Post on 03-Apr-2018
UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA
INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
Cíntia Tókio Reis Gonçalves
“Análise da Capacidade Vital Lenta após as manobras de
Inspirações Fracionadas realizadas pela boca e nariz em
voluntários sadios”
São José dos Campos
2003
Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento
“Análise da Capacidade Vital Lenta após as manobras de Inspirações
Fracionadas realizadas pelo nariz e boca em voluntários sadios”
Cíntia Tókio Reis Gonçalves
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, como complementação dos créditos necessários para a obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas.
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo A. B. Lopes Martins
São José dos Campos, SP
2003
A Jesus, consumador da minha Liberdade e da minha Paz.
Agradecimentos Especiais
Agradeço com admiração ao professor Dr. Rodrigo Álvaro Brandão Lopes Martins,
orientador deste trabalho pela paciência, confiança e respeito depositado em minhas idéias.
Ao professor Dr. José Antonio Maia (UNIFESP), pela grandiosidade de sua pessoa
e a generosidade com que me ensinou a dar os primeiros passos nos caminhos da pesquisa.
Ao amigo e professor Mestre Charli Tortoza (UNIVAP), pela grand iosa
contribuição no amadurecimento, organização e resolução das minhas dúvidas.
Ao meu marido Carlos Gustavo de Oliveira Reis Gonçalves, pela sabedoria com que
me ouviu, me confortou e me estimulou a cada dia.
Ao meu pai, Mário Tókio, que todos os dias me ensina a importância da disciplina e
da responsabilidade em todos os meus atos.
À minha irmã Fabiana Tókio e minha avó Maria Emiliana Tókio por sempre se
orgulharem de mim e serem minha verdadeira família nas alegrias e tristezas.
A Jesus Cristo que fez com um dia eu pudesse encontrar todas essas pessoas e
aprender com todas elas, o melhor.
Agradecimentos
Agradeço ao Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Univap, o apoio durante a
elaboração deste trabalho.
Agradeço de coração àqueles que por um instante direcionaram a sua atenção para
ouvir e engrandecer o meu trabalho.
Ao professor Dr. Renato Amaro Zângaro pela confiança e oportunidade de edificar
e compartilhar este aprendizado com os membros da Univap.
À professora Dra. Maria Belém Salazar Poço, por um dia me incentivar a
desenvolver aquilo que eu acreditava.
À professora Dra. Patrícia Mara Danella, pela consideração, atenção e amizade
construída em tão curto período.
Aos colegas da Univap, Maria das Graças Bastos Licurci, Francis Régio Nassar,
Márcia dos Santos Sermarini, Silvia Ribeiro, Fernanda Ishida, Mário Oliveira Lima e Érika
Rodrigues de Oliveira que compartilharam comigo este período de dúvidas, alegrias,
tristezas e que souberam, mesmo nos momentos mais difíceis, me ajudar a ultrapassar as
barreiras com bom humor.
Ao aluno Sidney Benedito pelas conversas criativas que deram origem a muitas
idéias.
A todos os alunos que pacientemente foram voluntários do meu trabalho permitindo
a concretização do mesmo.
Aos funcionários da Univap que com grande responsabilidade desenvolvem as suas
obrigações permitindo o conforto e as condições necessárias para a realização de todos os
trabalhos na universidade.
Aos pacientes da Clínica de Pneumologia de Fisioterapia da Univap que me
despertam a cada dia, a vontade de aprender um pouco mais.
“A sabedoria é a coisa principal;
adquire, pois, a sabedoria; sim,
com tudo o que possuis, adquire
o conhecimento.
Exalta-a, e ela te exaltará; e,
abraçando-a tu, ela te honrará.”
PV 4: 7-8
Resumo
A fisioterapia repiratória demonstra sua contribuiçãoem situações clínica variadas, englobando os ambiente clínicos e hosppitalares. As melhoras fisiológicas da intervenção fisioterapeutica podem inclui um aumento dos volumes pulmonares por exemplo, a capacidae vital (CV), elevaçãp da PaO2, SaO2 entre outras. Os recirsos utilizados são exercícios de expansão torácica, inspirações sustentadas máximas, inspirações fracionadas com repetida frequencia, utilizadas sem comprovações científicas. Para as manobras de inspirações fracionadas , oprotocolo sugere que estas sejam realizadas pelo nariz na fase inspiratória e pela boca na fase expiratória, visualizando o aumento dos volumes pulmonares. O objetivo deste trabalho é comparar o aumento da capacidade vital (CV) produzindo durante as monobras de inspiração fracionada quando se realizadas pela boca e pelo nariz. Para a avaliação da CV foi utilizada um espirometro Masterscope Jaaeger R, com bocais, clipes nasais e máscaras com bordas infláveis. Foram realizados testes em 1,2,3 e 4 tempos, em dias diferentes, com 3 repetições para cada tempo, pela boca e pelo nariz. Nossos resultados demonstraram que nãotiveram diferenças significantes entre 4 tempos de manobra, em nenhum dos indivíduos analizados, sem dúvida quando realizada pela boca, assim como quando realizada pelo nariz. Em relação a amostra estuda, podemos concluir que a manobra inspiratoria fracionada não foi eficiente em aumentar a Capacidde Vital, sem dúvida quando foram realizadas pela boca , do que pelo nariz. Palavras chaves: Fisioterapia repiratória, Capacida vital, Inspiração fracionada
Abstract The respiratory physical therapy shows its contribution in several clinical situations, in both clinical or hospital environments. The physiological benefits of therapeutic interventions may include increases in lung volumes like Vital Capacity, increases in PaO2, SaO2 etc. The resources used are thoracic expansion, maximal sustained inspiration, fractionated inspirations, many times with no scientific basis. Concerning on fractionated inspirations, its established that it should be done through the nose during inspiratory phase and released through the mouth during the expiratory phase, with the purpose to increase lung volumes. The main purpose of this research is to analyze the possible increases of the real value of Vital Capacity during the maneuvers of fractionated inspirations performed through the mouth or through the nose. For this we analyzed 20 subjects (15 females and 5 males) with age between 20 and 30 years old, non smokers and with no history of lung diseases. To evaluate Vital Capacity we used the Masterescope Jaeger® spirometer. We performed the respiratory tests fractionated in 1, 2, 3 and 4 times through the mouth or through the nose with three repetitions in different days. Statistical analyzes were performed using the paired Student t-test. Our results clearly demonstrate that there were no significant differences concerning on Vital Capacity considering the fractionating tests through the mouth or even through the nose. Concerning on the Inspiratory Capacity we could observe significant differences only for the 2 time maneuver through the mouth and also through the nose. We
could not observe any significant difference concerning on the Expiratory Reserve Volume considering mouth and nose. Based in our experimental results we can conclude that the Classical Fractionated Inspiratory Maneuver was ineffective to increase Vital Capacity or Expiratory Reserve Volume when performed through the mouth or through the nose. We suggest that the clinical benefits observed using this maneuver may be obtained due to the Long-term inspiratory muscles trainning. Keywords: Respiratory Physical Therapy; Fractionated Inspiration; Vital Capacity.
Resumen La fisioterapia respiratoria demuestra su contribución en situaciones clínicas variadas, englobando los ambientes clínicos y hospitalares. Las mejoras fisiológicas de la intervención fisioterapeutica pueden incluir un aumento de las volumenes pulmonares, por ejemplo, la Capacidad Vital (CV), elevación en la PaO 2, SaO2 entre otras. Los recursos utilizados son ejercicios de expansión toráccica, inspiraciones sustentadas máximas, inspiraciones fraccionadas muchas veces, utilizadas sin comprobaciones científicas. Para las maniobras de inspiraciones fraccionadas el protocolo sugiere que estas sean realizadas por la nariz en la fase inspiratoria y por la boca en la fase espiratoria, visualizando el aumento de los volúmenes pulmonares. El objetivo de este trabajo es comparar el aumento de la Capacidad Vital (CV) produciendo durante las maniobras de inspiraciones fraccionadas cuando se realizadas por la boca y por la nariz. Para la realización del estudio, fueron seleccionados 20 voluntarios saludables con edad entre 20 e 30 años, de ambos sexos, sin histórico de patologias pulmonares crónicas. Para la evaluaciuón de la CV fue utilizado un espirómetro Masterescope Jaeger® , con bucales, clips nasales y máscaras con bordes inflables. Fueron realizados tests en 1, 2, 3 y 4 tiempos, en dias diferentes, con 3 repeticiones para cada tiempo, por la boca y por la nariz. Nuestros resultados demonstraron que no tubieron diferencias significantes entre los 4 tiempos de la maniobra, en ninguno de los individuos analizados, sin embargo cuando realizada por la boca, asi como, cuando realizada por la nariz. En relación a la muestra estudiada, podemos concluir que la maniobra inspiratoria fraccionada no fue efeciente en aumentar la Capacidad Vital, sin embargo cuando fueron realizada por la boca, que por la nariz.
Palabras Llave : Fisioterapia repiratoria, Capacidad vital, Inspiracones fraccionadas.
Sumário 1. Introdução_____________________________________________________________1
1.1 Complicações pulmonares pós-operatórias__________________________________2
1.2 Atelectasia __________________________________________________________3
1.3 Volumes e Capacidades pulmonares 5 1.3.1 - Volume Corrente (VT) ______________________________________________________ 5 1.3.2 - Volume de reserva inspiratória (V.R.I.) __________________________________________ 5 1.3.3 - Volume de reserva expiratória (V.R.E.) _________________________________________ 5 1.3.4 - Volume Residual (V.R.) _____________________________________________________ 6 1.3.5 - Capacidade Inspiratória (C.I.) _________________________________________________ 6 1.3.6 - Capacidade Pulmonar Total (C.P.T.) ____________________________________________ 6 1.3.7 - Capacidade Residual Funcional (C.R.F)__________________________________________ 6 1.3.8 - Capacidade Vital (CV) ______________________________________________________ 7
1.4 Resistência pulmonar_______________________________________________________ 8 1.4.1 - Locais da resistência _______________________________________________________ 11
1.5 Constante de tempo 12
1.6 Fisioterapia respiratória ______________________________________________13
1.7 Inspiração Fracionada ou Em Tempos: ___________________________________14
2. Objetivo ______________________________________________________________17
3. Material e métodos _____________________________________________________19
3.1- Realização dos testes pela Boca _________________________________________________ 19
3.2 - Realização dos testes pelo nariz_________________________________________________ 38
3.3 - Análise Estatística___________________________________________________39
4. Resultados ____________________________________________________________27
5. Discussão_____________________________________________________________53
6. Conclusão ___________________________________________________________ 605
Referências Bibliográficas _________________________________________________62 Anexos
Lista de Figuras, Gráficos e Tabelas Figura 1 - Manobra de Capacidade Vital em 1 tempo 20 Figura 2- Manobra de Capacidade Vital em 2 tempos 21 Figura 3- Manobra de Capacidade Vital em 3 tempos 22 Figura 4 - Manobra de Capacidade Vital em 4 tempos 23 Tabela 1- Médias da idade, altura e peso 27 Tabela 2- Médias da Capacidade Vital 28 Tabela 3- Médias da Capacidade Inspiratória 31 Tabela 4- Médias do Volume de Reserva Expiratório 34 Gráfico 1- Média das Capacidades Vitais pela boca 29 Gráfico 2- Média das Capacidades Vitais pelo nariz 30 Gráfico 3- Média das Capacidades Inspiratórias pela boca 32 Gráfico 4- Médias das Capacidades Inspiratórias pelo nariz 33 Gráfico 5- Médias dos Volumes de Reserva Expiratório 35 Gráfico 6- Médias dos Volumes de Reserva Expiratório 36
Lista de Abreviaturas e Símbolos PAO2 = Pressão alveolar de oxigênio Ppl = Pressão pleural CV = Capacidade Vital PaO2 = Pressão arterial de oxigênio CI = Capacidade inspiratória VT = Volume corrente VRI = Volume de reserva inspiratório VRE =Volume de reserva expiratório VR =Volume residual CPT = Capacidade pulmonar total CRF =Capacidade residual funcional P-V = Pressão – volume Raw = Resistência das vias aéreas Palv = Pressão alveolar R = Resistência L = Comprimento η = Coeficiente de viscosidade r = Raio ∆P = Pressão propulsora Re = Índice de Reynolds
P = Densidade do gás Ve = Velocidade do fluxo D = Diâmetro do tubo F = Fluxo
1. Introdução Estamos às portas de uma nova era e, somente nestes últimos anos, a fisioterapia
passou a ser vista como peça indispensável no atendimento aos pacientes pneumopatas nas
diversas fases da evolução clínica e cirúrgica.
