, quanto
mais próxima a indústria estiver do seu mercado, menor o
custo do transporte e maior a sua margem de lucro;
meios de transporte: a presença desse item em condições
satisfatórias vai favorecer o deslocamento das matérias-
primas para a indústria, dos produtos para o mercado e dos
trabalhadores para as fábricas.
15 – TRANSPORTES
OS TIPOS DE TRANSPORTE
Cinco grandes tipos de transporte são utilizados
comercialmente em grande escala: dois são terrestres (ferroviário e
rodoviário), dois são aquáticos (navegação fluvial e marítima) e
um é aéreo.
Rodovias: as principais vantagens das rodovias são a
versatilidade e a facilidade de ligação origem-destino.
Por outro lado, sua manutenção, bem como a dos
veículos que nelas circulam, é de custo elevado (reparos,
combustíveis, etc.).
Ferrovias: entre as principais vantagens do transporte
ferroviário estão a capacidade de carga, baixo consumo
de energia e a segurança no tráfego. Entre os problemas,
destacam-se o alto custo de implantação e o trajeto
limitado.
Transporte aéreo: O desenvolvimento do transporte
aéreo é ainda recente. A evolução tecnológica,
aumentando a velocidade e a segurança dos voos, tem
gerado progressos no transporte aéreo mundialmente.
Navegação marítima: A navegação marítima vem
evoluindo junto com a humanidade. No início
utilizavam-se o remo – força humana - e o vento, depois
o carvão e o petróleo e, hoje, os navios mais modernos
são movidos a energia nuclear.
Navegação fluvial: A navegação fluvial tem cumprido
um importante papel o caminho natural de penetração,
onde as adversidades do relevo ou o desinteresse
econômico tenham impedido a implantação de rodovias
e ferrovias.
OS TRANSPORTES NO BRASIL
Brasil é um país de dimensões continentais, com
topografia dominantemente plana, grandes distâncias entre as
áreas de matérias-primas e as áreas industriais e enorme
capacidade hidrelétrica, que pode compensar a insuficiência em
petróleo, de onde derivam a gasolina e o diesel.
Todas essas características, em conjunto, justificariam
como opção preferencial de transporte a ferrovia, e não a rodovia.
No entanto, a realidade é outra.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 18
AS RODOVIAS
O Brasil possui uma extensão rodoviária total de 1 663
987 km, dos quais somente 136 647 km, ou 8,2% do total, são
totalmente pavimentados. As rodovias sob controle direto do
governo federal dividem-se em quatro grupos ( todos indicados
pelo prefixo BR):
rodovias radiais: partem de Brasília e têm sua
numeração variando de 001 a 100. O número aumenta
no sentido horário de acordo com o ângulo formado com
o norte. Exemplos: BR-010 Rodovia Bernardo Sayon
(Belém-Brasília); BR-040 Rodovia Brasília- Rio de
Janeiro;
rodovias longitudinais: seguem no sentido norte-sul. A
numeração aumenta de leste para oeste e varia de 10 l a
200. Exemplos: BR-101 Rodovia Litorânea; BR-116 -
Rodovia Fortaleza-Jaguarão;
rodovias transversais: seguem no sentido leste-oeste.
A numeração aumenta de norte para sul, variando de
201 a 300. Do norte até Brasília vai de 201 a 250, e de
Brasília até o sul vai de 251 a 300. Exemplos: BR-210 -
Rodovia Perimetral Norte; BR 230 Rodovia
Transamazônica;
rodovias diagonais: cortam as anteriores em diagonal
(nordeste-sudoeste ou noroeste-sudeste). Variam de 301
a 400 e a numeração aumenta para o sul. As de números
pares são as de direção noroeste-sudeste e, as ímpares,
nordeste-sudoeste. Exemplos: BR 319 - Rodovia
Manaus-Porto Velho; BR 364 - Rodovia Cuiabá-Porto
Velho.
Rodovia de ligação: é a denominação recebida pelas
rodovias federais brasileiras que unem duas rodovias
federais entre si, ou uma rodovia a alguma localidade
próxima, ou às fronteiras internacionais, ou, ainda, que
não possam ser classificadas em nenhum dos outros
tipos. Sua numeração de 401 a 499.
O símbolo do rodoviarismo brasileiro foi a construção da
rodovia Transamazônica (BR 230), inaugurada em 1 974 com
apenas alguns trechos construídos e logo a seguir abandonada.
Sobre ela dizia-se que era o elo de ligação entre o "nada" e o
"coisa alguma".
AS FERROVIAS
A extensão ferroviária total no Brasil é de 29 833 km,
distribuídos da seguinte forma:
Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA): controla 74% de
toda a extensão de vias férreas do país, ou seja, 22 067 km,
englobando inúmeras estradas de ferro, tais como:
o Estrada de Ferro Central do Brasil, criada em 1855
como E.F. Dom Pedro 1, é a segunda do país em
volume de carga transportada;
o Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, de 1905, vai
de Bauru (São Paulo) até Corumbá (Mato Grosso
do Sul) e daí segue com o nome de E.F Brasil-
Bolívia até Santa Cruz de La Sierra, no interior
boliviano;
o Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, criada em 1868,
tem apenas 139 km de extensão.
PRINCIPAIS FERROVIAS DE CARGA DO BRASIL – 2008
Controladora Ferrovia Km Produtos CVRD
EFVM – Estrada de Ferro Vitória à Minas 905 Minério de ferro, carvão mineral, soja, produtos siderúrgicos e celulose
EFC – Estrada de Ferro Carajás 892 Minério de ferro, ferro gusa, manganês, cobre e combustíveis derivados do petróleo e da soja
FCA – Ferrovia Centro-Atlântica S/A 8.066 Soja e farelo, calcário siderúrgico, minério de ferro, fosfato, açúcar, milho e fertilizantes
FNS – Ferrovia Norte-Sul 420 Soja e farelo, areia, fosfato e cloreto de potássio
CVRD, CSN, USIMINAS, GERDAU
MRS – MRS Logística S/A
1.674
Minério de ferro, carvão mineral, produtos siderúrgicos, ferro gusa, cimento e soja
ALL
ALL – América Latina Logística Malha Sul S/A 7.304 Soja e farelo, açúcar, derivados de petróleo e álcool, milho e cimento
ALL – América Latina Logística Malha Paulista S/A
1.989 Açúcar, cloreto de potássio, adubo, calcário e derivados de petróleo e álcool
ALL – América Latina Logística Malha Oeste S/A
1.945 Minério de ferro, soja e farelo, açúcar, manganês, derivados de petróleo e álcool
ALL – América Latina Logística Malha Norte S/A 500 Soja e farelo, milho, óleo vegetal, adubo e combustível
CSN Transnordestina Logística S/A 4.207 Cimento, derivados de petróleo, alumínio, calcário e coque
Gov. PR Ferroeste 248 Soja e farelo, milho, contêiner e trigo
FTC FTC – Ferrovia Tereza Cristina S/A 164 Carvão mineral
Ferrovias Paulistas S.A. (FEPASA): controla 1 6,5% das
vias férreas, ou seja, 4 899 km, englobando vários ramais,
como a E.F. Sorocabana (1875) e a Companhia Mogiana
(1871), que alcança o Triângulo Mineiro;
Ferrovias isoladas: correspondem aos 2 867 km restantes,
englobando a E.F. Carajás, pertencente à Companhia Vale do
Rio Doce, a E.F. Vitória-Minas, a primeira do país em
volume de carga e que também pertence à Companhia Vale
do Rio Doce, e a E.F. do Amapá, que escoa o minério de
manganês da serra do Navio.
A Rede Ferroviária Federal (RFFSA) está passando por
um processo de privatização. A fim de facilitar a venda, o governo
dividiu toda a rede em seis partes:
Malha Oeste,
Malha Centro Oeste,
Malha Sudeste, Malha Sul,
Malha Nordeste
Malha Teresa Cristina.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 19
16 - A POPULAÇÃO BRASILEIRA
Já sabemos que a população humana é o número ou a
quantidade de pessoas que habitam um determinado espaço
geográfico. Dependendo do conjunto ou segmento a que se refere
a população pode ser:
absoluta e relativa, quanto ao espaço territorial ocupado.
local, regional, continental e global, quanto a extensão do
espaço geográfico; municipal, estadual e nacional, quanto a
extensão do espaço territorial da unidade pública.
rural e urbana, quanto a distribuição geográfica, no campo e
na cidade; economicamente ativa e não economicamente
ativa quanto a sua distribuição e participação nas atividades
econômicas de produção e de trabalho.
jovem, adulta e velha (ou senil), quanto a idade; masculina e
feminina, quanto ao sexo, na sua estrutura.
branca, negra, amarela e mestiça, quanto as diferentes
tipologias étnicas das pessoas.
dos vários segmentos culturais, religiosos, sociais etc.,
sejam eles maiorias ou minorias.
POPULAÇÃO ABSOLUTA
População absoluta é o número total de habitantes de um
espaço geográfico ou territorial. Em função da dimensão ou
extensão do espaço geográfico ou territorial, a população
absoluta, também chamada de efetivo demográfico ou efetivo
humano pode ser: local, regional, continental e global,
respectivamente. municipal, estadual e nacional,
politicamente.
O calculo da população absoluta é feito através de censos
(ou recenseamentos) demográficos E de estimativas ou projeções
populacionais.
PAÍSES MAIS POPULOSOS DO MUNDO- 2010
1° China 1.345.750.973
2° Índia 1.198.003.272
3º Estados Unidos 314.658.780
4° Indonésia 229.964.723
5º Brasil 190.755.799
6° Paquistão 180.808.096
7° Bangladesh 162.220.762
8º Nigéria. 154.728.892
9° Rússia: 140.873.647
11° Japão 127.156.225
POPULAÇÃO RELATIVA ou DENSIDADE
DEMOGRÁFICA
A densidade demográfica ou população relativa é o
número de habitantes por quilometro quadrado n.º hab./Km2 .
Para se obter esse numero dividimos o valor da população
absoluta pelo valor da área do espaço geográfico ou territorial
ocupado por essa população.
PAÍSES MAIS POVOADOS DO MUNDO
Nº PAÍS POPULAÇÃO
1° Mônaco 16.620 Habitantes/Km²
2° Singapura 6.389 Habitantes/Km²
3° Vaticano 2.093 Habitantes/Km²
4° Malta 1261 Habitantes/Km²
5° Maldivas 1163 Habitantes/ Km²
17 - ESTRUTURA ÉTNICA DA POPULAÇÃO.
Um dos traços mais característicos da estrutura étnica da
população brasileira é a enorme variedade de tipos, resultantes da
intensa mistura de raças. Esse processo vem ocorrendo desde o
início de nossa história.
Três grupos étnicos básicos deram origem a população
brasileira: o branco, o negro e o índio. O contato entre esses
grupos começou a ocorrer nos primeiros anos da colonização,
quando os brancos (portugueses) aqui se instalaram, aproximando-
se dos indígenas (nativos) e trouxeram os escravos negros
(africanos).
A miscigenação ocorreu de forma relativamente rápida já
nesse período, dando origem aos inúmeros tipos de mestiços que
atualmente compõem a população brasileira. Segundo os dois
últimos recenseamentos, a distribuição é a seguinte:
GRUPOS ÉTNICOS NA POPULAÇÃO TOTAL
As regiões Sul e Sudeste são as que apresentam as maiores
proporções de brancos no conjunto de suas populações.
As regiões Nordeste e Sudeste são as que apresentaram a
maior concentração de negros, por serem arcas onde a mão-de-
obra escrava era muito utilizada.
As regiões do Nordeste e Sudeste, apresentam também
grande concentração de mulatos em sua população, devido a forte
presença dos negros.
As regiões Norte e Centro-Oeste abrigam os poucos
indígenas que restaram no Brasil, embora eles possam ser
encontrados em números extremamente reduzidos em todas as
outras regiões brasileira. Nas regiões interioranas do pais
encontramos os caboclos (mestiços de brancos e índios) e nas
regiões da Amazônia, Centro- Oeste e no Nordeste
particularmente no Maranhão, encontramos os cafuzos.
A população amarela está representada pelos imigrantes
asiáticos (japoneses em especial) e indígenas.
A mistura racial entre os elementos formadores do povo
brasileiro resultou em três tipos: mulato, caboclo e cafuzo.
o branco + negro = mulato
o branco + índio = caboclo ou mameluco
o negro + índio = cafuzo, caboré ou curiboca
18 - POPULAÇÃO RURAL E POPULAÇÃO URBANA
Essa forma de distribuição da população é o melhor
indicador do grau da intensidade de ocupação e de povoamento do
espaço geográfico.
No Brasil, a população rural foi mais numerosa e
predominou até 1960. No Censo de 1970 já se constatou o
predomínio numérico da população urbana, com 56% do total
nacional.
Em consequência do surto urbano-industrial que ocorreu
em nosso país, nestas últimas décadas, a distribuição rural-urbana
da população brasileira se apresentava, em 2010, com:
84% de população urbana e 16% de população rural;
predomínio da população urbana em todas as grandes
regiões, especialmente no Sudeste e Centro Oeste;
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 20
Foram relativamente moderados, abaixo de 2% ao ano, entre
1872 e 1940, quando as taxas de natalidade e de mortalidade
eram elevadas, acima de 40 % e 20 %, respectivamente;
Se elevaram, progressivamente, nesse período (1872- 1940),
pois as reduções foram bem acentuadas nas taxas de
mortalidade e quase que imperceptíveis nas de natalidade;
Foram elevados, superiores a 2% ao ano, a partir de 1940 e
até 1980, com quase 3% ao ano nas décadas de 50 e 60,
novamente porque as reduções nas taxas de natalidade não
foram tão acentuadas quanto nas de mortalidade;
Declinaram nas últimas décadas do século XX, apesar das
quedas acentuadas nas taxas de mortalidade mas, agora sim,
devido a queda mais acentuada nas taxas de natalidade e de
fecundidade;
Já são inferiores a 2% ao ano, de apenas 1,93% em 1991, e
vão baixar ainda mais, o que significa que estamos na
segunda parte da transição demográfica que já aconteceu,
muito anteriormente, nos países hoje desenvolvidos e ricos.
19 - A IMIGRAÇÃO NO BRASIL
Em todo o período colonial, que foi pouco superior a 300
anos, no qual o Brasil esteve sob o domínio de Portugal, era
proibida a entrada de "estrangeiros" no nosso espaço territorial.
Por essa razão, não se pode falar em imigrantes nesse
período, pois não existia essa condição ou qualificação.
Ao longo desses três séculos, as muitas dezenas de
milhares de pessoas que aqui chegaram e permaneceram, ainda
que por pouco tempo, não eram imigrantes.
Mesmo assim, muitos aqui chegaram e se estabeleceram,
especialmente os:
• portugueses, que eram os colonizadores, em missões
oficiais e nas condições de bandidos (degredados)
expulsos de Portugal e, também, os cristãos novos
(judeus portugueses);
• franceses e holandeses como invasores;
• negros de origem africana que, vergonhosamente
foram negociados, traficados e trazidos para o nosso
país na condição de escravos;
• aventureiros de várias nacionalidades, marinheiros
desertores e náufragos.
Somente em 1808, quando o Brasil foi elevado à condição
de Vice Reino e se tornou a sede da monarquia portuguesa, com a
chegada da Família Real, e D. João VI promulgou a lei
autorizando a posse de terras por estrangeiros, é que a imigração
no pais foi incentivada e praticada oficialmente. Recorreu-se
então, à imigração naquela época para:
• ocupar e povoar a região Sul do país garantindo o
domínio sobre esse espaço territorial que já era alvo
da cobiça de castelhanos;
• “branquear” ou “clarear” a pele da população
brasileira que naquele tempo era majoritariamente
negra.
Os primeiros imigrantes brasileiros foram os suíços
alemães que aqui chegaram em 1.818, se estabeleceram no espaço
territorial do que é o atual estado do Rio de janeiro e fundaram o
núcleo colonial que deu origem à cidade de Nova Friburgo.
O crescimento do mercado de trabalho rural causado pela
expansão da nossa lavoura cafeeira, nas últimas décadas do século
XIX, determinou a necessidade de se recorrer à mão-de-obra do
imigrante em substituição à mão-de-obra dos escravos.
A imigração no Brasil começou muitas décadas antes das
leis abolicionistas. Mas foi a abolição da escravatura propriamente
dita, com a Lei Áurea (1.888) que lhe deu, de fato, o grande
impulso tornando-a numericamente significativa no crescimento
da nossa população.
Durante mais de 160 anos recebemos imigrantes de
diversas origens. Dentre os povos que aqui se estabeleceram
destacaram-se, em correntes migratórias, os:
• Suíços-alemães, que em 1.818 se instalaram na
região serrana do Rio de Janeiro, fundando o núcleo
colonial que deu origem a cidade de Nova Friburgo;
• Alemães, que a partir de 1824 se instalaram no Rio
Grande do Sul, nos vales dos rios Caí e dos Sinos,
fundando a cidade de São Leopoldo e,
principalmente, entre 1.850 e 1.870, em Santa
Catarina, no litoral e no Vale do Itajaí, fundando as
cidades de Blumenau e Joinville, ocupando-se da
policultura de produtos alimentares em pequenas
propriedades e de atividades industriais têxteis, de
cerâmica e de couros;
• Italianos, que a partir de 1.871 se instalaram,
inicialmente na região serrana do Rio Grande do Sul
fundando as cidades de Caxias do Sul e Bento
Gonçalves e dedicaram-se á vinicultura e,
posteriormente, de 1.887 a 1.914, no interior de São
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 21
Paulo, onde dedicaram-se ao trabalho
nas lavouras de café;
• Eslavos de origem russa, polonesa, ucraniana e
iugoslava que entre 1.875 e 1.890 se instalaram no
Paraná, inicialmente nas proximidades de Curitiba e
de Ponta Grossa e, mais tarde, no vale do rio Ivai,
dedicando-se às plantações de batata e as atividades
da indústria madeireira;
• Japoneses que, a partir de 1.908, se instalaram em
São Paulo, ocupando-se de diversas atividades na
agricultura, nas granjas e cooperativas; mais
recentemente nas indústrias e no setor de prestação de
serviços nas cidades. Instalaram-se, também, na
Amazônia, onde implantaram o cultivo de pimenta-
do-reino no Pará, na região de Tomé-Açu, e de juta,
no vale médio do rio Amazonas.
