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Universidade de Brasília Faculdade UnB Planaltina
ALIMENTOS FUNCIONAIS E ETAPAS DE PRÉ
BARRA DE CEREAIS DE BARU
Faculdade UnB Planaltina
VINICIUS DE SOUZA FORNAZIER
ALIMENTOS FUNCIONAIS E ETAPAS DE PRÉ-COMERCIALIZAÇÃO DA
BARRA DE CEREAIS DE BARU COM MEL
Planaltina-DF
2012
COMERCIALIZAÇÃO DA
COM MEL
VINICIUS DE SOUZA FORNAZIER
ALIMENTOS FUNCIONAIS E ETAPAS DE PRÉ-COMERCIALIZAÇÃO DA BARRA DE CEREAIS DE BARU COM MEL
Relatório Final de Estágio Supervisionado Obrigatório do curso de Gestão do Agronegócio da
Faculdade UnB Planaltina para obtenção do diploma de graduação, sob orientação do
professor Dr. Jean-Louis Le Guerroue.
RESUMO
O presente trabalho pretende abordar as etapas de pré-comercialização de uma barra de
cereais de baru com mel. O estudo se baseia no conceito de que o consumo regular de
alimentos funcionais pode ser uma alternativa para conter o avanço de doenças crônicas,
criando assim uma fatia de mercado aonde a barra de cereais pode ser inserida. Com isso, o
trabalho discorre sobre os processos de registro de alimentos, rotulagem e duas etapas de um
plano de marketing. Alegando que não é viável que a barra de cereais seja lançada no
mercado como um alimento funcional.
Palavras-chave: baru, mel, alimento funcional, registro, rotulagem.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ............................................................... 5
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 6 2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 7 3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 8
3.1 ALIMENTO FUNCIONAL ........................................................................................... 8 3.2 BARRA DE CEREAIS .................................................................................................. 9 3.3 MATÉRIAS-PRIMAS ................................................................................................. 11 3.3.1 Baru .............................................................................................................................. 11
3.3.2 Mel ................................................................................................................................ 11
3.4 REGISTRO DE ALIMENTOS .................................................................................... 12 3.5 ANÁLISE SWOT ......................................................................................................... 13 3.6 ANÁLISE AMBIENTAL ............................................................................................ 13 4 EXPERIÊNCIA PRÁTICA E ETAPAS DA PRÉ-COMERCIALIZAÇÃO ........ 14 4.1 REGISTRO DE ALIMENTOS .................................................................................... 14 4.1.1 Legislação ..................................................................................................................... 14 4.1.2 Informações para a elaboração do processo de registro ............................................... 16
4.1.3 Instruções gerais para elaboração do processo de registro ........................................... 16
4.1.4 Preenchimento dos formulários de petição ................................................................... 18 4.2 PLANO DE MARKETING.......................................................................................... 18 4.2.1 Análise Ambiental ........................................................................................................ 18 4.2.2 Análise SWOT .............................................................................................................. 20 4.3 ROTULAGEM ............................................................................................................. 22 4.4 LAYOUT DA EMBALAGEM .................................................................................... 24
5 ANÁLISE .................................................................................................................... 25 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 27
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1 INTRODUÇÃO
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
Em 7 de dezembro de 1972, o então presidente da República, Emílio Garrastazu Médici,
sancionou a Lei nº 5.881, que autorizava o Poder Executivo a instituir empresa pública, sob a
denominação de Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao
Ministério da Agricultura. O artigo 7º estabelecia um prazo de 60 dias para a expedição dos
estatutos e determinava que o decreto fixasse a data de instalação da empresa. O Decreto nº
72.020, datado de 28 de março de 1973, aprovou os estatutos da Empresa e determinou sua
instalação em 20 dias.
A primeira Diretoria da Embrapa foi empossada em 26 de abril de 1973, no Ministério da
Agricultura. José Irineu Cabral foi nomeado o primeiro diretor-presidente da Embrapa,
apoiado pelos diretores Eliseu Roberto de Andrade Alves, Edmundo da Fontoura Gastal e
Roberto Meirelles de Miranda.
