Álvares de Azevedo: Foi poeta sonhou e amou na vida

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Foi poeta – sonhou – e amou na vida.

Álvares de Azevedo

Nascido em São Paulo, Manuel

Antonio Álvares de Azevedo

cresceu no Rio de Janeiro,

cidade de que sentia muitas

saudades, enquanto estudava na

Academia de Ciências Jurídicas,

em São Paulo.

Um de seus passatempos era escrever

cartas para sua mãe e irmã:

Enquanto no Rio reluzem esses bailes à mil e uma noites, com toda a sua magia de fulgências e luzes, para aqui arrasta-se o narcótico e único baile da “Concórdia Paulista”. Nunca vi lugar

tão insípido, como hoje está São Paulo. Nunca vi coisa mais tediosa e mais inspiradora de spleen. Se fosse eu só que pensasse, dir-se-ia que seria

moléstia – mas todos pensam assim...

A solidão do jovem Azevedo

transbordava nas cartas e nos

versos que enchiam folhas e mais

folhas, entre o estudo de Direito

Natural e o estudo de Direito das

Gentes. A dor da ausência das

queridas mãe e irmã, distantes lá

no Rio de Janeiro, aumentava seu

desprezo pela cidade; mas, isso

acabaria levando-o a escrever o

drama Macário...

SATÃ: – É uma propensão singular a do homem

pelas ruínas. Devia ser um frade bem sombrio, ébrio de sua crença profunda, o Jesuíta que aí lançou nas montanhas

a semente dessa cidade. Seria o acaso quem lhe pôs no caminho, à entrada mesmo, um

cemitério à esquerda e umas ruínas à direita?

MACÁRIO: – Que ruínas são estas? É uma igreja esquecida?

A lua se levanta ao longe nas montanhas. Sua luz horizontal banha o vale, e branqueia os pardieiros escuros do convento. Não mora ali ninguém? Eu

tinha desejo de correr aquela solidão...

Era o auge do

Ultrarromantismo, um período

altamente produtivo para

nossos poetas. Os grandes

clássicos da Literatura

vinham da Europa, e Álvares

lia muito. Seus preferidos

eram Byron, Musset, Keats,

Shelley, Goethe, Wordsworth,

Coleridge, Shakespeare,

Victor Hugo, entre outros.

Alfred de Musset

Lord Byron

Álvares de Azevedo, nessa

época, apesar de

esporadicamente passar férias

com a família no Rio de

Janeiro, viveu os quatro anos

de sua fase literária em São

Paulo, tendo produzido sua obra

na cidade, entre 1848 e 1851.

Quando embarcou para o

Rio de Janeiro no que

seriam as últimas férias

de sua vida, Azevedo

levava na bagagem um

pressentimento de morte.

Tenho vontade de não voltar este ano para São Paulo. Tenho um pressentimento de que morro...

Reza a lenda que ele

teria deixado escrito

os nomes dos amigos

mortos, na parede de

seu quarto...

1850 – Feliciano Coelho Duarte.

1851 – João Baptista da Silva Pereira Júnior. 1852 – .................................................

Cada ano morre um quint’anista.

Ali, depois daquela data, há de escrever-se o meu nome...

Teria Álvares de Azevedo

previsto a própria morte?

Ninguém jamais saberá o

que se passava na alma

do jovem poeta...

Para saber mais

sobre o poeta

Álvares de Azevedo,

leia sua biografia

romanceada...

Criação e textos:

Luciana Fátima

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© Luciana Fátima/2017