Paralelamente ao desenvolvimento tecnológico na área da saúde, podemos ver a
formação de profissionais competentes, responsáveis e capazes de atuar com comprovada
eficácia no processo de prevenção e recuperação destes pacientes.
A profissão de fisioterapeuta, que teve o seu início formal em 1969, busca respostas
cada vez mais precisas para o aprimoramento das técnicas utilizadas na prática da
Pneumologia. Advém, portanto, a responsabilidade da investigação criteriosa dos
benefícios fisiológicos gerados pelas técnicas, manobras e procedimentos fisioterápicos.
No ano de 1994 na cidade de Lyon (França), aconteceu o I Consenso em
Fisioterapia Respiratória. O objetivo desse encontro foi relatar as práticas em Fisioterapia
Respiratória, avaliar as técnicas e seu suporte científico, propor conclusões e
recomendações consensuais a partir de metodologia científica específica. As conclusões
apresentadas pelos rela tores dos comitês obrigaram os fisioterapeutas a reconhecerem que
existe um pequeno número de estudos controlados, randomizados contrapondo-se aos
numerosos relatos de especialistas sobre a experiência clínica (FELTRIM, 2001). Isto nos
leva a um chamado urgente na tentativa de validar as técnicas utilizadas na prática, mas que
não estão avaliadas e comprovadas.
A fisioterapia respiratória demonstra sua contribuição em situações clínicas
variadas, englobando os ambientes clínicos e hospitalares. Nestes, algumas técnicas têm
sido utilizadas habitualmente como recursos para prevenção e tratamento das complicações
pulmonares no período pós-operatório e das enfermidades pulmonares.
Destacam-se aí o uso de recursos fisioterapêuticos manuais, padrões respiratórios
induzidos pelo comando verbal ao paciente e incentivadores respiratórios. Cada recurso tem
procurado corresponder às expectativas impostas pela indicação da técnica. Dentre elas,
destacam-se àquelas em que se busca um incremento do volume pulmonar diminuindo
assim, os transtornos decorrentes da sua diminuição (CARVALHO, 2001).
1.1 Complicações pulmonares pós-operatórias Uma complicação pós-operatória é definida como uma segunda doença inesperada
que ocorre até trinta dias após uma cirurgia, altera o quadro clínico do paciente,
necessitando conseqüentemente de intervenção terapêutica, quer medicamentosa ou não.
A complicação pulmonar pós-operatória deve ser distinta da alteração ou achado
pós-operatório, que consiste numa anormalidade assintomática que resulta de uma
investigação complementar (FARESIN; FILARDO, 1997).
As complicações pulmonares apresentam-se como a segunda complicação mais
freqüente no período pós-operatório, sendo suplantadas somente pelas cardíacas. São
consideradas complicações pulmonares: a) a presença de broncoespasmo que necessite de
intervenção terapêutica; b) atelectasia com repercussão clínica; c) infecção
traqueobrônquica; d) pneumonia; e) insuficiência respiratória aguda; f) intubação
orotraqueal ou ventilação mecânica prolongada, ou seja, por mais de 48 horas; outros.
Alguns autores consideram como complicação pulmonar a presença de febre sem causa
determinada, a embolia pulmonar, o derrame pleural e as fístulas (FARESIN; FILARDO,
1997).
BARROS (1996), observou na Universidade Federal de São Paulo que de 1.162
pacientes submetidos à cirurgia eletiva, 143 (12,3%) apresentaram 298 complicações
pulmonares.
Entre aqueles que apresentaram complicações, o evento mais comum foi infecção
pulmonar aguda seguida por broncoespasmo, insuficiência respiratória aguda e atelectasia.
Entre os casos de infecção pulmonar encontravam-se 56 casos de pneumonia e 25 casos de
traqueobronquite purulenta.
A morbidade respiratória no período pós-operatório é importante porque, além de
elevar a mortalidade, determina um tempo prolongado de internação inclusive na unidade
de terapia intensiva (MACHADO, FERREIRA, SARAIVA, 1996). Assim, observa-se que
o tempo total de internação é duas vezes maior para os casos que complicam em relação aos
que não complicam. O tempo de permanência na unidade de terapia intensiva e o tempo de
ventilação mecânica entre os pacientes que complicam é três vezes maior em relação aos
que não complicam (FARESIN; FILARDO, 1997).
Trabalhos demonstram que dentre as complicações pulmonares, a mais freqüente é a
atelectasia, comprometendo um segmento, um lobo ou todo pulmão (STRANDBERG et al.,
1986; TISI, 1979). Entretanto, a pneumonia é a principal causa de mortalidade pulmonar
nos serviços cirúrgicos, bem como a principal causa de mortalidade entre as outras
infecções pós-operatórias. Tal dado mantém estreita relação com o tipo de cirurgia como o
tempo cirúrgico (FARESIN; FILARDO, 1997).
Em relação à insuficiência respiratória aguda que ocorre no pós-operatório, esta se
mantém justificada pelos seguintes agentes fisiopatológicos: diminuição da ventilação
alveolar causada pelos anestésicos voláteis e analgésicos narcóticos, que diminuem a
resposta ventilatória à hipoxemia e a hipercapnia; fechamento das vias aéreas, diminuição
do volume residua l pelo repouso prolongado diminuindo a capacidade residual funcional e
gerando colapso pulmonar e atelectasia; e evolução de infecções bacterianas do trato
respiratório superior e inferior (OIKKONEN et al. 1991; FARESIN; FILARDO, 1997;
STOCK et al. 1985).
1.2 Atelectasia
O termo atelectasia é derivado do grego “ateles” (imperfeito) e “ektasis” (expansão)
e refere-se a uma condição em que um ou mais segmentos ou lobos pulmonares são
colapsados. Ela pode ser causada por uma compressão do parênquima ex: uma compressão
por aumento do líquido pleural ou pneumotórax, ou mais adiante por uma obstrução da via
aérea resultante, por secreção ou tumor (HAMMON; MARTIN, 1981).
A atelectasia é uma complicação comum no período pós-operatório, e caracteriza-se
pela diminuição do volume pulmonar. Estima-se que ocorre em mais de 90% das
complicações deste período (WARD et al. 1966).
Os primeiros dias de pós-operatório são considerados o período mais vulnerável em
decorrência do detrimento da função pulmonar causada pela ausência de suspiros, dor no
local da incisão, e no momento da tentativa de aumento do volume inspirado, decréscimo
da complacência toracopulmonar, distúrbios do endotélio capilar, diminuição da capacidade
residual funcional, diminuição da PAO2 entre outras causas (OIKKONEN et al. 1991;
DEMERS, 1986; JENKINS; TUCKER, 2002).
Diminuições nos volumes expiratórios pulmonares são associados com diminuição
da complacência e com o aumento do trabalho elástico da ventilação. Para tentar minimizar
este trabalho, pacientes respiram superficialmente aumentando a freqüência respiratória e
diminuindo o volume corrente (STOCK et al. 1985).
Através dos recursos de fisioterapia respiratória espera-se minimizar os efeitos dos
primeiros dias de pós-operatório principalmente nos casos em que a obstrução por secreção
e imobilização no leito, são as responsáveis pela incidência de atelectasia (HAMMON;
MARTIN, 1981; WARD et al. 1966; DEMMER, 1986; CIESLA, 1981; OIKKONEN,
1991; MENKES; BRITT, 1980).
A primeira meta da fisioterapia respiratória pode ser a de aumentar o volume
expiratório pulmonar e em particular a Capacidade Residual Funcional. Além disso,
estudos relatam que em humanos, com o aumento do volume pulmonar, a resistência ao
fluxo colateral assim como a resistência nas vias aérea decai (INNER et al. 1979;
KAMINSKY; IRVIN, 1994).
Em condições em que os volumes pulmonares são diminuídos e os volumes
correntes são pequenos, incrementar volumes pode significar incremento de ventilação,
redução de obstrução e prevenção de infecções pulmonares (MENKES; BRITT, 1980;
CERNY, 1989).
1.3 Volumes e Capacidades pulmonares
Existem quatro volumes primários que não se superpõe uns aos outros; volume
corrente, volume de reserva inspiratório, volume de reserva expiratório e volume residual.
Além disso, quatro capacidades, cada uma das quais incluem dois volumes
primários: capacidade pulmonar total, capacidade vital, capacidade inspiratória e
capacidade residual funcional.
1.3.1 Volume Corrente (VT)
É o volume gasoso que entra e sai do trato respiratório em cada movimento
respiratório. Os valores normais de volume corrente variam entre 350-600 ml, de acordo
com o volume minuto. Para um melhor discernimento, é necessário considerá- lo junto com
a freqüência respiratória, pois o valo r isolado de volume corrente não fornece informação
de uma hipoventilação pulmonar. Cabe destacar que quando seu valor se faz extremamente
pequeno, em que se aproxima do espaço morto, a eficiência da ventilação apresenta-se
prejudicada (CUELLO; ARCODACI, 1987).
1.3.2 Volume de reserva inspiratória (VRI)
É a quantidade máxima de gás que pode ser inspirada a partir da posição final de
uma inspiração tranqüila (CUELLO; ARCODACI, 1987).
1.3.3 Volume de reserva expiratória (VRE)
É o volume gasoso máximo que pode ser expirado a partir do ponto correspondente
ao fim de uma expiração tranqüila. O volume de reserva expiratória constitui 25% da
capacidade vital. Quando o indivíduo passa da posição ereta para supina, a reserva
expiratória chega a diminuir de 600 a 900 ml. Isto se deve em grande parte à elevação do
diafragma (CUELLO; ARCODACI, 1987; RODRIGUES et al. 2002).