Instalada provisoriamente no Edifício Palácio do Desenvolvimento, em Brasília, DF, a
diretoria da nova empresa buscou no mercado os quadros que pudessem liderar as atividades
da nova estrutura de pesquisa.
No final de 1973, uma portaria do Executivo encerra a existência do Departamento Nacional
de Pesquisa e Experimentação (DNPEA), que coordenava todos os órgãos de pesquisa
existentes até a criação da Embrapa. Com isso, a Empresa herdou do DNPEA uma estrutura
composta de 92 bases físicas: 9 sedes dos institutos regionais, 70 estações experimentais, 11
imóveis e 2 centros nacionais. A partir daí a Embrapa começava a sua fase operativa,
passando a administrar todo o sistema de pesquisa agropecuária no âmbito federal.
Sua missão é viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a
sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira.
A Embrapa atua por intermédio de Unidades de Pesquisa e de Serviços e de Unidades
Administrativas, estando presente em quase todos os Estados da Federação, nos mais
diferentes biomas brasileiros.
Está sob a sua coordenação o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária - SNPA,
constituído por instituições públicas federais, estaduais, universidades, empresas privadas e
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fundações, que, de forma cooperada, executam pesquisas nas diferentes áreas geográficas e
campos do conhecimento científico.
1.2 OBJETIVOS
O principal objetivo deste trabalho é apresentar alguns processos e etapas necessárias para o
lançamento de uma barra de cereais no mercado, buscando descondensar tais processos e
mostrando a viabilidade de inserir uma barra de cereais de baru com mel no mercado.
Os objetivos específicos são:
• Apresentar o processo para o registro de alimentos, discorrendo sobre a
legislação aplicada para alimentos com propriedades funcionais e exibindo as
informações e as instruções para a elaboração do processo de registro;
• Mostrar duas etapas de um plano de marketing, expondo uma análise ambiental
e uma análise SWOT;
• Expor as informações necessárias para o processo de rotulagem de alimentos
industrializados e comercializados no Brasil, apresentando um possível layout
da embalagem da barra de cereais de baru com mel.
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2 JUSTIFICATIVA
O aumento de doenças crônicas é o reflexo dos processos de industrialização, urbanismo,
desenvolvimento econômico e globalização alimentar. Todos esses processos trazem
consequências para o bem-estar social, tais como alteração das dietas alimentares, que se
tornam pobres em frutas e vegetais, aumento dos hábitos sedentários, crescimento do
consumo de tabaco. E o consumo regular desses alimentos funcionais pode ser uma
alternativa para conter o avanço dessas doenças e fazer com que as pessoas se conscientizem
que alimentação tem um papel fundamental sobre a saúde delas.
As barras de cereais foram lançadas no mercado como uma alternativa para as pessoas que
procuram por alternativas de uma alimentação saudável. A barra de cereais foi introduzida no
Brasil a cerca de uma década, direcionada inicialmente aos adeptos de esportes, e com o
passar do tempo foi aumentando o seu público conquistando até executivos (FREITAS &
MORETTI, 2006). Alguns estudos sobre a aceitabilidade da barra de cereais vêm reportando
o perfil dos consumidores, informando características e preferências por meio de análise
sensorial e crescimento do mercado. Segundo Boustani e Mitchell (1990), a partir da última
década, o crescimento do consumo de barra de cereais nos Estados Unidos foi impulsionado
por variações de produtos focados em saúde e conveniência, acompanhados de grandes apelos
das empresas de marketing. Em período de 2003 até 2005, o consumo americano aumentou
cerca de 40%, o equivalente a US$ 2,9 bilhões. No Brasil, atualmente, consome-se US$ 4
milhões de barras de cereais por ano (FRANCAL FEIRAS).
Com base nesse contexto, este trabalho buscará discorrer sobre algumas etapas e processos
necessários para o lançamento de uma barra de cereais, composta de baru e mel, no mercado.
Visando encaixar a barra de cereais nesse perfil de mercado, aonde as pessoas estão cada vez
mais buscando hábitos alimentares e diários mais saudáveis.
