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ANEXOS
ANEXO 1 – Pedido de Colaboração para Recrutamento da Participante
ANEXO 2 – Caderno de Relato de Sonhos
ANEXO 3 – Consentimento Informado
Anexo 3.1 – Instruções dadas à Emília
Anexo 3.2 - Guião de Elicitação de Sonhos
Anexo 3.3 – Guião de Auxílio ao Registo de sonhos
Anexo 3.4 - Guião de Elicitação de Sonhos Lúcidos
ANEXO 4 – Instruções de Análise dos Sonhos
ANEXO 5 –Instrumento de Medida de Integração (Integration Measure)
ANEXO 6 – Tabela de Análise dos sonhos
ANEXO 7 – Figuras de Apoio à Revisão Literatura
ANEXO 8 – Tabela E - Emoções nos Sonhos
ANEXO 9 – Figuras com Ligações entre Categorias da Análise das Imagens
Contextuais
Anexo 9.1 – Figura com todas as Ligações entre Categorias e Subcategorias
Anexo 9.2 – Figuras Simplificas de Ligações entre Categorias e Subcategorias
ANEXO 1
Pedido de Colaboração para Recrutamento da
Participante
RECRUTAMENTO DE PARTICIPANTE PARA ESTUDO
SOBRE SONHOS
No seguimento da dissertação de mestrado realizada no último ano do curso de Mestrado
Integrado em Psicologia, do Núcleo de Psicologia Clinica Cognitiva Comportamental,
com o título “Estudo de caso sobre sonhos na perturbação dissociativa de identidade e
condições facilitadoras do processo de integração”, venho pedir a vossa colaboração
voluntária para ceder ao recrutamento de um paciente com Perturbação de Identidade
Dissociativa.
O estudo tem como objetivo estudar os sonhos destes pacientes e entender se existem
componentes de integração das identidades, além de recolher dados sobre outros
fenómenos interessantes como os sonhos lúcidos. Todos os dados recolhidos serão
confidenciais e utilizados apenas no estudo, não se recolhendo mais do que os dados
necessários como género e idade, e não se explorará outro aspeto para além dos sonhos e
as suas significações.
Toda a recolha de dados será executada através do Basecamp.
Mantenho-me disponível para responder a qualquer questão adicional e deixo o meu e-
mail abaixo. Apelo à vossa compreensão e entendimento da dificuldade em encontrar um
sujeito para este estudo e que me disponho a responder a qualquer dúvida ou insegurança
que tenham relativamente à recolha de dados. Os dados que poderão surgir têm inúmeras
potencialidades para psicoterapia, e disponho-me a partilhar informação sobre isso caso
tenha suscitado curiosidade (mesmo que não possam participar).
A recolha será feita online na plataforma Basecamp e terá a orientação do Professor
Doutor Nuno Conceição.
Aguardo por uma resposta, melhores cumprimentos,
Miguel Rodrigues
Maderodrigues.19@gmail.com
Orientador: Prof. Drº Nuno Conceição
nconceicao@psicologia.ulisboa.pt
ANEXO 2
Caderno de Relato de Sonhos
S1 - 22 de Janeiro de 2014
P: Sim, já não me lembrava de… já não me lembro do que vinha antes e tal mas pronto
aqui
T: Quico desapareceu estavas a aonde
P: Estávamos os dois já não me lembro do que a gente vem, e fomos os dois para uma
praia estranhíssima, quase daqueles filmes que se vê de sereias ou raio
T: uhm, uhm
P: E a praia era assim pequenina muito pequenininha depois era s o mar é que grande e
era assim, era assim e estávamos os dois aqui, só havia espaço para nós os dois, e o
resto, tipo… era de noite e estava a dizer que era de dia mas era de noite, mas a gente
tinha vindo…coiso… ele estava todo vestido todo assim com um ar um bocado
vagabundo ali… e deixei-o aqui e fui mergulhar e andei, andei, andei, cheguei aqui a
ver aquela praia de costas e senti aquela coisa não fui… dei aqui a volta… não sei muito
bem o que aconteceu aqui se mergulhei, se andei um bocadinho...voltei quando voltei o
Luís Pedro que era um amigo de infância…. Lá de queijas estava de repente assim com
água pela cintura havia no meio da rocha uma estante de banda desenhada, ele lia muita
banda desenhada, ele estava a comprar uma para mim e eu pensei mas para quê?
“Gostas destas” todo atrapalhado assim com um ar quero tanto, tanto de agradar assim
com um ar
T: de enjoo?
P: sim assim com um ar assim “ ai mas o que é que eu posso fazer” assim com um ar
todo, todo atrapalhado, “ e eu tipo: porque estás assim sou só eu” e ele “ ah, não sei que
vou comprar para mim “ e eu nem sei se aceitei ou não porque achei aquilo tão cómico,
porque havias tu de estar, porque ele estava mesmo, coiso, depois deixei-o lá e voltei
para a toalha, e eu la encontro todas as coisas do francisco,
T: e ele já não estava lá…?
P: carteira dinheiro, ali um molho dinheiro as chaves tudo e não sei o quê tudo, e ele
não estava lá depois aparece a mana, coiso… que é que a gente pensa, ninguém fala mas
toda a gente pensa que ele se tentou suicidar, porque deixou tudo ali, chaves… e não sei
o quê… e a ali á procura e eu também á procura dele, e eu sempre “ não, não, não, não
isto não aconteceu” mas o espaço era aqui percebes, não aqui nem para aqui e para ali,
eu tinha vindo de um sitio qualquer que já não ia, eu tipo chegava aqui e não entrava em
lado nenhum, daqui para aqui era de noite e escuro, depois ele volta com ar todo
vagabundo todo bêbado
T: ainda vestido como estava?
P: sim
T: o vagabundo vem do quê?
P: isso era bêbado parecia aquilo vestido com as pessoas que não tem casa (risos), todo
sujo e com aquelas assim
T: mas ele ao início estava todo bem vestidinho
P: não já estava assim, agora estava todo bêbado, para além disso, e depois.)Algo que
não percebo).A mana fartou-se gritar com ele e desapareceu,
T: ela gritou e desapareceu?
P: sim foi-se embora chateada. E faz-me assim para abraçar e eu fui um pouco parva a
dizer que aquilo picava, e estava um pouco chateada estava assim a e pôr os meus
sentimentos para um lado para o outro como se eu tivesse de ser outra coisa qualquer
T: como é que é isso, como é que é isso de estar, estavas a sentir coisas
P: mas que não era suposto sentir naquele momento
T: ah então estavas a empacota-las naquele momento
P: para suposto sentir
T:no sentido de disponibilizar para o que era suposto
P: e depois ele tipo coiso, e faz assim. Para falar comigo, e eu sinto qualquer
coisa…uma náusea pavorosa, uma cena pastosa de (nojo) … e acho que foi aí que eu
acordei
T: desses sentimentos que estava a empacotar esses sentimentos que estavas a
empacotar será o quê?
P: o nojo será tipo primeiro a coisa do pânico “ ele matou-se” depois foi a cena da raiva,
“ que é que este gajo está a fazer neste coiso, tipo desaparece e agora aparece neste
estado” e o querer bazar e coiso, pronto e zanga e isso, e depois quando ele me pôs os
braços por cima percebi que era suposto haver ali alguma coisa e…senti nojo.
T: e o que empacotas aí é o nojo?
P: sim.
T: para te disponibilizares para a dita coisa
P: mas essa coisa que tu dizes de empacotar não percebo isso essas coisas assim
T: ou de outra maneira
P: O que eu estou dizer é afastar o que sempre senti que fazer é afastar para um lado que
eu não sei o que é
T: uma espécie de switch não?
P: não sei, ouve o que eu te estou a dizer
T: eu oiço
P: então com se eu fosse assim este sou eu e eu não sei o que é que aqui eu mando para
aqui eu mando para aqui mas eu não sei para onde vai
T: muito bem
P: e eu sou esta aqui, quando dizes empacotar.me o eu penso que parece está aqui
presente
T: é tirar daquele concentrado que estás a ser naquele momento para outra ordem a qual
deixas de ter consciência
P: sim, às vezes pode fazer qualquer coisa, como por exemplo durante muitos anos o
sexo essas coisas todas, ou certas proximidades, e pronto, sempre foi assim nunca senti
que empacotassem, foi tipo, estar a tirar assim para ter livre este campo
T: uhm uhm
P: e foi no sábado este sonho eu acordei, alias para veres eu ia almoçar a casa da rosa,
cheguei lá às 16h acordei às 9h
T:é engraçado essa tua formulação, se eu pudesse só star um minutinho só quando tu
estás esse exemplo e uma bola ou círculo central que tu estás a ser antes tu sentes
coisas…Reativas, ao potencial de estímulos que está acontecer á tua volta, tipo a tua
raiva é perfeitamente valida em função, e reativa em função ao que está a acontecer,
então tu afastas, ou seja, entende, não quero estar aqui sozinho nisto, mas é, tanto isto
nem é bem um switch, tal como estávamos habituados a pensar… A tua descrição está
clara, eu não consigo é arrumá-la, algures da ideia de switch, eu enquanto switch estou
aqui e EU vou para ali, aqui não, mas eu estou aqui estava com umas coisas e atiro
coisas para fora
P:eu acho que se quiser ver as coisas dessa forma, há várias não é?
T: uhm um
P: ou se calhar para ser mais confortável para mim, imagina uma casa redonda ou seja o
que for, há um edifício, com várias divisões e cada divisão, tem tipo, aqui vão os
amarelos aqui vão os vermelhos aqui vão os azuis, e aqui no centro vão, os rosas,
portanto se um vermelho chega aqui ao rosa...Pumba… vai para a sala do vermelho, se
o amarelo chega aqui, -mas é uma coisa automática, que sempre me lembro de o fazer,
mas que…pronto, que só relativamente pouco tempo é que consigo olhar para isto e
perceber como é que é porque era uma coisa muito automática, e depois o vermelho,
quando está no centro, ou mesmo eu tento, o vermelho trata com o vermelho, o amarelo
trata com o amarelo, não?
T: sim? eu também quero só, eu também cheguei a ver a possibilidade se está a
vermelho aqui e se está a ver estímulos par ao vermelho eu vou para a divisão vermelho
P: não, mas ali naquele momento é preciso estar o cor-de-rosa, percebes? Então se
aparece uma coisa vermelha vai para ao vermelho, porque o cor-de-rosa não vai
funcionar com o vermelho, e o vermelho não podia funcionar ali porque…por exemplo
T: se pensarmos em termos de nomes…
P: ok vou dar um exemplo, assim, por exemplo… Uhm… numa situação …deixa-me
está bem?.. Num passado em que tivesse proximidade física, que eu não queria, mas
tinha que aguentar, Por exemplo aquelas coisas, uhm. Estamos todos a ver televisão ou
estamos todos numa festa de anos, o meu pai aproximava-se ou fazia ou tocava ou
aproximava mais que eu desejava, então ali tinha de estar o quê? O cor-de-rosa? Mas
Imagina que tivesse uma camila vinha o vermelho imagina que o vermelho seria raiva,
raiva, Camila, não podia ativar a camila, ou de uma sala de estar em família, ou numa
festa de aniversário, ia ativar raiva e sexo ali não podia ser...não é…
T: mandavas…
P: mandava para permanecer ali, a pessoa mais dócil que pudesse estar ali, que pudesse
aguentar com aquilo, entendes?
T: entendo perfeitamente não é? Por exemplo no exemplo do sonho é que …
P: é como seu eu precisasse naquele momento do sonho, de ser…
T: a camila….»?
P: não…
T: uhm uhm
P: no sonho...eu precisava de ser a camila? Achas? Realmente era a vontade que era
espancar alguém espancar o dito-cujo mas por algum motivo que eu não conheço eu
precisava de ser contentora e disponível
T:também sexualmente? Ou não?
P: sim…está sempre implícito
T: mas isso não é mais camila necessariamente?
P: Achas que a camila é contentor? E meiguinha? Porque ali ele estava todo bêbado se
houvesse sexo era mais para a frente. Mas naquele momento não era mais para frente,
era ali…precisava de aguentar o bafo e aguentar as conversas arrastadas e aguentar o
peso do seu corpo e aguentar aquela proximidade e o cheiro e essas coisas todas que só
dá vontade é de “amandar” uma pera, portanto não, não podia ser a camila ali
T: mas então é outra qualquer não é?