1.3.4 Volume Residual (VR)
É o volume de gás que permanece no pulmão no final de uma expiração máxima. É
a diferença entre a capacidade residual funcional e o volume de reserva expiratória.
O volume residual é o único dos quatro volumes que não pode ser medido por
espirometria direta (ATS, 1995).
O volume residual decresce quando os alvéolos estão colapsados ou ocluídos, como
ocorrem nas atelectasias e fibroses (WARD, 1966; CIESLA; KLEMIC; IMLE, 1979).
1.3.5 Capacidade Inspiratória (CI)
É o volume gasoso máximo que se inspira a partir do ponto expiratório de repouso.
Constitui normalmente 75% da Capacidade Vital e representa, de certa forma, a força dos
músculos inspiratórios. A capacidade inspiratória é a média da medida de dois volumes
volume de reserva inspiratória e volume corrente. Ela representa a reserva avaliável de um
indivíduo para aumentar volume corrente durante os exercícios. Indiretamente ela
representa um balanço entre pulmão e elasticidade da caixa torácica, ou mobilidade torácica
(SOOD et al. 2003).
1.3.6 Capacidade Pulmonar Total (CPT)
É a maior quantidade de gás que pode conter os pulmões, quando eles estão
completamente expandidos, após uma inspiração máxima. A capacidade pulmonar total
está diminuída em enfermidades pulmonares extensas, tecido pulmonar comprimido sem
distensão compensatória em outras regiões e limitação completa à extensão do tórax
(CUELLO; ARCODACI, 1987; RODRIGUES et al. 2002).
1.3.7 Capacidade Residual Funcional (CRF)
É a quantidade de gás contido no pulmão no final de uma expiração normal ou
posição de repouso expiratório.
A posição de repouso dos pulmões e do tórax, unidos normalmente pelas superfícies
pleurais, é equilibrada pelo retrocesso elástico pulmonar que neutraliza a distensão torácica.
Este equilíbrio se denomina posição nível de repouso expiratório. Esta posição é a
resultante do antagonismo de duas forças: a do tórax com tendência a se expandir e a dos
pulmões com tendência a se colapsar. A soma algébrica de ambas é igual a zero, ao nível
do espaço intrapleural (CUELLO; ARCODACI, 1987; JARDIM; CENDON, 1998).
Quando o tempo disponível não é suficiente para chegar a uma expiração completa,
a CRF aumenta.
O aumento da CRF implica em trocas estruturais (obstrução parcial da via aérea,
deformidade torácica), que provoca um estado de hiperinsuflação do pulmão durante
respiração tranqüila. Geralmente, é acompanhada de uma redução da capacidade vital com
diminuição da capacidade inspiratória (se a capacidade pulmonar total não estiver
aumentada) (CUELLO; ARCODACI, 1987).
Nestes casos, o tórax se torna maior que o normal e pode provocar certa ineficácia
muscular com transtornos mecânicos, o que de termina que o paciente, dados suas
necessidades metabólicas, torne-se limitado para aumentar a sua ventilação minuto
(TRYFON, 2001).
1.3.8 Capacidade Vital (CV)
A capacidade vital (CV) é definida pela American Thoracic Society (ATS, 1995),
como o máximo de volume de ar exalado a partir do ponto máximo de inalação ou o
máximo de volume de ar inalado a partir do ponto máximo de exalação.
Compreendem o volume de reserva inspiratória, o volume de reserva expiratória e o
volume corrente (RODRIGUES et al. 2002).
Se o indivíduo se coloca em decúbito, sua capacidade vital pode diminuir em até
300 ml. Isto se deve por um lado às modificações que sofre o diafragma, no que se refere à
posição e atividade, e por outro a alteração sofrida no volume de sangue pulmonar
(CUELLO; ARCODACI, 1987).
É fundamental que a medição se efetue na mesma posição, e repetidas vezes para se
obter um valor médio.
A determinação da capacidade vital permite obter um valor global da função
respiratória (diferença entre dois volumes estáticos pulmonares de máxima insuflação e
máxima deflação) que possibilita seguir a evolução dos pacientes com distúrbios
respiratórios e cardiopulmonares (CUELLO; ARCODACI, 1987).
Em um trabalho feito por OIKKONEN et al. (1991), os autores propuseram a
avaliação da capacidade vital lenta como a mais precisa da estimativa do volume pulmonar.
Segundo eles, os valores das capacidades vitais lenta no 2 º pós-operatório de cirurgia
cardíaca, decaiu de 35 a 40% do valor inicial.
A diminuição da capacidade vital deve ser estimada considerando a redução da
reserva inspiratória (que representa a força dos músculos inspiratórios) e a reserva
expiratória (que representa a força dos músculos expiratórios). Junto à ineficiência
muscular, outros fatores podem modificá-la resultando em valores reduzidos: limitação da
expansão da caixa torácica ex: cifoescoliose; limitação à expansão do parênquima
pulmonar ex: derrame pleural, fibrose; redução absoluta do tecido pulmonar funcionante
ex: atelectasia, pneumonias extensas (CUELLO; ARCODACI, 1987).
A CV é obtida solicitando-se que o indivíduo respire normalmente por alguns
segundos e, a seguir pede-se que ele faça uma inspiração profunda e após, sopre todo o ar
vagarosamente no interior do espirômetro (RODRIGUES et al. 2002).
Normalmente a capacidade vital teórica é de 4500 cm3 para o homem e 3500 cm3
para a mulher. Estes parâmetros estão sujeitos a variações dadas pelo peso, idade, altura e
área de superfície corporal. Parece haver uma estreita relação entre distensibilidade ou
complacência pulmonar e a capacidade vital, pois, quando esta diminui, existe uma queda
comparável na complacência (CUELLO; ARCODACI, 1987).
Ao atingir a Capacidade Inspiratória Máxima, um plateau é observado na curva
ascendente da CV demonstrando que o indivíduo atingiu o valor da capacidade pulmonar
total (CPT) e que a partir daí as pressões utilizadas para obter um aumento do volume
pulmonar, devam ser aumentadas. Estima-se que a partir daí ele esteja no segundo ponto de
inflexão da curva P-V (Complacência) (VIEIRA; PLOTNIK; FÍALKOW, 2000).
1.4 Resistência pulmonar
Ao fazer uma experiência na qual uma força fosse aplicada a um corpo que estivesse
sobre uma superfície perfeitamente lisa, provavelmente obter-se ia uma reta, ou seja, para
cada grau de força haveria proporcionalmente, certa distância percorrida pelo corpo. Por
outro lado, se a superfície sobre o qual o corpo estivesse situado não fosse perfeitamente
lisa, haveria atrito, que é uma força que se opõe ao movimento, ou seja, a resistência, que é
o inverso da condutância. Isto significa que, em relação à mesma força anteriormente
aplicada, a distância percorrida seria menor (VIEIRA; PLOTNIK; FÍALKOW, 2000).
Isto também ocorre a nível pulmonar, onde existem várias resistências para a
expansão do pulmão, fazendo com que para a mesma pressão aplicada, a alteração de
volume seja menor do que no caso de se considerar somente a elasticidade (VIEIRA;
PLOTNIK; FÍALKOW, 2000). Em situações em que o pulmão encontra-se com altas
resistências como, por exemplo: broncoespasmo, acúmulo de secreção, edemas alveolares,
outros, a tentativa de aumentar volumes pode ser dificultada.
Essa relação é chamada complacência onde é a pressão necessária para produzir uma
alteração de volume. É na verdade, o reflexo da facilidade com que os pulmões podem ser
expandidos (JARDIM; CENDON, 1998). Sendo assim, para ventilar pulmões com
processos obstrutivos, ou com resistências aumentadas é necessário promover um maior
tempo inspiratório ou até mesmo, pausa inspiratória para que as regiões com constantes de
tempo diferentes possam ser alcançadas pelo volume.
Conseqüentemente, o gráfico do processo inspiratório na curva P-V (complacência)
pulmonar não é uma reta. A resistência pulmonar, portanto, diz respeito aos componentes
não elásticos do pulmão, que resistem à alteração de volume.
Em indivíduos normais, em posição supina, a curva P-V mostra duas inflexões: uma
inferior, devido à mecânica da parede torácica quando em baixos volumes pulmonares, e
uma superior, devido à hiperdistensão pulmonar em volumes próximos da capacidade
pulmonar total. Um dos problemas de interpretação da curva P-V do sistema respiratório
repousa no fato de que sua análise se baseia na medida da pressão de todo o sistema,
dependendo em parte da característica do pulmão e, em parte, das características da parede
torácica (VIEIRA; PLOTNIK; FÍALKOW, 2000).
A resistência das vias aéreas (Raw) pode ser calculada dividindo-se o gradiente de
pressão entre o alvéolo (Palv) e a boca, e o fluxo aéreo. Como a pressão da boca é
aproximadamente igual à atmosférica, pode-se dizer então que: Raw = Palv / F (ZIN;
ROCCO, 1995).
À medida que a taxa de fluxo é aumentada, desenvolve-se falta de firmeza,
especialmente nas ramificações das vias aéreas (WEST, 1996).
O fluxo aéreo pode ser de diferentes tipos, como, lamelar, turbilhonar e transicional.
O primeiro se refere ao fluxo que desliza seguindo lâminas ou camadas de ar, de diversas
densidades, que ocorre com baixas velocidades. Acontece, por conseguinte, nas vias aéreas
de menor calibre, porquanto a velocidade é menor (BYDLOWSKI; DOUGLAS, 2002).
Quando o fluxo (F) é laminar ou possui um perfil aerodinâmico, uma vez que as
dimensões do tubo permaneçam inalteradas, o gradiente de pressão propulsora (?P) para
produzir determinado fluxo é diretamente proporcional à viscosidade do fluido. Logo: P =
K1. F onde:
K1 = constante que inclui a influência da viscosidade. Modificando-se o
comprimento e o raio dos tubos, verificou-se que a pressão necessária para produzir um
certo fluxo depende diretamente do comprimento do tubo e é inversamente proporcional à
quarta potência do raio (ZIN; ROCCO, 1995; JARDIM; CENDON, 1998).
Assim:
?P = 8. L. η . F
πr 4
Em que: L = comprimento, η= coeficiente de viscosidade, π = 3,1416 e r = raio.
Como a resistência ao fluxo (R) é pressão dividida pelo fluxo temos:
R= 8 x L x η
π r 4
Observar a importância crítica do raio do tubo; se o raio for dividido ao meio, a
resistência pulmonar aumenta em dezesseis vezes (WEST, 1996).
Assim sendo, quanto menor o raio, maior é a resistência, e menor a velocidade do
fluxo.
Nas grandes vias aéreas, como traquéia e brônquios, o fluxo é turbilhonar porque a
velocidade da corrente é alta, devido a que o raio é maior e a resistência menor. A
probabilidade de dar turbilhonamento depende do número de Reynolds (Re) elevado
(SELSBY; JONES, 1990).
Re = P x Ve x D
η
Em que:
P = densidade do gás
Ve = velocidade do fluxo
D = diâmetro do tubo
η = viscosidade
O fluxo muda de laminar para turbulento quando o numero de Reynolds excede a
2000.