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3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 ALIMENTO FUNCIONAL
Por definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), “alimentos funcionais
são aqueles que produzem efeitos metabólicos ou fisiológicos através da atuação de um
nutriente ou não-nutriente no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções
normais do organismo, além de suas funções nutricionais básicas”. Os alimentos funcionais
oferecem vários benefícios à saúde, podendo desempenhar um papel benéfico na redução dos
riscos de doenças crônico degenerativas (TAIPINA, et al., 2002). Mas para tais efeitos e
funções, os alimentos funcionais devem ser consumidos de forma adequada, seguido de um
estilo de vida equilibrado, envolvendo bons hábitos alimentares e exercícios físicos.
O aumento de doenças crônicas é o reflexo dos processos de industrialização, urbanismo,
desenvolvimento econômico e globalização alimentar. Todos esses processos, trazem
consequências para o bem-estar social, tais como alteração das dietas alimentares, que se
tornam pobres em frutas e vegetais, aumento dos hábitos sedentários, crescimento do
consumo de tabaco. E o consumo regular desses alimentos funcionais pode ser uma
alternativa para conter o avanço dessas doenças e fazer com que as pessoas se conscientizem
que alimentação tem um papel fundamental sobre a saúde delas.
Os alimentos funcionais possuem como características, a composição de componentes
naturais, algumas vezes, em elevada concentração ou presentes em alimentos que
normalmente não os supriram, são alimentos convencionais e são consumidos em uma dieta
normal, pode ser um alimento onde a natureza de um ou mais componentes tenha sido
modificada, a alegação da propriedade funcional do alimento deve ter embasamento
científico(ROBERFROID, 2002).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária estabelece normas e procedimentos para registro
de alimentos funcionais. Para se obter o registro de um alimento com alegação de
propriedades funcionais ou de saúde com base no consumo previsto ou recomendado pelo
fabricante, na finalidade, condições de uso e valor nutricional. Evidências científicas, como
composição química ou caracterização molecular, formulação do produto, ensaios
bioquímicos, ensaios nutricionais e ou fisiológicos e ou toxicológicos em animais de
experimentação, estudos epidemiológicos, ensaios clínicos, evidências abrangentes da
literatura científica, organismos internacionais de saúde e legislação internacionalmente
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reconhecidas sob propriedades e características do produto e comprovação de uso tradicional,
observado na população, sem associação de danos à saúde (PIMENTEL, et al., 2005).
3.2 BARRA DE CEREAIS
No início da década 90, mais especificamente em 1992, foi lançada a primeira barra de cereais
no Brasil. A barra de cereais não foi bem aceita pelo consumidor, por se tratar talvez de um
produto muito inovador para a época, mas com o passar dos anos as barras de cereais foram
aumentando cada vez mais a sua fatia de mercado, apresentando um aumento de 25% ao ano,
servindo como um atrativo e se mostrando um produto promissor para as grandes empresas do
ramo alimentício (BARBOSA, 2001).
Esse aumento significativo do consumo da barra de cereais, é consequência de algumas
tendências que foram surgindo com a passar dos anos no setor de alimentos. Tendências como
ausência das refeições em família, o crescimento do conhecimento do consumidor final na
área de saúde, o aumento na renda das pessoas em certos setores da população o que acaba
acarretando em um aumento na experimentação de produtos novos, que antes eram
inacessíveis, como a barra de cereais, por exemplo, que é considerado um produto elitizado
(FREITAS, 2005).
A seleção do carboidrato apropriado de uma maneira que mantenha o equilíbrio entre o sabor
e a vida útil na prateleira, a escolha do cereal seja ele aveia, trigo, arroz, cevada ou milho, o
enriquecimento com vários nutrientes, sua estabilidade no processamento e o uso de fibra
alimentar, são os principais aspectos considerados na elaboração da barra de cereais
(FREITAS, 2005).
Existem diferentes tipos de ingredientes para formulação das barras de cereais, em sua
maioria as formulações possuem três grupos, os ingredientes secos, aglutinantes e os
compostos de revestimento. Segundo Freitas (2005), no método de fabricar uma barra de
cereal, as proporções entre os grupos de ingredientes: são 20-60% de grão integral do grupo
de aveia, trigo, flocos de trigo, cevada, flocos de cevada com casca, sorgo e milho, 35-60% de
aglutinante, que pode incluir composições de carboidratos que consistem em suco de cana,
xarope de arroz integral, caramelo, oligofrutose, inulina e misturas dos mesmos, e 5-40% de
compostos de revestimento podendo conter gordura, carboidratos, flavorizantes e fibras,
sendo misturado com o aglutinante, aplicado sobre a barra de cereal por chuviscamento ou
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cobertura, ou ambos, como forma de melhorar o sabor, evitar o ressacamento da barra de
cereal, e para ajudar a manter a vida de prateleira.