P^: sim
T: pois mas o que é engraçado é uma coisa é eu trazer uma coisa para ao pé de mim
outra coisa é eu afastar-me de coisa
P: não acredito que só agora é que estás a apanhar isso porque já falei disso muitas
vezes não devo ter sido nada clara, tenho a certeza absoluta que já disse isso muitas
vezes, do atirar para o lado, que aliás que foi uma das coisas que já falei também foi…
que isto é um limbo, das coisas que acho que custa-me muito lembro-me, de várias, e
houve coisas que nunca esqueci, não é, o que mais me custava nem era, acho que o mais
doloroso, ou pelo menos se calhar porque não as senti, aquelas situações mais brutas ou
violentas ou extremadas, foram aquelas de suposto amor e carinho, essas é que me
rebentaram toda, porque querer fechar umas pernas, e ter de as aguentar abertas, sem
ninguém estar a força-las, ou de querer fugir sem ninguém me estar a agarrar e querer
ficar, isso nunca poderia ser… e eu lembro-me de contar isto, e vir tudo assim e
empurrar para o lado virem-me náusea e tirá-la daqui, e o pânico e tirá-lo dali tirá-lo
dali, para poder ficar, porque não dá. Não há autocontrolo, a minha opinião não há
autocontrolo no mundo que consiga aguentar aquilo sem se queixar… sem por estar
ali,” isto é muit’a bom, eu não quero nada fugir, isto não está a ser nada desagradável,
acho que isto é tudo normal”
T: “Então posso ser só ler uma sequencia simples “ a criança está a brincar com o pai, e
de repente o pai, a brincadeira estica-se” afasta-se a criança e vem a camila? Afasta-se a
Pipa vem a camila por exemplo?
P: não…
T: então, onde…?
P; antes de haver algum tipo de switch de vir a Camila
T: ah o que estamos a falar aqui é de outro fenómeno que não switch mas continua a
existir switch, notas que é sito que está acontecer...ou isto é um reconceptualização?
P: não! Não não é nada! O que eu estou a dizer é que... (exalação longa), então imagina,
se há varias identidades que, têm vários tipos de funções, então… imagina que a função
da camila…vamos dizer sexo. Ok? Mas antes do sexo, por exemplo enquanto criança,
há a ternura o amor, e essas coisas todas,
T: A pipa adorava o pai por exemplo
P: porque é que a pipa adorava o pai?
T: Porque era o centro das atenções…
P:E não só! Porque toda a náusea e o nojo e o medo e o,” isto é errado e eu não quero
estar aqui”…`*pxium* iam para outro lado qualquer porque não pertenciam, porque a
Pipa não poderia aguentar isso
T: e quem é que faz esse esse * ptxium?*
P: não sei! É automático! Acho eu, não sei
T: ok...ok e é pré-switch?
P: não é pré switch, é: “se aquele se aquele uhm”
T: Então mas isto é novo…
P: calma, calma! Não interrompas, se está aqui uma Pipa, e ela não consegue lidar com
certas coisas, mas é preciso que seja a Pipa, então não vai fazer um switch não é, vai
deixar aquelas coisas para outro lado, até que seja a hora de fazer o switch então faz, e
depois aí, é o que é…agora…percebes. Cada macaco no seu galho, não há ali flutuações
não há nada, se aparece é uma cena automática, não sei quem é que faz quem é que não
faz quem é que pensa quem é não pensa
T: portanto isto não substitui o switch é um processo diferente
P:É normal sei lá é normal sei la como se houvessem uns ímanes *vum! Vum*sei la
cada coisa vai para o seu lado, só que nem sempre os switchs fazem sentido
T: sim, sim, não, estava preocupado de repente de não ter percebido o fenómeno de
switch p: sim tu é que não percebias
P: Mas acho que percebi, só que este é outro fenómeno, de arrumações internas de
gestão da vida quotidiana, e são complementares, mas é preciso os dois numa
determinada sequencia, e outras vezes só e possível um e outras vezes só é possível
outro, não é?
P: Sim… ou é preciso um outro em que seja preciso um outro
T: Uhm uhm pois muito bem muito bem
P: Assim falado até irrita um bocado parece “muit’a” estupido
T: Não é super criativo é super ingenioso
P: Acho que isso é mais espanhol é engenhoso acho eu ou não?
T: Não de genial
P: tu és genial, acho que ingenioso é mais espanhol
T: pois talvez, então e depois tu no sonho, tu *zuc zuc zuc*
P: e estou lá eu e depois acordo
T: e o que é que está no teu corpo situações remanescentes
P: peso, náusea e… aquela náusea
T: que eram equivalentes aquelas que te vimos afastar
P: uhm uhm
T: bonito…de falar… viva os sonhos!
P: e não só todos aqueles sonhos que eu tinha de náusea, principalmente na
adolescência, era horrível, tinha sonhos tao parvos como “ ah estou a lavar os dentes, ai
isto é da minha irmã!” passava o dia com náusea estou a comer um bolo com chantilly
“”ahhh * blleerggh*”
T: como como?
P: epah a náusea era tao intensa, psicológica eu sabia que aquilo era psicológico, que eu
de repente me lembrava ah isto era do meu sonho, e aquilo passava, passado um bocado
instalava-se, tinha sonhos todas as noites ou quase todas as noites que me traziam uma
náusea pavorosa, e detesto essa, a má disposição, epah para mim é difícil…
T: e imagino que o nojo e náusea fossem muito alvo, queres dar um nome a este
processo que não é um switch?
P: não sei..
T: só porque já que o podemos referir algures no futuro, nas nossas sessões não te
ocorre nada?
P: (risos)…desculpa
T: eu agora queria usar uma expressão para ser breve, porque a náusea e o nojo sendo
emoções que por definição que e é humano sentir quando estamos a sentir invadidos, e
face a objetos externos e internos e de gestos deve ter sido uma das emoções muito alvo
deste processo, de chega! afasta! Vai para outro lado!
P: Realmente preciso de trabalhar melhor as minhas comunicações porque eu já
fogo…porque eu tinha dito isso muitas vezes, e já disse realmente mas no final então…
T: uhm… só ainda voltando ao sonho, tu no sonho tens consciência que estás a sonhar?
É lúcido o sonho, nalgum aspeto? Hoje em dia ou antes este que aconteceu há dois dias,
não foi? Uhm.
P: sim não, não, acho que não tenho consciência… quase nunca
T: portanto estás a ouvir aquilo mesmo
P: a não ser que sejam recorrentes aí é que eu, como eu tinha pesadelos recorrentes, ai já
não me lembrava dessa que horror, os pesadelos recorrentes eu até já conseguia
transformar os sonhos… porque eram tão, tão recorrentes...fogo nem sei como é
possível
T: talvez aqui possa ser interessante nós apanharmos, e era, e era aliviante poder
transformar o sonho…?
P: seria se o tivesse feito?
T: nesses conseguias recorrente até que às tantas conseguias transformar os sonhos,
devolviam te algum alivio, algum descanso imagino eu…?
P: Não, mas eu não consigo transformações eu acordava.
T: Ou isso ou paravas o pesadelo
P:sim, mas depois com as coisas que me começou a acontecer
T: eu estou a perguntar se era bom se não, não é porque se não, podemos tentar também,
porque tu às vezes relatas que não descansas durante a noite
P: sim, só que… só que… eu neste caso, se fossem recorrentes… ou sempre o mesmo
eu acho que isso faria sentido neste caso acho que é um bocado… tem que sair… nesse
caso
T: tem que sair…?
P: sim…nesse caso o que me aconteceu nessa altura e fora…, era quando eu conseguia
tipo parar o sonho ou obrigava-me a acordar comecei a sonhar que acordava chegava a
acordar tipo, três quatro vezes até acordar mesmo… eu sonhava que acordava, sonhava
que acordava, sonhava que acordava, e um dos, indicadores que estava a dormir, depois
comecei a distinguir que era a luz que não acendia do quarto, não sei porque começou
assim, porque estava um negro, uma escuridão um negro, e nos pesadelos em que eu
acordava dizia “que isto era um sonho, eu vou acordar!” depois acordava e acendia a luz
e não acendia…e depois sabes o que acontecia? Ficava a sentir assim uma mão
T: E ajudava-te saber que era um sonho?
P: e depois comecei a saber, isto é um sonho, então fazia assim, para acender a luz, a luz
não acendia sentia uma mão aqui, e eu. “Uhm?” Mas eu não me conseguia mexer, ah eu
sei que isto é um sonho mas ficava ali, eu sei que isto é um sonho mas ficava ali tipo no
meu quarto. Estou-me a arrepiar toda só de me lembrar isto era pavoroso, toda todas as
noites, e houve uma altura que eu senti uma mão, “ah eu sei que isto é só um sonho”, e
tirá-la assim, e assim de repente tinha assim uma montanha de mãos na cara
T: Xiça!
P: e gritava, gritava, gritava!
T: eu imagino que ainda assim este mesmo pesadelo que estavas a recordar agora é mais
tolerável com consciência que é um sonho, do que se tivesses a vive-lo sem essa
consciência não é? Essa película de distanciamento ajuda não é?
P: mas a nível do horror e do terror não tem nada a haver
T: pois é muito grande sim
P: nada a haver
T: a minha questão é por exemplo nesse do quico se algum, ou noutros parecidos que tu
sentes que o que estás a pôr para o lado é náusea ou nojo que deve ser um processo
muito recorrente apesar de o sonho não ser recorrente, se ajudaria reconhecer, “ok isto é
mais um dos meus sonhos que eu ponho coisas para o lado “
P: Não sei porque no meu sonho, apesar de tudo, estava muito consciente do que estava
a fazer, eu sabia que me estava a pôr aquilo para o lado para me poder disponibilizar
para aquilo
T: a minha questão é se estás a sofrer muito ou se consegues...
P: é o que te estou a dizer não estava a sofrer tanto, agora estou me a sentir pior estás a
ver, eu sabia eu no meu sonho eu não me sentia encurralada, eu senti que eu precisava
de estar ali mas também não senti que se eu não tivesse que a coisa ia correr mal, sei lá
foi o sentir-me a por aquilo para o lado não sei o quê, e senti-me, mas também que
houve sítios que eu não fui que houve coisas que eu não fiz, que estava tudo “coiso”, eu
gostei daquela sensação de, “ ai não! eu posso dar a volta não preciso de passar por aqui
outra vez” gostei disso
T: havia um certo empessoamento
P: Não. Não é bem isso, havia uma certa possibilidade!
T: alternativa…
P: sim, pode não ser assim!
T: algum controlo…
P: não senti tão, tem de ser assim ou tem de ser assado, a coisas assim muito… e agora
não devia ter falado nisto, não devia ter falado nisto, não devia ter falado nisto…
S2- 29 de Janeiro de 2015
Sonhei que tinha viajado para a América do Sul (Brasil ou afim) com ex colegas da
faculdade
Fui sozinha a um café comer mas apesar de falarmos todos português, não nos
entendíamos
Meio enojada lá consegui escolher algo para comer
Atendi o tlm, o dono do estabelecimento perguntou quem era e eu respondo "o meu
namorado " mas apenas pq não encontrei outra forma de o dizer
Ao sair, olho para trás e vejo o suposto namorado ao longe, quando ainda estávamos ao
tlm
Tinha me feito uma surpresa. O meu coração acelerou de entusiasmo e alegria ao ver
aquele Brad Pitt a aproximar-se, mal podia acreditar que ele queria estar perto de mim!
Voltámos para o hotel onde uma das colegas ainda dormia, fui chamá-los e tentar
acordá-la. Estavam tão sérios e metidos para dentro...
Olhei para ele e reparo que, afinal, é muito mais velho, o cabelo desgrenhado, mal
cortado e oleoso, a pele pouco cuidada, a barba por fazer, as roupas de má qualidade...
afasto toda a náusea e outras coisas difíceis que sinto e decido focar me no entusiasmo e
pseudo paixão. Há uma criança no chão, um menino despido
Sinto me tão animada que decido beijar o pseudo namorado, apesar de me sentir tão
suja. Não queria desapontá-lo nem afastá-lo com a minha boca suja mas decidi arriscar
mesmo assim
Atirei me para cima dele, ele caiu a rir e, quando estou em cima dela, percebo que tou
nua.
O menino está a olhar para nós (os outros permanecem apáticos) e eu sinto um baque
"onde está a minha filha?" mas decido ignorar.
Beijo-o na boca mesmo a sentir que posso sujá-lo, ele parece divertido, então eu tento
esmerar-me
Sinto me atrapalhada, a tentar perceber o que se faz ou não faz com a língua. A minha
nudez faz me sentir estranha
Sinto nojo daqueles beijos, muita náusea, aquela outra boca podia até ser um buraco
negro, um portal, uma mini gruta com humidade e bafio e teias e bichos...
Sinto que a criança também ta nua e que há algo que não ta bem, que não era suposto
acontecer
Não sei se me toca mas fico muito consciente do meu corpo nu e das sensações fortes
que o percorrem e o fazem tremer de qualquer coisa intensa
Afasto todo o nojo e náusea e sensação de algo estar muito errado e todas as coisas
difíceis e concentro me no beijo e na intensidade e na hipersensibilidade em toda eu
Acordei lentamente, como que a sair dum pântano
Com dores tão fortes
Principalmente na cabeça
E isto foi entre as 7:30 e as 8:00
S3-04 de Fevereiro de 2015
Em todo o sonho tinha de correr, com a Daniela pela mão, para fazer algo que parecia
inacessível (chegar a um determinado local, apanhar um determinado transporte,
encontrar o elevador de um prédio, encontrar o wc de um apartamento, pessoas que,
mesmo depois de as encontrar, se mostram inacessíveis...).
Notas:
No início do sonho a presença da minha mãe era muito marcada e foi diluindo à medida
que me afastava do cenário inicial.