Quanto maior Re mais intensa são as forças inerciais e maior será a distância ao
longo do tubo para se estabelecer um fluxo laminar (ZIN; ROCCO, 1995), isto implica em
aumento da resistência e diminuição da pressão (SELSBY; JONES, 1990). Assim, ventilar
o indivíduo através de vias de pequenos diâmetros e longos comprimentos pode dificultar o
processo de enchimento pulmonar pela condição gerada, ou seja, elevado número de
Reynolds e altas resistências.
1.4.1- Locais da resistência
Considera-se a via aérea, desde o nariz e boca até os bronquíolos terminais. Somente
o nariz, representa por volta de 50% da resistência total. Mesmo durante a respiração pela
boca, 50% da perda total de energia ocorrem nas vias aéreas superiores. Parte dessa perda é
causada pelo redirecionamento do fluxo na faringe, e pela resistência da glote ao fluxo
(JARDIM; CENDON, 1998).
Deste modo, apenas 10-20% da resistência total é atribuída aos bronquíolos
menores, de diâmetro inferior a 2,0 mm. Contudo, esta resistência brônquica é importante,
porquanto pode variar muito por razões patológicas (SELSBY; JONES, 1990).
O nariz tem maio r resistência que a boca, porquanto seu comprimento (L) é maior e
apresenta irregularidades no trajeto, que modificam o raio (r4).
A boca, ao invés representa um tubo mais curto (menor L) e de raio relativamente
constante e de maior valor (r elevado); daí a boca apresenta menor resistência (JARDIM;
CENDON, 1998; ZIN; ROCCO, 1995).
A respiração em condições de repouso é basicamente nasal, porque o fluxo
ventilatório com essa resistência é suficiente; além disso, a passagem de ar pelo nariz sofre
aquecimento e umidificação importante. Assim, chega ao pulmão com temperatura acima
de 37°C e 47 mmHg de pressão de vapor de água. Quando a ventilação pulmonar é
aumentada, a respiração se torna bucal; a boca se abre e reduz a resistência. Contudo, o
aquecimento de ar é imperfeito (BYDLOWSKI; DOUGLAS, 2002).
1.5 Constante de tempo
Os pulmões não são homogeneamente estruturados. Após o pleno desenvolvimento
pulmonar como na fase adulta, chega -se a ter 300 milhões de alvéolos e 27 mil bronquíolos
terminais. Cada unidade respiratória constituída pelo bronquíolo terminal e pelos alvéolos
tem a sua própria elasticidade e resistência o que faz com que a ventilação não seja igual
para todas elas. O produto da complacência pela resistência determina a velocidade de
enchimento de cada unidade com ar. Esse produto é chamado de Constante de Tempo. As
unidades com menores valores são denominadas unidades rápidas, e seu enchimento é mais
rápido do que naquelas com constante de tempo mais alta, como no caso dos
enfisematosos, asmáticos e bronquíticos crônicos. Nestes, as unidades continuarão a
encher-se quando o resto do pulmão começou a esvaziar-se, com o resultado de que o gás
move-se para dentro delas a partir das unidades pulmonares adjacentes - o chamado
pendelluft (JARDIM; CENDON, 1998; WEST, 1996; SHANKS et al. 1977; FENG;
POON, 1998; SELSBY, 1990; MARTINS et al. 1988; ULTMAN et al. 1988, ENGEL,
1983; TOMIOKA et al. 1988; SLUTSKY; MASC, 1984; SAFONOFF; EMMANUEL,
1967; NOVAK; MATUSCHAK; PINSKY, 1988; PAIVA; ENGEL, 1984; KOULOURIS et
al. 1997).
1.6 Fisioterapia respiratória Os pacientes com um alto risco de desenvolverem uma complicação pulmonar pós-
operatória significativa devem ser identificados pelo fisioterapeuta, de modo que o
tratamento profilático seja iniciado.
Na fisioterapia respiratória estão incluídos a drenagem postural, percussão torácica,
encorajamento para a tosse e exercícios respiratórios além da orientação para respiração
utilizando freno labial (MENKES; BRITT, 1980; CERNY, 1989; PRYOR et al., 1989;
ALISON et al. 1994).
Esta modalidade respiratória é explicada porque se utilizando volumes suficientes e
uma respiração sem esforço busca-se fluxos não turbulentos para evitar resistências
significativas. Com esta manobra não é necessário procurar uma expiração máxima, pois
isto conduz a um aumento da pressão pleural (Ppl), com possibilidade de produzir um
colapso prematuro (ponto de igual pressão precoce ou próximo das vias aéreas proximais)
(TANTUCCI, 2002). Tendo em conta o exposto, evitar alcançar o valor zero no fluxo
previne a perda da integridade intraluminar do bronquíolo com seu possível colapso
posterior. Assim, busca-se inspirações e expirações com suficiente e permanente fluxo para
manter distante da zona bronquíolo -alveolar, o ponto de igual pressão (CUELLO;
ARCODACI, 1987).
A otimização dos volumes pulmonares é obtida pelo posicionamento verticalizado.
Tem sido demonstrado que na posição ereta, quando o diafragma é o principal músculo a se
contrair, o aumento na pressão intra-abdominal é quem comanda o gradeado costal que está
relaxado. Para uma dada geometria do gradeado costal, a contração dos músculos
abdominais aumenta o comprimento do diafragma, colocando-o numa posição da curva
tensão-comprimento que lhe trará mais vantagens mecânicas gerando dessa forma, maiores
deslocamentos de volumes para o interior dos pulmões (JARDIM; LOPES, 1997). Como a
posição em pé aumenta capacidade residual funcional, são encorajados o sentar com a
cabeceira da cama elevada, o sentar fora da cama e a deambulação.
As me lhoras fisiológicas da intervenção fisioterapêutica podem incluir um aumento
dos volumes pulmonares, por exemplo, a Capacidade Vital (CV), elevação na PaO 2 e SaO2
(JENKINS; TUCKER, 2002). Para tal, são utilizados recursos como exercícios de expansão
torácica, inspirações sustentadas máximas, com ou sem o uso de espirometria de incentivo,
inspirações fracionadas, respiração com pressão positiva intermitente entre outros
(HAMMON; MARTIN, 1981).
Indivíduos com crônica redução do volume pulmonar, como na doença fibrótica
pulmonar, também se beneficiam de tais técnicas.
WARD et al. (1966), avaliaram o incremento da PO2 em adultos de 17 a 58 anos
após as manobras de inspiração profunda, inspiração máxima sustentada por 5 segundos e
múltiplas inspirações profundas. Os resultados demonstraram um incremento de 24 mmHg
na inspiração profunda, 65 mmHg em inspiração máxima sustentada por 5 segundos e 45
mmHg para as inspirações fracionadas.
1.7 Inspiração Fracionada ou Em Tempos: Dentre as técnicas clássicas comumente utilizadas em fisioterapia respiratória, uma
tem se destacado há algum tempo pela sua utilização com finalidade de aumento de volume
pulmonar, isto porque alguns autores consideram que a inspiração feita de uma só vez pode
não ser suficiente para que o paciente desenvolva uma plenitude inspiratória com finalidade
expansiva (WARD et al. 1966; CARVALHO, 2001).
Desta forma, o uso de várias inspirações em um mesmo ciclo ventilatório pode
desempenhar um papel muito importante na terapia de aumento do volume pulmonar.
Denomina-se Inspiração Fracionada ou em Tempos.
Este padrão ventilatório foi avaliado por AZEREDO et al. no ano de 1992 através da
cintilografia pulmonar ventilatória, e foi constatada uma excelente melhora no índice de
velocidade aérea, com predomínio da ventilação nas zonas mediais e basais. Estes autores
relatam que a técnica é indicada na melhora da complacência toracopulmonar e no
incremento da Capacidade Inspiratória (CI) sendo contra indicada em pacientes que
apresentam elevada resistência da via aérea (AZEREDO et al., 2000).
A inspiração fracionada consiste em fazer com que o paciente inspire suavemente
pelo nariz, causando uma pequena apnéia pós-inspiratória, repetindo este ciclo pelo número
de vezes que o indivíduo irá fracionar e podendo ser realizadas a médios e pequenos
volumes.
Segundo AZEREDO et al. (2000), a manobra tem sido há algum tempo utilizada em
pacientes com diminuição da complacência global ou localizada com resultados
extremamente significativos nos âmbitos hospitalares e ambulatoriais.
A expiração é oral até o nível de repouso expiratório podendo em alguns casos se
estender ao volume de reserva expiratório médio.
Apesar da freqüência da utilização da técnica, ainda são poucos os trabalhos
realizados para a avaliação de sua real eficácia, assim como um esclarecimento consensual
a respeito dos mecanismos fisiológicos envolvidos na sua utilização.
Avaliar os parâmetros envolvidos na técnica pode significar uma maior segurança
para os profissionais em fisioterapia respiratória quanto à indicação, contra- indicação e
ainda, pode facilitar o processo de auto crítica quanto à eficácia dos tratamentos realizados
em nossos pacientes.
Objetivos
2. Objetivo
O objetivo do trabalho é ana lisar o comportamento dos valores absolutos da
Capacidade Vital durante as manobras de Inspirações Fracionadas analisando em conjunto:
1- O comportamento da Capacidade Inspiratória e do Volume de Reserva
Expiratório;
2- As diferenças entre os valores conseguidos durante as manobras em um,
dois, três e quatro tempos; quando realizadas pela boca e nariz;
3- Avaliar a via (oral ou nasal), mais indicada para uma possível obtenção
de incremento de volume durante a realização das manobras em indivíduos sadios.
Material e Métodos
3 . Material e métodos
Para a realização do trabalho foram analisados 20 indivíduos com idade entre 20 e
30 anos sendo 5 do sexo masculino e 15 do sexo feminino.
A coleta foi realizada no Laboratório de Pneumologia da Faculdade de Fisioterapia
da Univap.
Todos os indivíduos antes do início do estudo foram questionados quanto à presença
de pneumopatias agudas atuais ou crônicas assim como a presença de obstruções nasais de
qualquer espécie. Para tal, responderam a um formulário sobre suas condições. Aqueles que
apresentaram respostas positivas quanto à presença destas, foram excluídos do estudo.
Os indivíduos em estudo preencheram um Termo de Consentimento no qual
demonstraram livre espontaneidade em participar.
Vencida a primeira etapa, os indivíduos foram orientados quanto à forma de
realização do estudo, duração e esclarecidos em suas dúvidas.
O trabalho consistiu em analisar através do Espirômetro Masterescope Jaeger softer
versão 4.52, série n º 765428, 2000, a Capacidade Vital dos indivíduos durante as manobras
de Inspirações Fracionadas em um, dois, três e quatro tempos pelo nariz e pela boca. Foram
realizadas diariamente calibrações com Calibrator Pump com capacidade para 1 litro + 1%.
Os indivíduos foram analisados em dois dias não consecutivos, sendo no primeiro
dia, realizados os testes pela boca.
Todos os testes foram aplicados pelo mesmo pesquisador, sempre no mesmo
ambiente com os indivíduos sentados na mesma cadeira.