O desperdício de alimentos estar presente no mundo todo. No Brasil essas perdas alimentícias
totalizam 64% em toda a cadeia, sendo 20% na colheita, 8% no transporte e no
armazenamento, 15% na indústria de processamento e 1% no varejo, e aproximadamente mais
20% de perdas no processamento culinário e nos hábitos alimentares (INSTITUTO AKATU,
2003). Em resposta a esses dados, estudos para o aproveitamento e a utilização correta de
produtos ou sub-produtos de pouca o até mesmo nenhuma utilização comercial ou industrial,
tais como resíduos industriais, vem sendo apresentados para que esse número diminua.
Com isso vários trabalhos têm proposto diferentes matérias primas para produção de barras de
cereais, como:
• Maracujá
No Brasil, a fruta é utilizada principalmente para a fabricação de sucos. Possui
aproximadamente um terço de seu peso em suco, sendo o restante, casca, albedo e sementes,
considerados como resíduo industrial. O albedo de maracujá amarelo, utilizado na formulação
das barras, foi tratado e utilizado juntamente com outros ingredientes para a formulação de
barra de cereais com os resultados médios de 6% de proteínas, 4% de lipídios, 89% de
carboidratos e 0,9% de cinzas (MATSUURA, 2005).
• Cajú
O pseudofruto, de estrutura carnosa, suculenta, é rico em vitamina C e minerais. Foram
utilizados caju liofilizado, caju saturado, secagem direta ao sol, secagem a ar em estufas e
secagem em secador solar. Foram empregadas, na formulação de barras de cereais, produtos
como a farinha, xerém e grânulos, o óleo e a torta, todos os ingredientes obtidos da amêndoa
de castanha de caju, bem como a fibra originária da extração do suco do caju, após sucessivas
lavagens e secagem para a sua preparação. Além destas matérias-primas, utilizaram-se, como
fonte de glicídios, o mel de caju e de abelha, o açúcar mascavo e flocos de arroz. Como
resultado, foram obtidas barras de cereais formuladas com o pedúnculo desidratado em estufa
com 8,26% de umidade, 9,43% de proteínas, 1,59% de cinzas, 9,10% de lipídios totais e
5,45% de fibras, com uma boa aceitação sensorial (LIMA, 2004).
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3.3 MATÉRIAS-PRIMAS
3.3.1 Baru
O baru é uma arvore com altura média de 15 m, podendo alcançar mais de 25 m em solos
mais férteis. A copa pode ser alongada ou larga, de 6 a 11m de diâmetro. A casca do tronco
possui cor cinza-claro, apresentando creme na queda das placas descamantes de formato
variável (ALMEIDA et al., 1998).
O fruto é do tipo drupa e possui cerca de 1,5 a 5 cm de comprimento, ovóide, levemente
achatado, com cálice persistente, marrom-claro. O endocarpo é lenhoso, de cor mais escura
que o mesocarpo fibroso. Apenas uma semente é obtida por fruto, podendo apresentar
poliembrionia (MELHEM, 1974).
A polpa e a amêndoa são comestíveis. O sabor da amêndoa é agradável e menos acentuado
que o do amendoim, sendo consumida de diversas formas: torrada como aperitivo ou na forma
de pé-de-moleque, paçoca, cajuzinho. Em qualquer receita, a amêndoa do baru pode substituir
a castanha de caju, amendoim ou nozes, inclusive, na mistura de cereais que também tem
grande aceitação (SANO et al., 2004).
