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REVISTA CIENTFICA ELETRNICA DE MEDICINA VETERINRIA ISSN: 1679-7353
Revista Cientfica Eletrnica de Medicina Veterinria uma publicao semestral da Faculdade de Medicina Veterinria e Zootecnia de Gara FAMED/FAEF e Editora FAEF, mantidas pela Associao Cultural e Educacional de Gara ACEG.
Rua das Flores, 740 Vila Labienpolis CEP: 17400-000 Gara/SP Tel.: (0**14) 3407-8000 www.revista.inf.br www.editorafaef.com.br www.faef.br.
Ano VII Nmero 12 Janeiro de 2009 Peridicos Semestral
ANEXOS FETAIS
AVANTE, Michelle Lopes
ZANGIROLAMI FILHO, Darcio Acadmicos da Faculdade de Medicina Veterinria e Zootecnia de Gara FAMED
miavante_jau@hotmail.com
PEREIRA, Daniela Mello
DIAS, Luis Gustavo G. G. Docentes da Faculdade de Medicina Veterinria e Zootecnia de Gara FAMED
danielamello@yahoo.com
RESUMO O embrio origina estruturas durante seu desenvolvimento para auxili-lo durante a vida intra-
uterina e que no faro parte do animal adulto. Essas estruturas so chamadas de anexos fetais, os principais anexos so: mnio, crio, alantide e saco vitelnico. Esses so os componentes da placenta, que um rgo que estabelece ligao especializada entre a fmea e o concepto. Palavras-chave: embrio, desenvolvimento, estruturas, placenta Tema Central: Medicina Veterinria
ABSTRACT
The embryo originates structures during its development to assist it during the intrauterine life e that will not be part of the adult animal. These structures are called fetuses adnexa, the main annexes are: amnion, chorion, alantoid and vitelnico pouch. These are the components of the placenta, that it is an organ that it establishes specialized linking between the female and infant. Key-words: embryo, development, structures, placenta
1. INTRODUO
A placenta a oposio ou fuso das membranas fetais com a membrana
mucosa uterina, sendo originada da poro trofoblstica do embrio e sua ao
sobre o tero resulta na placenta materna (HAFEZ & HAFEZ, 2004; GONALVES &
VULCANO, 2006).
A morfognese da placenta envolve os seguintes componentes: mnio a
bolsa que contm o lquido amnitico, favorecendo ambiente mido ao
desenvolvimento do embrio, amortecendo os choques trmicos e mecnicos. Crio
uma membrana de natureza celular, envolvendo o embrio e o saco vitelino.
Alantide a bolsa membranosa que realiza o armazenamento das excretas do
embrio at o momento do nascimento do organismo. Em rpteis e aves, a
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Revista Cientfica Eletrnica de Medicina Veterinria uma publicao semestral da Faculdade de Medicina Veterinria e Zootecnia de Gara FAMED/FAEF e Editora FAEF, mantidas pela Associao Cultural e Educacional de Gara ACEG.
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Ano VII Nmero 12 Janeiro de 2009 Peridicos Semestral
membrana do alantide une-se a do crio, constituindo o alantocrio, exercendo
funo respiratria. Saco vitelnico a bolsa que contm substncias de reserva
energtica (vitelo), responsvel pela nutrio do embrio. Nos mamferos
placentrios, o saco vitelnico possui pequenas dimenses, sendo a nutrio
desempenhada pela placenta (TONIOLLO & VICENTE, 2003; ALLEN, 2004; GUIDO,
2008).
A placenta um rgo intermedirio entre a me e o feto servindo para
suprimento de oxignio e nutrientes, remoo de detritos metablicos, produo e
secreo de hormnios e fatores de crescimento fetal e regulao do ambiente
uterino do feto. As funes da placenta: rgo respiratrio do feto os pulmes do
feto so inativos e o sangue oxigenado chega ao endomtrio atingindo a veia
umbilical. As trocas gasosas do-se ao nvel da circulao capilar das criptas e
vilosidades doa placentomas. Existe uma transferncia de O2 CO2 materno-fetal
por difuso. O suprimento de sangue oxigenado derivado da artria uterina e das
anastomoses das artrias ovariana e vaginal, passa pelo ducto venoso, chega aos
trios esquerdo e direito do feto, aorta e sai pela artria umbilical. O duto venoso, o
forame oval e o duto arterioso desviam sangue oxigenado do fgado, ventrculo
direito e pulmes afuncionais, respectivamente (TONIOLLO & VICENTE, 2003;
HAFEZ & HAFEZ, 2004).