Vieram muitos outros imigrantes, especialmente os
espanhóis e os portugueses, ao longo desses tempos de imigração
mas sem caracterizarem, propriamente, um período de maior
fluxo. Mais recentemente vieram, em números significativos, os
coreanos, que se dedicam ao comércio, principalmente nas cidades
de São Paulo e Rio de Janeiro.
Os árabes, especialmente os sírios e libaneses, na maioria,
chegaram ao Brasil, como migrantes, entre 1.860 e 1.890. Esses
imigrantes se estabeleceram, inicialmente, na região da Amazônia,
onde se dedicaram ao comércio da borracha. Mais tarde, na região
do Centro-Sul do país, especialmente nos estados de São Paulo,
Rio de Janeiro e Minas Gerais, eles se dedicaram ao comércio de
miudezas, roupas e tecidos.
20 - A EMIGRAÇÃO NO BRASIL
O Brasil foi historicamente um país de imigração. A
emigração, que é a saída de pessoas do país, nunca foi
significativa em termos numéricos. No entanto, desde a ultima
década essa situação tem se modificado.
A emigração de brasileiros é hoje um fenômeno muito
marcante, seja pelo inusitado, seja pelas dimensões que tomou. De
1.985 até agora, estima-se que o Brasil tenha perdido cerca de 3
milhões de habitantes, sendo 1,7 milhão na emigração legal e mais
1,2 milhão de saídas clandestinas. Esse numero corresponde a 2%
da população do país.
A distribuição dos brasileiros pelos diversos países do
mundo mostra uma tendência de concentração em apenas alguns
deles. Observe o quadro:
.
País de destino
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 22
21 - MIGRAÇÕES INTERNAS
Uma das características da população brasileira sempre foi
a sua intensa mobilidade. Grandes fluxos migratórios ocorreram
de uma região para outra ao longo da nossa história.
Todos esses fluxos migratórios sempre se deram por
razões econômicas. O desenvolvimento e a expansão de novas
atividades econômicas num espaço geográfico tornam essa região
um polo de atração populacional (mão-de-obra) para o qual se
dirigem milhares de pessoas, de diversas origens, em busca de
melhores condições de trabalho e de vida.
A região de maior dispersão de migrantes internos, no
Brasil, é o Nordeste. Os grandes fluxos migratórios de nordestinos
ocorreram:
• No século XVII, partindo da Zona da Mata do Nordeste,
devido a decadência da economia canavieira, com destino ao
Sertão do Nordeste e Vale Médio do São Francisco, onde se
expandia a criação de gado;
• No século XVIII, juntamente com paulistas, com destino á
região das Minas Gerais, onde se desenvolvia a mineração;
• De 1.870 a 1.910, com destino à Amazônia, onde se
desenvolvia a extração de látex (borracha), período em que
conquistamos o espaço territorial do nosso atual estado do
Acre que, anteriormente, pertencia à Bolívia;
• De 1880 a 1930, juntamente com mineiros, com destino às
zonas de terra roxa de São Paulo e do Paraná, onde se
desenvolvia a cultura cafeeira;
• Na década de 1930, juntamente com mineiros, com destino
ao interior de São Paulo, onde se desenvolveu o surto
algodoeiro;
• Após a Segunda Guerra Mundial, juntamente com mineiros,
com destino aos polos industriais que se desenvolveram nas
regiões metropolitanas da Grande São Paulo e da Grande Rio
de Janeiro. Mais recentemente, nestas últimas décadas,
ocorreram dois grandes fluxos de migrantes internos:
• O de nordestinos com destino à Amazônia, especialmente
aos garimpos de Serra Pelada (PA), em busca de ouro, e para
o Sudeste, para o mercado de mão-de-obra da construção
civil que cresceu com o grande surto de urbanização;
• O de sulistas com destino a Amazônia e ao Centro-Oeste,
com a expansão da nossa fronteira agrícola.
A TRANSUMÂNCIA
A transumância é o movimento horizontal ou transladativo
da população que se caracteriza pelo vaivém, ou seja, a retirada ou
saída e o retorno ou volta, em determinadas épocas ou estações do
ano.
No Brasil, o movimento de transumância é próprio do
Nordeste. Ele ocorre com os pequenos proprietários de terras do
Sertão que, na época das secas, depois de 19 de março (dia de São
José), se movimentam em grandes contingentes para a Zona da
Mata, para trabalhar como empregados nas grandes plantações,
especialmente nas de cana-de-açúcar.
O retorno dos sertanejos só ocorre com o reinicio da
estação chuvosa, depois de 13 de dezembro (dia de Santa Luzia),
na época de fazer o novo plantio das suas lavouras.
ÊXODO RURAL
Dentre os movimentos migratórios internos destacam-se as
migrações rural-urbanas, que ocorrem da zona rural ou campo
para as zonas urbanas ou cidades. As principais causas do
deslocamento da população são:
• estrutura fundiária
• relações trabalhistas
• estatuto do trabalhador rural
• mecanização agrícola
• industrialização
As principais consequências deste deslocamento são:
• aumento do desemprego
• aumento do subemprego
• expansão da habitação precária
• marginalização crescente
MOVIMENTO PENDULAR
Nas grandes cidades, especialmente nos centros
comerciais e industriais onde estão concentrados os mercados de
trabalho, ocorrem fluxos de milhares e milhares de pessoas em
determinadas direções e em dados momentos. São trabalhadores
que moram nos bairros da periferia e nas cidades ( dormitórios)
vizinhas que, diariamente, se deslocam:
• dos bairros periféricos e das cidades dormitórios onde
moram, para os centros onde trabalham, pela manhã;
• dos centros onde trabalham, para os bairros e cidades
onde moram, a tarde ou a noite.
Esse vaivém diário do movimento pendular, exige via de
regra, uma infraestrutura de transportes coletivos urbanos e
interurbanos, muito bem aparelhada e adequada as necessidades
dos espaços geográficos onde ocorrem tais movimentos, pois eles
irão determinar, pela manhã e pela tarde a hora ou o momento do
"rush".
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 23
ESTRUTURA DA POPULAÇÃO
HUMANA
A população humana é formada por pessoas que se
diferenciam umas das outras pelas suas identidades naturais,
físicas ou biológicas, que são o sexo e a idade.
Dessa forma, a população e constituída ou composta de:
• homens e mulheres, quanto ao sexo;
• jovens, adultos e idosos ou velhos. quanto à idade.
DIVISÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO
POPULAÇÃO FAIXA ETÁRIA
JOVEM 0 a 19 anos
ADULTA 20 a 59 anos
IDOSA OU SENIL 60 anos em diante
TIPOS HUMANOS
A paisagem brasileira é um vasto painel de costumes,
terras, climas e tipos humanos. Ela se estende dos pampas do Sul
aos alagados do Pantanal; da caatinga do Nordeste as montanhas
do interior. Os tipos humanos mais característicos são:
• seringueiro e regatão na Amazônia
• jangadeiro no litoral nordestino
• vaqueiro sertanejo no interior ou sertão nordestino
• gaúcho no sul do país
• peões nas fazendas de gado do RS
• boias frias na região Sudeste na época de safras
(trabalhadores rurais)
22 - SETORES DA ECONOMIA
• O setor primário, praticado essencialmente no
espaço rural (campo), formado pelas atividades
agrícolas, criatórias (pecuária) e de extração (vegetal
e animal);
• O setor secundário, praticado muito intensamente
nos espaços urbanos (cidades), formado pelas
indústrias de construção e de transformação1
incluindo, também, as atividades de extração mineral;
• O setor terciário, praticado muito intensamente nas
cidades, formado pelas atividades de comércio e de
prestação de serviços tais como: bancos, cartórios,
escritórios (de advocacia e contabilidade), casas de
diversões e de espetáculos públicos, consultórios
médicos e de odontologia, clínicas médicas,
odontológicas e hospitais, emissoras de rádio e de
televisão, escolas, oficinas de consertos e de
assistência técnica, hotéis e restaurantes, seguradoras,
serviços públicos da administração, da coleta de lixo,
da limpeza, dos transportes etc.
A população economicamente ativa brasileira e da ordem
de mais ou menos de 77 milhões de pessoas ou seja, 47,5% da
população total do pais. Isso significa que os 52,5% restantes, são
sustentados direta ou indiretamente pela parcela da população que
esta envolvida no mercado de trabalho.
23 - URBANIZAÇÃO
As cidades: Cidade é um aglomerado humano concentrado, que se
apresenta com uma determinada organização especial. As cidades
tem sua economia não-dependente da agropecuária, voltando-se
principalmente para o setor terciário, embora podendo abranger
atividades mindustriais.
É possível fazer uma classificação das cidades tomando
como referencial a origem e a função urbana. De acordo com sua
origem, consideram-se dois grupos de cidades:
• naturais ou espontâneas - surgiram, cresceram e se
expandiram sem nenhum plano prévio de urbanização. Ex.:
Rio de Janeiro e São Paulo.
• artificiais ou planejadas - surgiram através de um plano,
percebendo-se uma ordenação interna e uma racional
distribuição das atividades por setores. Ex. Teresina, Aracaju,
Belo Horizonte, Goiânia, Brasília e Palmas.
De acordo com a função urbana, que é a atividade típica
da cidade, encontramos:
• industrial- Cubatão, Volta Redonda, São Bernardo do
Campo
• comercial- Feira de Santana, Caruaru e Manaus.
• portuária- Santos , Paranaguá e Cabedelo.
• turística- Guarujá, Camboriú e Araxá.
• religiosa- Aparecida e Bom Jesus da Lapa.
• histórica- Ouro Preto e Parati.
HIERARQUIA URBANA
As cidades não se distinguem apenas pela sua população,
mas principalmente pela quantidade e qualidade de serviços que
oferecem. Em função dos serviços que oferece, a cidade poderá
alcançar uma posição de destaque, exercendo sua influência em
todos os níveis, econômico, político e cultural, polarizando toda a
rede urbana local, regional ou até mesmo nacional.
A nova hierarquia urbana está assim representada,
segundo o IBGE:
• Metrópoles globais: suas áreas de influencia ultrapassam as
fronteiras de seus estados, região ou mesmo do país. As
metrópoles globais são São Paulo, Rio de Janeiro, Porto
Alegre e Curitiba.
• Metrópoles nacionais: encontram-se no primeiro nível da
gestão territorial, constituindo foco para centros localizados
em todos os pontos do país. São metrópoles nacionais
Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
• Metrópoles regionais: constituem o segundo nível da gestão
territorial, e exercem influência na macrorregião onde se
encontram. São metrópoles regionais Belém, Belo Horizonte,
Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife e
Salvador.
• Capitais regionais: constituem o terceiro nível da gestão
territorial, e exercem influência no estado e em estados
próximos. Dividem-se em três níveis:
o Capitais regionais A: Aracaju, Campinas, Campo
Grande, Cuiabá, Florianópolis, João Pessoa, Maceió,
Natal, São Luís, Teresina e Vitória.
o Capitais regionais B: Blumenau, Campina Grande,
Cascavel, Caxias do Sul, Chapecó, Feira de Santana,
Ilhéus/Itabuna, Joinville, Juiz de Fora, Jundiaí,
Londrina, Maringá, Ribeirão Preto, São José do Rio
Preto, Uberlândia,Uberaba,Montes Claros, Palmas,
Passo Fundo, Porto Velho, Santa Maria e Vitória da
Conquista.
o Capitais regionais C: Araçatuba, Araguaína,
Arapiraca, Araraquara, Barreiras, Bauru, Boa Vista,
Cachoeiro de Itapemirim, Campos dos Goytacazes,
Caruaru, Criciúma, Divinópolis, Dourados,
Governador Valadares, Ijuí, Imperatriz,
Ipatinga/Coronel Fabriciano/Timóteo, Juazeiro do
Norte/Crato/Barbalha, Macapá, Marabá, Marília,
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 24
Mossoró, Patos, Novo Hamburgo/São
Leopoldo, Pelotas/Rio Grande, Petrolina/Juazeiro,
Piracicaba, Ponta Grossa, Passos, Poços de Caldas,
Presidente Prudente, Rio Branco, Santarém, Santos,
São José dos Campos, Sobral, Sorocaba, Teófilo
Otoni e Volta Redonda/Barra Mansa.
• Centros sub-regionais: exercem influência apenas em
cidades próximas, povoados e zona rural. Dividem-se em
dois níveis:
o Centros sub-regionais A: Alfenas, Anápolis,
Apucarana, Bacabal, Bagé, Barbacena, Barra do
Garças, Barretos, Bento Gonçalves, Botucatu, Cabo
Frio, Caçador, Cáceres, Caicó, Cajazeiras, Picos,
Pinheiro, Ponte Nova,Pouso Alegre, Quixadá,
Redenção, Rio Claro, Rio do Sul, Rio Verde,
Rondonópolis, Santa Cruz do Sul, Santa Inês, Santa
Rosa, Santo Ângelo, Santo Antônio de Jesus,São
Carlos, São João da Boa Vista, São Mateus, Serra
Talhada, Sinop, Sousa, Teixeira de Freitas, Toledo,
Tubarão, Ubá, Umuarama e Uruguaiana, etc.
o Centros sub-regionais B: Abaetetuba, Assu,
Afogados da Ingazeira, Alagoinhas, Altamira,
Andradina, Angra dos Reis, Araranguá, Araras,
Araripina, Arcoverde, Ariquemes, Assis, Avaré,
Balneário Camboriú, Balsas, Bom Jesus da Lapa, etc.
• Centros de zona: apresentam atuação restrita a imediações,
exercendo funções elementares de gestão. Também dividem-
se em doís níveis:
o Centros de zona A: Acaraú • Açailândia •
Adamantina • Além Paraíba • Almeirim • Almenara •
Alta Floresta • Amparo • Aquidauana • Aracati •
Aracruz • Araçuaí • Arapongas • Araxá • Assis
Chateubriand • Barra do Corda • Olímpia • Osório •
Ouricuri
o Centros de zona B: Abaeté • Abelardo Luz • Abre-
Campo • Afonso Cláudio • Água Boa • Água Branca •
Águas Formosas • Aimorés • Alegrete • Alexandria •
Alto Araguaia • Alto Longá • Alto Parnaíba •
Amambai • Amarante • Amargosa • Andirá •
Andradas • Anicuns • Anísio de Abreu • Aparecida •
Apiaí • Apodi • Araguaçu • Araguari Nova Londrina •
Nova Mutum, etc
24 - A DIVISÃO REGIONAL
Segundo a Constituição de 1988, o Brasil compõe-se de 27
unidades políticas, sendo 26 estados e o Distrito Federal, onde se
localiza Brasília, a capital do país.
Desde 8 de maio de 1969, vigora a divisão regional do
país elaborada pelo IBGE: cinco grandes regiões ou
macrorregiões. Os critérios utilizados para distribuir as unidades
da federação pelas regiões foram: análise estrutural da população,
forma de ocupação do solo, estrutura hierárquica da urbanização,
hábitos e tradições de produção e consumo, nível cultural médio
dos grupos sociais e estágio de desenvolvimento.
A divisão de 1969, efetivamente implantada a partir de lº
de janeiro de 1970, sofreu algumas modificações:
o 1.977 o estado de Mato Grosso foi dividido em dois,
tendo a porção setentrional mantido o nome original,
enquanto a porção meridional recebeu o nome de
Mato Grosso do Sul;
o 1.982 o território de Rondônia foi promovido à
condição de estado;
o 1.988 os territórios de Roraima e Amapá foram
promovidos à condição de estado, o território de
Fernando de Noronha retornou à condição de
município do estado de Pernambuco e o estado de
Goiás foi dividido em dois: a porção meridional
manteve o nome original e continuou na região
Centro-Oeste, enquanto a porção setentrional recebeu
o nome de Tocantins e passou a fazer parte da região
Norte.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 25
OS COMPLEXOS REGIONAIS
Outra divisão regional do Brasil, que objetiva retratar as
disparidades socioeconômicas das diferentes regiões, reconhece
três grandes porções bastante diferenciadas entre si: o complexo
regional da Amazônia, o complexo regional do Nordeste e o
complexo regional do Centro-Sul.
Uma das principais diferenças entre essa forma de
regionalização e a do IBGE é que os limites que separam um
complexo regional do outro não precisam coincidir
necessariamente com os limites estaduais, pois considera-se que
os fenômenos sociais e econômicos - critérios fundamentais nessa
forma de organização regional - são extremamente dinâmicos e,
por isso, têm uma delimitação espacial que se modifica com o
tempo.
É importante lembrar que, como os complexos regionais
são muito extensos, eles abrigam áreas menores diferentes umas
das outras. Apesar disso, as suas características comuns permitem
o reconhecimento de um único complexo regional.
COMPLEXO REGIONAL DA AMAZÔNIA _
Abrange quase 60% do território nacional, mas apenas
cerca de 7% da população. É, portanto, o menos povoado do país.
Além de ser um imenso vazio demográfico, historicamente esteve
quase sempre isolado do restante do país. A Amazônia tornou-se
mais conhecida por sua natureza do que pelas características de
sua população ou economia.
Nas últimas décadas, no entanto, o complexo regional da
Amazônia tem-se mostrado mais dinâmico. O processo de
ocupação recente é calcado na implantação de vultosos projetos
agropecuários e minerais, vinculados ao grande capital nacional
ou transnacional. COMPLEXO REGIONAL DO NORDESTE
Ocupando pouco mais de 15% do território e abrigando
25% de nossa população, o complexo regional do Nordeste é uma
área povoada.