Como o baru apresenta boa produtividade e germinação das sementes, bem como crescimento
rápido, apresentando mais de 95% de sobrevivência, seu potencial para plantação em escala
comercial é muito grande. Além da boa produtividade, é um produto de fácil armazenamento
e com pouca incidência de pragas e doenças (SANO et al., 2004)
3.3.2 Mel
O mel é um produto que tem como origem a abelha, pois é a única que capaz de produzi-lo. É
feito a partir do néctar da flores ou das secreções de partes vivas das plantas ou de excreções
de insetos sugadores de plantas que ficam sobre partes vivas de plantas, que as abelhas
recolhem, transformam, combinam com substancias específicas próprias, armazenam e
deixam madurar nos favos da colmeia (SILVA et al., 2004).
Como o mel é resultado da desidratação e transformação do néctar, e pode ser produzido
durante todo o ano devido o país possuir um vasto território e uma variabilidade climática
grande, a quantidade de mel que pode ser obtida de uma determinada planta varia com os
fatores que influenciam a produção e a concentração de néctar e, ainda, com a concentração e
proporções de seus carboidratos, com a quantidade de flores da área e com o número de dias
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em que as flores estão secretando néctar. A composição do mel depende, basicamente, da
composição do néctar de cada espécie vegetal produtora, dando-lhe características específicas
enquanto que as condições climáticas e o manejo do apicultor têm uma influência menor
(SILVA et al., 2004).
3.4 REGISTRO DE ALIMENTOS
Segundo o manual de registro de alimentos elaborado pela Associação Brasileira das
Indústrias da Alimentação (ABIA) em agosto de 2005, um produto deve ou não ser registrado.
Produtos que dispensam a obrigatoriedade de registro são segundo a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária, as matérias-primas alimentares e alimentos "in natura”. Aditivos
alimentares inscritos na Farmacopéia Brasileira, os utilizados de acordo com as Boas Práticas
de Fabricação e aqueles dispensados pelo órgão competente do Ministério da Saúde. Produtos
alimentícios elaborados conforme Padrão de Identidade e Qualidade, usados como
ingredientes alimentares, destinados ao emprego na preparação de alimentos industrializados,
em estabelecimentos devidamente licenciados, desde que incluídos na legislação brasileira de
alimentos. Produtos de panificação, de pastifício, de pastelaria, de confeitaria, e de sorveteria,
quando exclusivamente destinados à venda direta ao consumidor, efetuada em balcão do
próprio produtor, mesmo quando acondicionados em recipientes ou embalagens com a
finalidade de facilitar sua comercialização. Os procedimentos para esse tipo de alimento são o
de apresentar um alvará sanitário e comunicar o inicio da fabricação do alimento.
Já para os tipos de alimentos tais como adoçantes, água mineral, água natural, alimentos
infantis, alimentos para controle de peso, alimentos para idosos, novos alimentos e ou novos
ingredientes, alimentos para dietas enterais, alimentos para praticantes de atividade física,
entre outros alimentos listados no manual de registro de alimentos da ABIA, o registrado é
um ato legal que, cumpridos os procedimentos descritos na legislação vigente, reconhece a
adequação de um produto à legislação vigente, formalizado por meio de publicação no Diário
Oficial da União.
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3.5 ANÁLISE SWOT
É uma sigla oriunda do inglês e é um acrônimo de Forças (Strenghts), Fraquezas
(Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). A análise SWOT
caracteriza o ambiente interno e o ambiente externo de uma organização ou de um produto,
identificando os pontos fortes e fracos (fatores internos) e as oportunidades e ameaças (fatores
externos) do mercado onde os mesmos atuam. Os fatores internos de uma organização ou de
um produto podem ser controlados. Quando se tem um ponto forte é necessário uma
administração que ressalte tal ponto, quando é percebido um ponto fraco, deve-se agir para
controlá-lo (GOLDSCHMIDT, 2003).
No caso dos fatores externos, estão fora do controle da organização ou do produto. Entretanto,
é possível monitorá-lo para aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças enquanto
possível. Pois, as oportunidades que são ignoradas podem tornar-se ameaças, e ameaças que
são eliminadas podem tornar-se oportunidades (GOLDSCHMIDT, 2003).
Quando não se têm condições de definir que tipo de influência, seja ela positiva ou negativa,
um determinado aspecto está causando, é considerado um ponto neutro, na análise interna
(GOLDSCHMIDT, 2003).
