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ANTIMICROBIANOS: ANÁLISE DE PRESCRIÇÕES PARA
PACIENTES DE 0-18 ANOS EM DROGARIA DE APARECIDA DE
GOIÂNIA-GO
Mirian Garcia Viana Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC- GO
Pós-graduação em Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica Instituto Pharmacológica em parceria com a PUC Goiás
mirfarma@hotmail.com Orientador: Ms. Edson Negreiros dos Santos
Abstract
In underdeveloped countries the infections cause 45% of the deaths. The antibiotics are
used to inhibit or to destroy bacteria. Researches show more than 50% of the prescriptions
of those substances are inadequate. The antibiotics’ prescription without a precise
indication can end up in bacterial resistance. The objective of this article is to study the
antibiotics’ prescriptions profile for patients from 0 up to 18 years old. The research is
based on the prescriptions’ copies from a drugstore in Aparecida de Goiânia- Go. It’s been
proved the prevail of amoxilina associated to acid elavulônico and azitromicina. The most
prescribed medicines along with the antibiotics were AINES. Therefore, the rational and
restrict use of antibiotics can hold the increase of the resistance rates.
Resumo
Em países menos desenvolvidos as infecções chegam a causar 45% das mortes. Os
antimicrobianos são utilizados para inibir ou destruir bactérias. Mais de 50% das
prescrições destas substâncias são inadequadas. A prescrição de antibiótico sem indicação
precisa pode levar ao surgimento de resistência bacteriana. O objetivo deste trabalho é
estudar o perfil de prescrições contendo antimicrobianos para faixa etária de pacientes
entre 0-18 anos. A pesquisa baseou-se nas segundas vias das prescrições retidas em
drogaria no município de Aparecida de Goiânia-GO. Evidenciou-se prevalência de
amoxicilina associada ao ácido clavulânico e azitromicina. Os medicamentos mais
prescritos junto com antimicrobianos foram AINES. O uso racional e restrito de
antibióticos pode conter a progressão das taxas de resistência.
Introdução
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as infecções
causam 25% das mortes em todo o mundo, sendo que, nos países menos desenvolvidos
este índice chega a 45%².
Os antimicrobianos são substâncias de origem animal ou sintética, que agindo sobre
micro-organismo irão inibir seu crescimento ou causar sua destruição, sem ocasionar danos
ao hospedeiro³. São responsáveis por 50% das despesas hospitalares, de forma que,
representam a segunda classe de drogas mais utilizadas no mundo, sugerindo um gasto de
15 bilhões de dólares ao ano com esses medicamentos¹.
Ao decidir pelo uso de antimicrobianos no tratamento, o clínico deve levar em
consideração vários aspectos quanto a evidencia de infecção, tais como: dados clínicos
(picos febris, presença de secreção purulenta), laboratoriais (hemograma com leucocitose e
desvio à esquerda) e/ou imagem. A suspeita pode ou não ser confirmada com cultura
positiva, preferencialmente isolados de materiais considerados estéreis. Caso a infecção
seja determinada pelos sinais e sintomas, faz-se necessária a procura do foco provável, pois
este auxiliará na escolha do antimicrobiano, baseado na colonização habitual, patógenos
mais comuns e penetração do antibiótico no sítio afetado¹. No entanto, pesquisas
alarmantes evidenciam que mais de 50% das prescrições de antimicrobianos se mostram
inadequadas, dois terços dos antimicrobianos são usados sem prescrição médica em muitos
países, 50% dos consumidores compram o medicamento para um dia de tratamento e 90%
compram para um período de aproximadamente três dias 4,5.
Esta não é uma realidade recente. O uso inadequado de antimicrobianos é descrito
há vários anos. Estudos ocorridos em 1970 apontaram que 62% das indicações de
antimicrobianos eram feitas à pacientes sem infecção7. Jogerst e Dippe8, em 1981,
descreveram como inadequadas 59% das prescrições destes medicamentos
Alguns fatores são contribuintes para o uso inadequado de antimicrobianos, tais
como:
1- Dúvida do clinico ao diagnosticar entre infecção bacteriana e infecção viral, como por
exemplo em manifestações agudas febris de rotavírus e influenza, que são de evolução
clínica autolimitada, mas muitas vezes confundidas como bacterianas. Nestas situações,
antibióticos são administrados inocuamente6.