A meio do sonho, já de dia, estou a atravessar uma estrada com a minha filha (apesar de
saber que não era ela) e um autocarro começa a avançar na sua direcção, devagar. Eu
começo aos gritos para ela se desviar mas ela parece não me ouvir e eu, por algum
motivo, pareço achar/sentir que não posso mexer-me dali. O motorista bate-lhe, apesar
de estar a vê-la, eu grito com ele, depois com ela, ela começa a avançar para mim
devagar, ele volta a bater-lhe devagar, eu grito tanto mas tanto com ela, furiosa por ela
não se despachar, e envergonhada por estarmos a passar por aquilo, como se o motorista
estivesse no seu direito! Ela não me responde mas eu percebo que a minha fúria não é
com ela, nem mesmo com o motorista que avançava para cima dela a olhar para mim
com desprezo (ou seria outra coisa?), a minha maior zanga e fúria e raiva e mágoa e
vergonha era não perceber porque é que eu não tinha salvo a menina.
S4- 14/02/2015
Estamos num encontro numa casa muito grande e escura, há uma grande animação e
juntam-se pessoas variadas que conheço ou conheci ao longo da minha vida. Estou
numa divisão da casa com um ex-namorado Fernando a conversar com uma conhecida
que tem uma postura muito fechada e crítica e mal humorada; o pai dela aparece, fala
connosco e vai-me dando beijos no braço ou no ombro muito naturalmente. Sinto-me
surpreendida e também especial, com um maravilhoso sentimento de pertença. Ele e a
filha saem e eu o Fernando envolvemo-nos num pseudo sexo em que me vou sentindo
no controlo e também nojo e repulsa. Não me afasto porque é suposto fazermos aquilo
(é automático e inquestionável). A casa não tem portas, eles voltam e olham para nós - a
filha sempre com ar crítico e horrorizado, o pai com ar natural. Aqui há uma parte que
não me recordo mas sei que paramos e que andamos pelas ruas da minha antiga casa de
família, de mota, sempre com um ambiente sombrio.
Voltando à casa, vou para a cozinha ajudar a Rosa a fazer comida para toda aquela
gente, faço uma espécie de brigadeiros para as crianças mas é algo diferente e que me
deixa nauseada. Pergunto se é mesmo suposto ser assim, ela diz que sim, e eu continuo
a mexer naquela coisa nojenta com uma textura agressiva, a rir e a conversar enquanto
tento esconder a náusea de mim mesma. Volta a haver algo que não recordo bem mas
sei que vou parar a um casebre no meio de um deserto de pó, onde vivia um homem de
cabelo comprido, nojento, com uma rapariga que era a gémea desaparecida da Vânia e,
apesar de não me lembrar, sei que me safei do raptor da gémea.
Novamente na casa, a Rosa pinta o cabelo da gémea encontrada para ficar igual ao da
Vânia (tanto esta como a gémea permanecem em silêncio). Há um grande rebuliço
dentro da casa, as crianças correm e gritam, muito irrequietas, os adultos entram nas
camas uns dos outros, a náusea aumenta, acompanhada de sensação de aperto e sufoco,
como se cada vez conseguisse mexer-me menos.
Vamos apanhar um comboio, somos muitos, a estação está cheia apesar de ser de noite e
a minha criança (não sei se filha ou filho) foge. Corremos atrás dela (eu e mais alguns
que não sei especificar) e agarro-a mas os outros apanham o comboio sem nós.
Voltamos à casa mas a entrada está sempre a mudar, o próprio prédio (antes era uma
moradia mas agora é um prédio sofisticado com piscina no último andar) está sempre a
mudar, o elevador fica completamente doido e, subindo pelas escadas, também não
encontro o andar certo devido às mudanças constantes da própria construção. Volto a
chegar ao telhado, sozinha, e desta vez, sai um homem do escuro com uma arma
apontada a gritar comigo por estar a invadir a sua propriedade. Eu corro e tremo e choro
muito (de desgosto, principalmente). Novamente há algo que não me lembro.
Estamos (eu, o raptor e não reconheço os outros) num quarto que parece iluminar-se a si
mesmo. Aceito algo (não sei o que é, uma condição, talvez) para não morrer, assim
como outros dois a tremer de medo. Outros poucos não aceitam, erguem a cabeça
orgulhosos e uma mulher de lenço (de outra etnia ou religião, é algo claro no sonho, e
parece-me a única vestida) é degolada por ele mas não morre de imediato. Fico
horrorizada, não sei se quero ajudá-la ou se quero que ela morra rápido. Ela, meio a
sorrir, saca de um canivete e corta os pulsos. O raptor manda-me matar os outros da
mesma forma, caso contrário serei eu a morrer degolada. Quero convencê-los a mudar
de ideias porque não quero morrer mas não quero ser responsável pelas suas mortes nem
quero viver à custa das suas vidas! Tremo violentamente, nua, de arma branca na mão,
não quero estar ali. Acordo dobrada sobre mim, de braços e pernas cruzadas.
S5 - 16/02/2015
Sonhei muito mas já só me lembro que estava numa casa rústica e sombria com várias
pessoas, e chega uma ex colega de trabalho que já não vejo há alguns anos e senta-se
numa poltrona, numa posição um pouco de destaque. Levanto-me para ir buscar
qualquer coisa e ela repreende-me com voz sonante, pergunta-me quem me autorizou a
fazê-lo. Brinco, envergonhada, mas ela é muito dura e implacável e eu obedeço, mesmo
não querendo. Faz-me sentir tão envergonhada, ao mesmo tempo que quero pertencer
ali. Não sei se obedeço por querer pertencer ou se por não ter alternativa. Há algo que
não recordo e depois estamos as duas a passear entre as árvores, durante o dia, mas eu
não a vejo, como se a sua voz viesse da minha cabeça, distinta dos meus pensamentos.
Quer contar-me coisas sobre a sua vida e pergunta-me por onde quero que ela comece;
ouve a minha resposta e elogia-me pela intuição e perspicácia. Continuo a andar
enquanto a ouço até que a encontro numa zona sem árvores, de frente para mim, só que
ela afinal é um velho alto e desengonçado, que olha para mim, parado no meio das
lápides de um cemitério que eu nem sabia que ali estava.
Acordei várias vezes, mais de 10 principalmente nas duas últimas horas e, apesar de só
me lembrar deste bocado, tenho quase a certeza que ia sempre ter ao mesmo sonho.
Uma das vezes pensei que ia vomitar, acordei muito zonza e nauseada e a sentir-me
muito pastosa e pesada... julguei até que estava doente, mas não.
S6- 04/03/2015
Este sonho foi imenso mas retive apenas umas partes. Estava num barco (parecia de
guerra, antigo, ou pelo menos ferrugento e muito usado) com várias pessoas, incluindo
os meus pais e irmãos. Há dois grupos distintos de pessoas: as que mandam e maltratam
(limpas e bem vestidas) e as que são usadas (sujas e quase despidas). Fazia parte do
segundo grupo, a única da minha família. Há uma parte em que estou a falar com a
minha irmã, às escondidas, não me lembro do que se trata mas penso que ela tenta
ajudar-me a escapar ou, pelo menos, a tentar amenizar a dor e a violência infligidas
sobre mim, partilhando, talvez, a ilusão de que o meu comportamento pudesse
influenciar o nível do "uso" que faziam de mim.
Percorro o barco escondida e, entre salinhas e corredores mal iluminados, finalmente
consigo escapar até à praia lamacenta onde o barco encalhou, quase sem saber como.
Enquanto corro até às rochas mais próximas vejo muitos de "nós" despidos e sujos,
escondidos, paralisados de medo. Ninguém me ajuda, nem sequer uma palavra é
proferida. Não paro de correr pois já deram pela minha falta, escondo-me atrás de uma
rocha e sustenho a respiração. Ouço os passos ao meu redor, reconheço as pernas da
líder porque ela anda sempre de saltos pretos e saia cinzenta, ela pára perto de mim e eu
olho para os outros fugitivos, aterrorizada, mas ninguém faz nada, também eles tolhidos
de medo. Olho para ela e percebo que estou totalmente camuflada, envolvida no escuro,
e permaneço imóvel até ela se ir embora com todos os perseguidores. Tento olhar para o
horizonte e vejo apenas rochas enormes; não percebo porque é que os outros fugitivos
ficam ali, enrolados, escondidos, comunicando entre eles sem palavras, sempre
vigilantes, focados no barco à sua frente em vez de partir à conquista da liberdade.
Tento subir e ver o que há do outro lado e não me lembro do que acontece, apenas que
volto ao barco para salvar não sei quem ou o quê.
Já no barco, decido confrontar abertamente os meus pais. Encontro-os, eles estão em pé
e viram-se para mim, surpresos, jovens e muitíssimo bem apresentados mas, apesar de
estar muito suja e quase nua, ofegante, de cabelo selvagem, pareço mais alta e possante
do que eles. Olho-os de frente, tremo mas a minha voz sai segura e valente quando digo
"Vou-me embora. Não aguento mais. Não quero mais. Não aguento mais."
S7- 6/03/2015
Não queria escrever sobre este sonho porque esqueci a maior parte mas, durante o dia,
tenho sentido uma tristeza tão grande e intensa que custa a respirar, um súbito peso /
sensação de encurralamento tão agudos e que sei que transbordaram do sonho, que
resolvi partilhar:
estou a entrar esbaforida para um parque subterrâneo vinda de uma profundeza ainda
maior, acompanhada pela S. (íamos fazer um programa qualquer) e, envergonhada pelos
meus sintomas - sensação de desmaio, falta de força, opressão, peso no peito e em toda
eu, como se me movesse em areias movediças, etc. - digo-lhe que estou com sintomas
de ansiedade (não sei porque assumo isso) e peço-lhe para irmos comprar valeriana
forte na farmácia ao nível da rua. Há um homem mais velho que se move perto de nós
(de mim), de gabardina comprida e chapéu, que não sei quem é ou o que faz mas que
está ligado a mim e interage comigo de forma sub-reptícia (nao sei o que ou como, mas
sei que comunica comigo). Chego à farmácia, quero pedir mas quase nem consigo falar
ou lembrar me do nome do produto. Daqui não sei mais.
Numa casa mal iluminada, com várias divisões abertas, estamos (eu e mais uns quantos
que não vejo mas sinto) a fazer artesanato quase despidos, independentes uns dos
outros. A S. permanece vestida, em silêncio, no papel de observadora, e já não sei do
homem. A maioria das divisões permanece na escuridão. Não sei o que estou a fazer,
construí algo a partir de um outro material (quase reaproveitamento de lixo!),
fica bastante bom e original, muito aquém do trabalho dos outros, e eu sinto-me
orgulhosa de mim mesma, mas nada surpresa por ser a melhor. Entretanto olho para a L.
que se encontra parada em frente ao seu trabalho, muito tranquila, de vestido e de mãos
atrás das costas, numa divisão mais bem iluminada (auto-iluminada). O seu pai
permanece por perto, muito nervoso, mas não interfere, como se uma simples palavra
sua ou até mesmo a proximidade pudesse estragar o "quadro". Observo o seu trabalho e
sinto-me invadida por uns ciúmes cruelmente dolorosos... a L. tem 7 anos e tudo o que
faz parece ser sem esforço. Não quero que se notem os meus ciúmes, pela vergonha por
sentir tal coisa e pela fragilidade que o ciúme expõe, então respiro e digo "que simples,
não sei como não pensei nisso antes".
S8- 9/03/2015
Do sonho da noite passada já quase não me lembro de nada (costumo escrevê-los
durante a manhã mas hoje não me foi possível) mas tirei algumas notas ao acordar que,
juntamente com as sensações pós-sonhos poderão ser úteis. Ou talvez não.
Terremoto.
Perseguição assassina - sempre de noite, fugia de quem me queria matar pelo meio de
casa destruídas. Acho que eu corria enquanto eles me perseguiam de mota. Sinto uma
tristeza tão profunda que nem me importo com as grossas farpas de tábuas partidas a
rasgarem-me a carne. Quase não vejo o que me rodeia por estar tão virada para dentro.
Ida para a casa dos crimes, medo - chego a esta casa, não sei se por acaso ou se era o
destino pretendido, obscura e com vários níveis e divisões abertas. Há várias pessoas,
nesta casa cometem-se assassínios e sinto-me invadida por um medo tão grande que
tudo à minha volta parece ampliado e tenho a sensação de que o meu olhar se foca de
forma extraordinária em zonas ou objectos específicos de cada vez, de tal forma que a
visão periférica parece esbatida; sinto o coração a bater forte nas costelas e a respiração
acelerada parece fazer demasiado barulho como se os meus sentidos estivessem
anormalmente aguçados. Estas sensações são-me muito familiares.
Encontro a minha irmã nesta casa e ela parece querer ajudar-me, mas não é claro.
Piolhos.
Acordei cansada e com uma sensação muito vincada de perigo iminente e dei por mim,
várias vezes durante o dia, a parar e/ou suster a respiração para tentar reaver a sensação
de controlo sobre o que me rodeia (p. ex. saber quem está onde a fazer o quê e qual a
probabilidade de se aproximar e em quanto tempo o fará e para quê). Reconheço
também, além de um medo tão grande que me faz tremer por dentro, uma tristeza
esmagadora e dorida, como se palavra alguma lhe fizesse jus, nem lágrima vertida a
pudesse alcançar. Também reconheço culpa associada ao medo, do tipo "coisas más
acontecem às meninas más, e eu queria tanto não ser má mas...".