As mudanças que estão fora do controle da organização podem afetar, tanto positivamente
como negativamente, o desempenho e sua forma de atuação. Portanto, uma organização que
percebe que o ambiente externo está mudando e que tenha agilidade para se adaptar a esta
mudança aproveitará melhor as oportunidades e sofrerá menos as consequências das ameaças
(GOLDSCHMIDT, 2003).
3.6 ANÁLISE AMBIENTAL
Planejamento é um dos fatores que propicia maior índice de sucesso para as organizações, e
para que o planejamento seja realizado de maneira eficiente, são necessários diversos estudos
para sua estruturação, inclusive uma análise ambiental.
A análise do ambiente é importante para todos os tipos de organizações, e principalmente para
lançamentos de novos produtos no mercado. Kotler e Keller (2006) afirmam que os principais
objetivos da avaliação ambiental são: reconhecer novas oportunidades e pontos fortes, para
desenvolver e lucrar por meio destes e usar esta análise para determinar a atratividade e a
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probabilidade de sucesso de uma oportunidade, e a identificação das ameaças e pontos fracos,
que podem afetar sua capacidade de obter lucros, por ser uma tendência desfavorável à
organização, estas podem ser classificadas pela gravidade e probabilidade de ocorrência.
4 EXPERIÊNCIA PRÁTICA E ETAPAS DA PRÉ-COMERCIALIZAÇÃO
O objetivo do estágio foi de auxiliar a pesquisadora da Embrapa Cerrados Dra. Maria
Madalena Rinaldi no desenvolvimento e lançamento de uma barra de cereais no mercado. Os
processos e as etapas pesquisadas para o desenvolvimento e lançamento da barra de cereais
consiste no levantamento bibliográfico em base de dados virtuais como a PubMed Scielo
além de pesquisas no acervo de periódicos da Capes e na biblioteca da Embrapa, que
disponibiliza teses, livros e artigos que tratavam sobre o assunto.
Foi solicitado pela supervisora do estágio se seria viável registrar a barra de cereais como um
alimento funcional, para que assim possa ganhar um diferencial no mercado.
Durante todo o período de estágio, que foi de Setembro a Dezembro, era realizado
semanalmente uma análise sensorial da barra de cereais de baru com mel, que consistia em
responder um questionário com cinco questões, que englobavam a textura, o sabor,
consistência, cor e o aroma da barra de cereais de baru com mel.
Os tópicos descritos a seguir, são os resultados do levantamento bibliográfico que descrevem
as etapas de pré-comercialização.
4.1 REGISTRO DE ALIMENTOS
4.1.1 Legislação
No Brasil, o Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), regulamentou os Alimentos Funcionais através das seguintes resoluções:
ANVISA/MS 16/99; ANVISA/MS 17/99; ANVISA/MS 19/99, cuja essência é:
a) Resolução da ANVISA/MS 16/99 - trata de Procedimentos para Registro de Alimentos e
ou Novos Ingredientes, cuja característica é de não necessitar de um Padrão de Identidade e
Qualidade (PIQ) para registrar um alimento, além de permitir o registro de novos produtos
sem histórico de consumo no país e também novas formas de comercialização para produtos
já consumidos (BRASIL, 1999a);
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b) Resolução da ANVISA/MS 17/99 - Aprova o Regulamento Técnico que estabelece as
Diretrizes Básicas para Avaliação de Risco e Segurança de Alimentos que prova, baseado em
estudos e evidências científicas, se o produto é seguro sob o ponto de risco à saúde ou não
(BRASIL, 1999b);
c) Resolução ANVISA/MS 18/99 - Aprova o Regulamento Técnico que estabelece as
Diretrizes Básicas para a Análise e Comprovação de Propriedades Funcionais e/ou de Saúde,
alegadas em rotulagem de alimentos (BRASIL, 1999c);
d) Resolução ANVISA/MS 19/99 - Aprova o Regulamento Técnico de Procedimentos para
Registro de Alimentos com Alegação de Propriedades Funcionais e ou de Saúde em sua
Rotulagem (BRASIL, 1999d).