3.1 Realização dos testes pela Boca
Para tal, os indivíduos permaneceram sentados em ângulo de 90°, segurando junto a
sua face o equipamento de espirometria, este conectado a um bocal próprio do aparelho.
Utilizaram clipe nasal para impedir a ventilação pelo nariz já que nestes testes, todas as
fases ventilatórias foram realizadas pela boca.
Os indivíduos eram orientados quanto à forma de realização do teste e iniciavam o
mesmo. A partir daí o teste consistiu em realizar a manobra de Capacidade Vital Lenta
sendo que para esta, o indivíduo ventilava fisiologicamente através do seu Volume
Corrente (VT) por alguns segundos, quando então, recebia um sinal verbal do pesquisador
para que iniciasse uma expiração até o volume residual (VR) onde era observado um platô
indicando este momento. A seguir o indivíduo iniciava uma inspiração única onde atingia
sua capacidade pulmonar total (CPT), momento este, também visualizado por um platô.
A seguir, expirava novamente até seu VR onde novamente era orientado a ventilar
no seu VT, finalizando o primeiro teste (Fig. 1).
Fig. 1. Manobra de Capacidade Vital em um único tempo. Observar que nesta manobra os
fluxos são constantes na fase inspiratória e expiratória. Na figura observa -se o primeiro platô (esq.)
delimitando a chegada ao volume residual, o segundo platô (acima) demonstrando a chegada à
Capacidade Pulmonar Total e o terceiro platô no momento da chegada ao Volume Residual novamente.
Todas as variações de fase inspiratória para a fase expiratória eram realizadas sem a
desconexão do aparelho com a boca.
Os valores deste eram impressos e o indivíduo partia para o segundo teste, onde
realizava novamente uma ventilação fisiológica através do VT até que recebesse o sinal
para iniciar uma expiração até o VR onde atingido este volume, ele partia para uma
inspiração agora, fracionando esta em dois tempos e atingindo também a CPT onde então
novamente era orientado a expirar até o VR e seguindo daí, para o seu VT, finalizando
assim, o seu segundo teste. Os valores deste também eram impressos (Fig. 2).
Fig. 2. Manobra de Capacidade Vital em dois tempos. Observar que nesta manobra, o fluxo
inspiratório é interrompido por uma pequena pausa inspiratória, gerando um pequeno platô
demonstrado pela seta; o que fraciona esta fase em dois tempos. Notar que se mantém os platôs na
chegada ao Volume Residual, Capacidade Pulmonar Total e Volume Residual novamente.
A seguir, daí partia-se para o terceiro teste onde o indivíduo ventilava através do VT
até o momento em que recebia um sinal do pesquisador para expirar até o VR onde então
realizava uma inspiração agora, fracionada em três tempos até atingir a CPT e expirar
novamente até o VR e seguir com seu VT onde era finalizado o teste e impresso (Fig. 3).
Fig. 3. Manobra de Capacidade Vital em três tempos. As setas demonstram o fluxo inspiratório
sendo interrompido por duas pausas inspiratórias o que caracteriza a realização da manobra em três
tempos. Notar a manutenção dos platôs nos volumes residuais (esq. ; dir.) e na capacidade pulmonar
total (acima).
Partia-se assim para o quarto teste onde todas as etapas eram realizadas, porém a
fase inspiratória era realizada de forma fracionada em quatro tempos (Fig.4).
Finalizados os quatro testes e impressos, o indivíduo descansava por dez minutos.
Finalizava-se assim, a primeira série dos testes.
Fig. 4. Manobra de Capacidade Vital em 4 tempos. Nota-se a interrupção do fluxo inspiratório
por três pausas inspiratórias (setas) demonstrando a realização da manobra em quatro tempos.
Observar a manutenção de todos os platôs na chegada ao Volume Residual (esq.; dir.) e na
Capacidade Pulmonar Total (acima).
Descansado após os dez minutos, o indivíduo iniciava novamente a seqüência de
testes seguindo o mesmo padrão realizando também fracionamentos em um, dois, três e
quatro tempos. Todos os valores eram também impressos. Vencida esta etapa o indivíduo
realizava novamente um descanso de dez minutos e partia para a terceira série de testes que
consistia na realização idêntica a primeira e a segunda série de testes.
Finalizadas as três séries de testes, o indivíduo era dispensado para posterior retorno
e realização dos testes agora, pelo nariz.
3.2 Realização dos testes pelo nariz Para a realização dos testes pelo nariz contou-se com uma máscara com capacidade
de 150 ml, borda inflável e elástico para fixação desta, na face dos indivíduos. A máscara
foi acoplada no pneumotacógrafo possibilitando desta forma, a mensuração dos fluxos
disponibilizados para ela.
O indivíduo permanecia sentado a 90° apoiando com a mão o pneumotacógrafo
acoplado na máscara já fixa pelo elástico na face do indivíduo.
A seguir o indivíduo era mais uma vez orientado quanto à realização do teste.
Iniciava-se com uma ventilação tranqüila inspirando pelo nariz e expirando pela
boca. Após o sinal verbal dado pelo pesquisador, o indivíduo iniciava uma expiração pela
boca até o VR, sendo visualizado através de um platô quando após, iniciava uma inspiração
pelo nariz até atingir a CPT, também visualizado por um platô e uma expiração novamente
até o VR seguida por uma ventilação fisiológica através do VT, sempre inspirando pelo
nariz e expirando pela boca. Finalizado o primeiro teste os resultados eram impressos e
partia-se para o segundo teste.
No segundo teste o indivíduo obedecia à mesma metodologia iniciando com uma
ventilação ao nível de VT partindo para uma expiração pela boca até VR e realizando uma
inspiração fracionada em dois tempos pelo nariz até atingir a CPT, quando a partir daí
expirava pela boca até o VR e ventilava através do VT. Finalizado o segundo teste, os
valores eram impressos e partia-se para o terceiro teste.
Os terceiro e quarto testes obedeciam às mesmas seqüências, porém, com as fases
inspiratórias sendo divididas em três e quatro tempos. Todos os valores eram impressos ao
final de cada um.
Terminada a primeira série de testes, o indivíduo descansava por dez minutos,
quando iniciava a segunda e terceira séries idênticas a primeira ambas, com intervalos de
dez minutos entre cada uma. Ao final, todos os resultados foram impressos.
Os resultados foram analisados comparando-se os valores absolutos da Capacidade
Vital obtidos em um único tempo, com os valores obtidos pelo fracionamento em dois, três
e quatro tempos tanto pela boca quanto pelo nariz.
3.3 Análise Estatística
Os dados foram analisados usando o teste estatístico pareado t-Student, sendo considerados
significativos quando p= 0,05.
Resultados
4 – Resultados
A média da idade dos indivíduos foi de 23, 15 ± 3,03 anos.
Quanto à média da altura dos indivíduos esta foi de 173 ± 8,8 cm; e a média do peso
ficou em 67,5 ± 10,2 Kg como mostra a tabela 1.
Sexo Altura (cm) Peso (Kg) Idade P1 M 180 74 25 P2 F 160 55 20 P3 F 167 63 20 P4 F 150 47 22 P5 F 157 51 29 P6 F 170 67 24 P7 F 156 53 21 P8 M 178 80 22 P9 F 167 54 20 P10 F 165 58 22 P11 F 170 55 22 P12 F 174 62 21 p13 F 172 62 21 P14 F 164 52 23 P15 M 165 62 24 P16 F 175 57 21 P17 F 157 83 30 P18 M 178 69 24 P19 M 183 79 29
P20 F 166 61 23
Média 173 67,5 23,15 Desvio 8,86 10,27 3,03
Tabela 1; demonstrando os sexos, os valores da altura (cm), peso (Kg) e idade.
Os testes utilizados avaliaram os valores de Capacidade Vital, Capacidade
Inspiratória e Volume de Reserva Expiratório. Foram obtidas as médias dos resultados dos
três testes em cada tempo como segue nas tabelas 2, 3 e 4. Todos os valores foram obtidos
em litros por minuto (vide anexos).
Capacidade Vital Boca Capacidade Vital Nariz
1 tempo 2 tempos 3 tempos 4tempos 1 tempo 2 tempos 3 tempos 4 tempos P1 5,88 5,94 5,73 5,69 5,55 5,92 5,83 5,95 P2 4,00 4,08 4,16 4,13 3,6 3,6 3,9 3,96 P3 4,39 4,21 4,29 4,16 4,27 4,28 4,22 4,40 P4 3,64 3,60 3,64 3,51 3,24 2,66 3,01 3,06 P5 3,76 3,66 3,68 3,74 3,44 3,03 2,67 2,82 P6 5,34 5,41 5,40 5,54 5,52 5,68 5,87 5,82 P7 3,84 3,81 3,82 3,75 2,93 3,11 3,27 3,37 P8 6,44 6,55 6,79 6,82 6,24 5,99 6,07 6,25 P9 3,53 3,4 3,55 3,48 3,35 3,29 3,37 3,37 P10 4,28 4,25 4,32 4,37 4,46 4,39 4,58 4,65 P11 4,15 4,25 4,37 4,49 3,05 2,73 2,63 3,18 P12 4,52 4,33 4,27 4,39 4,41 4,46 4,48 4,34 P13 4,41 3,96 4,33 4,58 4,24 4,28 4,16 4,25 P14 3,68 3,77 3,67 3,76 3,54 3,62 3,63 3,64 P15 4,65 4,49 4,81 4,73 3,87 3,89 3,93 3,68 P16 4,74 4,52 4,61 4,69 4,68 4,58 4,61 4,68 P17 3,79 3,69 3,7 3,73 3,58 3,39 3,54 3,60 P18 5,29 5,24 5,24 5,31 4,75 5,00 5,18 5,05 P19 6,26 6,53 6,55 7,14 5,89 5,37 5,35 5,55 P20 3,91 3,94 3,89 3,9 3,33 3,47 3,46 3,52
Tabela 2; demonstrando as médias da Capacidade Vital pela boca e pelo nariz
Gráfico 1: O gráfico 1 representa a média das Capacidades Vitais dos 20
voluntários nos 04 tempos diferentes após as manobras de Inspiração fracionada realizadas
pela boca. O 1 º tempo representa a realização da manobra de inspiração fracionada em um
único tempo. Observar que nesta manobra os fluxos são constantes na fase inspiratória e
expiratória (Vide Material e Métodos).
As diferenças são consideradas significativas quando p= 0,05.
Gráfico 02: O gráfico representa a média das Capacidades Vitais dos 20 voluntários
nos 04 tempos diferentes após as manobras de Inspiração Fracionada realizadas pelo nariz.
O 1 º tempo representa a realização da manobra de Inspiração Fracionada em um único
tempo. Observar que nesta manobra os fluxos são constantes na fase inspiratória e
expiratória (Vide Material e Métodos).
As diferenças são consideradas significativas quando p= 0,05.