2- Ausência de Programa de uso Racional de Antimicrobianos, com implantação de
protocolos, auditoria e consultas.29
3- Pensamento errôneo de que a eficácia do tratamento depende do uso de antimicrobianos de
amplo espectro, o que pode levar a destruição da microbiota intestinal, provocando diarreia
e intolerância a medicamentos e estimulação de mecanismos de resistência, o que pode
resultar em bactérias multirresistentes e infecções com mais de um agente.29
4- Desconhecimento de doses, intervalos e diluições, o que contribui para o insucesso do
tratamento e aparecimento de reações adversas nos pacientes.29
5- Desconhecimento da população a cerca da problemática da resistência bacteriana, o que
resulta em utilização indiscriminada e automedicação.29
O organismo humano é colonizado por uma microbiota intensamente diversificada
e em vários locais, tais como: trato gastro intestinal, pele e genitália. Estes sítios sofrem
pressão seletiva pelo uso de antimicrobianos o que resulta em eliminação de parte das
bactérias existentes permitindo que os demais sobrevivam provocando um desequilíbrio.
Outro risco provocado pelo uso abusivo de antimicrobianos é o surgimento de surtos intra-
hospitalares provocados por bactérias multirresistentes. 29
A vasta utilização de antimicrobianos pode afetar significativamente a microbiota
do paciente que o utiliza, bem como, a economia microbiana dos outros pacientes³. Neste
sentido, a prescrição de um antibiótico sem indicação precisa, pode levar ao
desenvolvimento de resistência bacteriana. Um problema de saúde pública em todo o
mundo, a ponto de a OMS rotular a situação como crise global9, 10.
O surgimento de bactérias resistentes aumenta a morbidade de pacientes,
prolongam o tempo de internação e promovem custos adicionais aos serviços de saúde.
Estimativas revelam que apenas nos Estados Unidos, o custo da resistência bacteriana está
em torno de 4 a 5 bilhões de dólares por ano. Além dos fatores citados, esta situação pode
desencadear infecções severas e cruzadas1,9,11.
Dados assustadores sobre os níveis de resistência bacteriana são relatados. Em um
desses casos, observa-se que o principal patógeno associado a infecções aéreas, o
Streptococcus pneumonae, aumentou de 2,5 para 13% seus níveis de resistência aos
derivados penicilínicos12.
No Brasil o uso indiscriminado de antibióticos levou a situações preocupantes. Em
estudo realizado na Bahia com 62 família, evidenciou-se que todos os antibióticos estão
como uma das principais substâncias presentes na automedicação.28 Em outro estudo
realizado com crianças e adolescentes, antibióticos são citados como substâncias utilizadas
em automedicação principalmente por mães. Nestas situações a maioria dos antibióticos
encontravam-se parcialmente consumidos e muitos já vencidos.35
Frente à problemática da automedicação de antimicrobianos, a diretoria colegiada
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, publicou a Resolução número 44 que dispõe
sobre o controle de medicamentos antimicrobianos, sob prescrição médica. Desta forma, a
aquisição de antimicrobianos no Brasil passa a ser controlada com a retenção de receita
médica.
O estudo das prescrições de antimicrobianos pode contribuir para uma análise do
atual comportamento dos clínicos frente à urgência das políticas de prescrição destas
substâncias, sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo estudar o perfil de
prescrições dos antimicrobianos para pacientes de faixa etária entre 0-18 anos, bem como,
suas características. Levando em consideração a substância prescrita e as outras
substâncias prescritas juntamente com antimicrobianos.