As diretrizes para a utilização da alegação de propriedades funcionais e ou de saúde, segundo
a ANVISA são:
a) A alegação de propriedades funcionais e ou de saúde é permitida em caráter opcional;
b) O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde pode, além de
funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzirem efeitos metabólicos e
ou fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem
supervisão médica;
c) São permitidas alegações de função ou conteúdo para nutrientes e não nutrientes, podendo
ser aceitas aquelas que descrevem o papel fisiológico do nutriente ou não nutriente no
crescimento, desenvolvimento e funções normais do organismo, mediante demonstração da
eficácia. Para os nutrientes com funções plenamente reconhecidas pela comunidade científica
não será necessária a demonstração de eficácia ou análise da mesma para alegação funcional
na rotulagem;
d) No caso de uma nova propriedade funcional, há necessidade de comprovação científica da
alegação de propriedades funcionais e ou de saúde e da segurança de uso, segundo as
Diretrizes Básicas para avaliação de Risco e Segurança dos alimentos;
e) as alegações podem fazer referências à manutenção geral da saúde, ao papel fisiológico dos
nutrientes e não nutrientes e à redução de risco de doenças. Não são permitidas alegações de
saúde que façam referência à cura ou prevenção de doenças (BRASIL, 1999c; BRASIL,
1999d).
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4.1.2 Informações para a elaboração do processo de registro
Para elaborar o processo de registro, é necessário:
• Razão social da empresa detentora do registro;
• Número de cadastro da empresa na ANVISA, se a empresa não for cadastrada
na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, anexar ao processo a Ficha de
Cadastramento da Empresa (FCE) preenchida e com assinatura do
Representante Legal;
• Categoria e código da categoria do produto;
• Denominação legal do produto;
• Fórmula do produto;
• Assunto da petição;
• Município de fabricação;
• Validade do produto;
• Destinação do produto (importação, exportação, mercado interno, etc.);
• Marca do produto;
• Apresentação do produto (Tipos de embalagem);
• Cuidados de conservação;
• Nome do representante legal;
• Nome do responsável técnico.
4.1.3 Instruções gerais para elaboração do processo de registro
A solicitação de registro deve ser efetuada pela empresa interessada, junto ao órgão de
Vigilância Sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município, onde uma das unidades
fabris esteja localizada. Para a petição de registro são necessários os seguintes documentos:
1. Formulários de Petição 1 e 2 (FP1 e FP2) (Anexo do manual de registro de
alimentos elaborado pela ABIA, páginas 76 a 79);
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2. Via original do comprovante de pagamento da taxa de fiscalização de
vigilância sanitária ou guia de vigilância sanitária (GRU) isenta (Anexo do
manual de registro de alimentos elaborado pela ABIA, página 13).
3. Comprovante de enquadramento de porte da empresa de acordo com a
legislação vigente, exceto para as empresas enquadradas como Grande Grupo
I, esse enquadramento é encontrado na Resolução RDC n°23/03, Capítulo VI;
anexado ao manual de registro de alimentos elaborado pela ABIA.
4. Dizeres de rotulagem ou modelo de rótulo:
Painel Principal:
• Denominação de Venda do Produto (É o nome específico e não
genérico que indica a verdadeira natureza e as características do
alimento).
• Marca
• Conteúdo Líquido (Peso Líquido ou Volume):
Demais Painéis
• Validade:
• Identificação do Lote
• Modo de Conservação (quando necessário)
• Modo de Preparo (quando necessário).
• Lista de ingredientes
• Número de Registro (quando necessário)
• Rotulagem Nutricional (quando necessário)
• Identificação do Fabricante ou Importador
• Identificação da origem.
5. Ficha de Cadastro de Empresa (FCE) (Anexo do manual de registro de
alimentos elaborado pela ABIA, página 13).
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Quando um mesmo produto for fabricado por diferentes unidades de uma mesma
empresa, localizadas em um ou mais Estado/País ou possuir a mesma base de formulação ,
poderá ser solicitado o Registro Único. Nesse caso, para a petição, além dos documentos
acima é necessário apresentar um requerimento indicando o motivo da solicitação do Registro
Único.