A grande questão desse complexo regional não reside no
seu número de habitantes, na sua extensão territorial ou mesmo no
seu quadro natural, que é bastante diversificado. Seu principal
elemento caracterizador, que lhe confere homogeneidade, é o
quadro socioeconômico.
O Nordeste é sem dúvida a porção do pais onde mais se
caracteriza uma economia tradicional, em que os fatores
impeditivos de modernização são muito fortes. Tal situação fica
evidente quando se analisa os indicadores sociais deste complexo
regional.
COMPLEXO REGIONAL DO CENTRO-SUL
O Centro-Sul abrange menos de 25% da área do país, mas
concentra cerca de 68% da população brasileira, sendo o
complexo regional mais populoso e povoado. É também a porção
mais dinâmica da economia nacional em praticamente todos os
setores de atividade. Nele concentram-se os investimentos na
produção agrária, produção industrial, desenvolvimento
tecnológico, pesquisa científica, infraestrutura de transportes e
energia. É aí, também, que se adensam os serviços, as atividades
financeiras e as sedes das grandes empresas, tanto as de capital
nacional quanto as de capital estrangeiro.
Por tudo isso, é a região brasileira que oferece, em média,
as melhores condições de vida a seus habitantes. Como o Centro-
Sul concentra a renda nacional, reforça o quadro de grande
disparidade entre os complexos regionais.
25 - REGIÃO NORTE
DIVISÃO POLÍTICA
A região Norte é a maior das cinco macrorregiões
brasileiras. Com uma área total de 3 851 557 km2 (45,3% do
território nacional), é composta de sete estados: Acre, Amapá,
Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. É importante
ressaltar a diferença entre região Norte, que é uma região político-
administrativa, e Amazônia, que é um complexo regional.
O elemento que confere homogeneidade à Amazônia é a
paisagem equatorial, independente dos limites estaduais. Por isso,
sua extensão territorial é bem maior, com cerca de 5 milhões de
km2 (quase 60% do território nacional), envolvendo todos os
estados da região Norte (com exceção do extremo sudeste de
Tocantins), a quase totalidade do estado do Mato Grosso, na
região Centro-Oeste e mais a metade ocidental do estado do
Maranhão, na região Nordeste.
O RELEVO E A HIDROGRAFIA
O relevo da região Norte é caracterizado pelo domínio das
terras baixas, como planícies, depressões e planaltos pouco
elevados. As planícies ocupam estreitas faixas de terra ao longo
dos rios, como a planície do rio Amazonas, do rio Araguaia e do
rio Guaporé. O restante das terras baixas corresponde às
depressões ou aos planaltos sedimentares de baixa altitude.
Toda essa área de formação sedimentar está encaixada
entre planaltos de formação mais antiga, onde encontramos as
maiores altitudes da região e do país, como os picos da Neblina
(2993,78 m) e 31 de Março (2972,66 m), localizados na serra do
Imeri, que faz parte dos planaltos residuais Norte-amazônicos.
A hidrografia é caracterizada pela presença do maior
sistema fluvial do mundo, a bacia Amazônica, cujo eixo é o rio
Amazonas, com 7 100 km de extensão, dos quais 3 200 km estão
no Brasil. Com mais de 7 mil afluentes, essa bacia estende-se por
terras da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana,
Suriname e Guiana Francesa.
Seu desnível no trecho brasileiro é de apenas 82 m, o que
favorece a navegação. O transporte fluvial é muito utilizado pela
população regional, já que o rio Amazonas, junto com o baixo
curso de seus afluentes, forma um complexo hidroviário de 25 000
km de percurso navegável.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 26
O CLIMA E A VEGETAÇÃO
O clima dominante é o equatorial úmido, que se estende
por toda a região Norte, com exceção do estado de Tocantins e de
trechos do Pará e Roraima.
Sob a influência constante da massa de ar equatorial
continental, quente e úmida (mEc), a região apresenta médias
térmicas elevadas o ano todo (de 25º a 27ºC), e amplitude térmica
muito pequena, em torno de 20ºC. Também a pluviosidade é
elevada, variando de 2.000 mm a 2.500 mm anuais, bem
distribuídos ao longo do ano.
As exceções estão no Sudeste do Pará e estado de
Tocantins, onde se observa o domínio absoluto do clima tropical,
com temperaturas elevadas o ano todo e chuvas concentradas no
verão, e no Noroeste do Pará e porção oriental de Roraima, onde
encontramos o clima classificado de equatorial semiúmido, com
temperaturas também muito altas o ano todo, mas com médias
pluviométricas menos elevadas e apresentando uma curta estação
seca.
Refletindo esse clima quente e úmido, a paisagem vegetal
dominante se caracteriza pela presença da mais exuberante
formação florestal do planeta: a floresta latifoliada equatorial ou
Floresta Amazônica.
Extremamente heterogênea e composta de espécies
latifoliadas (de folhas largas) e perenifólias (as árvores mantêm
suas folhas o ano inteiro), a floresta é, em função da diversidade, a
formação vegetal mais densa e compacta da superfície terrestre.
Estendendo-se por quase metade do território brasileiro, ocupa
cerca de 90% da região Norte. Entre as outras formações vegetais
que aparecem na região Norte, destacam-se as matas galerias ou
ciliares, no estado de Tocantins, acompanhando as águas do vale
do rio Araguaia; manchas de cerrado nas áreas periféricas da
Floresta Amazônica, em trechos dos estados de Tocantins, Pará,
Rondônia, Roraima e Amapá; e algumas pequenas manchas de
campos, dispersas pelo interior da área florestada. No litoral
amapaense, em especial, destaca-se a presença dos mangues,
graças ao pequeno desnível altimétrico de suas costas que causa
constantes invasões marinhas no litoral.
A OCUPAÇÃO REGIONAL
A ocupação da região se deu historicamente por
intermédio das atividades ligadas ao extrativismo vegetal e
mineral. O primeiro grande surto migratório ocorreu no período da
borracha, entre 1870 e 1910, quando milhares de nordestinos
foram atraídos pelo trabalho nos seringais, povoando a chamada
Amazônia Ocidental. Esse período somente foi encerrado quando,
nos primeiros anos deste século, a produção britânica de borracha
obtida no Sudeste Asiático praticamente arrasou com a economia
extrativista brasileira.
A descoberta de jazidas minerais nas décadas de 70 e 80
estimulou mais ainda o processo migratório, já que a produção
mineral chamou a atenção de empresas que passaram a exigir
numerosa mão-de-obra. Além disso, a expansão do garimpo foi
outro fator de atração populacional.
A AGRICULTURA
A agricultura regional é extremamente pobre, tanto no
nível do investimento quanto no rendimento e na qualidade da
produção. O domínio de solos fracos, ácidos e arenosos,
associados a um clima de chuvas frequentes e intensas, favorece
um forte processo erosivo, especialmente nas áreas onde a
produção agrícola ocasionou a devastação da mata natural.
Um dos principais produtos da agricultura regional é a
pimenta-do-reino, introduzida e cultivada por imigrantes
japoneses e seus descendentes na Zona Bragantina na, próxima a
Belém.
A juta introduzida pelos imigrantes japoneses, hoje é
cultivada pelos diversos grupos que se distribuem pelo vale médio
e inferior do rio Amazonas. A juta é uma planta fibrosa de uso
têxtil cultivada em várzeas, daí sua concentração às margens do
Amazonas, o produto é utilizado basicamente na indústria de
embalagens (sacaria), com uma produção média de 80 milhões de
sacos por ano.
A malva , planta que fornece fibra para fabricação de
sacos de aniagem, é cultivada em Guajarina, Capitão Poço e
Salgado, no Estado do Pará, que é o maior produtor nacional.
A PECUÁRIA
A criação de gado na região Norte é caracterizada por um
baixo rendimento, com ocupação média de 0,5 boi por hectare.
Outro aspecto negativo da pecuária regional é sua
lucratividade, se considerarmos a atividade a médio e longo
prazos. É comum afirmar-se que a criação de gado é menos
lucrativa que o extrativismo, pois os produtos deste se repõem na
natureza, enquanto o pasto, com 10 ou 12 anos de uso, rende
apenas 50% do seu período inicial.
A região Norte abriga algumas das maiores propriedades
rurais do planeta; entre elas, destaca-se a Fazenda Jari, a maior do
mundo, com 3 milhões de hectares, o que equivale a 30 mil
quilômetros quadrados (área superior à do estado de Alagoas).
Está localizada nos estados do Pará e do Amapá, tendo como uma
das laterais as margens do rio Amazonas.
As principais áreas de criação estão dispersas pelo interior
da região, principalmente ao sul do rio Amazonas, no estado do
Pará. Destacam-se também os campos de criação de Roraima e a
pecuária de búfalos, característica da ilha de Marajó na foz do rio
Amazonas.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 27
O EXTRATIVISMO VEGETAL
O extrativismo vegetal na região Norte é sem dúvida a
mais tradicional atividade econômica a que se dedica grande parte
da população, e entre os seus principais produtos estão a borracha,
a castanha-do-pará e as madeiras.
A borracha, produto derivado do látex encontrado em
várias espécies da Floresta Amazônica, em particular na
seringueira (Hevea brasiliensis), é comum na mata de várzea dos
estados do Acre e do Amazonas.
O castanheiro, do qual se extrai a castanha-do-pará, é uma
das espécies mais altas da Floresta Amazônica, atingindo de 50 a
60 m, e concentra-se na mata de terra firme dos estados do
Amazonas e do Pará. As principais áreas de produção e comércio
situam-se em torno das cidades de Humaitá (Amazonas) e Marabá
(Pará).
Grande parte da produção é destinada à exportação, sob a
forma de fruto seco ou óleo para diversas indústrias, em especial a
de cosméticos. O porto de exportação é o de Belém, no Pará, de
onde deriva o nome castanha-do-pará.
A produção de madeiras da região corresponde a cerca de
25% de toda a produção nacional. A grande diversidade de
espécies da floresta estimula o extrativismo, mas, por outro lado,
representa um grande obstáculo para a exploração, em função da
densidade vegetal e da dificuldade de transporte. Algumas das
madeiras exploradas: mogno, pau rosa, andiroba, angelim, cedro,
pau-ferro, boiúna, cumaru etc.
Aparece em Rondônia (RO) Poaia ou ipecacuanha.
Guaraná, em Maués (AM)
PESCA
A pesca é a atividade desenvolvida nos rios da bacia
Amazônica. Destaca-se a pesca do pirarucu ( o bacalhau da
Amazônia), peixe-boi (baleia de água doce) e de tartarugas, de
carne saborosa.
A MINERAÇÃO
A mineração apresenta grandes possibilidades de
desenvolvimento na região Norte. A atividade tem sofrido um
forte incremento com a implantação, em vários pontos da região,
de empresas mineradoras de grande porte. Entre as principais
áreas, têm-se a serra dos Carajás, a serra do Navio e Oriximiná.
A serra dos Carajás está localizada entre os rios Tocantins
e Xingu, no sudeste paraense. Abriga uma das maiores províncias
mineralógicas do planeta, com enormes jazidas de minério de
ferro (a primeira do mundo), manganês, cobre, bauxita, ouro,
níquel, estanho, etc.
A descoberta de minérios na serra dos Carajás se deu de
forma acidental, em 1 967, por um geólogo da Companhia
Meridional de Mineração, empresa pertencente ao grupo
americano United States Steel.
O projeto de maior importância foi o Grande Carajás,
visando à extração, transporte e exportação dos minérios de ferro e
manganês. Os investimentos superaram a casa dos 5 bilhões de
dólares, com a instalação da usina hidrelétrica de Tucuruí, no rio
Tocantins, que deveria atender todas as necessidades energéticas
do projeto; com a construção da Estrada de Ferro Carajás, que
deveria escoar rapidamente a produção; e com a implantação do
moderno porto Ponta da Madeira, em São Luís (Maranhão), capaz
de receber os maiores navios cargueiros do mundo com o intuito
de levar o minério para o exterior.
OCORRÊNCIAS MINERAIS EM CARAJÁS Minério Reserva estimada (em milhões de toneladas
Ferro 18000
Cobre 1000
Níquel 125 Manganês 60
Bauxita 50
Essas despesas foram todas assumidas pelo Estado, pois
quem iria dirigir a exploração mineral na época seria a Companhia
Vale do Rio Doce (CVRD), empresa até então de controle estatal.
Atualmente é a maior empresa exportadora de minério de ferro do
mundo.
A serra do Navio, localizada no Amapá, é rica em
manganês, minério utilizado na indústria siderúrgica para
aumentar a elasticidade do aço e na indústria química para a
fabricação de pilhas, além de diversas outras aplicações. A
produção é realizada pela Indústria e Comércio de Minérios
(Icomi), empresa privada criada com caráter multinacional).
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 28
Oriximiná localiza-se no Norte
do Pará, na foz do rio Trombetas. A produção anual de bauxita
(minério de alumínio) é da ordem de 4 milhões de toneladas,
sendo realizada pela empresa Mineração Rio do Norte, consórcio
formado pela Companhia Vale do Rio Doce e algumas empresas
nacionais e transnacionais
A maior parte da produção é exportada como matéria-
prima bruta, destinando-se a outra parte para a fabricação do
alumínio no país, o que é realizado pelas empresas Albrás e
Alunorte, no Pará, e pela Alumar; no Maranhão. Posteriormente
esse alumínio é exportado como produto semimanufaturado por
um preço maior para os grandes mercados do mundo.
A intensa exploração mineral que vem sendo realizada na
região Norte, apesar de sua importância econômica para o país,
deixa uma herança extremamente negativa para o meio ambiente:
a devastação florestal e a poluição das águas fluviais.
Em Rondônia é explorado Cassiterita (minério de
estanho). Ferro, explorado nas jazidas da Serra dos Carajás, no
Tocantins, próxima a Marabá, considerado como as maiores do
Brasil. O escoamento do minério é feito pelos portos de Itaqui e
Ponta da Madeira, em São Luís (Maranhão), através da Estrada
de Ferro Carajás.
Podemos citar ainda o carvão mineral (PA), calcário e
ouro (Itaituba), cobre, níquel, salgema (Aveiro), urânio.
A INDÚSTRIA
As possibilidades industriais da região Norte são bastante
fortes, contando com dois importantes fatores: a ocorrência de
enormes jazidas minerais e a capacidade energética, já que o
potencial hidrelétrico disponível é o maior do país.
A despeito dessas condições positivas, a atividade
industrial é pequena e não apresenta grande peso na economia
regional. Limita-se às indústrias mineradoras, à Zona Franca de
Manaus e, mais recentemente, à metalurgia do alumínio.
A Zona Franca, instalada em Manaus em 1967, provocou
uma industrialização fundada no grande capital privado nacional e
principalmente no capital transnacional. As empresas implantaram
unidades de montagem, especialmente do setor eletroeletrônico,
que se beneficiam de isenções fiscais e livre importação de
componentes.
A metalurgia do alumínio concentra-se nas proximidades
de Belém. Destaca-se o projeto Albrás/ Alunorte, com a
participação de capital brasileiro e japonês.
A produção industrial do alumínio se beneficia das
reservas de bauxita de Oriximiná e Carajás e da energia da Usina
Hidrelétrica de Tucuruí.
A Companhia de Petróleo da Amazônia (COPAM),
atualmente (REMAN) em Manaus, é a única refinaria da Região
Norte.
A ELETRONORTE (Centrais Elétrica do Norte do
Brasil),é a subsidiária da ELETROBRÁS que controla as usinas
hidrelétricas da Amazônia Legal. Dentre as hidrelétricas
destacam-se:
Tucuruí, no rio Tocantins (PA),
Coaracy-Nunes ou Paredão, no rio Araguari (Amapá),
Curuá-Una, em Santarém, no rio Tapajós(PA),
Samuel, em Rondônia, Ituxi, no Acre e
Balbina, no rio Uatumâ (AM).
NOVAS HIDRELÉTRICAS NA AMAZÔNIA
Nº NOME UF RIO GERAÇÃO STATUS
01 Belo Monte PA Xingu 11233 MW Construção
02 São Luiz do Tapajós PA Tapajós 8 381 MW Projetada
03 Santo Antônio RO Madeira 3665 MW Construção
04 Jirau RO Madeira 3300 MW Construção
05 Jatobá PA Tapajós 2 338 MW Projetada
Órgãos governamentais e privados que atuam na região:
SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da
Amazônia). Criada em 1.966, visa a planejar e
coordenar o desenvolvimento da Amazônia Legal.
SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de
Manaus). Tem como objetivos: incrementar o livre
comércio de mercadorias nacionais e estrangeiras,
implantar um distrito industrial e agropecuário e
desenvolver o comércio e o turismo.
PROTERRA ( Programa de Redistribuição de Terras e
de Estímulos à Agroindústria do Norte e Nordeste). Tem
como objetivos: apoiar o pequeno produtor, criar
melhores condições de emprego e mão-de-obra,
favorecer a agroindústria no Norte e Nordeste, realizar a
redistribuição de terra (Reforma Agrária).
BASA ( Banco da Amazônia S/A). Promove o
desenvolvimento econômico da Amazônia Legal,
financiando campos cultivados, florestas de seringueiras
e castanheiras, lavouras de pimenta-do-reino, fazendas
de criação de gado etc.
REMAN ( Refinaria de Manaus)) Constitui-se na única
refinaria da Região Norte do país.
26 - REGIÃO CENTRO-OESTE
Características gerais:
A região é formada pelos estados de Goiás, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e pelo Distrito Federal.
O relevo da área, localizada no extenso Planalto Central,
caracteriza-se por terrenos antigos e aplainados pela erosão, que
originaram chapadões.
A oeste do estado de Mato Grosso do Sul e a sudoeste de
Mato Grosso encontra-se a depressão do Pantanal Mato-
Grossense, cortada pelo rio Paraguai e sujeita a cheias durante
parte do ano.