Capaci dade Inspiratória Boca Capacidade Inspiratória Nariz
1 tempo 2 tempos 3 tempos 4 tempos 1 tempo 2 tempos 3 tempos 4 tempos P1 Média 2,69 2,72 3,01 3,26 3,35 3,28 3,47 3,44 P2 1,88 1,27 1,91 2,31 1,76 1,91 1,91 1,90 P3 2,26 1,76 1,78 1,88 1,68 2,12 2,09 1,97 P4 1,85 1,66 1,97 1,92 1,31 0,78 1,27 0,54 P5 1,73 1,79 2,07 2,05 1,93 1,46 0,95 1,19 P6 2,66 1,89 2,51 2,13 2,40 2,43 2,32 2,42 P7 2,31 2,27 2,27 2,25 2,06 1,75 2,07 2,11 P8 3,44 2,25 2,72 3,49 2,38 1,56 2,59 2,36 P9 1,83 1,78 1,78 1,84 1,76 1,82 2,04 1,80 P10 2,59 2,13 1,99 1,73 1,88 1,92 2,02 2,26 P11 1,79 2,22 2,39 2,43 1,70 1,08 1,67 1,22 P12 1,28 1,91 2,24 2,15 2,34 2,56 2,67 2,84 P13 2,36 2,16 2,42 2,53 1,98 1,82 2,26 2,27 P14 2,14 2,07 2,04 2,14 1,95 2,26 2,31 2,37 P15 2,57 2,58 3,03 2,94 2,34 2,12 2,07 2,30 P16 1,94 1,82 2,17 2,04 1,83 1,32 1,66 1,77 P17 1,68 1,47 1,56 0,96 2,59 1,03 0,82 0,78 P18 3,33 3,12 3,11 3,27 2,82 2,73 2,91 3,08 P19 4,2 4,1 4,4 4,4 3,6 3,7 2,5 2,6 P20 2,14 2,14 2,24 2,02 2,23 2,29 2,36 2,63
Tabela 3; demonstrando as médias dos valores absolutos da Capacidade Inspiratória
respectivamente pela boca e nariz.
Gráfico 03: O gráfico representa a média das Capacidades Inspiratórias dos 20
voluntários nos 04 tempos diferentes após as manobras de Inspiração Fracionada realizadas
pela boca. O 1 º tempo representa a realização da manobra de Inspiração Fracionada em um
único tempo. Observar que nesta manobra os fluxos são constantes na fase inspiratória e
expiratória (Vide Material e Métodos).
As diferenças são consideradas significativas quando p= 0,05.
Gráfico 04: O gráfico representa a média das Capacidades Inspiratórias dos 20
voluntários nos 04 tempos diferentes após as manobras de Inspiração Fracionada realizadas
pelo nariz. O 1 º tempo representa a realização da manobra de Inspiração Fracionada em
um único tempo. Observar que nesta manobra os fluxos são constantes na fase inspiratória
e expiratória (Vide Material e Métodos).
As diferenças são consideradas significativas quando p= 0,05.
VRE Boca VRE Nariz
Tabela 4; demonstrando as médias dos valores absolutos do Volume de Reserva
Expiratório respectivamente pela boca e nariz.
1 tempo 2 tempos 3 tempos 4 tempos 1tempo 2 tempos 3 tempos 4 tempos P1 3,19 3,22 2,71 2,42 2,46 2,65 2,37 2,52
P2 2,11 2,81 2,25 1,82 1,85 1,74 1,94 2,07 P3 2,12 3,03 2,39 2,18 2,62 2,17 2,12 2,47
P4 1,78 1,95 1,67 1,58 1,93 2,20 1,74 2,51 P5 2,03 1,87 1,61 1,70 1,51 1,57 1,72 1,63 P6 2,69 3,52 2,89 3,41 3,13 3,25 3,55 3,40
P7 1,47 1,52 1,46 1,51 1,12 1,13 1,20 1,26 P8 3,02 4,31 4,01 3,34 3,86 4,09 3,49 3,89
P9 1,59 1,56 1,74 1,60 1,59 1,47 1,34 1,33 P10 1,72 2,13 2,34 2,64 2,58 2,48 2,55 2,43
P11 2.33 1,99 1,95 1,99 1,35 1,65 1,54 1,96 P12 3,32 2,51 2,07 2,22 2,06 1,90 1,81 1,50
P13 2,05 1,89 1,88 2,00 2,26 2,12 1,90 1,98 P14 1,51 1,67 1,64 1,61 1,60 1,36 1,32 1,26 P15 2,07 1,87 1,76 1,86 1,52 1,78 1,86 1,38
P16 2,79 2,69 2,45 2,49 2,86 3,26 2,96 2,91 P17 2,09 2,20 2,13 2,76 2,72 2,96 2,72 3,25
P18 2,00 2,11 2,16 2,05 1,93 2,26 2,27 1,97 P19 2,4 2,3 2,2 2,5 2,20 1,59 2,59 2,91 P20 1,7 1,8 1,6 1,9 1,07 1,19 1,00 0,95
Gráfico 5: O gráfico representa a média dos Volumes de Reserva Expiratórios dos
20 voluntários nos 04 tempos diferentes após as manobras de Inspirações Fracionadas
realizadas pela boca. O 1 º tempo representa a realização da manobra de Inspiração
Fracionada em um único tempo. Observar que nesta manobra os fluxos são constantes na
fase inspiratória e expiratória (Vide Material e Métodos).
As diferenças são consideradas significativas quando p= 0,05.
Gráfico 6: O gráfico representa a média dos Volumes de Reserva Expiratórios dos
20 voluntários nos 04 tempos diferentes após as manobras de Inspirações Fracionadas
realizadas pelo nariz. O 1 º tempo representa a realização da manobra de Inspiração
Fracionada em um único tempo. Observar que nesta manobra os fluxos são constantes na
fase inspiratória e expiratória (Vide Material e Métodos).
As diferenças são consideradas significativas quando p= 0,05.
Os dados foram analisados usando o teste estatístico pareado t-Student (P = 0.05).
Os valores encontrados foram analisados comparando as frações tempo 1 com
tempo 2, tempo 1 com tempo 3 e tempo 1 com tempo 4.
Como resultados obtivemos uma não significância para comparações da Capacidade
Vital dos tempos 1 com os tempos 2 (p = 0.11) para a boca, e (p = 0.15) para o nariz. Já
para a comparação dos tempos 1 com os tempos 3, encontramos valores de (p = 0.32) para
a boca e (p = 0.44) para o nariz, demonstrando também a não significância dos valores
encontrados. Para a comparação dos tempos 1 com os tempos 4 encontramos valores de (p
=0.11) para a boca e (p = 0.15) para o nariz.
Nos resultados encontrados para a Capacidade Inspiratória obtiveram significância
somente para a relação do tempo 1 com o tempo 2 quando realizadas pela boca e pelo nariz.
Os valores encontrados foram (p= 0.02) para a boca e (p = 0.03) para o nariz. Já a
comparação do tempo 1 com o tempo 3 e do tempo 1 com o tempo 4, não demonstraram
significância obtendo-se valores de (p = 0.30) para a boca e (p= 0.22) para o nariz para os
tempos 1 com 3 e (p = 0.29) para a boca e (p= 0.22) para o nariz para os tempos 1 com 4.
Em relação ao VRE também não foram encontrados valores significativos para a
variação dos volumes entre todos os tempos. Na relação dos tempos 1 com os tempos 2 os
valores foram; (p = 0.09) para a boca e (p= 0.31) para o nariz. Já para a relação dos tempos
1 com os tempos 3 os valores obtidos foram (p= 0.30) para a boca e (p= 0.42) para o nariz.
Para a relação dos tempos 1 com os tempos 4 os valores alcançados foram (p= 0.42) para a
boca e (p= 0.19) para o nariz.
Discussão
5 - Discussão: Trabalhos realizados por INNERS et al. (1979), MENKES e BRITT (1980),
KAMINSKY; e IRVIN (1994), KOULOURIS et al. (1997), CROWE e BRADLEY (1997),
demonstraram que, com o aumento no volume pulmonar a resistência pulmonar decai,
assim como a resistência para a distribuição de volume pelos canais colaterais de Lambert e
Martin, o que facilitaria ainda mais o enchimento pulmonar. Entretanto, a resistência para a
distribuição da ventilação abaixo da Capacidade Residual Funcional é alta (TOMIOKA et
al. 1988).
No nosso grupo estudado, todos os indivíduos atingiram o Volume Residual na fase
expiratória precedente ao enchimento pulmonar, o que pode sugerir que a resistência
colateral no momento do início do ato inspiratório, encontrava-se relativamente alta
(INNERS et al. 1979). Além disso, os trabalhos de INNERS et al. (1979); KAMINSKY e
IRVIN (1994), abordam o fato de que indivíduos jovens de 20 a 30 anos, possuem altas
resistências para a distribuição de volume pelos canais colaterais. Dessa forma, podemos
sugerir que talvez tenhamos estimulado uma alta resistência dessas vias para os indivíduos
em estudo. Tendo em vista que os indivíduos com doenças pulmonares e diminuições de
volume possuem altas resistências colaterais e número de Reynolds elevados, pudemos
aproximar o grupo estudado de situações similares.
Nós encontramos que os valores de Capacidade Vital não aumentaram com a
realização das manobras de Inspirações Fracionadas e isto sugere que o aumento das
resistências pode ter tido grande influência nos resultados. Dessa forma, podemos supor
que indivíduos com diminuição da Capacidade Residual Funcional podem não ser
beneficiados com tais manobras.
YU et al. (2001), estudaram a ocorrência do Reflexo Excitatório Pulmonar, em que
demonstraram que este reflexo pode levar à fadiga da musculatura inspiratória já que
ampliaria a ação frênica, a proporção de contração do diafragma e a taxa inspiratória no
ciclo ventilatório e ainda, suprimiria a atividade expiratória. Não é difícil correlacionarmos
com nosso estudo, pois ele seria ativado em situações de leve hipoxemia e hipercapnia.
Sugerimos que estas condições tenham sido geradas em nossos voluntários. Isto porque, no
que se refere ao nosso trabalho, vimos que os indivíduos ao realizarem as manobras
relatavam cansaço muscular. Tal fato poderia ser explicado por que talvez ao realizarem as
manobras fracionadas, a contração da musculatura inspiratória era muito mais exigida para
reiniciar a inspiração após cada pausa inspiratória. Por conseguinte, a produção de CO2
poderia ter sido aumentada de forma acumulativa em cada pausa inspiratória, que por sua
vez poderia gerar uma leve hipercapnia e ainda por conseqüência, o desencadeamento do
Reflexo Excitatório Pulmonar. Tal ocorrência poderia levar a uma fadiga precoce da
musculatura o que dificultaria o incremento de volume pulmonar. Sabemos por SLUTSKY
e MASC (1984), que para uma efetiva eliminação de CO2 é necessário um aumento da
freqüência respiratória assim como o aumento da ventilação minuto sendo esta, o produto
da freqüência respiratória pelo volume corrente. Tanto o aumento da freqüência respiratória
como da ventilação minuto não poderiam ser realizadas pelos voluntários no momento do
teste, pois este não permitia. Em contrapartida, a forçada tentativa de aumento do volume
pulmonar partindo-se de altas resistências (a partir do Volume Residual), INNERS et al.
