Post on 30-Nov-2018
Análise de pigmentos em cartonagem de sarcófago de múmiaegípcia utilizando Fluorescência de
Raios X
C.Calza 1, J.Godoy2, M.J Anjos2, R.T. Lopes1,
A. Brancaglion Jr.3, S.M.F. Mendonça de Souza3,4
1) Laboratório de Instrumentação Nuclear, COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro.
2) Instituto de Física, UERJ. Rio de Janeiro.
3) Museu Nacional, UFRJ. Rio de Janeiro.
4) Fundação Oswaldo Cruz. ESNP. Rio de Janeiro.
Múmia do PeríodoRomano (n.158)
Mulher bastante jovem, cujaidade vem sendo confirmadapelos primeiros resultados de estudos tomográficos e radiográficos.
Peça mais rara da ColeçãoEgípcia do Museu Nacional.
Embalsamada com braços e pernas enfaixados separadamente.
Procedimento utilizado por uma família tebana do séc. I D.C., cujos túmulos foramrecentemente descobertos.
Análise de pigmentos em fragmentosde cartonagem e amostra de linho do peitoral da múmia através de µXRF.
Comparar os resultados a fim de verificar se as pinturas na cartonagemapresentam a mesma procedência daamostra de linho, cuja autenticidade é comprovada.
Verificar se os pigmentos dacartonagem estão de acordo com osutilizados pelos egípcios no séc. I.
Objetivos
Microfluorescência de Raios X
Linha de XRF do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), utilizando feixe branco e detector de Si(Li) com resolução de 165 eV.
Amostras colocadas em suporte acrílico, movimentadas através do feixe, por meio de um estágio (nas direções XYZ), de forma queregiões específicas da superfície fossemirradiadas.
Em cada região selecionada, adquiriu-se um espectro de EDXRF, com tempo de contagem de 100 s.
Arranjo experimental para µXRF
Resultados - Amostra de linho
ROSA→mistura de pigmentos vermelho e branco.
Maiores concentrações:
Fe, Ca, As.
Possíveis pigmentos:
vermelho ocre, realgar
MARROM→mistura de pigmentos vermelho e negro/ ocre (marrom).
Maiores concentrações:
Fe, Ca.
Possíveis pigmentos:
ocre, negro de marfim, magnetita.
Resultados - Fragmentos de Cartonagem
Possíveis pigmentos:
terra verde, verdigris, malaquita.
realgar, vermelho ocre, giz, etc.
negro de marfim.
giz, gesso, branco de osso.
Maiores concentrações:
VERDE ESC.: Ca, Cu, K, Fe.
ROSA: Fe, Ca, As.
NEGRO: Ca.
BRANCO: Ca.
Resultados - Fragmentos de Cartonagem
VERMELHO
Maiores concentrações:
Fe, Ca.
Possíveis pigmentos:
vermelho ocre.
Resultados – Fragmentos de Cartonagem
TURQUESA
Maiores concentrações:
Cu, Fe, Ca, K.
Possíveis pigmentos:
Azul egípcio, Verde egípcio, terra verde.
VERDE ESCURO
Maiores concentrações:
Ca, Cu, K, Fe.
Possíveis pigmentos:
terra verde, verdigris, malaquita.
Resultados - fragmentos
NEGRO
Maiores concentrações:
Fe, Ca, Pb.
Possíveis pigmentos:
negro de marfim, galena, magnetita.
→ Estes fragmentos não pertencem à cartonagem.
Espectro de µXRF do pigmento vermelho
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
101
102
103
104
105
K
Zn Pb
HgCu
Ti
Sr
Fe
CaC
ount
s
Energy (keV)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
101
102
103
104
105
Mn
KHg
ZnCuCr
Ti
Sr
As
FeCaC
ount
s
Energy (keV)
Espectro de µXRF do pigmento rosa
Pb
ConclusõesA partir dos resultados obtidos por µXRF, aplicando-se
testes de correlação, verificou-se que as amostras de cartonagem e o fragmento de linho apresentavam a mesma procedência.
Os fragmentos negros (amostra F) não pertenciam àcartonagem.
Uma vez que a técnica de XRF é capaz de determinarapenas a composição elementar (e não química ougeoquímica) dos materiais analisados, seria necessário a utilização de uma técnica investigativa complementar(como Difração de Raios X) para identificar de forma precisa um pigmento.
Análise de tangas de cerâmicaMarajoara e fragmentos por
Fluorescência de Raios X
C.Calza 1, J.Godoy2, M.J. Anjos2, R.T. Lopes1,
T.A. Lima3
1) Laboratório de Instrumentação Nuclear, COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro.
2) Instituto de Física, UERJ. Rio de Janeiro.
3) Museu Nacional, UFRJ. Rio de Janeiro.
♦ A sociedade Marajoara surgiu por volta de 400 D.C. nas planícies alagadas da Ilha de Marajó, desaparecendo nas primeiras décadas da dominação européia, devido à doenças, guerras e missionização.
♦As tangas são decoradas com intricados motivos geométricos, representando uma mitologia baseada na fauna local. Eramusadas provavelmente pelas jovens, como parte de ritosligados à puberdade.
♦Possuem formato anatômico e diferentes tamanhos, com doisfuros nas extremidades por onde eram passados cordões de forma a ajustá-las ao corpo.
Objetivos♦Analisar duas amostras de tangas e quatro fragmentospertencentes ao acervo do Museu Nacional através da técnicade Fluorescência de Raios-X.
♦Estabelecer a composição elementar da argila utilizada naconfecção das tangas.
♦Comparar um fragmento que exibe diferentes padrõesgeométricos (#22245) com os demais e verificar se todosapresentam a mesma procedência.
Amostras analisadas
Arranjo Experimental
♦ Sistema de EDXRF do Laboratório de InstrumentaçãoNuclear, utilizando detector de Si(Li), com resolução de 180 eV, e um minitubo de raios X com anodo de Mo.
♦ O ângulo do feixe de raios X incidente sobre a superfícieda amostra é de 16° e o ângulo emergente de 90°.
♦ As amostras foram colocadas num suporte e 10 diferentesregiões de cada uma foram irradiadas durante 1000 s, adquirindo-se um espectro de EDXRF em cada uma dessasregiões.
Conclusões
♦ Os elementos identificados foram: S, Cl, K, Ca, Ti, Mn, Fe, Cu, Zn, Ga, Rb, Sr, Y, Zr, Pb.
♦Analisando-se os resultados obtidos por EDXRF, e aplicando-se testes de correlação, verificou-se que todas as tangas e fragmentos apresentavam a mesma procedência.
♦ O fragmento com diferentes padrões geométricos (#22245) apresentava a mesma procedência das demais amostras.