O clima da região é tropical semiúmido e úmido, com
chuvas de verão. A vegetação é de cerrado nos planaltos.
No Pantanal, os campos cerrados dividem o espaço com a
floresta, que se torna mais fechada e úmida na região norte de
Mato Grosso.
DIVISÃO POLÍTICA
O Centro-Oeste é a segunda macrorregião brasileira em
área territorial, possuindo 1 604 850 km2 (18,9% da área do país).
É formada por três estados: Goiás, Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul além do Distrito Federal, onde se localiza Brasília,
a capital do país.
POPULAÇÃO POR ESTADOS NO CENTRO-OESTE
UF Capital Pop. Absoluta Pop. Relativa
Goiás Goiânia 6.154.996 18,1 hab./km2
Mato Grosso Cuiabá 3.115.336 3,4 hab./km2
Mato Grosso do Sul Campo Grande 2.505.088 7 hab./km2
Distrito Federal Brasília 2.648.532 458,2 hab./km2
A região Centro-Oeste foi a que sofreu maior alteração na sua
divisão interna nas últimas décadas. Até meados da década de 50 esse espaço correspondia a
apenas dois estados brasileiros, Goiás e Mato Grosso, que juntos ocupavam uma área de quase 1,9 milhão de km2.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 29
As mudanças começaram a ocorrer em 1956, quando o Governo Federal ocupou 5 794 km2 do estado de Goiás a fim de implantar o Distrito Federal e construir a nova capital do país, Brasília.
Em 1977, o estado de Mato Grosso foi repartido em dois, originando Mato Grosso do Sul.
Finalmente em 1988, foi a vez de o estado de Goiás ser dividido para se criar Tocantins, o que significou a perda de 277 mil km2 de área do Centro-Oeste para a região Norte, na qual o novo estado foi agrupado.
Em relação ao aspecto geoeconômico da região, o que se observa é uma grande desigualdade entre as porções norte e sul, de tal forma que encontramos áreas do Centro-Oeste fazendo parte de dois complexos regionais.
A maior parte do território do estado de Mato Grosso compreende o complexo regional da Amazônia. Isso se deve tanto a elementos do quadro natural, como o clima e a vegetação, quanto às suas características demográficas e econômicas, que constituem cena das mais precárias: a população rarefeita se dedica a atividades tradicionais, como o extrativismo vegetal, a agricultura itinerante e a pecuária extensiva.
O restante do Centro-Oeste, que inclui a porção mais meridional do estado de Mato Grosso e a totalidade dos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal, faz parte do complexo regional do Centro-Sul, a porção mais dinâmica do território brasileiro, onde as condições socioeconômicas são em geral melhores.
O RELEVO E A HIDROGRAFIA
Predominam as formas tabulares, também denominadas
chapadas, que funcionam como grandes divisoras de água entre as
principais bacias hidrográficas brasileiras.
É possível analisar o relevo regional dividindo-o em
quatro grandes grupos:
planaltos antigos: formados por rochas cristalinas do
Pré-cambriano, recobertas em sua maior parte por
sucessivas camadas de rochas sedimentares, que
originaram formas tabulares de relevo, ou seja, as
chapadas cristalinas.
planaltos recentes: onde se encontram os solos de terra
roxa, bastante férteis. Ocupam o Sul de Goiás e a porção
oriental do Mato Grosso do Sul.
depressões: correspondem à forma de relevo com o
maior número de unidades no Centro-Oeste.
Distribuem-se por toda a região, sobretudo nas áreas
banhadas por
grandes rios;
planícies: a mais típica planície brasileira é a do pantanal
Mato-grossense, situada no Sudoeste da região, ocupando
uma área de 150 mil km2. No verão, o pantanal é inundado
pelas águas do rio Paraguai, mas no inverno, quando as águas
recuam, a planície se cobre de vegetação rasteira.
Na divisa entre Goiás e Tocantins, no alto Araguaia, há
um pequeno trecho de planície, que se estende por todo o vale,
inclusive pela região Norte.
A região Centro-Oeste, em função de sua posição
geográfica central e de seu relevo de serras e chapadas,
transformou-se na principal área formadora e divisora de nossas
bacias hidrográficas: Amazônica, do Tocantins- Araguaia e
Platina.
As nascentes de alguns dos mais importantes afluentes da
margem direita do rio Amazonas estão localizadas no Centro-
Oeste, como o Guaporé, que forma o Madeira, o Juruena e o
São Manuel, que formam o Tapajós, e o Xingu, que nasce em
Mato Grosso e após percorrer quase 3 000 km desemboca no rio
Amazonas.
A bacia do Tocantins-Araguaia tem sua origem no
interior do Centro-Oeste, pois os dois rios nascem em Goiás. O rio
Araguaia nasce na serra dos Caiapós, no Sudoeste do estado, e o
rio Tocantins nasce na serra Dourada, no Sudeste goiano. O
encontro dos dois rios se dá somente na divisa entre os estados de
Tocantins e do Pará, na região Norte.
No Brasil, a bacia Platina é subdividida em três bacias
menores: a do rio Paraná, a do rio Paraguai, localizadas em sua
maior parte no Centro-Oeste, e a do rio Uruguai.
O rio Paraguai, cujas nascentes ficam na serra do
Araporé, no estado de Mato Grosso, recebe águas de diversos
afluentes, entre eles os rios Cuiabá, Taquari e Miranda. Esse rio é
responsável pela drenagem de toda a planície do pantanal Mato-
grossense.
O rio Paraná separa o estado de Mato Grosso do Sul dos
estados de São Paulo e Paraná. Um dos seus formadores, o rio
Paranaíba, faz a divisa entre os estados de Goiás e Minas Gerais.
O CLIMA E A VEGETAÇÃO
O clima dominante e do tipo tropical, com duas estações
bem definidas: verão chuvoso e inverno seco. As temperaturas
são elevadas o ano todo. E importante ressaltar que a diferença
entre essas duas estações é muito bem marcada, pois durante o
verão verifica-se a ocorrência de chuvas frequentes e intensas, mas
concentradas em um curto período do ano. O inverno, por sua vez,
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 30
é extremamente seco, com a umidade
relativa do ar atingindo valores tão baixos que chegam até a causar
sérios problemas de saúde à população.
Na porção setentrional da região, principalmente no Norte
e Noroeste do estado de Mato Grosso, aparece o clima equatorial
úmido, com temperaturas elevadas e chuvas intensas o ano todo, e
na porção meridional, no Sul do estado de Mato Grosso do Sul, na
área cortada pelo trópico de Capricórnio, verificamos a ocorrência
do clima tropical de altitude, com temperaturas mais baixas no
inverno e chuvas concentradas no verão.
A vegetação dominante na região Centro-Oeste é o
cerrado, característico do clima tropical. Trata-se de uma
formação arbustiva, ou seja, vegetação de pequeno porte, que se
apresenta com o tronco e os galhos bastante retorcidos e
recobertos durante o verão verifica-se a ocorrência de chuvas
frequentes e intensas, mas concentradas em um curto período do
ano. O inverno, por sua vez, é extremamente seco, com a umidade
relativa do ar atingindo valores tão baixos que chegam até a causar
sérios problemas de saúde à população.
Na porção setentrional da região, principalmente no Norte
e Noroeste do estado de Mato Grosso, aparece o clima equatorial
úmido, com temperaturas elevadas e chuvas intensas o ano todo, e
na porção meridional, no Sul do estado de Mato Grosso do Sul, na
área cortada pelo trópico de Capricórnio, verificamos a ocorrência
do clima tropical de altitude, com temperaturas mais baixas no
inverno e chuvas concentradas no verão.
A vegetação dominante na região Centro-Oeste é o
cerrado, característico do clima tropical. Trata-se de uma
formação arbustiva, ou seja, vegetação de pequeno porte, que se
apresenta com o tronco e os galhos bastante retorcidos e
recobertos por uma grossa camada de cortiça. Espalha-se por uma
extensa área no interior do Centro-Oeste, inclusive alcançando
terras de outras regiões brasileiras.
Além dessa formação arbustiva dominante, ainda
encontramos áreas de floresta equatorial ao norte, matas galerias
acompanhando alguns rios na porção oriental da região e
formações de campos no extremo sul de Mato Grosso do Sul.
Merece um destaque especial a vegetação da planície do
pantanal Mato-grossense. Nessa planície, em função de suas
condições naturais muito particulares, aparecem associadas
espécies vegetais dos mais diversos tipos, ou seja, florestais,
arbustivas e herbáceas, caracterizando a formação vegetal
denominada complexo do Pantanal.
O QUADRO HUMANO
Com uma população absoluta de 14.423.952 habitantes, o
Centro-Oeste é a região menos populosa do país, tendo tomado o
lugar da região Norte na década de 80.
Sendo a segunda região brasileira em área territorial e a
quinta em população absoluta, o Centro-Oeste é pouco povoado,
com uma densidade demográfica de apenas 8,97 hab./km²
habitantes por quilômetro quadrado. O Centro-Oeste constitui um
vazio demográfico.
Sua população, porém, encontra-se irregularmente
distribuída. Há áreas cuja densidade demográfica ultrapassa 1 00
hab./km2, como a porção meridional do Mato Grosso e de Goiás e
a porção oriental do Mato Grosso do Sul, mas há também
imensidões vazias, onde as densidades são inferiores a 1 hab./km2,
como o Norte e o Noroeste de Mato Grosso, Norte de Goiás ou em
trechos do pantanal Mato Grossense.
A criação de Brasília, em 1.960 trouxe importantes
alterações no Planalto Central entre elas:
Aumento da população regional
Surgimento de um importante sistema de comunicações
Surgimento de um importante mercado consumidor
Criação de um centro tecnológico e científico (Universidade
de Brasília)
Algumas rodovias:
As novas vias de circulação (estradas) têm trazido efeitos
benéficos no povoamento e nas atividades econômicas. Junto às
rodovias Belém-Brasília, Cuiabá-Santarém, e Cuiabá- Porto Velho
surgiram diversos núcleos de população (frentes pioneiras).
Principais cidade:
Brasília (DF) capital federal, situada no Planalto Central
Goiânia e Anápolis (GO)
Campo Grande e Corumbá (MS)
Cuiabá (MT)
A AGROPECUÁRIA
A região Centro-Oeste tem sua história de ocupação
econômica fortemente relacionada à agropecuária, pois os
primeiros contingentes populacionais que para lá se dirigiram, no
século XVIII, instalaram fazendas de gado e de produção agrícola.
Mesmo com as transformações que foram ocorrendo na
economia nacional, com a agro exportação cafeeira e a
industrialização, a região Centro-Oeste manteve a sua atividade de
produtora agropecuarista sempre voltada para o mercado interno,
para o abastecimento das áreas mais dinâmicas do país. Nas
últimas décadas no entanto, sua economia agropecuarista passou a
se voltar também para os grandes mercados mundiais. Hoje o
Centro-Oeste é um grande fornecedor de produtos agropecuários,
como grãos (soja e arroz) e carne, para as indústrias alimentícias
do Centro-Sul e, especialmente de soja, para o mercado externo.
A agricultura do Centro-Oeste vem aumentando
rapidamente sua participação no total da produção brasileira em
função de diversos fatores. O aumento da produtividade das áreas
tradicionais que se modernizam com investimentos em máquinas,
equipamentos e recursos técnicos de fertilização e correção de
solos é um deles. Outro fator é a incorporação de novos espaços
que até bem pouco tempo ou eram dedicados a uma lavoura
rudimentar de subsistência, ou eram áreas não aproveitadas
economicamente, mas que agora, com as chegadas das frentes
pioneiras, vão sendo integrados a uma economia mais dinâmica.
Entre as principais áreas agrícolas, destacam-se Campo
Grande e Dourados (Mato Grosso do Sul), centros produtores de
soja e trigo. Em Goiás, sobressai a região denominada “mato
grosso de Goiás”, ao sul de Goiânia, com a produção de soja,
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 31
algodão e feijão, e o vale do Paranaíba,
no Sudeste goiano, onde se tem algodão e arroz.
Com relação à pecuária, com quase 72 milhões de cabeças
de gado, o rebanho bovino do Centro-Oeste é o maior do país.
Essa participação tende a aumentar, graças a uma série de fatores
favoráveis, tanto de ordem natural, como o relevo de topografia
plana e a vegetação aberta do cerrado, como de ordem político-
econômica abertura de estradas, formação de pastos e melhoria
genética dos rebanhos.
O sistema de criação que predomina é o extensivo, tendo
em vista que a região dispõe de grandes espaços e é, ao mesmo
tempo, um enorme vazio demográfico. O objetivo mais importante
é a produção de carne para as indústrias frigorificas do Centro-
Sul. A principal área de criação está no pantanal Mato-grossense,
onde, além dos bovinos, também são criados bufalinos, com os
mesmos objetivos econômicos e sob as mesmas condições de
criação.
MINERAÇÃO E INDÚSTRIA
A produção de minérios, é ainda pouco significativa
quando comparada à de outras regiões brasileiras, como o Norte e
o Sudeste.
Entre as ocorrências registradas, merecem destaque as
produções de ferro e manganês encontrados no maciço de
Urucum, no interior do pantanal Mato-grossense.
A extração é feita pela Companhia Vale do Rio Doce, com
a maior parte da produção direcionada para o mercado externo,
representado pelos vizinhos Paraguai, Argentina e Uruguai. O
escoamento para esses países se faz pelo porto de Corumbá, em
Mato Grosso do Sul, e pela navegação fluvial no rio Paraguai, que
é navegável em toda a sua extensão.
Entre as outras reservas minerais da região, destaca-se a de
níquel, importante recurso para a indústria do aço, que tem sua
maior ocorrência na cidade de Niquelândia, ao Norte de Goiás.
Essa reserva é responsável por 80% da produção brasileira
do minério:
Em Cristalina e Pium (GO) extrai-se cristal-de-rocha
(quartzo).
EXTRATIVISMO VEGETAL
No extrativismo vegetal, sobressaem a extração de látex
(borracha) e de madeiras poaia, babaçu, castanha-do-pará em
geral, na porção setentrional da região, e de erva-mate (Porto
Murtinho), quebracho e angico e madeiras, na porção meridional.
O setor industrial é muito precário e se restringe às
atividades ligadas à produção agroextrativa, como as indústrias de
beneficiamento de arroz, pequenos frigoríficos, indústrias de
couro, além de algumas metalúrgicas e madeireiras, que, no
conjunto, absorvem um pequeno contingente de mão-de-obra e se
utilizam de equipamentos e recursos técnicos pouco avançados.
Nessas condições, é pouco significativa a participação da
produção industrial regional:
TRANSPORTES - Principais rodovias: Bernardo
Sayão (Belém-Brasília), Cuiabá-Santarém e
Transpantaneira (Corumbá-Poconé). O Transporte
fluvial na bacia do rio Uruguai assume grande
importância no Centro-Oeste brasileiro.
ÓRGÃOS QUE ATUAM NO CENTRO-OESTE.
SUDECO (Superintendência de Desenvolvimento do
Centro-Oeste). Apóia os Estado de Goiás (GO), Mato
Grosso (MT), e Mato Grosso do Sul (MS) e o Distrito
Federal.
PRODOESTE (Programa de Desenvolvimento do
Centro-Oeste) Visa dotar a região de estradas, armazéns
(silos) , usinas de beneficiamento e frigoríficos, bem
como desenvolver a agroindústria. Seu objetivo
principal é construir uma rede rodoviária básica para
fortalecer a economia regional.
POLOCENTRO (Programa de Desenvolvimento do
Cerrado). Visa a desenvolver a agricultura e pecuária do
Centro- Oeste brasileiro e região do Triângulo Mineiro.
POLONOROESTE (Programa que atua nos Estados de
Rondônia e Mato Grosso).
PRODEPAN (Programa de Desenvolvimento do
Pantanal Mato-grossense).
SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da
Amazônia). Apoia a Região Norte e parte setentrional
do Mato Grosso.
27 - REGIÃO NORDESTE
DIVISÃO POLÍTICA
A região Nordeste possui 1 552 614 km2 (18,2% do
território nacional), sendo a terceira macrorregião mais extensa do
país. E a mais subdividida politicamente, possuindo nove estados:
Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Rio Grande do Norte e Sergipe.
A economia nordestina vem apresentando crescimento.
Com a guerra fiscal (concessão de benefícios fiscais pelos
governos estaduais com o objetivo de atrair empresas), muitas
indústrias se instalaram nos estados nordestinos para fugir da
carga tributária e fiscal mais pesada no Sul e no Sudeste. Foi
assim com a Ford, que se estabeleceu na Bahia, e com empresas
têxteis que foram para o Ceará. A Região Nordeste é a segunda
produtora de petróleo do país e a maior na extração de petróleo em
terra, que sai principalmente do Rio Grande do Norte. É nela
também que funciona um dos polos petroquímicos mais
importantes: o de Camaçari (BA).
A agricultura e a pecuária sofrem com os longos períodos
de seca. A boa adaptação das cabras ao clima local faz com que o
Nordeste tenha o maior rebanho do país, com mais de 8,5 milhões
de cabeças em 2011, concentradas, sobretudo, na Bahia, em
Pernambuco e no Piauí. Por requerer pouca água, a produção de
mel começa a ganhar força, principalmente nos municípios de
Araripina, em Pernambuco, Limoeiro do Norte, no Ceará, e Picos,
no Piauí, que estão entre os maiores produtores do país em 2011.
As condições climáticas também permitem que o Nordeste tenha
significativa produção comercial de peixe. A região concentra
79% da produção nacional de pescados marinhos em 2010.
A cana-de-açúcar é o produto agrícola que se destaca, mas
as lavouras irrigadas de frutas tropicais vêm crescendo em
importância na produção nacional. Na última década, a plantação
de frutas triplica e substitui as tradicionais, como a do feijão.
Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) são líderes na produção nordestina.
