Post on 18-Dec-2014
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Análise da obra:Glauber Rocha
Pedro Avila - Pedro KesslerUNISINOS - 2013
Glauber de Andrade Rocha foi um dos integrantes mais importantes do cinema novo, movimento iniciado no começo dos anos 1960.
Com o princípio de "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", deu uma identidade nova ao cinema brasileiro.
Sobre o Cinema Novo
Movimento cinematográfico brasileiro, influenciado pelo Neo-realismo italiano e pela "Nouvelle Vague" francesa, com reputação internacional.
Um grupo de jovens frustrados com a falência das grandes companhias cinematográficas paulistas resolveu lutar por um cinema com mais realidade, mais conteúdo e menor custo.
Sobre o Cinema Novo
Assim, cineastas do Rio de Janeiro e da Bahia resolveram elaborar novos ideais ao cinema brasileiro. Tais ideais totalmente contrários aos caríssimos filmes produzidos pela Vera Cruz e avessos às alienações culturais que as chanchadas refletiam.
O que esses jovens queriam era a produção de um cinema barato, feito com "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça". Os filmes seriam voltados à realidade brasileira e com uma linguagem adequada à situação social da época. Os temas mais abordados estariam fortemente ligados ao subdesenvolvimento do país.
Sobre o Cinema Novo
Esses filmes foram realizados no momento em que o Brasil passava por inúmeras mudanças em seu direcionamento político, e que tais mudanças faziam parte do plano de "modernizar a nação", estimulado pelo governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961)
Se marcava a presença de elementos da cultura popular; a preferência por locações naturais em ambientes simples e identificados com a rotina do brasileiro - as feiras, a favela, o sertão.
Sobre o Cinema NovoAlguns nomes importantes nesse movimento:
+ Cacá Diegues+ Glauber Rocha+ Joaquim Pedro de Andrade+ Leon Hirszman+ Nelson Pereira dos Santos+ Roberto Santos+ Rogério Sganzerla+ Ruy Guerra+ Olney São Paulo+ Paulo César Saraceni
Sobre o Cinema Novo1º momentoDe 1959 a 1964, com filmes que giravam em torno da temática, do cotidiano e dos problemas do Nordeste ("Vidas Secas", "Deus e o Diabo" e "Os fuzis").
2º momentoDe 1964 a 1968, a produção de filmes passou a questionar os rumos do desenvolvimentismo e os impactos das políticas da ditadura militar nas grandes cidades, em filmes como "Terra em transe", de Glauber, ou "O desafio", de Gustavo Dahl.
3º momentoDe 1968 a 1972, apresenta filmes como "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade, fortemente influenciados pelo movimento Tropicalista.
A obra de Glauber Rocha
Foi uma das figuras centrais na produção cinematográfica brasileira dos anos 1960/1970.Sua obra conciliou a arte e a política e grande parte remetem ao sertão brasileiro.
Acreditava no cinema como força artística revolucionária, desestabilizadora e proponente de um pensamento nacional renovado
A obra de Glauber Rocha
Na época de lançamento havia muita oposição a esses filmes. Alguns até chegaram ao circuito de cinema, mas com resultados muito precários.Glauber acabaria por se converter, em figura polêmica, contraditória e em nenhum momento unânime diante da crítica
A obra de Glauber Rocha
Entretanto, no início de sua carreira, o diretor fez parte de uma geração intelectual que trouxe um sopro de renovação para a literatura, as artes, a música e o cinema brasileiros.
Decepcionado com os caminhos do país e de alguns companheiros de cinema, Glauber se encarregou de sentenciar o fim do movimento em 1970.
Glauber morreu no final da ditadura militar ("o dragão da maldade" que perseguiu seus filmes dava os últimos suspiros).
Principais filmesLongas-metragens
1962 Barravento1963 Deus e o Diabo na Terra do Sol1967 Terra em Transe1968 O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro1970 Cabeças Cortadas1971 O Leão de Sete Cabeças1972 Câncer1975 Claro1980 A Idade da Terra
Curtas e documentários
1959 Pátio1959 A Cruz na Praça1965 Amazonas, Amazonas1966 Maranhão 661974 História do Brasil1974 As Armas e o Povo1977 Di Cavalcanti1979 Jorge Amado no cinema
BarraventoNuma aldeia de pescadores de xeréu, cujos antepassados vieram da África como escravos, permanecem antigos cultos místicos ligados ao candomblé. Firmino (Antônio Pitanga) é um antigo morador, que foi para Salvador na tentativa de escapar da pobreza
Deus e o Diabo na terra do solA exibição do filme nos cinemas brasileiros causou reações eufóricas dos intelectuais, artistas e da crítica, por sua proposta ousada de linguagem e sua estética radical que definiu as bases do tipo de cinema queseria realizado a partir de então.
Terra em transe
Num país fictício chamado Eldorado, o jornalista e poeta Paulo (Jardel Filho) oscila entre diversas forças políticas em luta pelo poder.Grande clássico do Cinema Novo, o filme faz duras críticas à ditadura.
Pedro Avila - Pedro KesslerUniversidade do Vale do Rio dos Sinos
Seminário Livre de Cinema