A placentao consiste na justaposio das vilosidades do crio fetal,
denominada de poro fetal da placenta, com as criptas da mucosa uterina. O tipo
de relao entre essa duas partes permite diferenciar os animais em dois grandes
grupos. No primeiro, existe somente uma firme aderncia do epitlio corial ao
epitlio uterino sem, no entanto, haver leso da parede uterina. Nesse tipo de
placentao, os anexos fetais no so eliminados durante o parto juntamente com o
feto; devido aderncia, essas placentas so denominadas adeciduadas e so
encontradas em guas, jumentas, porcas e ruminantes. No segundo grupo de
animais, a unio das pores fetais e maternas da placenta exige a dissoluo
prvia da mucosa uterina, sendo os anexos fetais eliminados durante o parto
juntamente com o feto e, por isso, a placenta desses animais denomina-se
deciduada e ocorre em carnvoros, primatas e roedores (GONALVES & VULCANO,
2006).
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Ano VII Nmero 12 Janeiro de 2009 Peridicos Semestral
Este trabalho teve como objetivo pesquisar e reunir a literatura a fim de
estudar o tema proposto.
2. CONTEDO
Na placenta so formados vilos e microvilos que caracterizam reas de maior
contato materno-fetal, fornecendo uma extensa superfcie para intercmbio. A parte
do crio coberta por vilos denominada crio frondoso, e a parte lisa o crio liso.
O formato da placenta governado pela distribuio e padro dos vilos corinicos.
Nesta base, quatro tipos de configuraes placentrias so reconhecidos
(GONALVES & VULCANO, 2006).
Placenta difusa: a maior parte do saco corinico est uniformemente unida ao
endomtrio por pregas ou vilos (porca e gua). Os vilos se interdigitam com
depresses correspondentes no epitlio uterino e as trocas fisiolgicas acontecem
atravs de toda essa superfcie. Placenta cotiledonria: tufos isolados de vilos
corinicos ramificados, os cotildones, unem-se a proeminncias endometriais ovais
aglandulares pr-formadas, as carnculas. As estruturas materna e fetal combinam-
se formar os placentomas (ruminantes). Os placentomas so os nicos pontos de
troca materno-fetal nesse tipo de placenta. Placenta zonria: os vilos corinicos
ocupam uma faixa, semelhante a uma cinta, ao redor do equador do saco corinico
onde se unem ao endomtrio (carnvoros). O crio penetra no epitlio uterino e
mantm uma relao muito prxima com os capilares maternos. Placenta discoidal:
uma rea do crio com formato de um disco se une ao estroma endometrial
(primatas). Neste caso, ocorre uma eroso total do tecido materno e a parte fetal da
placenta fica em contato direto com o sangue materno (TONIOLLO & VICENTE,
2003; GONALVES & VULCANO, 2006).
Com o desenvolvimento do embrio, o trofoblasto funde-se com a membrana
interna de clulas da mesoderme, formando o crio. O crio envolve externamente
todo o embrio e as outras trs membranas fetais: o mnio, o saco vitelnico e o
alantide. O saco vitelnico nos mamferos se desenvolve precocemte a partir da
blastocele e torna-se vestigial aps algumas semanas. O mnio se desenvolve a
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partir de dobras do trofoblasto em conjunto com a mesoderme avascular,
circundando completamente o embrio. constitudo por dois folhetos e entre
ambos se encontra o espao amnitico contendo o lquido amnitico. O lquido
amnitico considerado como um produto de secrees das paredes ou folhetos
amniticos, bem como pela saliva, secreo nasal do feto e, temporariamente, pela
sua urina. Considerando que esse lquido envolve diretamente o feto, nele podem
ser encontrados plos, clulas epiteliais, restos de escamaes cutneas e, em
casos de sofrimento fetal, mecnio. O feto flutua no lquido amnitico, o qual o
protege da desidratao e de choques mecnicos (GONALVES & VULCANO,
2006).
Conforme o embrio comea a se transformar em feto, mas antes que a
parede abdominal se feche, uma projeo do intestino fetal se estende a partir do
feto em direo ao tecido mesodrmico solto. Esta estrutura o saco alantoideano,
que se compe tambm de um folheto interno que se apresenta bem junto ao
interno do mnio, formando o alantomnio e um folheto externo que se adere ao
crio, formando o alantocrio. Entre o alantocrio e o alantomnio encontra-se o
espao alantoidiano, que envolve o embrio parcialmente (ruminantes e sunos) ou
totalmente (eqinos). O lquido alantoidiano de origem renal, geralmente composto
pela urina fetal (GONALVES & VULCANO, 2006).
O alantocrio assumir formatos diferentes, dependendo da espcie animal,
conforme ele adira ou, em alguns casos, invada o endomtrio do tero gravdico. O
alantomnio e o alantocrio juntam-se aos vasos umbilicais alongados, formando o
cordo umbilical que estabelece a ligao entre os envoltrios fetais e o produto
conceptual (Figura 1) (TONIOLLO & VICENTE, 2003; HAFEZ & HAFEZ, 2004).