A Bahia é a segunda maior produtora e exportadora
nacional de frutas frescas e ainda segunda no ranking de produção
de bananas no Brasil. Grande parte da uva de mesa produzida no
país é originária desse polo (a região do Vale do São Francisco), e
há iniciativas de plantio de variedades para a produção de vinhos.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 32
O Nordeste é o maior produtor de
manga. Destacam-se, também, acerola, melão e goiaba. O melão é
importante ainda no Rio Grande do Norte e no Ceará. UF CAPITAL POP.ABSOLUTA POP. RELATIVA
Alagoas Maceió 3.165.472 114 hab./km2
Bahia Salvador 14.175.341 25,1 hab./km2
Ceará Fortaleza 8.606.005 57,8 hab./km2
Maranhão São Luís 6.714.314 20,2 hab./km2
Paraíba João Pessoa 3.815.171 67,6 hab./km2
Pernambuco Recife 8.931.028 91 hab./km2
Piauí Teresina 3.160.748 12,6 hab./km2
Rio Grande do Norte Natal 3.228.198 61,1 hab./km2
Sergipe Aracaju 2.110.867 96,3 hab./km2
A presença de um grande número de unidades políticas na
região se deve muito mais aos aspectos históricos do que às
diferenças na paisagem natural ou mesmo às dimensões dessas
unidades. O Nordeste foi a primeira região do Brasil a ser ocupada
pelos portugueses, que com a chegada de Pedro Alvares Cabra em
1 500 trouxeram os primeiros colonizadores.
O RELEVO E A HIDROGRAFIA
O relevo nordestino subdivide-se em sete unidades, sendo
quatro planaltos, duas depressões e uma planície, porém apenas
três delas apresentam uma extensão territorial significativa.
Entre as formações planálticas, destacam-se os terrenos
sedimentares dos planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba, que
ocupam grande parte da porção ocidental do Nordeste,
especialmente na faixa que compreende os estados do Maranhão e
do Piauí, onde encontramos a chapada do Ibiapaba. A seguir,
destacam-se os terrenos pré-cambrianos dos planaltos e serras do
Atlântico-leste-sudeste ocupando o Centro-Sul da Bahia com a
presença marcante da chapada Diamantina. Em menores
proporções, surgem os terrenos pré-cambrianos dos planaltos e
serras de Goiás-Minas no Oeste baiano.
O planalto da Borborema está localizado na porção
oriental do Nordeste, particularmente no estado de Pernambuco.
Suas altitudes superam os 1 000 m.
Entre as duas depressões, a de maior realce é a depressão
Sertaneja e do São Francisco, que ocupa uma grande área na
porção Centro-Leste da região, acompanhando todo o vale médio
do rio, onde também encontramos as chapadas do Araripe
(Pernambuco e Ceará) e do Apodi (Rio Grande do Norte). Existe
uma estreita faixa de terras da depressão do Tocantins, na fronteira
ocidental do Nordeste.
Finalmente, temos a alongada mas estreita faixa de terras
que compreendem as planícies e tabuleiros litorâneos, que se
estendem por toda a costa nordestina, desde o Maranhão até o Sul
da Bahia, onde encontramos as principais cidades do Nordeste.
A hidrografia nordestina é composta por uma grande rede
de rios que se agrupam na:
bacia do São Francisco
bacias do Nordeste e do Leste.
A bacia de maior destaque, sem dúvida, é a do rio São
Francisco. Esse rio tem uma extensão que supera a marca dos
3000 km e atravessa terras de quatro estados nordestinos:
Bahia
Pernambuco
Alagoas
Sergipe.
Apresentando um percurso com inúmeras quedas d'água,
passou a ser um dos rios mais aproveitados para a geração de
energia, através de usinas hidrelétricas instaladas em represas
como:
Três Marias
Sobradinho
Itaparica
Paulo Afonso
Xingó.
Há ainda um longo trecho navegável, cerca de 1 000 km,
desde a cidade de Pirapora (Minas Gerais) até Juazeiro (Bahia) e
Petrolina (Pernambuco).
As bacias do Nordeste ocupam a faixa mais setentrional da
região, estendendo-se do Maranhão até Alagoas.
Encontramos no seu interior rios perenes (com água o ano
todo) como o:
o Parnaíba;
o Mearim;
o Itapecuru.
E rios temporários (parte do ano ficam secos) como:
o o Jaguaribe,
o o Apodi
o o Piranhas.
Nessa área é que se localizam os açudes, represas que
visam reter a água para amenizar o efeito dos longos períodos de
seca, cujo maior exemplo é o:
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 33
o açude de Orós no rio Jaguaribe no Ceará.
As bacias do Leste abrange os litorais de Sergipe e Bahia
e é formada por pequenos rios que descem as serras do planalto
em direção ao Atlântico. Destacam-se os rios:
o Paraguaçu, cuja foz está em Salvador, na Bahia
o Jequitinhonha, cuja foz se localiza no Sul da
Bahia.
O CLIMA E A VEGETAÇÃO
A região Nordeste está em sua totalidade localizada em
baixas latitudes, na faixa intertropical do país, por isso seu clima
está sob o domínio de temperaturas elevadas o ano todo, porém
com grandes disparidades na quantidade e distribuição das chuvas.
Nessas condições, é possível distinguir-se três climas no
interior do Nordeste: o tropical, o semiárido e o equatorial úmido.
O clima tropical, com temperaturas elevadas o ano todo e
chuvas concentradas no verão, é o que predomina no território
nordestino, estendendo-se desde a faixa central do Maranhão até o
Sul da Bahia, além de atingir todo o litoral.
O clima semiárido, com temperaturas elevadas o ano todo,
mas com chuvas escassas e irregulares, aparece em uma grande
área do interior nordestino, conhecida como "polígono das secas",
que acompanha o vale médio e inferior do rio São Francisco.
O clima equatorial úmido, com temperaturas elevadas
e chuvas intensas o ano todo, aparece no Oeste do Maranhão,
razão pela qual essa área faz parte do complexo regional da
Amazônia.
A vegetação, quase sempre, é um reflexo do clima, e no
caso da região Nordeste, essa relação é facilmente percebida, pois
a distribuição das principais formações vegetais reflete a
diversidade climática regional.
No Oeste do Maranhão, área do clima equatorial úmido,
aparece a floresta latifoliada equatorial; no Leste do Maranhão e
no Piauí, onde se observa uma transição climática do úmido para o
seco, aparece a mata dos Cocais; na faixa atlântica, que recebe
toda a umidade oceânica, tivemos a presença da Mata Atlântica
(hoje muito devastada). O interior semiárido é dominado pela
caatinga, formação característica de áreas secas; nos trechos do
interior onde predomina o clima tropical, a formação típica é o
cerrado, enquanto, no litoral, encontramos formações de mangues
e dunas.
A paisagem climatobotânica do Nordeste vêm sofrendo
uma rápida degradação, justificando até que se fale hoje em
processo de desertificação.
EXTRATIVISMO VEGETAL
A Mata do Cocais é a principal área do extrativismo
vegetal do Nordeste. A carnaúba e o babaçu são as duas
principais espécies. Ceará e Piauí lideram na produção de
carnaúba. Maranhão lidera a produção de coco de babaçu (Vale do
Itapecuru). Outros produtos: mamona (BA), oiticica (CE), sisal
(BA/PE), coco (BA). Etc.
EXTRATIVISMO MINERAL
Diversos produtos são encontrados na região nordestina:
petróleo, sal, xilita, urânio, potássio, cobre etc.
Petróleo: É o principal recurso mineral da região, extraído
em diversos estados, na Plataforma Continental e no
continente. Salvador (BA) destaca-se como porto exportador.
Sal: é extraído na orla litorânea do Rio Grande do Norte
(Mossoró, Macau e Areia Branca) e Ceará (Aracatí, Fortaleza
e Camocim). O Rio Grande do Norte é o maior produtor
nacional. O sal é transportado pela estrada de ferro Mossoró e
exportado pelos portos de Macau e Areia Branca.
Xilita: (tungstênio) é um mineral radioativo, cujas maiores
jazidas localizam-se no Rio Grande do Norte, primeiro
produtor do país.
Urânio: As maiores jazidas deste mineral atômico foram
descobertas em Itatira (CE)
Cobre: O Estado da Bahia possui grandes reservas
(Jaguarari).
Outros recursos: salgema (Alagoas), potásio (Sergipe), ouro
e diamante (Bahia)etc.
O QUADRO HUMANO
O Nordeste é a segunda região mais populosa do país,
sendo superada apenas pelo Sudeste. Em virtude de ser também de
grande extensão, apresenta uma densidade demográfica de 28,96
habitantes por quilômetro quadrado, índice inferior apenas ao
Sudeste e ao sul.
Observamos outros indicadores, tais como o número de
analfabetos e a taxa de mortalidade infantil. O Nordeste abriga
50,4% dos analfabetos do país, com um contingente de 9,7
milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever.
A taxa de mortalidade infantil (morte de crianças com
menos de um ano de idade), que no Brasil já é considerada alta
(46%), atinge na região Nordeste, em média, 60%, sendo que em
Alagoas esse valor alcança a absurda marca de 113%.
Destaque-se, no entanto, que esses valores estão
diminuindo nos últimos anos, significando que está ocorrendo
uma pequena melhora nas condições sociais da população
nordestina.
AS MIGRAÇÕES
Uma característica marcante da população nordestina é o
seu intenso movimento migratório, tanto intra regional quanto
extra regional.
No primeiro caso, a migração ocorre em função da seca,
fenômeno climático extremamente comum nas áreas interioranas
que formam o chamado Sertão nordestino. Parte da população
afetada pela estiagem, principalmente pequenos proprietários
rurais e posseiros que não têm acesso aos açudes e nem têm
dinheiro para "comprar água" dos grandes fazendeiros, tem de
migrar do Sertão árido para o litoral úmido. Essas pessoas se
empregam em trabalhos sazonais, esperando retornar às suas terras
no interior tão logo a seca termine.
Esse tipo de migração, temporária e reversível, denomina-
se transumância, e o trabalhador que a realiza é conhecido
regionalmente como Corumbá. Frequentemente o migrante decide
não mais voltar ao Sertão, uma vez que as condições permanecem
precárias mesmo com a volta das chuvas, e fixa-se nas cidades da
região. Acaba sobrevivendo de trabalhos esporádicos no
subemprego, inchando o contingente da população periférica e
caracterizando o produto desse intenso êxodo rural.
Quanto ao movimento extra regional, notamos que o
Nordeste transformou-se em uma área repulsora de população nas
últimas década. De 1940 até 1995, a região perdeu mais de 15
milhões de habitantes, principalmente para áreas do Sudeste, que
se industrializaram nesse período, e para áreas da Amazônia,
formando as frentes pioneiras.
Essa saída em massa de nordestinos está dominantemente
relacionada às precárias condições de vida de grande parte da
população regional e ao agravamento das disparidades
socioeconômicas entre as regiões brasileiras. Os aspectos
políticos, econômicos e sociais são muito mais determinantes do
que os aspectos climáticos nessa forte migração para outras partes
do país. Mas, atualmente dados do IBGE têm indicado períodos de
aumento da imigração de retorno, principalmente vinda do
Sudeste.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 34
A AGROPECUÁRIA
A agropecuária é a principal atividade econômica do
Nordeste, tanto pelo valor da produção como pela quantidade de
mão-de-obra empregada. A região possui 48,2% dos
estabelecimentos rurais e ocupa 20,5% de toda a área rural
brasileira, absorvendo um contingente de mão-de-obra equivalente
a 44,6% do total dos trabalhadores brasileiros do campo.
O mau uso do solo na região Nordeste é um dos fatores
responsáveis pelos mais sérios problemas que afetam a população
regional, pois somente cerca de 15% de seu espaço rural pode ser
considerado área produtiva.
No entanto, sua agricultura é bastante diversificada, tendo
em vista as enormes diferenças naturais, sociais e econômicas. De
acordo com essas diferenças, é possível distinguirmos no Nordeste
quatro sub-regiões:
Zona da Mata, a mais desenvolvida de todas;
Agreste, uma estreita faixa de terras vizinha à Zona da
Mata;
Sertão, a de maior extensão e também a de maiores
problemas;
Meio-Norte, a menos ocupada populacional e
economicamente.
SUBREGIÕES DO NORDESTE
Zona da Mata
Corresponde à faixa oriental do Nordeste, estendendo-se
desde as proximidades de Natal, no Rio Grande do Norte, até a
extremidade sul da Bahia.
Os fatores naturais sempre foram bastante favoráveis à
atividade agrícola, pois a presença do massapé, solo muito fértil e
profundo, rico em argilas e matéria orgânica, aliada à ocorrência
do clima tropical, que sofre grande influência da umidade
oceânica, contribuiu para a implantação e o desenvolvimento da
cultura canavieira desde o século XVI.
A estrutura agrária se caracteriza pelo domínio das
grandes propriedades, quase sempre voltadas para a monocultura
comercial, com escassa mecanização, tanto para a exportação
quanto para o abastecimento do mercado interno.
Os principais produtos cultivados são:
a cana-de-açúcar; que teve seu apogeu no período colonial
mas que agora, com o Proálcool, sofreu uma forte reativação;
o tabaco, produto cultivado durante longo tempo na área do
Recôncavo Baiano, já foi um importante item de exportação,
mas hoje está em decadência;
o cacau, cuja produção - quase toda para exportação esteve
dominantemente concentrada na região de Ilhéus e Itabuna,
porém atualmente apresenta sérios problemas no seu
desenvolvimento.
Agreste
Corresponde a uma estreita faixa de terras que se localiza
entre a Zona da Mata, área muito úmida, e o Sertão, região de
clima seco, estendendo-se do Rio Grande do Norte até a Bahia
paralelamente à Zona da Mata. Suas condições naturais
caracterizam-na como uma área de transição, pois apresenta um
clima semiúmido na passagem entre o úmido do litoral e o seco do
interior, e uma vegetação pouco definida, mudança entre a mata
exuberante do litoral e a caatinga do Sertão.
Sua estrutura agrária é caracterizada pelo domínio das
pequenas propriedades que utilizam o trabalho familiar, dedicadas
à policultura de pequeno mercado, ou, nos casos dos minifúndios
que aí aparecem, à subsistência. Merece destaque também a
existência de uma importante lavoura comercial de algodão para
abastecimento das indústrias têxteis nordestinas e, em alguns
pontos, a presença de lavoura comercial de alimentos para
abastecimento das populações das grandes cidades litorâneas.
Sisal ou agave, planta que fornece fibra de uso industrial. É
cultivado principalmente na região do Agreste (Paraíba).
Sertão
Corresponde à maior das divisões internas da região,
abrangendo cerca de 3/4 do Nordeste. Ocupa uma larga faixa de
terras no interior, estendendo-se desde o litoral do Ceará e Rio
Grande do Norte até o Sul e o Oeste baianos, atravessando as
fronteiras regionais e ocupando, o Norte e o Nordeste de Minas
Gerais.
Caracteriza-se pelas condições desfavoráveis à agricultura,
já que ocorre o predomínio do clima semiárido, com temperaturas
elevadas e chuvas escassas e irregulares, solos arenosos e rasos e
uma rede hidrográfica de rios intermitentes.
Em algumas áreas mais úmidas, como nos sopés das
chapadas, a existência de climas úmidos permite a prática de uma
pequena policultura de subsistência ou de mercado local. Ao
longo do vale médio do São Francisco, único rio perene do
Sertão, observa-se a presença de agricultura irrigada para
produção de mamão, melão, melancia, manga, tomate e, com
excepcional sucesso, uva para fabricação de vinho.
A pecuária, por sua vez, é a grande atividade econômica
sertaneja, realizada em enormes latifúndios de forma extensiva,
com péssima qualidade e baixo rendimento. Os animais criados
são bovinos (produção de carne), caprinos (leite) e asininos
(montaria).
Meio-Norte
Corresponde à porção mais ocidental do Nordeste,
abrangendo o estado do Maranhão e parte do Piauí. É também
uma área de transição climática, entre a Amazônia equatorial (o
Oeste do Maranhão) e o Sertão semiárido (o Leste do Piauí).
Suas condições naturais refletem essa transição, com uma
variação muito marcante no índice de chuvas, que diminuem de
oeste para leste, e com a presença de uma vegetação muito
especial, as palmeiras de babaçu e os coqueiros de carnaúba, que
compõem a chamada mata dos Cocais.
A agricultura dessa porção do Nordeste é pobre,
destacando-se apenas a produção de arroz nos vales dos rios
perenes Mearim, Pindaré e Parnaíba, no Maranhão. Ao sul,
especialmente nas terras do Piauí, desenvolve-se a pecuária de
bovinos na área do cerrado. A atividade econômica mais
característica, entretanto, é o extrativismo vegetal baseado na
coleta do babaçu e da carnaúba, que envolve hoje mais de 3
milhões de pessoas.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 35
OUTROS PRODUTOS:
Feijão: em Irecê na Bahia a maior área produtora de
cereais do Nordeste.
Fumo: no Recôncavo Baiano e baixo vale do rio
Paraguaçu.
Mandioca: produção difundida em todo o Nordeste,
principalmente na Bahia.
A INDÚSTRIA
Entre as bases da industrialização regional, destaca-se a
riqueza em matérias-primas:
de ordem agrícola: cana-de-açúcar para a produção de
açúcar e álcool, algodão para a indústria têxtil, frutas
para a indústria de sucos, cacau para a indústria
alimentícia e tabaco para a indústria de charutos, hoje
em franca decadência,
de ordem extrativa vegetal: cera de carnaúba, óleos de
babaçu e de oiticica e fibras vegetais, como o caroá, a
piaçava e o sisal;
de ordem extrativa mineral: cobre e chumbo (Bahia),
tungstênio (Rio Grande do Norte) e sal (Rio Grande do
Norte e Ceará). Destaque-se que a produção salineira
nordestina corresponde a cerca de 80% do total
nacional, o que se deve, em grande parte, às condições
naturais de clima quente e seco e um litoral raso, que
favorecem extremamente a elevada salinidade das águas
e a extração do sal.