E é só.
S
S9- 18/03/2015
Olá.
Tenho sonhado imenso mas confesso que tenho preferido ignorar... apesar de hoje já ter
esquecido o sonho no geral, há uma cena que se repetiu várias vezes ao longo da noite
que não consigo deixar de me lembrar:
A menina está deitada de lado no escuro, numa cama desmanchada num quarto
sombrio, que lembra levemente o quarto dos pais. Está nua e, por trás e encostada a ela,
está o irmão, também nu. Vão dormir. A menina sente-se incomodada, não sabe como
foram ali parar mas sente que, de alguma forma, aquilo não parece certo. Tenta desviar-
se, deslocar o seu corpo do dele, mas ele protesta, meio adormecido, e ela força-se a
ficar quieta. Observa as suas respirações... ele não é maior do que ela, ambos têm peles
suaves e nuas mas, por algum motivo, sente-se profundamente enojada pela a carne
tenra (que estranha expressão!) do mano. Ela receia que aquela posição suscite reacções
inpróprias num irmão e afasta ligeiramente o rabinho nu da sua pélvis mas ele,
sonolento, agarra-a e puxa-a de imediato para si. Ela percebe que ele está extrema e
estranhamente relaxado, adormecido, e permanece quieta, confusa, concentrada em
ignorar o turbilhão de sentimentos e emoções e pensamentos que parecem emergir de
uma porta interdimensional de dentro dela, porque é tudo tão maior do que ela que tem
de vir de outra dimensão, não cabe dentro dela.
O sonho continua noutro momento, noutro local com outras pessoas e eu paro e lembro-
me da cena anterior. Paro e tudo continua a desenrolar-se no sonho, nada pára, só eu
paro. Paro concentrada na lembrança.
A menina pensa, com distanciamento, que quando ele lhe toca, ela empurra para fora de
si mesma todo o nojo, tudo o que é inominável, e consegue sentir algo parecido com
prazer e concentrar-se nisso e fazer o que é suposto. Tudo continua à sua volta, o sonho
continua, e eu apanho o sonho, integro-me, participo. Novamente, a menina está deitada
de lado no escuro, numa cama desmanchada num quarto sombrio, que lembra levemente
o quarto dos pais...
S10- 30/03/ 2015
Esta noite tive dois grandes sonhos, apesar de só me lembrar do fim do primeiro:
O cenário é algo artificial, lembra os cenários de vídeos infantis, bastante luminoso e
colorido. Estamos eu, a minha mãe e o meu irmão, parados no passeio branco, à beira de
uma estrada lisa e cinzenta, com árvores verdes e frondosas do outro lado, e estamos
como que numa pequena discussão, a querer chegar a alguma decisão. O meu irmão está
mais calado, a tentar perceber como / o que a minha mãe está a querer fazer, para agir
em conformidade, e tenho a sensação que ela me está a tentar convencer a fazer algo
sem que eu perceba que é algo que eles querem e precisam muito.
De repente, não sei porquê, ela vai para o meio da estrada e olha para mim. Vejo um
veículo a aproximar-se, parece uma carrinha de gelados, toda branca, e grito para ela
sair da estrada mas ela permanece imóvel, a olhar para mim. Acho que está a dizer-me
coisas mas não percebo. O meu irmão permanece parado, nada diz, nada faz, apenas
olha. Sigo o meu instinto de salvá-la e lanço-me para ela, mas reparo que, por uma
fracção de segundo, questionei-me se deveria fazê-lo, e tomo o meu tempo a admirar a
clareza daquela hesitação tão consciente. Ouço tiros, salto para a sua frente mas não
chego a tempo... agarro-a antes que ela caia no chão e tenho outra fracção de segundo
em que, de forma também extraordinariamente clara, coloco a hipótese de ela estar a
fingir, para me manipular, o que seria congruente com a inércia do meu irmão.
Concentro-me, seguro-a com força por debaixo dos seus braços e sinto-a a desfalecer.
Não sei se morre ou se apenas desmaia, se é real ou manipulação, mas sinto uma dor de
desgosto e ouço-me gritar agarrada a ela "Mãezinha! Mãezinha!" sem prar enquanto a
carrinha dos gelados se aproxima com os atiradores pendurados nas janelas fixados em
nós.
Acordei a meio da noite, alagada em suor, a sentir uma angústia, um peso, uma opressão
tão intensa que quase sentia o peito, a cabeça e até as entranhas a serem apertados por
dentro. Pensei em escrever o sonho todo mas preferi tentar encontrar algum alívio antes
de readormecer.
S11 - 6/04/2015
Estou em sessão num quarto vasto, muito amplo, de chão e paredes escuras, mas
iluminado pela luz que entra por uma grande janela. As únicas mobílias são uma mesa
redonda, com as respectivas cadeiras, e a minha cama de gavetão. Estamos (eu e o
Nuno) sentados em volta da mesa, os dois de costas para a janela e de frente para a
porta, quando, de repente, a paciente que ia ser atendida a seguir, entra esbaforida, puxa
a cama de baixo e deita-se; diz que vai descansar até à hora da sua sessão. O Nuno
permanece em silêncio à espera que eu continuasse a falar e eu começo a ficar cada vez
mais agitada, não percebo como é que ele aceita naturalmente aquela presença. Vou a
correr para a cozinha e o Nuno vem comigo: choro, imploro que ele mande a outra
paciente esperar lá fora, estou a hiperventilar, sinto o coração a bater forte e só quero
gritar mas o Nuno não percebe o meu desespero e permanece tranquilo, a ignorar a
minha reacção. Volto para a sala a correr e sentamo-nos novamente em silêncio. A
paciente passa para a minha cama, com os lençóis que estou a usar agora, mas virada ao
contrário, com os pés na minha almofada, o que me deixa estarrecida perante tal abuso,
e exijo que me mudem os lençóis. Volto para a cozinha e começo a arrumar a louça na
máquina à bruta; começo a atirar a louça que se parte contra a máquina e o Nuno
chama-me a atenção pelos meus maus modos. Chega uma amiga da paciente, eu e o
Nuno discutimos e reparo que está uma criança presente (como se fosse a minha filha
mas não é), muito tranquila. Grito, grito, grito, magoo-me, digo ao Nuno (por gestos)
que me vou cortar nos braços com força e raiva, e grito que vou voltar para o que posso
confiar.
Descemos as escadas e o Nuno está preocupado com as câmaras e luzes automáticas
instaladas no andar de cima e nas escadas; depois de algumas confirmações, fica
satisfeito e desce, enquanto que eu subo para perto da criança. Entram homens das
mudanças (embora pareçam mais de obras), numa parte da casa muito escura, e reparo
que estou com roupa de dormir branca, curta e transparente; o encarregado pede lenços
de papel e eu vou buscar à minha mochila, fora do cenário do sonho (na realidade fui ao
meu quarto do presente, onde costumo deixar a minha mochila actual, como se tivesse
saído do sonho por um momento). Tiro um pacote individual de bolachas e reparo que
estou a entrar numa situação que reconheço: coisas bizarras que me fazem sentir cada
vez mais estranha, mas que não identifico, e me levam a estados horríveis e nojentos
dos quais não consigo sair. Ao identificar o bizarro (usar bolachas para assoar o nariz),
troco o pacote de bolachas por um de lenços de papel. Volto ao cenário do sonho,
entrego os lenços e o homem agradece. Fico por perto a observar o trabalho deles e o
homem agradece a minha cordialidade e simpatia; diz que costuma ser gozado ou
maltratado porque é do Porto e fala de forma diferente, mas a sua pronúncia é dos
Açores.
NOTA 1: Reconheço aqui a casa onde cresci, como se fosse a base de todo o cenário.
* Sala da sessão - quarto de hóspedes (que mais tarde passou a ser o do meu irmão)
* Cozinha - quarto do meu irmão (que mais tarde passou a ser o da minha irmã)
* Escadas - escadas que levam da zona dos quartos para a das salas, cozinha,
escritório, WC e também jardim e saída para a rua
* Zona dos homens das mudanças - espaço no corredor comum ao quarto dos meus
pais, ao meu quarto (que era meu e da minha irmã e passou a ser só meu) e ao WC; há
alguma luz que vem das janelas do quarto dos meus pais e do WC mas o meu quarto
está tão escuro que o negro parece ter densidade. Sinto (porque não se vê) destruição
na parte de dentro do quarto, na sua própria estrutura, até as vigas que sustentam as
paredes estão caídas, mas ainda não está no estado final.
Eu e a criança saímos à rua com uma mulher (provavelmente a amiga da paciente
inicial) e, enquanto passeamos por uma rua decorada com lojas e alguma natureza, por
baixo de um céu azul tão vivo que cheira a férias, ela explica sexo entre mulheres à
criança. Eu caminho mais à frente, penso em mandá-la calar-se mas depois deixo-a
explicar e tirar as dúvidas à criança, incluindo diferenças entre sexo homo e
heterossexual. Acho que voltamos à casa mas já não me lembro.
Concomitantemente, há uma outra cena que não sei se se repete inúmeras vezes ou se
segue ao mesmo tempo que o resto do sonho: estou num autocarro (é mais uma carrinha
do estilo dos anos 70, tipo volkswagen Kombi ou lá como se chama), não sei se a
criança está presente, e há uma grande discussão entre todos pelos lugares. É de dia e,
entre os passageiros, há uma velhota com um chapéu branco enorme que me chama a
atenção (está com uma amiga ou o marido), e também um homem musculado de t-shirt
branca de mangas cavas, de costas, a levantar-se do chão. Não sei se caiu ou se estava
sentado.
NOTA 2: Há algo que não me consigo lembrar desta parte do sonho mas sinto que era
importante.
S12 - 8/04/2015
Hoje tive sonhos intensos e confusos que se desvaneceram ao acordar, mas aconteceu
algo que quero partilhar:
Durante o sonho, experienciava um sintoma antigo de forma totalmente aleatória - de
repente, e sem qualquer possibilidade de defesa, ficava impossibilitada de respirar. O
tórax movia-se mas não entrava nem saía nem um fiozinho de ar (mesmo 0% de ar!)
sem qualquer motivo aparente. Aconteceu inúmeras vezes durante o sonho, e eu
simplesmente esperava que parasse da mesma forma que tinha começado, sem qualquer
conhecimento ou intervenção da minha parte, 100% indefesa e vulnerável. Ficava
concentrada a controlar o pânico, quieta, sabendo que iria chegar o momento em que o
corpo parece ganhar vida própria e quer espernear e fugir. Esperava, esperava e, quando
o momento chegava, usava as forças que me restavam para contrariar o instinto,
ignorando a ânsia desesperada e a dor da ausência de oxigénio. Começava a deixar de
sentir o corpo dormente e tremente, como se me largasse a mim própria... era como se
começasse a cair lentamente no escuro e, no instante imediatamente antes de
desaparecer no abismo, recomeçava a respirar normalmente, livre, como se o sintoma
nunca tivesse existido. Na última vez o coração batia muito forte e as sensações
estranhas (dormência, desrealização, desequilíbrio) perduraram mesmo depois de
recuperar o fôlego e eu pensei que ia ter um ataque de pânico, mas não. Lentamente, as
sensações começaram a diminuir e senti-me a recuperar um pouco o controlo de mim
mesma mas, no momento a seguir, voltei a não poder respirar.
Acordei literalmente a respirar de alívio mas, sem que eu conseguisse impedir, o
coração começou a bater forte e senti-me esmagada pelas sensações estranhas... também
não foi um ataque de pânico e, passados alguns momentos demasiado longos, comecei a
sentir algum alívio. Readormeci de forma tão pesada que, ao acordar, parecia que tinha
sido drogada... estava meio irritada quando comecei a escrever, porque pensei que já
tinha ultrapassado este tipo de sonhos, mas agora sinto uma estranha vontade de chorar.
Tenho tantas dores no corpo que parece que nem tomei analgésicos, uma náusea que
parece vir do útero, uma estranha sensação de que posso vir a vomitar sangue, um
cansaço surreal...
A diferença entre este e outros sonhos do passado (até há uns meses) é que, nos outros,
acordava sempre de barriga para baixo sem respirar e sem me conseguir mexer, e neste
acordei já a respirar, mas a necessidade de controlo do corpo, o deixar ir, largar-me a
mim própria, etc., eram exactamente iguais ao sonho de hoje, só que acordada. Argh...
quero mesmo que isto pare.
S13 - 21/10/2015
Este sonho é de ontem, esbateu-se muito rapidamente mas deu para registar algumas
notas ao acordar. As cores eram muito vívidas, principalmente no início, como uma
pintura de pop art.
Em pé, a olhar para a piscina onde pessoas vão depois de...? (não sei se me esqueci ao
acordar ou se no sonho também não consegui perceber).
Tornada responsável por receber as pessoas.
Obrigação para passar por um buraco nas rochas para chegar a...? Não tão sufocante
como anteriormente.
Conhece criança, com a sua responsável, que chega com o pai. É criança e não é. O pai
é ausente / estranhamente sorridente, como sem noção.