Métodos
Os dados para esta pesquisa foram adquiridos através das segundas vias das
prescrições médicas retidas no momento da venda do medicamento em uma drogaria
particular no município de Aparecida de Goiânia, sendo estas recolhidas e a primeira via
entregue ao paciente Este município está localizado na região metropolitana de Goiânia,
com área de 289,08 Km2 e com uma população de 455.657 habitantes (estimativa
IBGE,2010). Possui índice de desenvolvimento humano de 0,764.44
Foram analisadas 226 prescrições entre os meses de novembro e dezembro de 2012,
todas estas para pacientes nas faixas etárias entre 0-18 anos, sendo excluídas as que não se
enquadravam neste padrão.
Investigou-se qual o antibiótico prescrito pelos médicos, bem como, as prescrições
feitas por pediatras em particular. Foi analisado o sexo do paciente. Investigou-se o tipo de
medicamento prescrito com o antibiótico.
Todos os dados foram analisados, utilizando-se o programa Microsoft Excel 2007.
Resultados
Nos meses de novembro e dezembro de 2012 foram retidas 226 receitas contendo
prescrições de antibacterianos para faixa etária de 0-18 anos em drogaria no município de
Aparecida de Goiânia.
Os antibióticos analisados puderam se divididos em 5 grupos distintos, conforme as
prescrições: penicilínicos, cefalosporínicos, macrolídeos, sulfametoxazol, e tetraciclinas.
Na figura 1 observa-se que cerca de 56,83% dos pacientes são do sexo feminino e
43,17% são do sexo masculino.
Figura 1- distribuição de sexo dos pacientes com prescrições contendo
antimicrobianos, retidas em drogaria no município de Aparecida de Goiânia.
Na figura 2 encontram-se todas as prescrições feitas para a faixa etária 0-18 anos,
por diversas especialidades médicas, tais como: pediatras, clínica geral, infectologia,
otorrinolaringologia, entre outras encontradas. Nesta figura, observa-se que amoxicilina
associada ao ácido clavulânico, foi a substância mais prescrita (36%), seguida por
azitromicina (19%), amoxicilina e cefalexina 11% cada. Nesta situação, encontraram-se
substâncias como: axetilcefuroxima, tetraciclina e eritromicina.
56,83
43,17 feminino
masculino
Figura 2- distribuição das substâncias antimicrobianas prescritas por médicos para
faixa etária de 0-18 anos em drogaria no município de Aparecida de Goiânia.
Ao analisarmos as prescrições feitas por pediatras observa-se que a maior
quantidade de prescrições continua sendo amoxicilina em associação com ácido
clavulânico (34%), seguido por azitromicina (24%), amoxicilina (17%) e cefaclor (10%),
entre outros, conforme figura 3.
A figura 4 apresenta os medicamentos prescritos juntamente com os antibióticos, os
quais estão em 127 dessas receitas (57,46%). Observa-se que os mais prescritos foram os
antiinflamatórios não esteroidais (AINES) (32%), seguidos por analgésicos não opióides
(22%), corticóides (20%), antihistamínicos + corticóides (18%). Destas substâncias, 8%
são substâncias antihelmínticas e metronidazol.