O potencial hidrelétrico do São Francisco é de grande
importância para o desenvolvimento regional. As principais usinas
são Sobradinho, Itaparica atualmente chamada de (Usina
Hidrelétrica Luiz Gonzaga) , Complexo de Paulo Afonso e Xingó.
No rio Parnaíba, destaca-se a usina Castello Branco.
Outros recursos energéticos importantes são petróleo e o gás
natural, explorados sobretudo nos litorais do Rio Grande do Norte
e Sergipe-Alagoas e no Recôncavo Baiano. Juntos, são
responsáveis por quase 35% da produção nacional desses
combustíveis.
O desenvolvimento industrial da região se deu a partir da
criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene) em 1959. Esse órgão criou uma política de incentivos
fiscais, que atraiu capitais e empresas do Centro-Sul e do exterior
pala a região, tendo implantado até hoje mais de 1 000 projetos
industriais.
Os principais centros industriais localizam-se nas regiões
metropolitanas, sendo as indústrias mais tradicionais as
alimentícias e têxteis, seguidas das metalúrgicas, químicas e de
produtos eletroeletrônicos.
A região metropolitana de Recife é sem dúvida a mais
influente área de concentração industrial de todo o Nordeste, onde
se destacam três centros industriais Cabo, Jaboatão e Paulista,
voltados principalmente às indústrias têxteis e alimentícias.
A região metropolitana de Salvador é a segunda área em
importância industrial do Nordeste, mas é a que tem apresentado o
maior crescimento industrial nos últimos anos. Entre os fatores
que contribuem para esse crescimento, estão a exploração de
petróleo no Recôncavo e a implantação do polo petroquímico de
Camaçari, além da presença da mais antiga refinaria da Petrobrás,
a Refinaria Landulfo Alves, em Mataripe. Igualmente influente é o
Centro Industrial de Aratu, nas proximidades de Salvador(BA),
abrigando, desde fábricas de cimento até metalúrgicas.
A região metropolitana menos desenvolvida
industrialmente é a de Fortaleza, que apresenta como ramos de
maior expressão o têxtil, o alimentício e o químico.
ÓRGÃOS QUE ATUAM NO NORDESTE:
SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do
Nordeste). Com sede em Recife (PE). Apoia o
desenvolvimento regional, incentivando principalmente
o setor industrial.
POLONORDESTE (Programa de Desenvolvimento de
Áreas Integradas do Nordeste). Criado em 1.974,
objetiva transformar as condições de produção do meio
rural do Nordeste, mediante a modernização de
atividades agrícolas e pecuárias em áreas selecionadas.
CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale
do São Francisco).Trata da irrigação e desenvolvimento
da região semiárida do São Francisco
CODEVALE (Companhia de Desenvolvimento do Vale
do Jequitinhonha).
PROTERRA ( Programa de Redistribuição de Terras e
de Estímulos à Agroindústria do Norte e Nordeste)
CHESF ( Companhia Hidrelétrica do São Francisco).
Promove o aproveitamento energético deste rio: usinas
de Paulo Afonso, Sobradinho, Moxotó, Itaparica ou
Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga e Xingó.
DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas). Através de uma política de irrigação, de
açudagem, procura atacar o problema maior da região: a
seca.
COHEBE ( Companhia Hidrelétrica da Boa Esperança).
Promove o aproveitamento hidrelétrico do rio Parnaíba
(MA/PI), através da Usina Presidente Castelo Branco.
COPENE (Companhia Petroquímica do Nordeste).
Sede em Camaçari (BA) FINOR (Fundo de
Investimento do Nordeste).
28 - REGIÃO SUL
DIVISÃO POLÍTICA
O Sul é a menor das cinco macrorregiões brasileiras, com
575315 km2, o que equivale apenas a 6,8% do território nacional.
Sua população absoluta, porém, é a terceira maior do país, inferior
à do Sudeste e à do Nordeste. É também a região menos
subdividida em unidades, pois é composta por três estados:
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A região Sul, sob o enfoque da divisão do país em cinco
macrorregiões pelo IBGE, apresenta uma série de elementos
comuns no seu interior, como o clima subtropical e a vegetação de
araucárias, as influências históricas e demográficas da imigração
europeia e uma economia moderna, mas ainda bastante vinculada
ao campo.
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO- REGIÃO SUL(2013)
ESTADO CAPITAL POP. ABSOLUTA POP. RELATIVA
Santa Catarina Florianópolis 6.383.286 hab. 66,7 hab./km²
Paraná Curitiba 10.577.755 hab. 53,1 hab./km²
Rio Grande do Sul Porto Alegre 10.770.603. hab. 38,2 hab./km2
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 36
Tais elementos fornecem uma
certa homogeneidade a esse conjunto de três estados e justificam a
existência dessa divisão regional.
Ao analisarmos, no entanto, a divisão do país segundo os
grandes complexos regionais, não há a menor dúvida em
classificar esses três estados meridionais, em sua totalidade, como
parte importante do complexo regional do Centro-Sul, que
congrega as áreas mais desenvolvidas social e economicamente de
todo o território nacional.
A economia industrial desses três estados, assim como a
agropecuária, se desenvolve com a utilização de tecnologias
avançadas e aplicação de grande volume de capital, refletindo em
um padrão social mais elevado e tornando o Sul uma das regiões
mais desenvolvidas do país.
O RELEVO E A HIDROGRAFIA
O relevo da região Sul apresenta-se subdividido em seis
unidades, sendo três planaltos, duas depressões e uma planície,
com o domínio das médias e baixas altitudes- variando em torno
de 600 a 800 m- com exceção da faixa atlântica, que atinge marcas
superiores aos 1 000 m.
A maior parte da região é caracterizada pelo relevo dos
planaltos e chapadas da bacia do Paraná, formação tipicamente
sedimentar com terrenos das eras Paleozoica e Mesozoica.
A planície da lagoa dos Patos e Mirim tem como
características sua localização em quase todo o litoral do Rio
Grande do Sul e sua origem marinha e lacustre.
A hidrografia da região Sul é marcada pela presença de
três grandes bacias: a do Paraná, a do Uruguai e a do Sudeste,
sendo que as duas primeiras fazem parte da bacia hidrográfica
Platina:
O grande destaque da hidrografia regional é a bacia do
Paraná, que no Brasil ocupa uma área da ordem de 1,4 milhão de
km2 (25% desse espaço está na região Sul) e apresenta uma
enorme capacidade de geração de energia hidrelétrica. No rio
Paraná, que é o principal rio dessa bacia, no trecho localizado na
fronteira entre o Brasil e o Paraguai, foi instalada a Usina de
Itaipu, atualmente a maior do mundo. Ela abastece o Brasil e o
Paraguai. Entre os seus afluentes na região há também grande
aproveitamento hidrelétrico, especialmente nos rios Paranapanema
e Iguaçu.
A bacia do rio Uruguai ocupa uma pequena área no país,
cerca de 180 mil km2, mas está totalmente na região Sul. O rio
Uruguai nasce na confluência dos rios Canoas e Pelotas, na divisa
entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No seu
trajeto ainda marca as fronteiras entre os dois estados, depois
separa o Brasil da Argentina e a Argentina do Uruguai. E, no
entanto, uma bacia pouco aproveitada tanto para a geração de
energia quanto para a navegação. Seu uso mais importante se dá
na agricultura, irrigando largas áreas de cultivo regional,
especialmente as de lavoura de arroz.
Os rios das bacias do Sudeste estão localizados na porção
oriental da região Sul e deságuam no oceano Atlântico. Destacam-
se o rio Itajaí, no Leste de Santa Catarina, que é hoje uma
importante área industrial do estado; o rio Tubarão, no Sudeste
catarinense, área conhecida pela presença das minas de carvão; e o
rio Jacuí, no Rio Grande do Sul.
O CLIMA E A VEGETAÇÃO
O clima da região Sul é o mais diferenciado do restante
dos climas brasileiros, o que se deve principalmente à sua posição
geográfica, já que a quase totalidade da região se localiza abaixo
do trópico de Capricórnio.,
Na região Sul, observamos o predomínio do clima
subtropical, que apresenta as médias térmicas mais baixas do país,
chuvas bem distribuídas ao longo do ano, porém com pouca
intensidade, e as quatro estações bem definidas.
Na porção centro-leste, na faixa entre Curitiba e Porto
Alegre, o inverno é rigoroso e a ocorrência de neve se verifica de
forma mais frequente. Nas porções centro-oeste e sul, o clima é o
subtropical típico, com verão quente, inverno frio, primavera e
outono com temperaturas médias. E nessa parte do pais que
encontramos as maiores amplitudes térmicas anuaís.
No Norte paranaense, na área atravessada pelo trópico de
Capricórnio, em torno das cidades de Maringá e Londrina,
encontramos o clima tropical de altitude, com médias térmicas
mais elevadas que as outras porções da região Sul e com as chuvas
concentradas no verão. Disso resultam apenas duas estações: a das
chuvas e a das secas.
A história da ocupação regional, que caracteriza a segunda
metade do século passado e a primeira deste como o período da
grande imigração para a região Sul, trouxe como consequência um
forte processo de devastação vegetal. A destruição da vegetação
ocorreu, no inicio, para a fixação dos colonos na área; depois, para
a utilização como energia a fim de implantar espaços
agropecuaristas; e mais recentemente, para atender às
necessidades das grandes madeireiras e indústrias de papel e
celulose. Assim, a paisagem botânica original já foi quase
totalmente extinta.
A formação mais típica que existia na e a mata de
Araucárias, que se estendia por todo o planalto da bacia do Paraná,
na porção centro-ocidental da região, do Paraná ao Rio Grande do
Sul. A exploração do pinho e as queimadas para expansão da
agropecuária destruíram quase que completamente as reservas
naturais de pinheiros. Destaque-se, no entanto, que essa é a única
formação vegetal no Brasil em que é comum a prática do
reflorestamento, porém quase sempre com espécies estrangeiras,
como o eucalipto e o pinus, que não repõem todos os elementos do
ambiente nativo destruído.
EXTRATIVISMO VEGETAL
Podemos destaca como extrativismo vegetal o “pinheiro
de Paraná”, associado à imbuia ao cedro e à erva mate, a
exportação é feita pelos portos de São Francisco do Sul
(SC) e Paranaguá (PR).
EXTRATIVISMO MINERAL
Os recursos minerais do Sul são:
o Carvão (SC/RS),
o xisto betuminoso (PR),
o cobre (RS),
o chumbo (PR).
O carvão é extraído em Santa Catarina (primeiro produtor
nacional) e Rio Grande do Sul.
O QUADRO HUMANO
A região Sul possui uma população absoluta de 27 384
815 habitantes (IBGE 2010), o que a coloca em 3º lugar no pais,
superada pelas regiões Sudeste e Nordeste. O Rio Grande do Sul é
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 37
o seu estado mais populoso (9,5
milhões de habitantes), seguido do Paraná (8,7 milhões de
habitantes).
AS MIGRAÇÕES E A URBANIZAÇÃO
A composição étnica da população regional é
predominantemente branca, com pequena participação dos outros
elementos da nossa etnia, ou seja, os negros, os índios e a
população miscigenada. Tal fato se dá em virtude de o
povoamento da região ter se caracterizado pelas correntes
imigratórias vindas da Europa, a partir da segunda metade do
século, XIX.
Grande parte do Sul do país foi povoada por meio da
implantação de colônias agrícolas de imigrantes, que se
instalavam em pequenas propriedades e dedicavam-se à atividade
agrícola, sobretudo à policultora. Os principais grupos de
imigrantes foram os alemães, os italianos e os eslavos (poloneses,
ucranianos, etc.). A imigração japonesa se deu posteriormente, em
meados do século XX, restringindo-se ao Norte do Paraná.
As principais colônias deram origem a importantes
cidades, como Blumenau, Itajaí, São Leopoldo e Novo Hamburgo,
fundadas por alemães, e Criciúma, Garibaldi, Bento Gonçalves e
Caxias do Sul, de colonização italiana.
Entre 1950 e 1970, a urbanização do Sul foi muito lenta.
Isso deveu-se ao fato de a estrutura agrária regional, influenciada
pelo imigrante europeu, basear-se na pequena propriedade
policultora de base familiar. Essa situação favorecia a fixação dos
habitantes no meio rural, retardando o processo de urbanização.
A partir da década de 70, no entanto, houve uma profunda
mudança nessa estrutura tradicional, com a expansão das lavouras
comerciais de exportação. Destacou-se o plantio da soja em
grandes propriedades e com forte mecanização agrícola.
O desenvolvimento da lavoura agroexportadora significou
uma considerável valorização do solo na região, estimulando
pequenos proprietários a vender suas terras e adquirir outras
propriedades maiores nas frentes pioneiras no Norte e Centro-
Oeste.
Com a mecanização, milhares de trabalhadores rurais
perderam emprego. Viram-se obrigados a migrar para as cidades
da região - êxodo rural -, especialmente na direção das regiões
metropolitanas de Curitiba e Porto Alegre, o que explica o fato de
a região Sul ter hoje 74,1% de sua população vivendo em cidades.
A AGROPECUÁRIA
A economia da região Sul sempre dependeu da
agropecuária, seja para abastecer a população regional de
alimentos, seja para a geração de divisas com a exportação, seja
para atender às necessidades da importante indústria que lá se
implantou. Predomina a grande propriedade de criação de gado,
chamada de estância.
Os trabalhadores empregados nas estâncias os “peões”,
são pouco numerosos, como acontece nas áreas de pecuária de
corte em que o gado é criado solto nos campos.
Na região Sul do Brasil, a criação de gado encontrou clima
ameno, vegetação rasteira com bons pastos (campos limpos),
relevo suave (coxilhas- Campanha Gaúcha) e a preocupação com
a seleção de raças.
A principais áreas pastoris são:
Campanha Gaúcha, (pecuária de corte – gado
selecionado), com criação semi intensiva.
Campos de Vacaria, (Planalto Gaúcho/ RS e Lages/
SC), pecuária de corte.
Segundo Planalto Paranaense (Guarapuava e Palmas).
Os principais centros pastoris da Campanha Gaúcha são:
Uruguaiana, Santana do Livramento e Bagé.
Estâncias: estabelecimentos típicos de criação de gado
da Campanha Gaúcha.
AS PRINCIPAIS ÁREAS AGRÍCOLAS
As principais áreas agrícolas da região Sul coincidem com
as de fixação dos imigrantes europeus. Cada família imigrante
recebeu um pequeno lote de terra em áreas florestadas, onde
desenvolveu a policultura, inicialmente para subsistência e
posteriormente com fins comerciais. Tal influência histórica
marcou fortemente a estrutura agrária do Sul, que apresenta até
hoje o predomínio de pequenas propriedades policultoras, muito
embora em algumas dessas áreas essa estrutura foi sendo
transformada para a produção moderna e mecanizada em grandes
propriedades.
No Norte do Paraná, a presença dos solos de terra roxa e
do clima tropical de altitude favoreceram o desenvolvimento das
culturas do café e do algodão, que hoje estão sendo substituídas,
respectivamente, pela soja e pela cana-de-açúcar. Ao mesmo
tempo vem a transformação do trabalho manual em produção
mecanizada.
Na porção central do estado, na área da depressão
Periférica, destacam-se a cultura da batata em pequenas
propriedades e a pecuária bovina de corte, criada de forma
extensiva. A oeste, predomina a cultura da soja, seguida da do
trigo, que em alguns casos são plantados em rotação no mesmo
espaço. Isso constitui uma forma tradicional do uso do solo trazida
ao Brasil pelos imigrantes.
As principais regiões agrícolas de Santa Catarina são o
vale do Itajaí e o vale do rio do Peixe. No vale do Itajaí, localizado
no Leste e Nordeste do estado, se produz principalmente o arroz e
o fumo, este último voltado para o abastecimento das indústrias de
cigarros instaladas na região. Já no vale do rio do Peixe, no centro-
oeste catarinense, é importante a produção de milho associada à
criação de suínos. Essa é a principal atividade econômica do vale,
ligada à implantação de diversos frigoríficos, sobretudo na região
de Chapecó. A estrutura de produção dominante no estado, sob
forte influência imigratória, é baseada na pequena propriedade
policultora com mão-de-obra familiar.
O Noroeste do Rio Grande do Sul, que engloba os
municípios de Passo Fundo, Erexim e Santa Rosa, é importante
área produtora de soja e trigo, fundamentada na exploração de
grandes propriedades intensamente mecanizadas. Na encosta rio-
grandense, área de colonização italiana com pequenas
propriedades, destaca-se a cultura de uvas.
O fumo é plantado principalmente nas regiões de Santa
Cruz e do Alto Uruguai, e sua produção está voltada para o
abastecimento das indústrias de cigarros instaladas na região.
Na Campanha gaúcha, região de topografia plana e
vegetação rasteira, o destaque é a pecuária extensiva de bovinos,
especialmente com gado de origem europeia, e de ovinos, em que
o Rio Grande do Sul é o primeiro produtor nacional. Nos dois
casos a criação se faz em grandes propriedades, as chamadas
"estâncias".
Apesar do domínio da pecuária, a produção de arroz vem
ganhando importância econômica muito rapidamente na porção
ocidental da Campanha, nos vales dos rios Ijuí, Ibicuí e Quaraí.
Hoje a agricultura regional é uma das mais modernas do
país e é também bastante diversificada, sendo responsável por
grandes produções de soja, trigo, milho, aveia, cevada, centeio,
uva e fumo, (liderança nacional).
Outros produtos que têm peso e destaque na economia da
região: café, arroz, batata, cana-de-açúcar, algodão, amendoim,
feijão e sorgo entre outros.