Os lquidos fetais so: Alantide - uma das membranas que reveste o embrio
e mnion membrana que se desenvolve em torno do embrio (TONIOLLO &
VICENTE, 2003; HAFEZ & HAFEZ, 2004).
O mnio se origina de atividade secretria prpria, secrees oronasais e
urina fetal alm de difusa de gua. O alantide por sua vez tem origem como
depsito de urina fetal alm de secrees prprias (SIMES, 1984).
O lquido amnitico na sua composio formado de plos, clulas do
concepto (importante para fins de amniocentese) segundo BONGSO & BASRUR
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(1997), pequenas quantidades de K, Mg, glucose, creatinina, cido rico e uria. Por
outro lado contm grandes quantidades de Na, Cl, P, frutose, clulas de placas
amnitica e hormnios. O lquido amnitico contm tambm mecnio e nos bovinos
boomanes.
A composio do lquido alantoideano de urina, pequenas quantidades de
Na, Cl, P e glicose, altas quantidades de K, Mg, Ca, frutose, creatinina, acido rico e
uria. Ainda podemos encontrar nos eqinos os hipomanes (TONIOLLO &
VICENTE, 2003).
As principais funes dos lquidos fetais so: proteo do feto contra
traumatismos, desidratao e variaes de temperatura, permitir o crescimento e
movimentos fetais, sem prejuzo para o tero e feto(s) evitando aderncias da
membrana amnitica ao concepto. Ainda pode auxiliar a dilatao cervical, vaginal e
vulvar por ocasio do parto, quando aumenta a lubrificao da via fetal, facilitando a
passagem do feto. Em decorrncia da ao mecnica promove a limpeza da via
fetal. Alm dessas funes, os lquidos fetais promovem justaposio do
alantocrion com o endomtrio no perodo de aderncia, armazena excretas do feto,
auxilia a manuteno da presso osmtica do plasma fetal e permite ao feto adotar
situao eutcica para o parto no final da gestao (TONIOLLO & VICENTE, 2003;
GUIDO, 2008).
O saco vitelnico ligado ao embrio pelo duto vitelo-intestinal. O embrio
engole gua do saco aminitico e urina dentro do saco alantide com isso esse saco
vai crescendo e envolvendo o feto. Quando ele atinge um tamanho grande, se une
ao crio para formao da placenta crio-alantide. A cavidade uterina limita o
crescimento das membranas. Nos bovinos a extenso placentria permite o
nascimento de gmeos, nos eqinos no, os fetos morrem por falta de extenso
placentria. O crio e o alantide so vascularizados, o mnio no tem
vascularizao (GUIDO, 2008).
Os anexos podem sofrer algumas alteraes como: Molas, quando h morte
do embrio, mas os anexos no so reabsorvidos, podendo formar uma massa que
eliminada. Hidropsia dos anexos ou envoltrios fetais (hidroalantide e
hidromnio). Hidropsia de placenta que uma alterao que ocorre ao nvel
intercotiledonar. Placentite devido infeces de origem hemtica, linftica ou
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vaginal e a causas traumticas. A placenta pode se destacar causando abortamento,
pode haver reteno placentria (FUBINI & DUCHARME, 2004; GUIDO, 2008).
FIGURA 1. Envoltrios fetais do bovino
Fonte: GONALVES & VULCANO, 2006
3. CONCLUSO Os anexos fetais so muito importantes para o feto durante a vida intra-
uterina, pois so eles que nutrem, protegem o feto contra traumatismos e
armazenam suas excretas permitindo o crescimento, desenvolvimento e a
movimentao fetal na gestao.
4. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALLEN, W. E. Fertilidade e obstetrcia eqina. Livraria Varela, So Paulo, p. 48, 1994.
BONGSO, T. A. & BASRUR, P. K. Bovine fetal fluid cells in vitro: fate and fetal sex prediction accuary. In vitro, v. 13, n. 11, p. 769-776, 1997.
FUBINI, S. L. & DUCHARME, N. G. Farm animal surgery. Editora: Saunders, St. Louis, 1 ed., p. 387, 2004.
GONALVES, R. C. & VULCANO, L. C. Obstetrcia Veterinria. Editora: Guanabara koogan, Rio de Janeiro, p. 28-39, 2006.
GUIDO, M. C. Anexos Fetais. Site: http://www.mcguido.vet.br/pat__gestacao_1.htm. Acessado em 01/ 09/2008
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HAFEZ, E. S. E. & HAFEZ, B. Reproduo Animal. Editora: Manole, So Paulo, 7 ed, p. 133-139, 2004.
SIMES, J. C. Fisiologia da Reproduo do Ungulados Domsticos. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian, p. 623, 1984.
TONIOLLO, G. H. & VICENTE, W. R. R. Manual de Obstetrcia Veterinria. Editora: Varela, So Paulo, 2 reimpresso, p. 30-35, 2003.