36,0%
19,0%
11,0% 11,0%
8,0% 4,0% 4,0%
1,5% 1,5%
1,5% 1,5%
1,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0%
Figura 3- distribuição das substâncias antimicrobianas prescritas por pediatras em
drogaria no município de Aparecida de Goiânia
Figura 4- distribuição das substâncias prescritas juntamente com antibióticos em
drogaria no município de Aparecida de Goiânia
AINES- Antiinflamatórios não esteroidais ANO- Analgésico não opióides
CD- corticóide ANTH+CORT-Antihistamínico+corticoide
Discussão
34,0%
24,0%
17,0%
10,0% 5,0% 5,0%
2,5% 2,5%
0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
Em relação ao perfil dos usuários deste estudo (faixa etária 0-18 anos), inúmeros
trabalhos revelam a predominância desta faixa etária em relação às demais.14,15,16
O maior percentual na faixa etária entre 0-18 anos, deve-se ao fator de que as
crianças apresentam o sistema imunológico imaturo, além da facilidade da transmissão de
agentes infecciosos, pois, apresentam um contato muito próximo em creches e escolas.16
Pesquisa realizada nos Estados Unidos, estimou que 7,3 milhões de atendimentos
médicos ocorreram para pacientes com idade entre 3 e 7 anos, em função de dor de
garganta, com prescrição de antibióticos em 54% dos casos.42 As infecções de via aéreas
superiores em crianças tais como: otite média aguda, faringoamigdalite e sinusite, são
responsáveis por cerca de 75% das prescrições de antimicrobianos. Deve-se ressaltar, que a
maioria das infecções respiratórias agudas em crianças, tanto nas vias aéreas superiores,
quanto nas inferiores, é de etiologia viral, e de curso bastante benigno. Observa-se,
entretanto que estas doenças são causa frequente de atendimento médico e consumo de
antibióticos.29,30
Estudo realizado na cidade de São Paulo verificou que 68% dos antibióticos
prescritos, para infecções respiratórias agudas em crianças menores de 7 anos eram
inadequados, pois, a maioria foi indicada para tratamento de resfriado comum, associada a
etiologia viral. Nos casos de otite e amidalite, os maiores problemas foram: escolha de
antibiótico de amplo espectro e/ou auto custo, tempo curto de tratamento, erros no
intervalo entre as doses ou prescrição de antibióticos ineficazes. O manejo inadequado da
terapêutica antimicrobiana tem levado a dados assustadores de resistência bacteriana.22
Trabalhos conduzidos em países escandinavos demonstram que os antibióticos são
prescritos 2 a 5 vezes mais do que a verdadeira incidência de sinusite aguda bacteriana em
crianças.23
Neste trabalho foi observado uso significativo de amoxicilina associada ao ácido
clavulânico e azitromicina para faixa etária de 0-18 anos, tanto por pediatras quanto por
outras especialidades médicas (figura 2 e figura 3).
O uso de penicilinas como fármacos mais prescritos (figura 2 e figura 3) foram
obtidos por outros autores em pesquisas com o mesmo tema.17,18 O uso predominante de
penicilinas faz parte das atuais advertências da política de uso de antibióticos, por reduzir
significativamente os custos com saúde. Estudo italiano demonstrou que o uso correto de
penicilinas é muito eficiente.19 De acordo com Júnior 39, as penicilinas constituem um dos
grupos de antibióticos mais importantes e amplamente utilizados e, atualmente, são os
fármacos de escolha no tratamento de um grande número de infecções. A sua atuação
inclui a inibição da transpeptidase, enzima que está localizada na membrana plasmática da
bactéria e responsável pela produção das ligações cruzadas entre os diferentes filamentos
de peptidoglicano. Essa inibição ocorre porque a penicilina forma uma ligação covalente
com o radical da serina no local da enzima. Forma-se então, o complexo do penicilinoil-
enzima que não sofre desacilação. Desse modo, a transpeptidase é inibida de modo
irreversível por esta substância, impedindo a última etapa da biossíntese da parede celular
bacteriana e causando a morte do microorganismo.39
A preocupação quanto à utilização desse grupo de antibióticos, que são fármacos de
primeira escolha quando bem indicados, está no fato de que β lactamases de amplo
espectro estão sendo encontradas com frequência cada vez maior em isolados clínicos de
bactérias, o que confere em aumento da resistência bacteriana a este grupo de fármacos.