(1979), MENKES e BRITT (1980), KAMINSKY e IRVIN (1994), KOULOURIS et al.
(1997), CROWE e BRADLEY (1997), poderiam desencadear também, o reflexo de Hering
Breuer relatado por SCHELEGLE e GREEN (2001), LAGHI (2003) como também
estimulado pelo aumento de CO2.
Estudos anatômicos e fisiológicos demonstram que este reflexo está associado com
o tônus da musculatura lisa das vias aéreas, continuamente cessando a tensão dos
componentes mioelásticos das vias aéreas, causada pela insuflação pulmonar, e contração
tônica da musculatura (SCHELEGLE; GREEN, 2001).
Um trabalho realizado por TRYFON et al. (2001) sugeriu que o reflexo de Hering
Breuer não é importante em adultos durante a respiração tranqüila, porém, sendo de grande
importância durante atividades em que o volume corrente é incrementado em associação
com altas cargas. Eles ventilaram 22 indivíduos, sendo 11 normais, 8 com Doença
Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e 3 com Fibrose Intersticial, com aumentos
gradativos de pressão na fase inspiratória o que aumentava a sobrecarga ventilatória destes.
Os resultados apontaram o aparecimento do Reflexo de Hering Breuer nos indivíduos
normais e restritivos, não sendo significantes em indivíduos com DPOC. Isto poderia ser
explicado pelas altas sobrecargas a que estes indivíduos já são submetidos diariamente para
ventilar, ou seja, com altos volumes residuais; o que talvez demonstraria uma certa
dessensibilização dos componentes mioelásticos em suportar altos volumes. Como não se
trata da situação dos indivíduos estudados neste trabalho, aumentos de cargas como aqueles
conseguidos por resistências altas, altas pressões impostas pelo acúmulo de volume nos
pulmões em cada tempo do fracionamento, podem significar excitação do Reflexo de
Hering Breuer em nossos indivíduos.
O que queremos dizer é que uma vez acionado o reflexo de Hering Breuer torna-se
praticamente impossível incrementar volumes voluntariamente, e nossos sujeitos estudados,
foram submetidos a situações predisponentes a tal ativação.
Quanto à Capacidade Inspiratória, encontramos uma diminuição dos volumes nos
tempos 2, tanto pelo nariz quanto pela boca. Poderíamos justificar que neste tempo talvez
as resistências ainda encontravam-se altas para a obtenção de volume pulmonar, relatado
por INNERS et al. (1979), MENKES e BRITT (1980), KAMINSKY e IRVIN (1994),
KOULOURIS et al. (1997), CROWE e BRADLEY (1997). Em contrapartida, os outros
tempos demonstraram uma manutenção dos volumes o que poderia sugerir também, uma
contraposição ao Reflexo de Hering Breuer, assim como uma fadiga muscular (YU et al.
2001), que de certa forma eram submetidos, pois alguns voluntários relataram até mesmo
dores, após a realização das manobras, e a literatura relata que a capacidade inspiratória
encontra-se diretamente relacionada às condições musculares (CUELLO; ARCODACI,
1987).
GONÇALVES (2000), relata que a fadiga da musculatura inspiratória pode ser
provocada pelo aumento da demanda metabólica, aumento da resistência pulmonar,
redução na complacência pulmonar, aumento no espaço morto entre outros. Os indivíduos
em nosso trabalho foram submetidos a todos esses fatores.
No trabalho anteriormente citado, feito por TRYFON et al. (2001), os indivíduos
foram submetidos a incrementos de cargas por altas pressões positivas no final da expiração
(Peep). Isto porque, para que os indivíduos possam realizar um novo ato inspiratório, é
necessário que eles vençam a resistência do volume já instalado no interior dos pulmões
para promover negativação da pressão pleural (BONASSA, 2000). Para isso, é necessário
um maior gasto energético, um maior recrutamento de fibras musculares podendo levar à
fadiga.
Em nosso trabalho, os indivíduos a cada pausa inspiratória para se atingir o
fracionamento, eram expostos a tais situações, ou seja, a cada pausa que realizavam em um
mesmo ato inspiratório, quantidades de volume já haviam se instalado no pulmão pela
inspiração anterior à pausa inspiratória, fazendo com que após a mesma, houvesse um
maior recrutamento de fibras para gerar negativação pleural; a fim de que se conseguisse
reassumir o ato inspiratório. Não nos surpreende o fato que em alguns indivíduos os valores
absolutos da Capacidade Inspiratória até diminuíram.
Podemos propor que para o efetivo aumento da Capacidade Vital e da Capacidade
Inspiratória, talvez seja necessário um treinamento da musculatura inspiratória e que talvez
ainda, os relatos clínicos de aumento de volume pulmonar que obtemos na prática sejam
devido ao treinamento que a manobra de Inspiração Fracionada impõe ao indivíduo quando
realizada diariamente.
KOESSLER et al. (2001), realizaram um estudo onde obtiveram aumentos de até
22% da Capacidade Vital em indivíduos com desordem neuromuscular que apresentavam
diminuição das capacidades pulmonares. Eles foram treinados especificamente com a
musculatura inspiratória durante vinte e quatro meses. Já em um estudo proposto por
ROMER; MCCONNELL; JONES (2002) houve a avaliação de dois grupos de atletas
treinados especificamente com a musculatura inspiratória através de uma resistência
imposta equivalente a 50% da pressão inspiratória máxima para um grupo; e o grupo
placebo que realizava 60 respirações por dia durante seis semanas, gerando em torno de
15% da pressão inspiratória máxima. Ao final do trabalho, houve diminuição de Lactato
sanguíneo e da resposta para o exercício submáximo nos indivíduos treinados com cargas
altas. Também encontraram uma melhora no tempo de recuperação dos atletas durante os
testes repetitivos.
Um estudo feito por RAMIREZ et al. (2002) avaliou o treinamento de 14 pacientes
com DPOC. Eles utilizaram treinamento com Treshold® (carga de 40 a 50% da Pressão
Inspiratória Máxima) durante 30 minutos, por cinco semanas. Ao avaliarem os resultados
finais, verificaram que a melhora conseguida foi associada com aumentos na proporção das
fibras tipo I (38%) e das fibras tipo II (21%) dos músculos intercostais externos.
Assim, propor que a manobra talvez mantenha íntima relação com o treinamento
muscular específico inspiratório não nos parece uma conclusão distante, visto que estudos
demonstram ser preciso haver uma preparação da musculatura para se atingir tais
resultados.
Quanto ao Volume de Reserva Expiratório, este manteve íntima fidedignidade com
a Capacidade Vital já que esta se manteve constante tendo pouca variabilidade em todos os
testes, e que, o Volume de Reserva Expiratório comporta-se como integrante de uma
somatória, juntamente com o Volume Residual, para resultar na Capacidade Res idual
Funcional. Caso este volume tivesse sido incrementado poderíamos esperar uma redução
significativa da Capacidade Vital o que geralmente encontramos em indivíduos com
obstrução presente (CUELLO; ARCODACI, 1987; KOULOURIS et al. 1997). Isto porque,
nestes indivíduos, durante o ato expiratório, quantidades aumentadas de volume residual
permanecem nos pulmões. Assim, durante o ato inspiratório a quantidade de volume
mobilizada para dentro dos pulmões torna-se menor.
Não temos dúvidas quanto aos resultados obtidos, pois o posicionamento se
manteve constante durante as manobras sendo este, um fator importante para sua
modificação; já que nossos voluntários não apresentavam pneumopatias.
Em relação a não encontrarmos diferenças entre as manobras realizadas pelo nariz e
boca esta se mantém justificada pelo aumento de tempo inspiratório durante as manobras
realizadas pelo nariz, o que gerou um equilíbrio nos valores finais, tendo em vista que a
resistência imposta por esta via é muito maior (JARDIM; CENDON, 1998; ZIN; ROCCO,
1995; BYDLOWSKI; DOUGLAS, 2002).
E, finalmente em relação aos resultados obtidos pelos colegas AZEREDO et al. no
ano de 1992, nas manobras de Inspirações Fracionadas, estes encontraram aumentos nos
fluxos (AZEREDO, 2000), o que pode significar incrementos de volume, já que fluxo
define-se por volume/ tempo, e este mesmo tempo poderia ter sido diminuído durante as
manobras, mas nós avaliamos somente o resultado do volume final após fluxos controlados
e fracionados pelos indivíduos em um único momento. Assim, são necessárias mais
investigações fisiológicas da manobra, pois no trabalho referido, não ficaram claras as
condições em que estes indivíduos foram avaliados, assim como a que resistências eles
foram submetidos para o início da avaliação. Tendo em vista que altas resistências são
inerentes a volumes pulmonares diminuídos, dizer que a manobra não é efetiva em altas
resistências para enchimento de volume pulmonar, parece um paradoxo, sugerindo que na
verdade a manobra não é efetiva em situações patológicas.
Conclusão
6 - Conclusão: Através deste trabalho percebemos que a Capacidade Vital não se alterou, quando
realizadas as manobras de Inspirações Fracionadas pelo nariz e pela boca.
A Capacidade Inspiratória diminuiu nos tempos 2 tanto pelo nariz quanto pela boca.
O VRE manteve-se fidedigno à Capacidade Vital, também não se modificando.
Na comparação entre as duas vias, a via nasal continua sendo preferencialmente a
indicada, já que esta proporciona ao indivíduo maior possibilidade de aquecimento e
filtração do ar, e não houve demonstração que a via oral pudesse proporcionar maior
incremento de volume.
Quanto à indicação da técnica, o trabalho sugeriu que os benefícios encontrados
assim como os relatos clínicos de eficácia da técnica, se devem provavelmente ao
treinamento muscular imposto pela técnica, devendo, portanto ser investigada esta
possibilidade.