Indisposição como quem comeu algo estranho e ou estragado
Ida embora num barco com filha. Sem lugar. Sobem para 3° andar onde lhes roubam
mais lugares mas sobra uma mesa inclinada com duas cadeiras onde se sentam.
Have fun!
S14 23-10-2015:
Trabalhar mais uns dias em call center
Cliente que mal se ouvia, muito enervado e arrrogante
Dificuldade em fazer o trabalho por motivos vários
Saída
Sandra e criança
Nao comer borboleta!
Má disposição
Mini saia que vestia há muitos anos atrás - será que ainda serve?
Posted on Oct 25
S15- 25/10/2015
Praia mais família e irmã
Desmaia no elevador (ela é eu), pensei que estava a fingir mas afinal nao consegue
levantar-se e ir para o mar, como que paralisada da cintura para baixo, embora me faça
lembrar uma sereia.
Explosão debaixo de agua, agitação com luzes pequenas e pequenos seres na água
negra.
Explosão da rocha no meio do mar com destruição massiva dentro de água
Pensamento dela: "nao devia ter acontecido pq é importante haver uma rocha para poder
descansar apoiar e respirar"
Zona dentro de um edifício com paredes vermelhas
Há uma criança mal comportada, talvez menino
Tem uma ideia para fazer um desenho e sai mal, fica irritado e acha que o mandei
brincar para a praia enquanto eu fazia o seu trabalho em condições
Abracei-o muito
Pensei que poderia desenhar à vontade, mesmo sentindo que não teria jeito para o fazer,
porque iria o desenho iria, de alguma forma, ficar perfeito, artístico e expressivo
Desenhei uma dentadura em 3D e pedi ajuda ao menino para pôr bonecas entre os
dentes, como se tivessem sido mastigadas por aquela dentadura humana
Ele disse que achava que o tinha expulsado, abracei-o imenso e brincámos um pouco,
com cumplicidade conquistada.
Trabalhámos juntos
Má disposição acentuada que ainda sentia ao acordar.
Marquise apertada com muita gente e uma outra criança diz que sabe tocar e pede para a
ouvir
Detecto os erros, questiono-me como é que a sua professora fez uma coisa dessas e
ajudo-a
A sua mãe aparece e ela afasta-se com ela, e fica a chorar pq pensa que estou a criticá-la
Chamo-a enquanto toco e canto para ela ouvir o que vai conseguir fazer depois de
ajudá-la
Acordo às 6 e pouco meio enjoada, com dores e com a música na cabeça.
S16 30/10/15
Esta é apenas a última parte do sonho que consegui anotar assim que acordei:
Antes de tudo isto parece-me que sonhava com praia e crianças...
Algures agarro o pensamento "Quero namorar mas, quando penso em beijar um homem
desejado, sinto desejo e prazer mas levanta-se uma náusea tão profunda e intensa e
dominante..."
Banquete com pessoas conhecidas
Uma crítica que me faz sentir que devo justificações etc
As outras pessoas fazem-me sentir que pertenço
A primeira ta a amamentar, come muito e o seu marido foi para o espaço, mas ninguém
liga muito
Vou à cozinha buscar qualquer coisa e reparo que a água que sai da torneira é muito
branca, quase leitosa
Sou bastante sorridente, enérgica, frenética, tremente... tlvz haja ansiedade ainda
irreconhecida
Levo pratos sujos para a cozinha, tenho sede mas a água da torneira é demasiado branca
para arriscar
Um dos homens bebe vodka
Vou buscar uma lata de cerveja, bebo um pouco de repente para ninguém ver (afinal
estava aberta), não sabe a nada
Arrumo no frigorifico perto do banquete e volto à cozinha
Outro homem, importante para mim e para as pessoas do banquete, está em pé em cima
de uma cadeira a tentar tirar uma lâmpada
O chão está escorregadio e a cadeira anda, ele desequilibra-se mas sobe novamente para
cima da cadeira
Pouso o copo no lava-loiças, sempre a tagarelar e rir e volto para perto dele. Prendo o pé
da cadeira com o meu pé para que ela não escorregue
Reparo que ele treme e se sente bastante inseguro, e fico muito surpreendida pois nunca
tinha reparado que ele tivesse vulnerabilidades, sempre o vi tão forte e seguro...
Peço-lhe para descer da cadeira e ele, aliviado, aceita a minha mão como ajuda e
agradece a minha intervenção.
Reparo que não preciso da cadeira e começo a tirar a lâmpada assim mesmo. Tem uma
forma estranha, com ferros velhos torcidos e a ferver
Ele também repara e comenta "Ah, a senhora não precisa da cadeira..."
Eu rio-me e peço-lhe para não me tratar por senhora
Ele continua a falar e queixa-se de algo, eu sorrio e comento algo vago e universal para
não mostrar que não percebi nada do que ele disse. Entretanto, percebo que ele é
fisicamente diferente do que pensava, como se nunca tivesse olhado bem para ele...
Tirei a pseudo lâmpada a ferver e disse que não queimava, apesar de estar ainda a
magoar um pouco,
Ele tentar pegar nela e eu digo que está a queimar, para o proteger
Surge outro homem (tlvz o único desconhecido do sonho), este com ar duro e forte,
vestido com umas calças de macaco e com ar de trabalhador, e explica "tem de pegar
por este lado"
Continuando a falar, vai tirando a lâmpada da minha mão ao mesmo tempo que
prossegue em explicações pouco interessantes
Dou por mim a vaguear dentro de mim, e a pensar: "Será este o meu máximo?
Sentimento de pertença - ou pelo menos de que me aceitam como (quase) igual - e
alegria mas, por dentro, desconforto e náusea e muita agitação disfarçados?"
S17 - 02/11/2015
Bom dia!
Esta noite dormi particularmente mal; adormeci bem, acordei passado algum tempo e só
consegui voltar a adormecer passadas umas horas (como tem acontecido ultimamente),
mas desta vez continuei a acordar repetidamente com pesadelos até o despertador tocar,
em vez de acordar cedíssimo e não voltar a adormecer. Lembro-me do sonho que tive
quando readormeci a primeira vez:
Não me lembro de onde vinha, mas ia contente de bicicleta pela rua fora, no meio da
cidade, apesar da noite ser escura como breu. Ia de calções e t-shirt na minha bicicleta
de criança, a minha primeira. Ia a cantar a música que ouvia nos fones, contente com a
que tinha calhado pois era de adoração a Deus. Não havia ninguém na rua mas havia
luzes e pressentia-se vida algures. Pedalando e cantarolando, cheguei ao final da rua
onde havia um passeio perpendicular que limitava um mar negro que se confundia com
o céu igual, como se terminasse em parede. Apenas o branco da espuma deixava
perceber a violência muda das ondas. A música nos meus ouvidos transformou-se em
estática, o que achei curioso porque não estava a ouvir rádio, mas não dei importância.
Larguei a bicicleta aos meus pés e, de costas para o mar, olhei para o céu de braços
abertos e sorriso rasgado, e senti algo engraçado que não reconheci - era como se, de
alguma forma, tivesse percebido que estava a sonhar, apesar de não o ter identificado
claramente. Pensei "O céu é o limite, não há limites, posso fazer o que eu quero!" e
comecei a saltar, divertida, e cada vez saltava mais alto, de olhos nas estrelas e na
galáxia, curiosa com o que iria ver mais no salto seguinte, até que de repente me lembrei
"Eu já sonhei isto!" (lembrei-me dos pesadelos recorrentes que tinha em criança em que
começava a saltar e, de repente, era sugada pelo espaço sem qualquer possibilidade de
controlo) - tentei desesperadamente parar de saltar e agarrar-me ao chão, numa luta bem
mais apessoada do que outrora mas ainda assim pouco justa.
Acordei deitada de lado a sentir-me muitíssimo mal, com a estática a soar muito alta nos
ouvidos. Pensei "Adormeci com os fones?!" e, olhando para o quarto negro iluminado
intermitentemente pelos relâmpagos de uma tempestade brutal, percebo que estou no
quarto onde cresci. A tempestade era quase contínua e ensurdecedora, como se estivesse
instalada à janela do meu quarto, à espreita, à espera... sinto-me tão mal, encolhida, de
lado, a agonizar, e penso que provavelmente estarei a perceber mal o que vejo pois há já
muitos anos que não visito aquele quarto. Quero acender a luz mas não consigo mexer-
me, e também não consigo voltar a dormir por causa da tempestade, apesar de querer
apagar-me para não sentir aquela agonia. Luto contra a sensação de paralisia e, a muito
custo, com as mãos dormentes, pesadas e insensíveis, finalmente consigo agarrar o
interruptor do candeeiro e, desajeitadamente, acendo a luz, mas o quarto permanece às
escuras. Percebo que ainda estou a sonhar e tento acordar. Abro a boca para gritar mas
sai um fiozinho rouco, tento mexer-me mas a agonia e aquela estranha dormência em
todo o corpo dificultam a tarefa. Ouço a minha mãe a tossir do lado de fora do quarto,
os meus pais estão acordados, eles vêm aí, eu quero acordar agora!
Vejo-os na minha mente, parecem serenos, de vestes brancas compridas. É possível que
sejam mais. É impossível, o meu pai está morto! A dormência e a agonia aliviam e abro
os olhos, finalmente acordada. Permaneço na mesma posição, de lado, enquanto as
sensações corporais aliviam e, quando me estico de barriga para cima, percebo que devo
ter estado encolhida em grande tensão durante todo o tempo pois as dores musculares
são mesmo muito acentuadas.
S18- 04/11/2015
Estou numa sala com outras pessoas (irmãos) mas os sofás são os da casa dos meus
pais. O meu cão (enorme Serra da Estrela) é meigo e atencioso comigo mas há qualquer
coisa que me faz sentir estranha e incomodada e até meio nauseada.
Estou tensa e hipervigilante, com receio de quando ele voltar para a sala, mas percebo
que ele obedece quando o chamo e mando sentar no sofá ao meu lado, apesar de
continuar a sentir-me muito tensa e incomodada (lembro-me desta sensação, muito
idêntica a quando eu estava, por exemplo, a ver TV em casa dos meus pais e o meu pai
se sentava ao meu lado. Mesmo que não falasse nem me tocasse, já não conseguia
concentrar-me na TV, muito tensa e incomodada, só queria ir embora mas sentia que
não podia, tinha que aguentar e disfarçar, e ainda me sentia má e envergonhada por
sentir coisas que não compreendia e que pareciam injustas)
Vou à cozinha, está confusa e húmida dos vapores da comida no fogão, e algo que não
me lembro - apenas o enjoo a subir
Choro ao tlm com Nuno porque ele nao queria ver-me ate falar com minha mãe e
negociar pagamento, queria ser recompensado por ela pelo favor que lhe fazia comigo.
Ele já lhe tinha ligado e tinha um símbolo no tlm que queria que eu ajudasse a perceber
se seria chamada não atendida dela, e eu só queria que ele não me deixasse ali sozinha,
independentemente do resto.
Vou para quarto que é ainda mais podre e escuro e sujo e destruído
Chorava com tanta força e desespero que o Nuno disse que ia ver quanto tempo teria
livre e que, quando os seus minutos livres ao longo dos dias somassem uma boa
quantidade de tempo, iria ver-me
Chorava tanto e com tanta força que fechei a porta velha para nao me ouvirem, tapava a
boca para abafar os sons quase animalescos que saiam de mim
Talvez tivesse percebido mal, talvez ele esteja a dizer que, se acumular tempo livre,
poderá ver-me por mais tempo na próxima sessão. Talvez. O choro acalma.
Vou à cozinha falar com o rapaz (irmão?) que está a cozinhar e a falar ao tlm, e quero
olhar para ele para lhe perguntar algo por gestos. Ele responde tb por gestos enquanto
mexe a colher de pau na panela grande e velha.
O cheiro da sua comida deixa-me enjoada - pedaços de carne estranha, talvez comida de
cão... acho que eram restos de carne crua, pedaços de corpos de animais que não servem
para os humanos comerem, a serem cozidos grotescamente.
Vou ao café tentar comprar um bolo - o caminho é labiríntico para cima, não há
caminho, só escalada por paredes de terra batida e tábuas velhas. Não há céu, parece
tudo estar dentro de uma enorme caverna. Não há o que quero é acho que escolho outra
coisa doce e tento comer naquele sítio velho, escuro e sujo. Há uma interacção com o
dono do café que não me recordo.
Apanho um táxi mas parece que não estou a sair dali
Acordo a sentir magoada, triste, sozinha e enjoada. Permanece até agora.
Posted on Nov 4, 2015
S19 –07/11/2015
Aprendo a lutar numa sala especial para mim, faz parte do meu treino para agente
(desde há muitos anos que sonho com ser agente secreta, espia, ninja, agente com
poderes, etc)
Fico fechada nessa sala quando deflagra um incêndio e não está a ser possível
destrancar a sala.
Vejo-me do lado de fora da sala, espero tranquilamente ser retirada de lá, sem pânico
Há um taxista sensível que chora com o canto da sua cliente, uma senhora negra e
gordinha com um vestido branco
Alguém (eu ou ela que me treinou), com indignação ou zanga ou tristeza ou motivo para
treinar / ser agente / lutar, relata que ouviu o seu pai fechado naquela sala a afogar-se
quando a mesma foi inundada com eles lá trancados
Retiro e conto dinheiro de 3 molhos que não diminuem, são 5 notas de cada molho que
fazem 25 (contas que só fazem sentido no sonho!)