Desta forma o problema reside no uso excessivo ou desnecessário destes fármacos.19,20,21
Situações assim acontecem, porque os médicos se sentem pressionados a prescrever
antibióticos, tanto pela expectativa dos pais e pacientes quanto pela dificuldade em se
diferenciar a etiologia viral ou bacteriana da doença resultando em prescrição profilática,
inócua do antibiótico.22,24
Os principais patógenos de origem bacteriana causadores de otite média e sinusite
são Streptococcus pneumoniae , Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis. Já na
faringoamigdalite, encontra-se Streptococcus pyogenes.31
Faringoamigdalite é uma síndrome infamatória causada por diferentes tipos de
micro-organismos, com ocorrência muito comum na infância. Mesmo sendo a maioria das
infecções de origem viral ( Infuenza A e B, Adenovírus, EpsteinBarr vírus,
Citomegalovírus, Rinovírus, Enterovírus, HIV) e de curso benigno, em cerca de 15% dos
casos o Streptoccocus pyogenes, é o agente causal. As faringites estreptocócicas ocorrem
principalmente em indivíduos com idade entre 5 e 15 anos. Entre os exames que podem
diagnosticar a faringite estreptocócica estão o teste rápido e a cultura de orofaringe. As
infecções detectadas por teste rápido devem ser tratadas com antibióticos45.
Desde 1950, a penicilina V tem sido o tratamento de escolha para faringoamigdalite
estreptocócica, por fatores como: comprovada eficácia, segurança, espectro estreito e baixo
custo. Contudo, várias causas de falha terapêutica da penicilina V foram identificadas, tais
como, falta de aderência ao regime terapêutico devido a longa duração (10 dias), paladar
desagradável e desejo de conservar o antibiótico para uso posterior 30,46.
Inúmeros estudos têm demonstrado que penicilina e amoxicilina são igualmente
efetivas contra faringoamigdalite estreptocócica. Ambas têm custo baixo. A penicilina tem
espectro estreito e poucos efeitos adversos. Por outro lado, a amoxicilina é melhor
absorvida o que resulta em nível plasmático mais elevado. Outra vantagem da amoxicilina,
em relação à penicilina V é que apresenta melhor palatibilidade, o que desta vez, auxilia no
tratamento de crianças30.
De acordo com Matos, et al. a faringoamigdalite estreptocócica deve ser tratada
com penicilina V ou penicilina benzatina, a amoxicilina é substituição aceitável.
Cefalosporinas de primeira geração são a primeira escolha, em caso de alergia não
imediata à penicilina. Os que apresentam alergia imediata, a eritromicina ou a clindamicina
são alternativas.30
O ácido clavulânico é um inibidor de β lactamase, ligando-se irreversivelmente a
esta enzima, impede a hidrólise do anel betalactâmico da penicilina e consequentemente, a
inativação do antibiótico. A associação desta substância à amoxicilina dobra o preço do
tratamento, de acordo com tabela de preços do mês de dezembro. O uso desta substância
pode causar intolerância gastrointestinal. Esta elevada utilização de amoxicilina + ácido
clavulânico em relação à amoxicilina isolada é questionável, visto que, o ácido clavulânico
é indicado para tratamento de infecções resistentes aos betalactâmicos além do fato de que,
seu uso eleva significativamente o valor do tratamento ocasionando em gastos adicionais
para o sistema de saúde, sendo assim, seu uso deve ser restrito para tratamento de infecção
recorrente.30
O segundo medicamento mais prescrito para a mesma faixa etária foi azitromicina.
Esta droga possui melhor tolerabilidade gástrica e tempo de meia vida mais prolongado,
esta última característica possibilita a ingestão de uma única dose diária de azitromicina. A
facilidade posológica desta droga vem impulsionando seu uso em vários países.30
Uma limitação relevante deste trabalho está na impossibilidade da obtenção de
informações em relação ao diagnóstico que levou à utilização dos antibióticos. Contudo,
mostra-se preocupante e excessiva a prescrição de macrolídeos.
A eritomicina , droga precursora dos macrolídeos, apresenta boa atividade contra os
Streptococcus pneumoniae sensíveis à penicilina e contra a Moxarella catarrhalis, mas
ação limitada contra Haemophillus influenzae. Os novos macrolídeos: claritromicina e
azitromicina possuem melhor atividade contra o Haemophillus influenzae, melhor
tolerabilidade gástrica e meia vida mais prolongada30.