Soja: cultivada nos estados sulinos, com destaque para o
Paraná e Rio Grande do Sul (Santa Rosa, Cruz Alta e região
das Missões)
Trigo: Rio Grande do Sul (Erechim e Campanha Gaúcha) é o
primeiro produtor nacional, seguido do Paraná e Santa
Catarina.
Uva: Rio Grande do Sul ( Bento Gonçalves, Garibaldi e
Caxias do Sul). Arroz: Rio Grande do Sul (Vale do Jacuí) um
dos maiores produtores do país.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 38
Milho: amplamente cultivado
nos três estados.
Fumo: (tabaco)Rio Grande do Sul (Santa Cruz do Sul),
maior produtor nacional.
Algodão: cultivado nos três estados, fornece fibras para a
indústria têxtil local.
Feijão: (PR).
Aveia, centeio, cevada, alfafa, linho, cebola (RS),
mandioca e cana-de-açúcar (RS/SC)
Os produtos mais exportados pela região : soja e café.
A INDÚSTRIA
A região Sul é a segunda mais industrializada do país,
participando com 18,2% de toda a produção nacional, sendo
superada apenas pelo Sudeste, que participa com 68,7%. Entre os
principais fatores de seu desenvolvimento industrial, estão as
matérias- primas de origem agropecuária, produzidas na própria
região, a mão-de-obra qualificada do imigrante europeu e a
presença de recursos energéticos, como o potencial hidráulico e as
minas de carvão mineral.
O carvão mineral, que é um combustível fóssil, é utilizado
como fonte de energia em usinas termelétricas e como matéria-
prima na siderurgia para a fabricação do coque metalúrgico. Além
disso, serve para a produção de ácidos na indústria química.
A produção de energia elétrica no Sul é proveniente
sobretudo de usinas hidrelétricas, com destaque para a de Itaipu,
no rio Paraná, e a de Salto Santiago, no rio Iguaçu; ocorre
igualmente a produção termelétrica em usinas como a de Tubarão
(Santa Catarina) e as de Butiá e Candiota (Rio Grande do Sul).
O desenvolvimento industrial da região sempre dependeu
das matérias-primas provenientes da agropecuária, tanto que
muitas das suas principais indústrias são alimentícias, de
frigoríficos, de óleos vegetais, têxtil, madeireira, de calçados e
vestuário. Só mais recentemente é que a região Sul vem
diversificando seu parque industrial, com setores ligados à
metalurgia, automobilística, eletrodomésticos e eletroeletrônicos
que independem das matérias-primas regionais.
A região metropolitana de Porto Alegre é á mais
importante concentração industrial do Sul, possuindo um parque
dos mais diversificados, onde se destacam o refino de petróleo e a
indústria petroquímica em Canoas, a indústria metalúrgica em
Porto Alegre e a tradicional indústria de couro e calçados em São
Leopoldo e Novo Hamburgo. Na região metropolitana de Curitiba, segunda área em
importância industrial no Sul do país, merecem destaque o refino
de petróleo em Araucária, as fábricas de cerâmica em Campo
Largo e São José dos Pinhais, além de indústrias alimentícias,
madeireiras e do setor automobilístico.
Entre os demais centros industriais têm-se, em Santa
Catarina, as cidades de colonização alemã como Blumenau com a
indústria têxtil e Joinville com a de eletrodomésticos, e, no Rio
Grande do Sul, as cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias
do Sul, de colonização italiana, onde se concentra a indústria
vinícola.
PRINCIPAIS INDÚSTRIAS
Petroquímica: Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas
(RS).
Construção Naval: Estaleiro Soh, em Porto Alegre, o
Rio Grande do Sul está em segundo lugar no setor de
construção naval do Brasil.
Textil: Blumenau e Joinville (SC), áreas de colonização
alemã.
Calçados e artefatos de couro: Novo Hamburgo e São
Leopoldo (RS), Vale dos Sinos.
Madeireira: Indústria de móveis, no Paraná (Ponta
Grossa).
Pesqueira: Nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande
do Sul.
Frigorífica: Na Campanha Gaúcha (RS) e no Vale do
Itajaí (SC).
Lanígena: No Estado do Rio Grande do Sul.
Caminhões: Fábrica Volvo, em Curitiba (PR),
fabricação de carroceiras em Caxias do Sul (RS).
Vinícola: Nas áreas de colonização italiana (Caxias do
Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi) (RS).
Siderúrgica: Siderúrgica Rio-grandense (Aços Finos
Piratini), localizada em Porto Alegre (RS).
Agroindústria: Setor muito importante no Sul do país,
aproveitando as matérias primas locais como a soja,
milho, algodão, linho, uva, frutas, etc.
Celulose: (papel) Paraná e Rio Grande do Sul.
PORTOS
Os principais portos da Região Sul são: Rio Grande (RS) e
Paranaguá (PR), ambos ligados ao Programa Nacional de
Corredores de Exportação.
Produtos exportados pelo porto de Rio Grande: soja,
trigo e carne
Produtos exportados pelo porto Paranaguá: soja,
café, trigo e madeira.
O porto de São Francisco do Sul escoa a produção
madeireira de Santa Catarina.
ÓRGÃOS QUE ATUAM
SUDESUL (Superintendência do Desenvolvimento do
Sul). Foi criado para apoiar os três Estados do Sul.
COPESUL (polo Petroquímico do Sul), está localizado
em Triunfo (RS).
FECOTRIGO (Federação das Cooperativas do Trigo)
(RS).
IRGA (Instituto Rio-grandense de Arroz) (RS).
ELETROSUL (Centrais Elétricas da Região Sul).
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 39
29 - REGIÃO SUDESTE
DIVISÃO POLÍTICA
A região Sudeste é a quarta do país em extensão, com 924
265 km2 (10,8% do território nacional). Entretanto é a mais
importante macrorregião brasileira, concentrando uma população
de 81,5 milhões de habitantes em 2012, 42% do total brasileiro e
participando com mais de 75% da renda nacional.
E composta por quatro estados: Espírito Santo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO – REGIÃO SUDESTE-2012 ESTADO CAPITAL POP. ABSOLUTA POP. RELATIVA
Espirito Santo Vitória 3.578.067 hab. 77,6 hab./km2
Minas Gerais Belo Horizonte 19.855.332 hab. 33,9 hab./km2
São Paulo São Paulo 41.901.219 hab. 168,8 hab./km2
Rio de Janeiro Rio de Janeiro 16.231.365 hab. 370,7 hab./km2
Os estados que formam a região Sudeste apresentam
grandes diferenças internas, tanto no quadro natural quanto no
socioeconômico.
Áreas de clima extremamente úmido, como no litoral do
Espírito Santo, ao lado de outras de clima seco, como no Norte de
Minas Gerais; áreas de grande desenvolvimento industrial, como
nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte, ao lado de outras com produção econômica precária,
como no vale do Ribeira paulista; áreas com qualidade de vida
mais elevada, como na região de Ribeirão Preto - a Califórnia
brasileira - ao lado de outras com graves deficiências sociais,
como no vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
Tal situação torna realmente muito difícil pensar nesses
quatro estados compondo uma região homogênea, porém é
evidente que, se analisarmos o quadro econômico regional como
um todo, essa é a região mais desenvolvida do país.
A melhor forma de se analisar esse espaço, no entanto, é
considerando principalmente a divisão do país nos grandes
complexos regionais, porque assim estaremos avaliando a relativa
homogeneidade dentro de um território mais amplo,
independentemente das fronteiras estaduais. Nesse caso, a quase
totalidade desses quatro estados está enquadrada no complexo
regional do Centro-Sul, compondo a porção mais desenvolvida do
país.
Há uma parte do Sudeste, o Norte e o Nordeste de Minas
Gerais, que pelas suas condições sociais e econômicas precárias,
bem como pelo domínio da paisagem semiárida, faz parte do
complexo regional do Nordeste, sendo inclusive área de atuação
da Sudene.
O RELEVO E A HIDROGRAFIA
O relevo regional é dominado por um conjunto de terrenos
elevados, onde metade das terras situa-se acima dos 500 m de
altitude e 10% acima dos 1 000 m, tornando essa área conhecida
como a "região das terras altas". É possível definir uma divisão em
seis unidades de relevo, sendo três planaltos - dois deles
correspondendo às unidades dominantes territorialmente, duas
depressões e uma planície.'
Na porção ocidental estendem-se as rochas sedimentares e
vulcânicas dos planaltos e chapadas da bacia do Paraná, que
ocupam quase metade do território paulista e grande parte do
Oeste mineiro. Nessa área observamos a presença dos solos férteis
de terra roxa, que são um dos fatores do grande desenvolvimento
agropecuário regional.'
Na porção leste encontramos as rochas cristalinas dos
planaltos e serras do Atlântico-leste-sudeste, de formação pré-
cambriana, caracterizado pelo domínio de topografia acidentada
com serras e escarpas.
Surgem a serra do Mar, paralela à costa, a serra da
Mantiqueira, mais para o interior, e a serra do Espinhaço, que
abriga as jazidas minerais do Quadrilátero Ferrífero ou Central
(Minas Gerais). Muito frequentemente esse planalto chega até o
oceano Atlântico, dando origem aos paredões íngremes ou
falésias.
Os planaltos e serras de Goiás-Minas aparecem como uma
estreita faixa de rochas cristalinas oriunda do Centro-Oeste. Essa
faixa atinge o Noroeste de Minas Gerais até a serra da Canastra,
onde estão as nascentes do rio São Francisco.
As depressões são representadas por terrenos de formação
sedimentar e ocupam a faixa central da região. A depressão
Sertaneja e do São Francisco tem seu inicio no alto curso do rio
São Francisco e toma a direção do seu vale, avançando pela região
Nordeste. A depressão periférica da borda leste da bacia do Paraná
está representada pelo domínio do relevo de cuestas nas terras
paulistas, na linha divisória com as terras mais altas do planalto a
oeste.
As planícies e tabuleiros litorâneos representam a menor
das unidades do relevo do Sudeste, ocupando uma fina faixa de
terras entre o oceano e o planalto cristalino do Leste,
particularmente na porção mais setentrional desse litoral.
A região Sudeste é drenada pelas bacias hidrográficas
brasileiras do Paraná, do São Francisco, do Leste e do Sudeste.
A bacia do Paraná é a de maior importância na região, pois,
além de ocupar mais da metade do espaço regional, é a de
maior aproveitamento na produção hidrelétrica do país. O rio
Paraná, juntamente com seus formadores e seus afluentes, ao
descer os desníveis do relevo planáltico da bacia do Paraná,
apresenta inúmeras quedas-d'água. Esses saltos foram
aproveitados em usinas hidrelétricas a fim de atender ao
maior parque industrial do pais, que é o Sudeste.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 40
A bacia do São Francisco localiza-se, em sua maior parte, no Nordeste. Em terras do
Sudeste, restringe-se ao Centro- Norte de Minas Gerais,
trecho em que o rio percorre cerca de 800 dos seus mais de 3
000 km e onde foi instalada a hidrelétrica de Três Marias.
As bacias do Leste correspondem ao conjunto de rios de
pequeno porte que descem as serras para o litoral. Destacam-
se entre eles o Jequitinhonha, que nasce em Minas Gerais e
desemboca na Bahia, o Doce, que deságua no litoral do
Espírito Santo, e o Paraíba do Sul, com foz em Campos, no
Norte fluminense.
As bacias do Sudeste abrangem apenas um pequeno trecho
do litoral sul paulista, onde encontramos a foz do rio Ribeira
de Iguape, cuja nascente se localiza no Paraná:
O CLIMA E A VEGETAÇÃO
A região Sudeste apresenta uma grande diversidade
climática, em função de fatores como a posição geográfica em
baixas latitudes, a presença de um relevo com altitudes elevadas, a
influência da maritimidade, a ação de diferentes massas de ar, etc.
O clima tropical abrange a maior parte da região Sudeste,
envolvendo o Oeste paulista, parte do Triângulo Mineiro, a porção
centro-norte de Minas Gerais e toda a faixa atlântica.
Caracteriza-se por apresentar duas estações bem marcadas,
com um verão muito chuvoso e um inverno com estiagem, às
vezes muito seco. Porém as temperaturas são sempre elevadas.
Destaque-se que no trecho litorâneo, pela influência da
umidade marítima, as chuvas são bem mais frequentes que no
interior, não se definindo claramente um período seco.
No Norte de Minas Gerais, ao contrário, o clima tropical
apresenta características mais próximas do semiárido do Nordeste,
uma vez que as chuvas são escassas e apresentam uma distribuição
mais irregular.
O clima tropical de altitude abrange as áreas mais elevadas
da região Sudeste, como a região serrana de São Paulo e do Rio de
Janeiro, o Centro-Sul de Minas Gerais e parte do Oeste paulista.
Apresenta também duas estações bem definidas, um verão
chuvoso e um inverno mais seco, porém sua maior característica
está nas temperaturas mais brandas, especialmente no inverno, em
função da maior altitude e da influência das massas de ar mais
frias.
O clima subtropical ocorre na porção mais meridional da
região, ao sul do trópico de Capricórnio, em terras paulistas onde a
latitude maior faz com que as temperaturas diminuam
sensivelmente no inverno, definindo uma elevada amplitude
térmica anual. As chuvas, pouco intensas, se distribuem
regularmente por todos os meses do ano.
A vegetação da região Sudeste reflete clima regional,
sendo por isso bastante diversificada. As principais formações
são:
floresta tropical: é a formação dominante na região. Trata-se
de uma vegetação exuberante, com espécies arbóreas de
grande porte, latifoliadas e perenifólias. Apresenta pequenas
diferenças em sua composição segundo a localização
geográfica. Assim, no litoral, corresponde à Mata Atlântica,
mais densa e compacta, em virtude do elevado teor de
umidade da região, sendo também chamada de floresta
tropical úmida de encosta, por se desenvolver sobre o relevo
íngreme da serra do Mar. No interior, recebe a denominação
de mata da bacia do Paraná, por se distribuir pela área dessa
bacia hidrográfica e, quando se localiza nas margens dos rios,
é chamada de mata galeria ou ciliar;
mata de Araucárias: característica de áreas de temperaturas
mais baixas, possui espécies semi caducifólias e
aciculifoliadas, com o predomínio da Araucária angustifólia
(pinheiro-do-paraná), muito utilizada pelas indústrias
madeireiras. Aparece em áreas de latitudes mais elevadas,
como o Sul e Sudoeste de São Paulo, e em áreas de grande
altitude, a exemplo de trechos da serra da Mantiqueira;
cerrado: formação arbustiva, típica do clima tropical, que se
estende por grande parte de Minas Gerais (Norte, Centro e
Oeste), além de aparecer sob a forma de manchas no interior
de São Paulo;
caatinga: formação xerófila que aparece nas áreas do
Sudeste que têm clima mais seco, próximo do semiárido.
Ocorre principalmente no Norte e Nordeste de Minas Gerais,
nos vales do São Francisco e do Jequitinhonha;
campos: formação herbácea que ocorre nos trechos mais
elevados da região, em função da diminuição das médias
térmicas nesses locais, sendo por isso denominada campos de
altitude;
formações litorâneas: vegetação de mangues nas áreas
alagadas pelo mar ou de dunas, nas áreas de praias. E área de
formação muito pobre em virtude da grande influência do sal
nas condições ambientais.
EXTRATIVISMO MINERAL
A região Sudeste abriga uma das mais significativas
províncias minerais do país, o Quadrilátero Central ou Ferrífero,
no Centro-Sul de Minas Gerais, destacando-se as jazidas de, ferro,
manganês, ouro e bauxita.
A qualidade dos minérios, a facilidade de extração e a
proximidade dos principais centros industriais determinaram que o
Quadrilátero Central se transformasse na principal área produtora
de minérios do país. A Companhia Vale do Rio Doce tornou-se
uma das maiores empresas de mineração do mundo.
Ferro: O Quadrilátero Central ou Ferrífero, no Centro de
Minas Gerais, é a maior região produtora do país, formado
pelos municípios de Belo Horizonte, Sabará, Mariana,
Congonhas do Campo, Nova Lima, Ouro Preto e Santa
Bárbara. É o principal recurso mineral da região Sudeste e
exportado pelo porto de Tubarão (Espírito Santo). É
transportado pela Estrada de Ferro Vitória-Minas.
Manganês: extraído em Minas Gerais, Itabira, Conselheiro
Lafaiete (Morro da Mina e Águas Pretas) e São João Del Rei.
Bauxita: (alumínio) encontrado em Poços de Caldas e Morro
do Cruzeiro (MG).
Petróleo: importantes jazidas na Plataforma Continental do
Estado do Rio de Janeiro, nos municípios de Macaé e
Campos. Os poços produtores são: Garoupa, Pargo, Badejo,
Namorado, Enchova, Cherne, Marlim, Albacora, etc. Em são
Mateus, Espírito Santo, se extrai petróleo na Fazenda Cedro.
O Rio de Janeiro é, atualmente o maior produtor de petróleo
do país.
Ouro: Extraído em Morro Velho, mina mais profunda de
ouro do globo (município de Nova Lima) e na mina da
Passagem (município de Mariana), na região do Quadrilátero
Ferrífero (Minas Gerais).
Sal marinho: as principais salinas do Estado do Rio de
Janeiro estão na Região dos Lagos, Cabo Frio maior
produção, Araruama, São Pedro da Aldeia e Saquarema. O
Rio de Janeiro é o segundo maior produtor do país
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 41
Calcário: aflora em Minas Gerais (Patos de Minas), Rio de
Janeiro (Cantagalo) e São Paulo. O calcário é a matéria prima
para fabricação de cimento.
Areias monazíticas: os minerais radioativos são encontrados
ao longo do litoral capixaba (praia de Guarapari e Anchieta) e
fluminense (São João da Barra).
De menor importância, temos o mármore (RJ/MG), amianto
(MG), cristal de rocha ou quartzo (MG), diamante (MG),
talco (MG/RJ).