Os molhos de notas são papéis cortados e rasgados, já utilizados (recibos, etc) mas na
minha mão serão bastante dinheiro. Eram só para mim e já era a segunda vez que lá ia
buscar
Acordo com este pensamento: "Não quero ter trabalho a escrever o guião para este
sonho", como se a história estivesse activamente a ser escrita e construída por mim à
medida que sonhava.
S20- 17/11/2015
Um bom começo de Ana? :)
Hoje sonhei que nascia.
À minha espera estavam três pessoas (uma mulher e dois homens, penso eu) altas, de
bata branca, no que parecia ser um laboratório do século XIX, rudimentar, escuro, com
botijas enormes... esperavam por mim parados e afastados, porque já era crescida para
sair sozinha. E eu estava a nascer.
Ao mesmo tempo que me senti forte e decidida, o ambiente fazia-me sentir estranha,
principalmente ao acordar. Ainda sinto uma náusea esquisita e oprimente ao recordar o
trio e o laboratório do sonho, ao mesmo tempo que também agarro algum entusiasmo
nos meus movimentos seguros e decididos até ao nascimento. Acho que nunca tinha
visto um nascimento a partir do lado de dentro.
S21 - 28/11/2015
Possibilidade de começar num novo emprego mas é necessário comprar soutien e
camisa brancas.
Fugir de mota com ele e ela
Avisam me que pode ser perigoso
Quando "acordo" eu e ele estamos enfarruscados e despenteados, e ela está pequena
com um só olho, enorme e dilatado - lembro-me de um mocho. Há um policia, percebo
que tb estive assim mas o efeito já passou. Colaboro com o policia, percebo que ela me
faz lembrar um minion. Já vamos a sair e percebo que o policia ta a ser mt desadequado
cmg, sinto me envergonhada e desprevenida e nao quero que me confundam com ele
S22- 1/12/2015
Hoje sonhei imenso, acordei várias vezes com o coração aos pulos, a tremer mais do
que pensei ser possível, ofegante e hipervigilante. Sei que eram sonhos com histórias
complexas mas não me lembro de nada à excepção de um grande pormenor: bati na cara
de uma criança, vária vezes, irritadíssima, e ela lá continuava tagarela, como se não lhe
doesse. Bati tanto na sua cara tão querida que finalmente ela deu sinal de dor. Acho que
ia começar a chorar.
Acordei como já descrevi e precisei de quase 30mn para me restabelecer. Tenho sentido
algum peso no peito e uma tristeza que reconheço daqui. Por vezes também comecei a
tremer, hiperviligante, ao longo do dia, sem motivo aparente.
S23- 04/12/2015
Sonhei que era confrontada com o facto que deveria entregar um trabalho mais cedo,
incompleto, para não correr o risco de não entregar a tempo. Senti-me surpreendida e
sem saber se deveria sentir-me aliviada ou preocupada, protegida ou desqualificada...
Acontecem coisas que já não me lembro e entretanto espreito por uma das divisões da
casa vazia e vejo dois homens, um pequeno e um grande, que contava coisas ao mais
pequeno, ambos com aspecto simples e algo rude. Às tantas o grande aproxima-se do
pequeno, inclina-se e abre a boca toda (como se fosse berrar ou perguntar como estava o
seu hálito) mas, surpreendentemente, saiu uma árvore em ponto pequeno.
Percebi que esse homem materializava coisas e animais e vegetações de outras
dimensões onde tinha estado e estava a contar isso ao outro. Mais tarde vejo o homem a
construir uma floresta em miniatura com essas materializações.
Depois lembro-me de um pequeno macaco, amoroso. Segui-o até outra dimensão para o
resgatar mas também por curiosidade. Não senti medo. Havia construções de bambu,
andei de cabeça para baixo, havia um quê de bosque encantado.
Acordei a sentir que não me lembrava de uma parte muito importante do sonho (e ainda
não me lembro). Senti uma tristeza mansa e surpreendi-me por não me sentir pior.
S24 – 11/12/2015
Parte de baixo da casa com aspecto abandonado, com caixas e caixotes
Pseudo namorado que entretanto tem de sair
Mãe, imã...?
Vários homens entram (pelo teto, a única forma de lá chegar) com armas - por vezes
parece espingarda, outras vezes metralhadora
Consegui agarrar na arma de um dos homens e ficar em vantagem. Frente a frente, os
dois a agarrar na arma virada para ele, ele achou que eu não teria coragem mas eu
disparei sem hesitar
Antes de disparar percebi que não sentia problemas de consciência, tentei apontar para a
sua cabeça. Sem remorso; era ele ou nós.
Subimos. Reparo numa marca no meu peito inchada e negra do coice da arma quando
disparei
Parte de cima da casa, mais pessoas, muito confuso. Tratei de muitos assuntos meus e
de outro, pessoalmente ou no pc
Chega homem da EDP (?) com uma conta de 100€ que nao tinha sido paga
relativamente aos passes, cujo valor era de 180€. chamei-o e tratei com ele nas escadas
(casa dos meus pais). Depois da conversa ele ficou do meu lado e tudo correrá bem
Entra outro grupo, uma delas vem ter cmg por questões idênticas
Saímos. Há muita neve e frio e a casa é isolada. A paisagem é toda branca e o céu limpo
mostra um sol distante
Falo com ela em privado e resolvo
Na rua atiro-lhe c neve à cara cada vez que ela quer falar
Rimo-nos dela. As outras que estão com ela querem defendê-la mas estão limitadas
Ela ri-se e fica do nosso lado, mesmo atrapalhada e embaraçada. O chão vai se abrindo,
surgem rachas com margens desniveladas por todo o lado
Em todo o sonho vou tocando na marca dorida no meu peito, confirmando que ela está
lá.
Acordei com uma sensação estranha que não consigo definir, apesar de ainda estar
presente. Está relacionada com a marca no peito, e também com o início do sonho que
mal lembro, da parte de baixo da casa onde há um tipo de vida com um pseudo-
namorado
S25 – 28/12/2015
Sonhei que estava grávida. Tive dores de parto e tive a bebé sozinha, à frente de várias
pessoas. Pareceu-me que ela poderia ter uma deficiência (metade do cérebro ou cabeça
demasiado pequena em relação ao corpo), mas era muito sorridente. Não estava
preparada e deitei-a num berço improvisado, enquanto fui fazer coisas, arranjar coisas
para a bebé. Quando voltei, ela pareceu-me normal, grande. Sempre sorridente, apesar
de estar ali deitada sozinha.
S26 – 19/02/2016
Estávamos a ter uma reunião com o meu orientador da faculdade (eu e mais 2 ou 3) na
casa de banho da minha casa de família, a do piso de baixo. Eu estendo o meu braço
para mostrar / entregar algo ao professor e reparo que ele está a olhar para o meu pulso.
Depreendo que ele está a olhar para a minha tatuagem mas, quando a vejo, percebo que
algo está muito errado. A minha tatuagem está apenas pela metade. Irritadíssima
percebo que o meu pulso foi cortado e a pele sobreposta, de forma a tapar metade da
tatuagem - levanto o olhar, vejo o meu ex-namorado da adolescência em pé, junto à
porta. "Foste tu!" - exclamo, perplexa e zangada. Ele, de mãos nos bolsos e encostado à
ombreira, confirma que foi ele com uma expressão curiosa (ao início parece indiferença
mas depois é mais tipo "não percebo porque é que estás surpreendida!"). Volto a olhar
para o pulso e tento voltar a pôr a pele no lugar mas, quando a puxo para trás, vejo que
há uma outra pele interna (parece um pedaço de carne) que está cosida com linha preta.
"São os pontos internos" penso eu. "Ao fim de todos estes anos ainda aqui estão, não
foram absorvidos pelo organismo". O meu pulso aberto deita pouco sangue, como que
contido pelos pontos na "outra carne". Sinto o olhar do meu professor, olho para ele e
vejo-o a observar o meu braço, inexpressivo. Olho novamente e o corte é junto à dobra
do cotovelo, igualzinho. Não sei se eram dois cortes distintos ou se o primeiro passou
para o segundo local.
(NOTA: ambas as cicatrizes existem na realidade, assim como a tatuagem no pulso.)
S27 – 19/02/2016
Estamos num satélite em órbita à volta da Terra e temos de saltar para uma piscina.
Quem não saltasse no momento certo, ficaria para sempre à deriva no espaço.
Mergulhei. Estão todos com roupa de praia menos eu, que estou só de cuecas. Temos de
ter cuidado porque constantemente caem pessoas dentro da piscina (do céu, de pontes
longínquas que nem ficam por cima, etc). "Deve ser muito chato" diz-me uma mulher,
referindo-se ao facto de eu estar constantemente a tentar esconder a minha nudez. "Nem
por isso" digo eu, corajosa, a tentar ficar suficientemente submersa. Sinto uma dor nas
maminhas idêntica à que se sente na puberdade, quando começam a crescer, sempre que
a água lhes toca. Não deixo que a dor transpareça.
Estou lá em cima, lá dentro. Há um homem, talvez equipado com um fato espacial. Fico
sozinha numa espécie de quarto com muitas entradas em arco, sem portas... descubro
que um pano que surgiu preso à minha cintura era, afinal, a parte de cima de um biquini.
Ponho à minha frente e vejo que me serve. Animada, vou contar ao homem. Não sei se
cheguei a vesti-lo.
S28 -19/02/2016
Sonhei muito e acordei várias vezes, estes são apenas alguns fragmentos que consegui
segurar.
Numa das vezes acordei, abri os olhos e vi, na penumbra, o meu quarto de infância.
Pensei "Ah, estou a sonhar!" e abri os olhos, desta vez realmente acordada.
S29- 20/02/2016
A irmã era a namorada, mas sem contacto físico (havia algo nela, talvez uma doença
tipo virose, que não o permitia). Algures o pensamento "isto é mesmo muito errado" voa
enquanto passam na ponte do rio Jamor (perto da casa dos pais) - quando finalmente
puderam beijar-se: nojo tão intenso que ardia na boca e na garganta apenas perante a
ideia de tal proximidade, ainda por cima o lábio da irmã tinha algo pastoso e branco e
acre; quando já não pôde evitar, permitiu um beijo ao de leve, enquanto engolia o
vómito.
Loja de roupa e objectos escolares, enorme, com vários níveis! Afinal eram as minhas
coisas ali guardadas, não era loja. O pai ainda existia.
Enviei sms a uma pessoa próxima e recebo de volta algo do género "despacha-te pq a
minha namorada está com contracções de 3 em 3 minutos". "Nem me contaste que
estava grávida..." disse eu, apanhada de surpresa. "Só contei a pessoas próximas" disse
ele. "Sou próxima o suficiente para pôres a tua pila na minha boca, mas não sou
próxima para me contares que estão grávidos?"
S30- 24/02/2016
Sexo com amigo - será que era o irmão? (acho que a hipótese me ocorre ainda no sonho
ou ao acordar, faço a ligação entre o enjoo sentido e a hipótese). Orgasmos que não
param mesmo quando estamos separados e a descansar. Reparo que ele não "terminou";
ele age com naturalidade e desprendimento, como quem esteve a satisfazer uma
necessidade exclusivamente minha. Comenta que nem se mexeu, foi tudo eu.
Noutro quarto, Sandra tem sexo com um amigo do noivo. Interrompo, pergunto se tem a
certeza que quer fazer isso ao seu noivo, ela justifica com "medo de proximidade" ou
coisa parecida. Mudam de quarto. Volto ao meu quarto onde ele permanece nu e
tranquilo, a ler qualquer coisa. Desligado.
A casa é antiga, paredes de madeira, escura, com vários quartos pequenos e corredores
estreitos, apesar do tecto alto. Os lençóis são sempre brancos.
...
Nao sei se ainda é o mesmo sonho mas lembro-me de uma casa enorme, escura,
antiquíssima, cheia de passagens secretas que explorava com algumas pessoas (talvez
um grupo de amigas). Mais orgasmos, desta vez sozinha, apesar de não haver
privacidade.
S31 25/02/2016
Olá Miguel,
nos últimos meses tenho sonhado que acordo, por vezes várias vezes dentro do mesmo
sonho - sonho que acordo e, quando me apercebo que ainda estou a dormir, acordo mas
ainda estou a sonhar, até que acordo novamente, etc. Como se repetiu muito (e já tinha
passado por isto na adolescência, daí ser mais fácil), comecei a reconhecer sinais dentro
do sonho que me permitiam saber que estava a sonhar e, assim, tentar acordar.
Primeiramente, além de estar no quarto da minha infância, era o facto de acender a luz
mas a luz nunca funcionava (tal como na adolescência); depois, e como os sonhos têm
uma estranha tendência de reagir (como que se possuísse consciência própria e lutasse
de volta), comecei a sonhar que acordava no meu quarto actual, mas também não
conseguia acender a luz (o mesmo sinal de quando sonhava na adolescência). Agora,
quando sonho que acordo, estou no meu quarto actual e a luz do sol espreita pela janela,
pelo que já não preciso de acender a luz, e estou no meu quarto actual, o que dificulta
perceber que estou a sonhar. Ainda assim, há sempre algo que "trai" a máscara do sonho
e que eu consigo reconhecer que ainda não acordei - um urso de peluche que não existe,
prateleiras com livros onde só existe uma parede, etc.