O tempo de meia vida mais prolongado destes novos macrolídeos possibilita a
ingestão de duas doses diárias para a claritromicina e apenas uma dose diária para a
azitromicina, em comparação com as quatro doses diárias da eritromicina. A facilidade
posológica e a melhor tolerabilidade gástrica, fizeram com que, em vários países ocorresse
um aumento do consumo destas novas drogas.30
A disponibilização farmacêutica de novos macrolídeos, tais como, a azitromicina
com posologia simples, meia vida longa e melhor tolerância do que a eritromicina,
incrementou o uso clínico de antibióticos pertencentes a esta classe. Também neste sentido,
o conhecimento da menor sensibilidade de infecções à penicilina, contribui para que os
clínicos e pediatras aumentassem a prescrição de novos macrolídeos. Como é de se esperar
o uso frequente pressionou a seleção de bactérias não susceptíveis como acontece com
outros antibióticos. O isolamento de cepas resistentes é maior em crianças do que em
adultos , o que está relacionado com o uso prévio de macrolídeos.
Existem dois mecanismos de resistência evidenciados. O primeiro consiste em
alteração do ribossoma bacteriano, com redução da afinidade aos antimicrobianos
(fenótipo MLSB) e o segundo em efluxo ativo para a retirada das drogas do citoplasma da
bactéria (fenótipo M). É observado que as cepas dotadas com o primeiro mecanismo
(fenótipo MLSB) mostram níveis elevados de resistência dos macrolídeos, o que
impossibilita a utilização destas substâncias no tratamento dos pacientes infectados.
Estudos revelam que a prescrição global de macrolídeos aumentou de 10-15%, na
década de 80, para 18% na década de 90.32,33 Em consequência deste consumo crescente, a
prevalência do Streptococcus pneumoniae resistente aos macrolídeos tem aumentado em
diversos países.30 Situação semelhante também foi relatada para Streptococcus pyogenes.34
Fatores como: alto custo e crescente resistência bacteriana vêm pesando contra o
uso de novos macrolídeos.30Durante segundo consenso sobre prevenção da febre
reumática, a Sociedade Brasileira de Pediatria, advertiu que o uso de novos macrolídeos,
tais como a azitromicina, como fármacos de primeira escolha para o tratamento de
faringoamigdalite estreptocócica, não é recomendado, pois pode levar a um rápido
aumento da resistência bacteriana, dificultando o tratamento de pacientes alérgicos à
penicilina. 25
Estudo constatou que o uso de macrolídeos como primeira escolha para tratamento
de infecções bacterianas de vias aéreas superiores deve ser desestimulado e considerado
apenas como alternativa para pacientes alérgicos a penicilínicos.30
No presente estudo, observou-se que nas prescrições de pediatras ocorreu a
presença de cefaclor, uma cefalosporina de segunda geração, em 10% dos casos. Já nas
prescrições de outros especialistas a cefalexina, uma cefalosporina de primeira geração,
estava presente em 11% das situações. É importante salientar que o cefaclor possui
espectro de ação mais amplo do que a cefalexina, seu uso deve ser limitado aos casos de
infecções recorrentes e resistentes. Visto que, o uso deste medicamento como primeira
escolha pode contribuir para o progresso das taxas de resistência bacteriana.43
Neste trabalho, apenas duas prescrições apresentaram associação de antibióticos.