Referências Bibliográficas
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Boca 1 tempo 2 tempos 3 tempos 4 tempos Máscara 1 tempo 2 tempos 3 tempos 4 tempos P1 Média 2,69 2,72 3,01 3,26 Média 3,35 3,28 3,47 3,44 desvio 0,79 0,30 0,38 0,18 desvio 0,22 0,13 0,54 0,16
P2 Média 1,88 1,27 1,91 2,31 Média 1,76 1,91 1,91 1,90 desvio 0,49 1,00 0,30 0,34 desvio 0,20 0,25 0,53 0,36
P3 Média 2,26 1,76 1,78 1,88 Média 1,68 2,12 2,09 1,97 desvio 0,34 0,62 0,11 0,23 desvio 0,98 0,06 0,66 0,35
P4 Média 1,85 1,66 1,97 1,92 Média 1,31 0,78 1,27 0,54 desvio 0,17 0,43 0,07 0,08 desvio 0,41 0,31 0,73 0,13
P5 Média 1,73 1,79 2,07 2,05 Média 1,93 1,46 0,95 1,19 desvio 0,49 0,21 0,07 0,11 desvio 0,09 0,43 0,38 0,33
P6 Média 2,66 1,89 2,51 2,13 Média 2,40 2,43 2,32 2,42 desvio 0,34 0,30 0,71 0,30 desvio 0,92 0,67 0,12 0,15
P7 Média 2,31 2,27 2,27 2,25 Média 2,06 1,75 2,07 2,11 desvio 0,23 0,17 0,18 0,03 desvio 0,20 0,44 0,11 0,12
P8 Média 3,44 2,25 2,72 3,49 Média 2,38 1,56 2,59 2,36 desvio 0,54 0,59 1,09 1,03 desvio 0,32 0,40 0,81 0,48
P9 Média 1,83 1,78 1,78 1,84 Média 1,76 1,82 2,04 1,80 desvio 0,04 0,06 0,09 0,11 desvio 0,25 0,16 0,08 0,36
P10 Média 2,59 2,13 1,99 1,73 Média 1,88 1,92 2,02 2,26 desvio 0,33 0,77 1,34 0,81 desvio 0,89 0,90 0,46 0,07
P11 Média 1,79 2,22 2,39 2,43 Média 1,70 1,08 1,67 1,22 desvio 0,67 0,13 0,06 0,17 desvio 0,51 0,20 0,10 0,59
P12 Média 1,28 1,91 2,24 2,15 Média 2,34 2,56 2,67 2,84 desvio 1,09 0,79 0,28 0,86 desvio 0,14 0,23 0,35 0,29
P13 Média 2,36 2,16 2,42 2,53 Média 1,98 1,82 2,26 2,27 desvio 0,15 0,31 0,09 0,11 desvio 0,27 0,59 0,12 0,25
P14 Média 2,14 2,07 2,04 2,14 Média 1,95 2,26 2,31 2,37 desvio 0,29 0,17 0,06 0,11 desvio 0,33 0,11 0,10 0,10
P15 Média 2,57 2,58 3,03 2,94 Média 2,34 2,12 2,07 2,30 desvio 0,25 0,38 0,48 0,32 desvio 0,34 0,39 0,47 0,26
P16 Média 1,94 1,82 2,17 2,04 Média 1,83 1,32 1,66 1,77 desvio 0,05 0,43 0,49 0,13 desvio 0,37 0,55 0,36 0,04
P17 Média 1,68 1,47 1,56 0,96 Média 2,59 1,03 0,82 0,78 desvio 0,66 0,96 0,91 0,52 desvio 0.42 0,23 0,67 0,57
P18 Média 3,33 3,12 3,11 3,27 Média 2,82 2,73 2,91 3,08 desvio 0,42 0,10 0,14 0,17 desvio 0,15 0,23 0,46 0,12
P19 Média 4,20 4,07 4,43 4,36 Média 3,60 3,71 2,53 2,57 desvio 0,62 0,37 0,35 0,32 desvio 1,01 0,45 0,71 1,11
P20 Média 2,14 2,14 2,24 2,02 Média 2,23 2,29 2,36 2,63 desvio 0,25 0,10 0,18 0,17 desvio 0,48 0,12 0,62 0,58
Boca 1 tempo 2 tempos 3 tempos 4 tempos Máscara 1 tempo 2 tempos 3 tempos 4 tempos P1 Média 2,69 2,72 3,01 3,26 Média 3,35 3,28 3,47 3,44 desvio 0,79 0,30 0,38 0,18 desvio 0,22 0,13 0,54 0,16
P2 Média 1,88 1,27 1,91 2,31 Média 1,76 1,91 1,91 1,90 desvio 0,49 1,00 0,30 0,34 desvio 0,20 0,25 0,53 0,36
P3 Média 2,26 1,76 1,78 1,88 Média 1,68 2,12 2,09 1,97 desvio 0,34 0,62 0,11 0,23 desvio 0,98 0,06 0,66 0,35
P4 Média 1,85 1,66 1,97 1,92 Média 1,31 0,78 1,27 0,54 desvio 0,17 0,43 0,07 0,08 desvio 0,41 0,31 0,73 0,13
P5 Média 1,73 1,79 2,07 2,05 Média 1,93 1,46 0,95 1,19 desvio 0,49 0,21 0,07 0,11 desvio 0,09 0,43 0,38 0,33
P6 Média 2,66 1,89 2,51 2,13 Média 2,40 2,43 2,32 2,42 desvio 0,34 0,30 0,71 0,30 desvio 0,92 0,67 0,12 0,15
P7 Média 2,31 2,27 2,27 2,25 Média 2,06 1,75 2,07 2,11 desvio 0,23 0,17 0,18 0,03 desvio 0,20 0,44 0,11 0,12
P8 Média 3,44 2,25 2,72 3,49 Média 2,38 1,56 2,59 2,36 desvio 0,54 0,59 1,09 1,03 desvio 0,32 0,40 0,81 0,48
P9 Média 1,83 1,78 1,78 1,84 Média 1,76 1,82 2,04 1,80 desvio 0,04 0,06 0,09 0,11 desvio 0,25 0,16 0,08 0,36
P10 Média 2,59 2,13 1,99 1,73 Média 1,88 1,92 2,02 2,26 desvio 0,33 0,77 1,34 0,81 desvio 0,89 0,90 0,46 0,07
P11 Média 1,79 2,22 2,39 2,43 Média 1,70 1,08 1,67 1,22 desvio 0,67 0,13 0,06 0,17 desvio 0,51 0,20 0,10 0,59
P12 Média 1,28 1,91 2,24 2,15 Média 2,34 2,56 2,67 2,84 desvio 1,09 0,79 0,28 0,86 desvio 0,14 0,23 0,35 0,29
P13 Média 2,36 2,16 2,42 2,53 Média 1,98 1,82 2,26 2,27 desvio 0,15 0,31 0,09 0,11 desvio 0,27 0,59 0,12 0,25
P14 Média 2,14 2,07 2,04 2,14 Média 1,95 2,26 2,31 2,37 desvio 0,29 0,17 0,06 0,11 desvio 0,33 0,11 0,10 0,10
P15 Média 2,57 2,58 3,03 2,94 Média 2,34 2,12 2,07 2,30 desvio 0,25 0,38 0,48 0,32 desvio 0,34 0,39 0,47 0,26
P16 Média 1,94 1,82 2,17 2,04 Média 1,83 1,32 1,66 1,77 desvio 0,05 0,43 0,49 0,13 desvio 0,37 0,55 0,36 0,04
P17 Média 1,68 1,47 1,56 0,96 Média 2,59 1,03 0,82 0,78 desvio 0,66 0,96 0,91 0,52 desvio 0.42 0,23 0,67 0,57
P18 Média 3,33 3,12 3,11 3,27 Média 2,82 2,73 2,91 3,08 desvio 0,42 0,10 0,14 0,17 desvio 0,15 0,23 0,46 0,12
P19 Média 4,20 4,07 4,43 4,36 Média 3,60 3,71 2,53 2,57 desvio 0,62 0,37 0,35 0,32 desvio 1,01 0,45 0,71 1,11
P20 Média 2,14 2,14 2,24 2,02 Média 2,23 2,29 2,36 2,63 desvio 0,25 0,10 0,18 0,17 desvio 0,48 0,12 0,62 0,58
Médias das Capacidades Inspiratórias pela boca e nariz com seus respectivos desvios padrões.
Médias das Capacidades Vitais dos 4 tempos dos indivíduos com seus respectivos desvios padrões.
Bocal Máscara
P1 Média 5,88 5,94 5,73 5,69 Média 5,55 5,92 5,83 5,95
desvio 0,07 0,02 0,07 0,12 desvio 0,48 0,10 0,04 0,10
P2 Média 4,00 4,08 4,16 4,13 Média 3,6 3,6 3,9 3,96
desvio 0,02 0,09 0,03 0,05 desvio 0,02 0,2 0,1 0,22
P3 Média 4,39 4,21 4,29 4,16 Média 4,27 4,28 4,22 4,40
desvio 0,20 0,17 0,23 0,26 desvio 0,21 0,28 0,26 0,12
P4 Média 3,64 3,60 3,64 3,51 Média 3,24 2,66 3,01 3,06
desvio 0,07 0,08 0,03 0,06 desvio 0,21 0,52 0,11 0,37
P5 Média 3,76 3,66 3,68 3,74 Média 3,44 3,03 2,67 2,82
desvio 0,08 0,13 0,13 0,04 desvio 0,04 0,40 0,24 0,42
P6 Média 5,34 5,41 5,40 5,54 Média 5,52 5,68 5,87 5,82
desvio 0,13 0,18 0,12 0,13 desvio 0,28 0,03 0,12 0,11
P7 Média 3,84 3,81 3,82 3,75 Média 2,93 3,11 3,27 3,37
desvio 0,02 0,04 0,07 0,06 desvio 0,48 0,04 0,04 0,03
P8 Média 6,44 6,55 6,79 6,82 Média 6,24 5,99 6,07 6,25
desvio 0,08 0,15 0 0,05 desvio 0,51 0,25 0,15 0,31
P9 Média 3,53 3,4 3,55 3,48 Média 3,35 3,29 3,37 3,37
desvio 0,25 0,40 0,12 0,14 desvio 0,10 0,14 0,14 0,14
P10 Média 4,28 4,25 4,32 4,37 Média 4,46 4,39 4,58 4,65
desvio 0,02 0,09 0,01 0,04 desvio 0,1 0,29 0,09 0,06
P11 Média 4,15 4,25 4,37 4,49 Média 3,05 2,73 2,63 3,18
desvio 0,06 0,04 0,08 0,18 desvio 0,63 0,25 0,80 0,60
P12 Média 4,52 4,33 4,27 4,39 Média 4,41 4,46 4,48 4,34
desvio 0,19 0,37 0,07 0,05 desvio 0,07 0,18 0,10 0,09
P13 Média 4,41 3,96 4,33 4,58 Média 4,24 4,28 4,16 4,25
des vio 0,02 0,11 0,25 0,17 desvio 0,12 0,16 0,04 0,08
P14 Média 3,68 3,77 3,67 3,76 Média 3,54 3,62 3,63 3,64
desvio 0,08 0,09 0,01 0,06 desvio 0,05 0,08 0,06 0,02
P15 Média 4,65 4,49 4,81 4,73 Média 3,87 3,89 3,93 3,68
desvio 0,26 0,20 0,28 0,00 desvio 0,48 0,52 0,74 0,34
P16 Média 4,74 4,52 4,61 4,69 Média 4,68 4,58 4,61 4,68
desvio 0,00 0,24 0,16 0,36 desvio 0,10 0,10 0,05 0,13
P17 Média 3,79 3,69 3,7 3,73 Média 3,58 3,39 3,54 3,60
desvio 0,80 0,05 0,11 0,14 desvio 0,09 0,23 0,08 0,02
P18 Média 5,29 5,24 5,24 5,31 Média 4,75 5,00 5,18 5,05
desvio 0,21 0,13 0,12 0,05 desvio 0,16 0,27 0,10 0,13
P19 Média 6,26 6,53 6,55 7,14 Média 5,89 5,37 5,35 5,55
desvio 0,80 0,11 0,44 0,64 desvio 0,03 0,14 0,18 0,24
P20 Média 3,91 3,94 3,89 3,9 Média 3,33 3,47 3,46 3,52
desvio 0,1 0,1 0,1 0,2 desvio 0,1 0,0 0,0 0,1