S32 26/02/2016
Ora essa!
Apontamentos de sonhos de hoje:
Sonho 1 - Pessoa que conheço pouco mas respeito muito. Vamos a algum lado / evento
juntos. Sinto-me entusiasmada pelo programa e principalmente pela companhia.
Sonho 2 - piolhos na menina (há zonas tipo clareiras, quase sem cabelo, mt sujas) e em
mim. Confusão. Nojo. Sensação de "pensei que já tínhamos ultrapassado isto, então
quando será o fim?"
S33 09/06/2016
Olá!
Muito rapidamente, estou a achar muito curioso esta forma de olhar para os conteúdos
oníricos - talvez até me ajude a lidar de forma mais eficaz com alguns difíceis.
Aqui ficam umas notas que consegui segurar antes do sonho se dissipar, espero que
sirvam para algo.
Praia
Pedro
Ir buscar cafés para eles
Nao há pq temos que comprar noutro mas dão "brindes
Vamos novamente e encontramos o andré
As vezes já é de noite e outras vezes ainda é de dia
O caminho leva nos para cima e temos de voltar para trás pq nao da para aceder à praia
Há mais pessoas, nao sei da Daniela
Procuro a chorar e ninguem ajuda
Encontro e choro
Voltamos à praia e ela responde baixinho e eu bato lhe pq estou desesperada para saber
onde ela andou
Catarina e Pedro dormem
Conto que não pude trazer café mas trouxe outras Coisas
Ela conta que ele alugou dois quartos com chuveiro (o que seria surreal visto que na
realidade estão separados e ele continua com comportamentos abusadores)
Ele acorda e só fala com Ela
NOTA: lembro-me distintamente que "Pedro e Catarina" (amigos que foram casal
durante anos mas que estão separados agora - na realidade só ela é que é amiga, não
tenho qualquer relação com ele) representavam, no sonho, os meus pais.
S34 – 12/06/2016
Novo sonho (é o que consigo por agora)
Criança muitíssimo doente, tinha que fazer tratamentos mt dolorosos
Estava numa casa mal iluminada de Madeira apertada e meio destruída - mãe e irmã
presentes
Destroçada e a soluçar, preparava me para ir ter com o menino para que ele suportasse o
tratamento (há sempre uma sensação de repetição dentro do sonho, como se já tivesse
feito isso varias vezes). Há mais pessoas além delas (homens de fato?)
O menino é chinês o casebre é mais amplo mas mais pobre e eu pego-o ao colo e ajudo-
o. Os pais dele aguardam de mãos dadas, mt tristes
Elevador que anda para a frente e atravessa casas
Numa delas presencio um assassinato
Noutra já nao me lembro
Volto para trás a correr e percebo que o assassinato ainda nao tinha ocorrido, que era
uma oportunidade de o impedir
Salvei a mulher e o assassino foi baleado e morto por outro homem antes de atirar em
mim
Ilesa, percebo que o pseudo elevador me mostrava coisas terríveis que iam acontecer
antes de acontecerem para que eu as pudesse impedir
Volto para a criança.
Ainda sinto a tristeza com que acordei por causa daquele menino
ANEXO 3
Consentimento Informado
Consentimento informado para o paciente
“Sonhos ao serviço da integração na dissociação estrutural de personalidade: Análise
de relatos de sonho num estudo de caso longitudinal.”
Investigador: Miguel Ângelo Duarte Eloy Rodrigues (maderodrigues.19@gmail.com)
Orientadores da Investigação: Professor Doutor Nuno Conceição e Professora Doutora
Helena Afonso
Faculdade de Psicologia - Universidade de Lisboa
Na sequência da tese de Mestrado Integrado em Psicologia Clínica e da Saúde – Núcleo
de Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e Integrativa, na Faculdade de Psicologia da
Universidade de Lisboa.
O presente estudo tem como objetivo, observar e analisar os relatos sonhos de um sujeito
diagnosticado com Distúrbio Dissociativo de Identidade, em processo de integração, e os
efeitos que os sonhos lúcidos propõem nesse processo. Para isso, proceder-se-á à recolha
de relatos de sonhos semanais em três momentos durante um período de
aproximadamente quatro meses.
Nesse sentido, peço a sua colaboração, em fornecer relatos de sonho de uma forma
rotineira semanal, e no preenchimento de possíveis escalas e questionários que serão
fornecidos ao longo do período da sua recolha.
Toda a recolha de dados e fornecimento de escalas e questionários será efectuada através
da plataforma digital Basecamp, em que só o investigador e o orientador terão acesso, e
onde participará sob um pseudónimo garantindo assim total anonimato e
confidencialidade. A sua participação é totalmente voluntária podendo desistir a qualquer
momento, na eventualidade de querer saber o resultado do estudo poderá contactar o
Investigador através do email fornecido.
Os dados recolhidos serão para uso exclusivo académico na execução desta tese, sendo
que no caso de serem utilizados para possíveis publicações cientificas cumprir-se-á as
normas de confidencialidade e de protecção de identidade estabelecidas pelo Código
Ético e Deontológico da Comissão Ética da Universidade de Lisboa.
Qualquer questão relativa ao estudo poderá ser esclarecida contactando pelos e-mails
fornecidos ou através da plataforma digital.
Assinatura do/a participante Data
_________________________
Muito obrigado pela sua colaboração
ANEXO 3.1
Instruções dadas à Emília
INTRUÇÕES DE PARTICIPAÇÃO
Objectivo do estudo:
Este estudo tem como objectivo estudar os sonhos de um indivduo com Perturbação de
Identidade Dissociativa e analisar o conteúdo perante a bibliografia decorrente sobre
sonhos e dissociação.
Procedimento para participação:
A sua participação consistirá em partilhar os seus sonhos em registos semanais
através da plataforma virtual Basecamp.
Através de instruções precisas ser-lhe-á e pedido que escreva os seus sonhos em
género de diário e faça a partilha o mais exata possível com a sua memória
A sua conta será criada automaticamente sendo apenas lhe pedido que crie um
email que será acoplado ao BAsecamp para o efeito exclusivo de participação
neste estudo.
À sua conta será removido qualquer informação que a identifique e dado o
pseudónimo de” Emília”
Riscos e Beneficios:
Não existem riscos de participação neste estudo. No entanto, a sua participação é
voluntária e autonoma, apesar de se encorajar os múltiplos contributos ficará à sua
descrição a frequência de participação semanal e grau de partilha pessoal. Todos os dados
recolhidos serão anónimos e confidenciais destinando-se apenas a tratamento pelo
investigador
Resultados do estudo:
Os resultados do estudo propõ-se omo primeira fonte de informação para esta dissertação
e poderão ser potencialmente utulizados para conferencias ou publicações de relevância.
Nunca será partilhada qualquer informação pessoal.
Término do Estudo:
Este estudo irá decorrer ao longo de um ano letivo.
Obrigado pela sua partilha! Qualquer dúvida poderá partilhar através do baecamp ou
email m_a_rodrigus19@hotmal.com
ANEXO 3.2.
Guião de Elicitação de Sonhos
Guia para Elicitação de Sonhos
Quando respondendo a estas questões por favor tente indicar o dia
e hora em que aconteceram, quais eram as personagens envolvidas
( Idades e qual a relação que têm consigo se existir), o espaço, cores,
emoções sentidas e objectos que considere relevante. O contexto
principal do sonho e o seu papel nele.
Por favor descreva o seu sonho mais recente esta semana,
seja um que teve esta noite, ou a algumas noites antes.
Se o sonho permanecer na sua memória de uma forma
intermitente ou recorrente por favor responda à seguinte
pergunta:
Consegue descrever o sonho mais memorável que teve esta
semana? Se sim, qual era? Porque ainda se lembra deste
sonho?
ANEXO 3.3
Guião de Auxílio ao Registo de sonhos
GUIA DE AUXÍLIO AO REGISTO DE SONHOS
Este estudo é feito inteiramente da sua partilha de sonhos, para tal, poderá seguir as dicas
aqui deixadas para a ajudar a recordar ou manter um bom registo dos sonhos que teve.
Lembre-se que qualquer dúvida poderá ser partilhada através do Basecamp, ou no email
deixado em baixo.
1- Manter um caderno consigo, para poder fazer anotações rápidas relativas ao sonho.
Se quiser poderá usar o telemóvel ou outro dispositivo.
2- Quando acordar de um sonho mantenha a mesma posição e faça uma recapitulação
geral do que acabou de sonhar na sua mente.
3- Se puder, repita para si antes de dormir que deseja se lembrar dos sonhos.
4 - Escrever a hora do sonho e a emoção, imagem, ou principal objecto associado ao
sonho
5- Escrever o sonho mal se lembre
Alguns sonhos só surgem na memória ao longo do dia, é importante registar no
momento em que se lembra
6- Escreva o sonho como um pequeno relato, como se tivesse a contar a história a
alguém na primeira pessoa, torne a vivência o mais pessoal possível.
7- Se não fôr possível escrever o sonho de imediato, anote pequenas observações que
ajudem a recordar
( ex: “ Sonhei com um cavalo branco”)
Espero que ajude!
Obrigado pela sua ajuda!
Email: m_a_rodrigues19@hotmail.com
ANEXO 3.4
Guião de Elicitação de Sonhos Lúcidos
GUIA DE ELICITAÇÃO DE SONHOS LÚCIDOS
Os sonhos lúcidos são definidos como sonhos que uma pessoa sabe que está a sonhar. Ou seja,
por alguma característica incongruente, alguma sensação, algum aspecto familiar de sonhos
passados, ou um outro aspecto pessoal, o/a sonhador/a fica consciente de que está neste momento
a dormir e todo o ambiente à sua volta é um sonho formado pelo/a próprio/a, ás vezes conseguindo
até adquirir algum controlo. Por exemplo, alterando o ambiente do sonho ou a forma como a
acção decorria, manipulando elementos dos sonhos como pessoas ou objectos, adquirir
características impossíveis no mundo real como voar ou mudar de forma, etc.
Este estudo tem como objectivo entender melhor os sonhos lúcidos, como se manifestam, e como
são experienciados individualmente. Para isso, contamos com a sua participação ao partilhar
quando esta experiência lhe ocorra. Poderá seguir algumas destas directivas para elicitar sonhos
lúcidos ou torná-los mais frequentes. Contamos consigo!
Durante o dia-adia:
1. Reflicta consigo mesmo como é estar acordado/a (O que sente? O Que vê? Como é ser
“EU” neste momento?)
2. Se se lembrar de algum sonho, tente comparar como é a experiência de estar consciente
agora, em relação à consciência que tinha durante o sonho (Como era ser “eu” enquanto
estava no sonho e agora? O que consegue fazer agora que não conseguiu no sonho).
3. Foque-se nas emoções e sensações que tem agora e compare com as que tem da sua
memória do sonho.
Antes de se deitar:
1. Mantenha um pequeno caderno ao seu lado com caneta para efectuar o registo.
2. Execute um pequeno exercício de meditação e foque-se nas sensações e emoções que tem
agora antes de se deitar.
3. Repita para si mesmo/a que deseja ficar consciente durante o sonho.
4. Pense em sonhos que teve e aspectos que gostava de ter mudado, pense como faria mudar
esses aspectos.
5. Pense em aspectos que poderão servir como pistas para o/a ajudar a discernir um sonho
da realidade ( exemplo: Luzes que não acendem é sinal de que estou a ter um sonho!).
Conselhos para caso esteja a ter um sonho lúcido:
1. A excitabilidade é normal, tente manter-se calmo/a e foque-se na experiência.
2. Procure os elementos que o/a fizeram perceber que estava a ter um sonho lúcido.
Ao acordar:
1. Tire pequenas notas se não conseguir fazer o registo todo.
2. Identifique o que a levou o/a ficar consciente durante o sonho.
3. Se existir, indique os elementos mais importantes do sonho.
Obrigado pela sua Partilha!
ANEXO 4
Instruções de Análise dos Sonhos
INSTRUÇÕES
Esta tese tem como objectivo analisar o conteúdo dos sonhos de uma paciente com
Distúrbio de Identidade Dissociativa e entender se existem elementos que se
destaquem relativos ao trauma associado ao DID, ou se existem elementos
facilitadores de integração das identidades através dos sonhos. Para isso, recorreu-
se a uma abordagem multi-teórica e multi procedimental para analisar os sonhos
da paciente.
Como Inter-avaliador/a o seu papel é ler os relatos de sonho com atenção às
categorias da tabela e preencher como pensar que melhor se adequa. É pedido o
cuidado com o pormenor e que não se sujeite a interpretação, somente à análise da
presença dos elementos e da descrição da sua manifestação.