Em uma delas ocorreu a associação de claritromicina + azitromicina, situação discutível,
pois, estas substâncias pertencem à mesma classe (macrolídeos) e apresentam o mesmo
mecanismo de ação. Em outro estudo a ocorrência de prescrições com mais de um
antibiótico foi bem maior.26
Com relação aos resultados da figura 4, observa-se que os antiinflamatórios não
esteroidais (AINES) foram os medicamentos mais associados aos antibióticos, resultado
semelhante a outro estudo. Esta ampla utilização, atribui-se à sua ação, inibindo a síntese
de prostaglandinas o que proporciona alívio dos principais sintomas associados às
infecções, tais como: dor e febre. A associação de AINES aos antibióticos não é indicada,
visto que, a inflamação que acompanha a infecção é considerada uma defesa orgânica que
não deve ser inibida. Sendo assim, para alívio dos sintomas é recomendado o uso de
analgésicos não opióides ou até corticoides.26, 36
Algumas prescrições apresentaram associações com outras substâncias, tais como:
antihelmínticos e metronidazol (8%). Isto pressupõe o tratamento de duas infecções
concomitantes, o que sugere a presença de mais de um patógeno. Entretanto, não são dados
conclusivos, pois, neste estudo não houve acesso aos diagnósticos. É importante destacar
que essas associações não são usualmente relatadas nos compêndios de farmacologia,
tornando-se questionáveis.26
Atualmente a resistência bacteriana não é apenas um problema hospitalar, mas
também em infecções comunitárias. Grande parte dos antibióticos utilizados é para
infecções comunitárias, sendo que, o volume consumido de antibióticos é a principal
pressão seletiva capaz de gerar alterações na frequência de resistência. Sendo assim,
compreende-se que o uso de antibióticos é muito importante no processo de seleção de
cepas resistentes e que o uso racional e restrito pode conter a progressão das taxas de
resistência. 27
O combate á resistência bacteriana continua sendo um desafio á ciência. Enquanto
o homem desenvolve novos antibióticos, novos mecanismos de defesa são desenvolvidos
pelas bactérias, em função do enorme potencial genético-bioquimico que possuem. Desta
forma, superam o poder inovador do homem (com toda sua biotecnologia) e resistindo à
antibiótico terapia, com um “armamento” cada vez mais poderoso, tais como, os plamídeos
e os transposons, que transferidos entre elas, conferem-lhes maior poder de defesa.40
O grande responsável pela disseminação dos genes de resistência e
consequentemente das bactérias resistentes, é sem dúvida o próprio homem. Isto se dá
pelas atitudes inconsequentes ou pela falta de informação. Têm-se observado que o uso
irracional de antibióticos tem aumentado, mesmo com todas as publicações, campanhas e
informações acerca do assunto.41
O sucesso da antibioticoterapia está relacionado ao atendimento personalizado ao
paciente. O que, remete-se na identificação das características da doença infecciosa, do
agente etiológico e dos medicamentos a serem usados no tratamento da pessoa específica.
Deve haver um enfoque integral no atendimento, para que ocorra uma boa relação médico-
paciente. O clínico deve estar fundamentado em conhecimentos específicos a cerca do uso
racional de antibioticoterapia, onde os aspectos técnicos são cada vez mais complexos,
específicos e multidisciplinares. A medicina deve ser aplicada baseada em evidências de
pesquisas com elevado grau de robustez, em estudos que se caracterizam por ensaios
clínicos randomizados e análise sistemática.1
De acordo com Mota, et al.29 o antimicrobiano ideal deve: possuir espectro de ação
mais específico possível, menor concentração inibitória mínima, maior biodisponibilidade
no determinado sítio de infecção, melhor comodidade posológica, ter compatibilidade com
o estado clínico do paciente, ser menos tóxico e de menor custo.
Conclusão
Através dos dados obtidos neste estudo, pode-se concluir que a maioria das pessoas
que receberam tratamento com antibióticos, de acordo com as prescrições retidas são do
sexo feminino.
As penicilinas e macrolídeos são as classes farmacológicas mais prescritas neste
estudo. Os medicamentos mais utilizados pela faixa etária entre 0-18 anos foram
amoxicilina+ácido clavulânico e azitromicina.
Os medicamentos mais prescritos em associação aos antibióticos foram AINES.
Os dados obtidos nesta pesquisa evidenciam problemas relevantes na utilização de
antibióticos. Estes dados podem ser usados para promoção do uso racional de
antimicrobianos. Toda a população deve ser atingida sobre as informações de resistência
bacteriana, para que todos se sintam motivados no combate a este problema.
O farmacêutico deve estar atento à esta emergência global. Em contato direto com
a população poderá promover o uso racional de medicamentos e orientar quanto à
utilização dos mesmos. Os profissionais farmacêuticos devem ser treinados
constantemente, a fim de que, promovam o uso racional de antimicrobianos com
diminuição do uso inadequado destas substâncias.
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