Leitura complementar
A descoberta de indícios de petróleo no pré-sal foi
anunciada pela Petrobras em 2006. A existência de petróleo na
camada pré-sal em todo o campo que viria a ser conhecido como
pré-sal foi anunciada pelo ex-diretor da ANP e posteriormente
confirmada pela Petrobras em 2007. Em 2008 a Petrobras
confirmou a descoberta de óleo leve na camada sub-sal e extraiu
pela primeira vez petróleo do pré-sal.
Em setembro de 2008, a Petrobras começou a prospectar
petróleo da camada pré-sal em quantidade reduzida. Esta
exploração inicial ocorre no Campo de Jubarte (Bacia de
Campos), através da plataforma P-34. A Petrobras afirma já
possuir tecnologia suficiente para extrair o óleo da camada. O
objetivo da empresa é desenvolver novas tecnologias que
possibilitem maior rentabilidade, principalmente nas áreas mais
profundas.
O QUADRO HUMANO
A região Sudeste é a mais populosa e povoada do país.
Abriga os estados mais populosos do Brasil, São Paulo e Minas
Gerais, e também o mais povoado, o Rio de Janeiro.
O crescimento da população regional foi muito mais
acelerado que o das demais regiões brasileiras, pois o Sudeste tem
sido, historicamente, uma região de forte atração populacional,
tanto para os migrantes vindos de outros países quanto para os que
vêm de outras regiões do Brasil. Isso é consequência de seu
dinamismo econômico iniciado com a expansão da cafeicultura.
Mais da metade dos imigrantes fixaram-se em São Paulo,
atraídos pela expansão da cultura do café no interior do estado em
fins do século passado. Essa imigração ocupou toda a faixa central
e ocidental de São Paulo e estendeu-se pelo Sul e Oeste de Minas
Gerais.
Dentre os principais grupos imigrantes dessa época,
destacam-se os italianos (São Paulo – sistema de parceria e
Espírito Santo), os suíços (Rio de Janeiro, Nova Friburgo e
Petrópolis), os portugueses, os espanhóis, os alemães e os
japoneses (São Paulo chá e arroz - horticultura no Vale Ribeira do
Iguape). Tiveram um papel fundamental não só no
desenvolvimento agrícola, como também no crescimento do
parque industrial regional e brasileiro. Convém lembrar que parte
dos imigrantes eram originários de cidades e alguns eram ex
operários industriais em seus países, formando aqui uma mão-de-
obra qualificada, fator de extrema relevância para a indústria
nascente do pais.
Após a grande crise de 1930, a economia do Sudeste
entrou em um processo de diversificação, principalmente com a
implantação industrial; a região se transformou em grande polo de
atração das migrações internas, provenientes sobretudo do
Nordeste.
A URBANIZAÇÃO
A região Sudeste é a mais urbanizada do país, com 88% dos
seus habitantes vivendo em cidades.
A concentração da produção industrial no Sudeste está na
raiz da urbanização, pois as principais áreas industriais da região
transformaram-se nos mais dinâmicos polos de atração migratória
num sentido amplo.
As três maiores regiões metropolitanas brasileiras estão
localizadas no Sudeste: a Grande São Paulo, a Grande Rio de
Janeiro e a Grande Belo Horizonte que em conjunto abrigam cerca
de 30 milhões de habitantes, ou seja, 20% da população total do
país.
A Grande São Paulo, por sua vez, é a maior de todas as
regiões metropolitanas do país, compondo um total de 38
municípios conturbados e uma população da ordem de 16 milhões
de habitantes (praticamente metade da população de todo o estado
de São Paulo).
Segundo dados divulgados recentemente pelo IBGE, está
ocorrendo uma modificação na distribuição da população urbana,
que vem gradativamente abandonando as grandes metrópoles e se
deslocando na direção de cidades médias, (mais de 100 mil
habitantes) ou na periferia dos grandes centros, ou mesmo no
interior dos estados, onde as possibilidades de emprego
começaram a aumentar em função da desconcentração industrial
recente.
Tipos de cidades:
Cidades dormitórios: do Grande Rio – Nova Iguaçu, São
Gonçalo, Duque de Caxias, Nilópolis, São João de Meriti.
Cidades históricas: Ouro Preto (ex Vila Rica), Diamantina,
Congonhas do Campo, Mariana, Sabará, São João Del Rei,
Barbacena (MG), Parati e Mangaratiba (RJ).
Cidades religiosas: Aparecida do Norte (SP), Bom Jesus da
Lapa (BA).
Estâncias hidrominerais: São Lourenço, Poços de Caldas,
Caxambu, Cambuquira, Araxá (MG), Águas de Lindóia,
Águas da Prata, Serra Negra (SP). É importante, nesta
cidades, a atividade turística.
A AGROPECUÁRIA
A região Sudeste é a mais importante do país
economicamente, tanto no setor industrial quanto no agropecuário.
E a maior produtora de café, cana-de-açúcar, laranja, além de
possuir o maior e melhor rebanho bovino do país e a maior
produção de leite e derivados.
O domínio de lavouras destinadas a atender a
agroindústria, como a cana-de-açúcar para o álcool e o algodão
para o setor têxtil, e de lavouras de exportação, a exemplo da
laranja e da soja, tem sido alvo de críticas, porque sua expansão se
faz em detrimento das culturas alimentares destinadas ao
abastecimento do mercado interno.
A pecuária bovina é realizada no sistema extensivo, mas
com grandes investimentos de capital e tecnologia, produzindo
alta tonelagem de carne para atender aos frigoríficos regionais. A
atividade ganha maior destaque nas regiões de Barretos,
Andradina, Araçatuba e Presidente Prudente.
O Triângulo Mineiro corresponde à região delimitada
pelos rios Paranaíba (Minas Gerais-Goiás) e Grande (Minas
Gerais-São Paulo). Estando sob o domínio do clima tropical e do
cerrado, o Triângulo possui algumas das melhores áreas de
pecuária extensiva de bovinos do país. A criação se baseia no
rebanho de gado zebu, especialmente o da raça nelore para corte,
com aplicação de muito capital e tecnologia. A área apresenta
também importante produção de cereais, como milho e arroz, nos
vales dos rios Paranaíba e Grande.
No Sul de Minas e na Zona da Mata mineira, há uma
tradicional pecuária leiteira, associada à produção de café. Na
baixada dos Goytacazes (Rio de Janeiro), encontra-se cana e na
baixada ou vale do Ribeira, chá e banana. No vale do Paraíba,
entre São Paulo e Rio de Janeiro, desenvolve-se a melhor pecuária
intensiva leiteira do país, também com grande aplicação de capital
e tecnologia.
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 42
Principais áreas agrícolas do
Sudeste:
Oeste Paulista: abrange as cidades de Presidente Prudente,
Andradina, Araçatuba e Adamantina. Possuem alto índice de
mecanização , consumo de adubo, seleção de mudas e
sementes, cultivos em curvas de nível. Predominam os
cultivos de cereais como o algodão, oleaginosas, café e cana-
de-açúcar.
Triângulo Mineiro: é representado pelas três mais
importantes cidades da região que são Uberlândia, Uberaba e
Araguari, o cultivo do arroz é a atividade mais importante da
região.
Zona da Mata Mineira: Tem como centro a cidade de Juiz
de Fora, com a decadência dos cafezais houve o
desenvolvimento da pecuária e, atualmente, da indústria.
Vale do Paraíba do Sul: teve seu apogeu com a lavoura
cafeeira. Atualmente caracteriza-se pela atividade industrial e
pecuária leiteira. A cana-de-açúcar é cultivada em todo o
Sudeste, que é a região maior produtora do país.
PESCA
É desenvolvida nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e
Espírito Santo.
FEMAR (Fundação do Estudos do Mar), tem por finalidade
pesquisar e preservar as espécies marinhas.
A INDÚSTRIA
Sudeste é a região mais industrializada do país, sendo
responsável por 71 % do valor de produção industrial nacional,
50% do número de estabelecimentos industriais e 55% do pessoal
empregado no setor.
Como já dissemos, o desenvolvimento industrial é
resultado de fatores histórico-econômicos.
Como exemplo, temos a acumulação de capitais, a
expansão do mercado consumidor e o desenvolvimento da rede de
transportes, sobretudo o ferroviário e o portuário.
E importante também ressaltar a ação das correntes
imigratórias, que trouxeram mão-de-obra qualificada para o
trabalho industrial.
Os recursos naturais da região têm sua parcela de
responsabilidade no desenvolvimento industrial. As jazidas
minerais no interior de Minas Gerais e a potencialidade
hidrelétrica da bacia do Paraná favoreceram em muito o processo
de expansão industrial do Sudeste.
A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL
A concentração industrial do Sudeste é bastante irregular,
pois só algumas áreas têm um maior adensamento de indústrias.
Entre as principais, estão:
região metropolitana de São Paulo: concentra 40% dos
estabelecimentos industriais do país, sendo uma área
polindustrial, destacando-se os setores ligados à indústria
alimentar, têxtil, química, automobilística e metalúrgica. É
formado pela cidade de São Paulo e municípios periféricos de
Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul,
Diadema e Guarulhos (ABCDG). É a principal região polo
industrial do país. região metropolitana do Rio de janeiro: foi
favorecida pelo fato de ter sido capital federal e pela sua
intensa atividade portuária. Entre os setores de maior
destaque, estão o alimentício, têxtil e naval. Abrange os
municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis, São
João de Meriti, São Gonçalo, Niterói, Itaboraí, Petrópolis etc.
região metropolitana de Belo Horizonte: o
desenvolvimento industrial foi favorecido pelas reservas
minerais no Quadrilátero Central. Os principais setores são o
siderúrgico e o automobilístico. Abrange as cidade de Belo
Horizonte e Piracicaba. Ex: a siderúrgica Mannesmann está
situada em Contagem, cidade industrial de Belo Horizonte, a
refinaria Gabriel Passos e a fábrica de automóveis da FIAT
estão localizadas em Betim, outra cidade industrial desse
complexo.
Vale do Paraíba do Sul: Abrange os Estados do Rio de
Janeiro e São Paulo, possuindo centros industriais de grande
importância como Volta Redonda (RJ), São José dos Campos
e Taubaté (SP).
Outras áreas industriais importantes são:
a Baixada Santista, onde sobressaem os setores
petroquímico (Petrobrás) e siderúrgico (Cosipa),
o vale do Paraíba, onde se projetam centros industriais
como Volta Redonda (Rio de Janeiro) e São José dos
Campos (São Paulo).
A região Sudeste possui ainda a maior concentração de
indústrias de base, em função da disponibilidade de capitais, mão-
de-obra, mercado consumidor, fontes de energia e minérios, rede
rodoferroviária e portos.
PRINCIPAIS INDÚSTRIAS DA REGIÃO SUDESTE
Indústria siderúrgica: No Sudeste estão as maiores usinas
do país – Presidente Vargas, USIMINAS, COSIPA, Belgo
Mineira, AÇOMINAS, ACESITA, COSIGUA ,
Mannesmann, etc.
Usina Presidente Getúlio Vargas, em Volta Redonda,
pertence a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), foi o
marco inicial da indústria pesada (de base) no Brasil.
Aços Minas Gerais (AÇOMINAS): situada em Ouro Branco
(MG).
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (USIMINAS),
localizada em Ipatinga (Cel. Fabriciano MG).
Companhia Siderúrgica Paulista (COSIPA), localizada em
Cubatão (Baixada Santista)
Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, localizada nos
municípios de Monlevade e Sabará.
Companhia Siderúrgica da Guanabara (COSIGUA), situada
no Distrito Industrial de Santa Cruz (RJ).
Companhia Siderúrgica Mannesmann, situada em Contagem,
distrito industrial de Belo Horizonte.
Companhia Siderúrgica de Tubarão, (ES).
Companhia de Ferro e Aço de Vitória (COFAVI), localizada
em Cariacica (ES).
Usina Siderúrgica Mendes Júnior, localizada em Dias
Tavares (MG).
Importante: no Vale do Rio Doce (MG/ES), existe a maior
concentração de indústria siderúrgica do Brasil.
Indústrias petroquímicas: No Sudeste estão localizadas as
maiores refinarias do país: REPLAN e REDUC.
Refinaria do Planalto Paulista (REPLAN), no município de
Paulínia, é a maior da PETROBRÁS.
Refinaria Duque de Caxias (REDUC), no Estado do Rio de
Janeiro e pertence a PETROBRÁS, é a Segunda maior do
país.
Refinaria Gabriel Passos, em Betim (MG), também pertence
a PETROBRÁS.
Refinaria Artur Bernardes, em Cubatão (Baixada Santista
SP).
Dentre as refinarias particulares, temos: União, em Capuava
(SP), União Matarazzo (SP) e Manguinhos (RJ).
Indústria naval: O Rio de Janeiro é o maior centro de
construção naval do país, estaleiros de Ponta do Caju
(Caneco e Ishtkwajima, Inhaúma), em Niterói (Mauá e Mac
Laren) e em Angra dos Reis (Verolme).
CURSO PEDRO GOMES
GEOGRAFIA DO BRASIL
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 43
Indústria aeronáutica: Em
São José do Campos (SP), sede da Emprese Brasileira de
Aeronáutica (EMBRAER), cujo lema é “Brasil país que voa
longe”. Diversos tipos de avião são aí fabricados:
o Brasília,
o Bandeirantes,
o Itapema,
Em Itajubá (MG) localiza-se a HELIBRÁS, responsável
pela fabricação de helicópteros do Brasil.
Indústria automobilística: Fábricas em São Bernardo
do Campo (SP), em Duque de Caxias (RJ) e em Betim
(MG).
Indústria química: Companhia Nacional de Álcalis, em
Arraial do Cabo (RJ), utiliza o sal como matéria-prima
básica para a produção de barrilha, soda cáustica e
similares. Resende (RJ) é um centro de indústrias
químicas.
Usina atômica: (Angra 1) é uma usina nuclear
brasileira que integra a Central Nuclear Almirante
Álvaro Alberto. Situada na Praia de Itaorna, em Angra
dos Reis, foi a primeira usina do programa nuclear
brasileiro, que atualmente conta também com Angra 2
em operação, Angra 3 em construção e mais duas novas
usinas a serem construídas na região Nordeste, conforme
o planejamento da Empresa de Pesquisa Energética -
EPE. - Usina termoelétrica em Santa Cruz (RJ), pertence
ao sistema de Furnas - Centrais Elétricas S/A .
Indústria de calçados: em Franca (SP)
Indústria têxtil: fábricas em São Paulo, Rio de Janeiro
e Minas Gerais. Juiz de Fora (na Zona da Mata),
Petrópolis e Nova Friburgo são cidades tradicionais
nessa atividade.
Indústria de laticínios: Concentrada em Minas Gerais
(Poços de Caldas). Desenvolve-se junto às áreas de
pecuária leiteira.
Indústrias de frigoríficos: em Araçatuba, Barretos,
Andradina (SP) e Governador Valadares (MG).
Turismo (indústria sem chaminés): na cidade do Rio de
Janeiro, nas praias fluminenses (Região do Lagos),
capixabas (Guarapari) e paulistas, na zona serrana (Nova
Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Campos do Jordão),
nas cidades históricas e estâncias hidrominerais.
ENERGIA
O desenvolvimento industrial do Sudeste, apoia-se num
grande sistema de fornecimento de energia elétrica. Destaca-se a
Bacia do Paraná, a de maior potencial hidráulica instalado e
também onde estão as maiores hidrelétricas do país.
O Complexo de Urubupungá, no rio Paraná e formado
pelo sistema Jupiá – Ilha Solteira (SP/MS), pertence à Companhia
Energética de São Paulo (CESP). Usina de Furnas (MG), Estreito
e Jaguará (SP/MG), no Rio Grande (Bacia do Paraná). Usina Três
Maria (MG), no rio São Francisco, pertence à (CHESF)
Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Sua construção serviu
para regularizar o regime do rio, desenvolvimento da agricultura e
navegação, bem como o fornecimento de energia.
As Centrais Elétricas do Vale do Paraíba (CHEVAP), tem
melhorado as condições do vale do Rio Paraíba.
TRANSPORTE
A região Sudeste é a melhor servida do país em
transportes aéreo, rodoviário e ferroviário. As principais rodovias
são:
Presidente Dutra (Rio - São Paulo) Em março de 1996 a
operação da rodovia foi concedida e atualmente é
administrada pela empresa NovaDutra S/A, a qual realizou
obras de melhoria e ampliação da pista, como marginais em
São José dos Campos.
Fernão Dias (São Paulo – Belo Horizonte)
Régis Bitencourt (São Paulo – Curitiba)
Castelo Branco (São Paulo – Mato Grosso do Sul)
Washington Luís (Rio – Petrópolis)
Rio – Bahia (Rodovia da Unidade Nacional)
Rodovia dos Imigrantes (São Paulo– Santos)
Rio – Santos (litorânea)
As principais ferrovias são:
E.F. Central do Brasil (RJ/MG/SP)
E.F. Leopoldina
E.F. Noroeste do Brasil (liga o Sudeste ao Centro-Oeste)
E.F. Minas – Vitória (transporta o minério de ferro de Minas
para o porto de Tubarão/ES) E.F. Sorocaba
Ferrovia do Aço (MG/RJ)
ÓRGÃOS QUE ATUAM NO SUDESTE
CVRD ( Companhia Vale do Rio Doce), é a principal
empresa mineradora do país. Trata da exploração de minério
de ferro, que é a maior atividade extrativa do Brasil,
concentrada no Vale do Rio Doce.
CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do
São Francisco), Trata da irrigação e desenvolvimento da
região semiárida do São Francisco.
SUDEVAP (Superintendência do Desenvolvimento do Vale
do Paraíba)
SUDENE ( Superintendência para o Desenvolvimento do
Nordeste), atua na região semiárida (norte de Minas Gerais).
CODEVALE (Companhia de Desenvolvimento do Vale do
Jequitinhonha)
CEPLAC (Comissão de Plano de Recuperação da Lavoura
Cacaueira).