QUADRO AMEAÇA:
Revonsuo (2000) propôs uma teoria evolutiva, que poderá ter utilidade psicoterapêutica,
a threat simulation theory (TST). Nesta teoria, quando um sujeito passa por uma situação
que ponha em causa a sua integridade física e psicológica, é activado um sistema de
simulação de ameaça que se manifesta durante o sono sobre a forma de sonhos. É durante
os sonhos que a ameaça é apresentada numa simulação vívida e realista cujo objectivo é
fornecer um ambiente onde o sujeito possa treinar a sua resposta para uma situação
semelhante e integrar o evento traumático passado.
- Instruções:
1. Identificar a possível ameaça no sonho
2. Identificar se a ameaça é directa (elemento que pôe em causa a integridade do sonhador
ou de outro elemento no sonho é evidente) ou indirecta ( Atmosfera, elemento não é claro
mas está presente de alguma forma)
Exemplo:
“ Havia um homem a perseguir-me de mota e eu fugia por ruas apertadas”- Ameaça
directa com um homem a representar a ameaça
“ Estava na minha casa de infância mas algo não estava bem estavam todos muito calados
e assustados”- Ameaça indirecta sem elemento claro que ponha em causa a integridade
do sonhador ou de outro elemento”
QUADRO TEMA\S CENTRAL\AIS NO SONHO:
Uma imagem contextual de um sonho, é uma imagem ou tema do sonho que parece
contextualizar a emoção do sonhador. Está fortemente presente em experiências de
trauma.
Exemplo:
“ Fui assoberbado por uma onda gigante”
Aqui está presente um sentimento de vulnerabilidade ou terror e a imagem principal é a
onda gigante.
.-Instruções
1. Identificar uma grande imagem ou tema central do sonho
2. Resumir ou citar brevemente a imagem
QUADRO EMOÇÃO\ÕES DOMINANTE\S NO SONHO
A emoção que o sonho transmite ajuda a imagética do sonho a tornar-se realidade,
ajudando a imagética do sonho a tornar-se realidade.
- Instruções:
1. Identificar emoções presentes do sonho segundo a lista seguinte:
1. fear, terror 10. disgust, repulsion
2. helplessness, vulnerability, being
trapped, being immobilized
11. power, mastery supremacy
3. anxiety, vigilance 12. awe, wonder, mystery
4. guilt 13. happiness, joy, excitement
5. grief, loss, sadness, abandonment,
disappointment
14. hope
6. despair, hopelessness (giving up 15. peace, restfulness
7. anger, frustration 16. longing
8. disturbing--cognitive dissonance,
disorientation, weirdness
17. relief, safety
9. shame, inadequacy 18. love (relationship)
QUADRO MARCADORES DE TRANSFORMAÇÃO
- Instruções:
1. Identificar elementos que sugiram mudança interna ou externa na paciente
2. Relatar aspectos do sonho que mostram progressão positiva ou negativa no sonho
3. Demonstrar aspectos que mostram crescimento pessoal do sonhador
QUADRO SONHOS LÚCIDOS:
Os sonhos lúcidos são um estado de consciência durante os sonhos. O sonhador ganha
capacidades de direcionamento da atenção, e de actos de livre volição e controlo dos
sonhos ( Van Eden, 1913)
São essencialmente sonhos em que o sonhador sabe que está a sonhar (Blackgrove , Bell
& Wilkinson,, 2010).
Os sonhos lúcidos ocorrem naturalmente no decurso de maturação do cérebro e são
suscetíveis à autossugestão e treino. (Voss, Frenzel, Koppehele-Gossel, & Hobson, 2012).
Instruções:
1. Identificar a presença de sonhos lúcidos
2. Citar ou resumir a passagem que indique o sonho lúcido
Ao aceitar participar neste estudo, comprometo-me a não fazer uso dos dados fornecidos
para outros propósitos senão os propostos nestas instruções. Comprometo-me também a
garantir a total confidencialidade sobre quaisquer dados da participante desta tese de
mestrado, ou outro tipo de informação de caráctr pessoal que possa obter.
__________________________________
___/___/_______
Caso tenha dúvidas, pode telefonar ou mandar e-mail para os contactos abaixo,
Obrigado pela sua colaboração,
Miguel Rodrigues,
Telefone: 915051054
E-mail: Maderodrigues.19@gmail.com
ANEXO 5
Instrumento de Medida de Integração (Integration
Measure)
INTEGRATION MEASURE
IM (Barlow & Chu) Participant
#_____________________
The part or identity that generally occupies the body and manages day-to-day events
should fill out this questionnaire. Check off the best answer to each question. If you
are unsure of an answer or don’t know, just take your best guess. You can also write
on the back of this questionnaire. Thank you.
1. Are you aware of there being other parts/identities within yourself?
______ No, I'm not aware of other parts
______ I sometimes believe that there are other parts
______ I often believe that there are other parts
______ I know there are other parts most of the time
______ I always know there are other parts
Approximately how many parts do you think there are? _____________________
2. Do you think there might be any parts that you don't know about?
______ I don't know
______ No, I know about most or all the parts
______ There might be, but I don't like to think about it
______ I think so, but I’m not sure
______ Yes, I know there are
3. Do the other parts/identities communicate with you?
______ No they don't
______ They occasionally communicate with me
______ They sometimes communicate with me
______ They often communicate with me
How do the parts communicate with you (voices, thoughts, other ways)?
Is there more than one part helping to fill out this questionnaire?
4. How do you feel about other parts/identities communicating with you?
______ I don't want to know about them
______ I usually don't want communication
______ I sometimes feel I might want communication
______ I'm often open to communication
______ I'm comfortable with most or all of their communication
In what way do you perceive other identities/parts, for example, do you hear their
voices, visualize them, or some other ways?
*for items 5-9, scoring information is next to each response
5. Are you able to communicate with other parts/identities in general?
___0___ I don't communicate with any of them
___1___ I occasionally communicate with only a few of them
___2___ I sometimes communicate with some of them
___3___ I often communicate with many of them
___4___ I communicate easily with all of them
Approximately how many parts are you able to communicate at least a little with?
_____
(not analyzed at this time)
Approximately how many parts are you able to communicate very well with? _____
(not analyzed at this time)
In what ways do you communicate with other parts (talking out loud, talking inside,
thinking, other ways)?
(not analyzed at this time)
6. Do you share co-consciousness with other parts, that is, are you aware of what
they are thinking and/or doing?
___0___ Never, or with none of the parts
___1___ Rarely, or with only a few parts
___2___ Sometimes, or with some parts
___3___ Often, or with many parts
___4___ Always, or with all of the parts
7. When other parts are out (in the body), are you aware of what happens, for
example, watching or listening or both being out at once?
___0___ Never, or with none of the parts
___1___ Rarely, or with only a few parts
___2___ Sometimes, or with some parts
___3___ Often, or with many parts
___4___ Always, or with all of the parts
8. Is there cooperation between you and other parts/identities, for example about the
times/places when other parts come out?
___0___ None, or with none of the parts
___1___ A little, or with only a few parts
___2___ Some, or with some parts
___3___ Quite a bit, or with many parts
___4___ A great deal, or with all of the parts
9. How would you describe how you feel about the other parts/identities?
___0___ I don't want to know anything about them
___1___ I understand a little about a few of them, but can't deal with most of them
___2___ I understand some of them, but have a hard time with others
___3___ I understand many of them, and am trying to learn about others
___4___ I understand and value them
10. Approximately how long have you been working on developing communication
and cooperation between your parts?
11. Overall, how often do you feel you communicate and work together with your
identities/parts?
(Please make a mark somewhere along this line)
|________________________________________________________________|
0% 100%
ANEXO 6
Tabela de Análise dos Sonhos
A__ _____/___/_____ A__ ___/___/_____ A_ ___/___/_____ A__ ___/___/_____
AMEAÇA
( Identifique a ameaça se estiver
presente e a sua natureza)
D = Directa
I = Indirecta
D D D D
I I I I
TEMA\S
CENTRAL\AIS NO
SONHO
(Quantos temas Identifica; Cite
ou resuma o tema identificado)
EMOÇÃO\ÕES
DOMINANTE\S NO
SONHO
(Verificar lista auxiliar)
MARCADORES DE
TRANSFORMAÇÃO
(Elementos de distinção que
refletem o passado que modelam
o futuro e refletem crescimento)
SONHOS LÚCIDOS
(Identifique a sua presença;
Explicite a passagem que o
identifica)
S
I
M
S
I
M
S
I
M
S
I
M
N
Ã
O
N
Ã
O
N
Ã
O
N
Ã
O
ANEXO 7
Figuras de Apoio à Revisão Literatura
Figura A.
Estados Comportamentais e actividade cerebral no ser humano durante o Sono ( Hobson,
2002)
Figura B.
Multidimensionalidade dos eventos traumáticos (Caldwell & Redeker, 2005)
Figura B. Multidimensionalidade dos eventos traumáticos (Caldwell & Redeker, 2005).
ANEXO 8
Tabela E – Emoções nos Sonhos
Tabela E. Emoções nos sonhos.
Exposição da Análise das Emoções nos sonhos da Emília pelo Avaliador e Inter-Avaliadores adaptada da tabela do Modelo de Imagens Contextuais
(Hartmann, 1991). Os avaliadores estão codificados por: Avaliador Principal ( AP), Interavaliador 1 ( A1), Intervaliador 2 (A2)
RELATOS DE SONHOS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1
0
1
1
1
2
1
3
1
4
1
5
1
6
1
7
1
8
1
9
2
0
2
1
2
2
2
3
2
4
2
5
2
6
2
7
2
8
2
9
3
0
3
1
3
2
3
3
3
4
EMOÇÕES AVALIAD
ORES
1.Medo, Terror A1 X X X X X X X
A2 X X X X X
A3 X X X X X
2.Desamparo,
Vulnerabilidade,
sentir-se preso/a,
Imobilização
A1 X X X X X X X
A2 X X X X X X X X
A3 X X X X
3.Ansiedade,
Vigiliância
A1 X X X X X X X
A2 X
A3
4.Culpa A1 X X X X
A2
A3
5.Luto, perda,
tristeza,
abandono,
desilusão
A1 X X X X X
A2 X X X
A3 X X
6.Desespero,
Perder a
esperança/desistir
A1 X X
A2 X X X X
A3 X X
7.Raiva,
frustração
A1 X X X X X
A2 X X X X X X X
A3 X X X X X
8.Perturbação,
Dissonância
cognitiva,
desorientação,
estranheza
A1 X X X X X X X X
A2 X X X X X X X X X X X X
A3 X X X X X X X
9.Vergonha,
Inaptidão
A1 X X X
A2 X X X X
A3 X X X X X X X X X X X
10. Nojo, repulsa A1 X X X X X X X X
A2 X X X X X X X X X X X
A3 X X X X X X X X X X X
11.Poder,
Mestria,
superioridade
A1 X X X X X X
A2 X X
A3 X X X X
12.Espanto,
maravilha,
mistério
A1 X X
A2 X X
A3
13.Felicidade,
contentamento,
Excitação
A1 X X
A2 X X X X
A3 X X X X X X X
14. Esperança A1 X
A2
A3
15.Paz,
repousante
A1 X
A2 X X
A3
16.Desejo de
Pertença
A1 X
A2 X
A3
17.Alivio,
Segurança
A1
A2
A3
18.Amor
(Relação)
A1 X X
A2
A3 X
ANEXO 9
Figuras com Ligações entre Categorias da Análise das
Imagens Contextuais
ANEXO 9.1
Figura com todas as Ligações entre Categorias e
Subcategoria
Figura C.
Imagem completa de todas as ligações entre Categorias e Subcategorias das Imagens Contextuais
ANEXO 9.2
Figuras Simplificas de Ligações entre Categorias e
Subcategorias
1
Figura 1.
Imagem simplificada das ligações directas e indirectas segundo a perspectiva do tema Imagens de escuridão
Figura 2.
Imagem simplificada das ligações directas e indirectas segundo a perspectiva do tema Imagens de Sujidade.
Figura 3.
Imagem simplificada das ligações directas e indirectas segundo a perspectiva do tema Imagens de Criança.
Figura 4.
Imagem simplificada das ligações directas e indirectas segundo a perspectiva do tema Imagens de Envolvimento Romântico e Sexual.
Figura 5.
Imagem simplificada das ligações directas e indirectas segundo a perspectiva do tema Imagens de Cenário.
Figura 6.
Imagem simplificada das ligações directas e indirectas segundo a perspectiva do tema Imagens Somáticas.
Figura 7.
Imagem simplificada das ligações directas e indirectas segundo a perspectiva do tema Imagens de Dimensão.
Figura 8.
Imagem Simplificada das ligações directas e indirectas segundo a perspectiva do tema Imagens de Violência.
Figura 9.
Imagem simplificada das ligações directas e indirectas segundo a perspectiva do tema Imagens de Abuso.
Figura 10.
Imagem simplificada das ligações directas e indirectas segundo a perspectiva do tema Imagens de Inferiorização.
Figura 11.
Imagem simplificada das ligações directas e indirectas segundo a perspectiva do tema Imagens de Agentes nos Sonhos.
Figura 12.
Imagem simplificada das ligações diretas e indiretas segundo a perspetiva do tema Imagens de Família.
Figura 13.
Imagem simplificada das ligações diretas e indiretas segundo a perspetiva do tema Imagens de Transformação.