4.1.4 Preenchimento dos formulários de petição
O processo para o preenchimento dos formulários pode ser feito de duas formas. O
peticionamento eletrônico que é feito no site da Anvisa, onde os formulários são preenchidos
diretamente no site. No final, o sistema irá gerar telas desses formulários para impressão, e o
boleto bancário para o pagamento da taxa de fiscalização. Essas impressões devem ser
incluídas fisicamente ao processo de registro.
E o peticionamento manual, onde os formulários FP1 e FP2 manuais, devem ser preenchidos
à máquina ou com letra de forma ou eletronicamente em arquivos eletrônicos, como Word por
exemplo.
4.2 PLANO DE MARKETING
4.2.1 Análise Ambiental
Nas últimas décadas a rotina da população mundial tem se tornada cada vez mais estreita e
corrida, pois com o passar dos anos o mercado de trabalho foi se tornando mais dinâmico
exigindo de quem está atuando nele, tempos de respostas e de ação cada vez mais curtos. E
isso consequentemente fez com que as pessoas fossem deixando de lado hábitos essenciais e
importantes para o bem estar físico e mental. Tais como tomar o café da manhã em casa
acompanhado dos familiares, com calma e degustando o alimento, e não fazendo um lanche
rápido indo para o trabalho ou para a escola (BRITO, 2004).
Com base nesse cenário, houve um aumento significativo no consumo de “fast-foods” e
alimentos pré-prontos, prontos e congelados. Porém esses alimentos não apresentam uma
carga de nutrientes e proteínas necessárias para se manter uma alimentação saudável. E com a
constante imposição dos meios de comunicação por um padrão de beleza, criou-se uma nova
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demanda, consumidores que possuem uma rotina corrida, e que almejam uma dieta saudável.
Em resposta a essa situação, muitas empresas quiseram agarrar essa oportunidade e suprir
essa demanda, com isso houve a inserção de diversos produtos com propriedades funcionais
no mercado, entre eles a barra de cereal (BUENO, 2005).
A barra de cereal de baru com aveia e mel visa atender a demanda por produtos de rápido
consumo e que forneçam os componentes para uma dieta saudável, tendo como diferencial o
baru, que é um fruto do cerrado e que possui uma possibilidade promissora de crescimento no
mercado, sendo vendido separadamente, torrado ou in natura, ou vinculado a algum produto,
como no caso da barra de cereal (SANO,2004). É possível fazer um forte trabalho de
marketing usando o baru como objeto central, pois se trata de um fruto regional e isso
desperta o interesse tanto de turistas de outras regiões do país, como turistas internacionais.
Entretanto o produto não possui uma marca, o que dificulta sua entrada e fixação no mercado
de forma significativa, aumentando o risco do produto não ser aceito no mercado, ou o seu
tempo de aceitação ser maior do que o tempo esperado para se obter retorno do investimento.
E com a facilidade da entrada de barras de cereal no mercado é possível que apareçam
concorrentes fortes com produtos equivalentes.
É um produto de fácil produção, e isso consequentemente poupa gastos com treinamento de
funcionários para a produção da barra. Entretanto sua produção é dependente da sazonalidade
do baru, e isso demanda um espaço significativo para o armazenamento do baru.
O consumo de barras de cereais não é tão afetado pelo clima, como a sopa e o sorvete, por
exemplo, que no verão o consumo de sopas está em baixa enquanto o consumo de sorvete está
em alta.
Segundo Degáspari (2008) e colaboradores, observa-se uma tendência maior de consumo de
barras de cereais pelo grupo das mulheres e que a maioria dos consumidores de ambos os
sexos têm idade inferior a 44 anos. Por se tratar de um produto com um preço relativamente
alto, a população com nível de renda mais baixo apresenta um consumo menor, podendo ser
considerado como um produto de elite. Ao analisar os indivíduos de acordo com o
comportamento e hábitos alimentares, verifica-se que o grupo de pessoas eutróficas consome
as barras como uma opção de lanche, o que demonstra ser um comportamento alimentar
padrão. Já o grupo composto pelos indivíduos levemente desnutridos, observa-se um consumo
para disfarçar a fome e por ser uma opção mais saudável, podendo ser um indício de
transtorno alimentar. O grupo de pré-obesos apresenta um consumo parecido com o grupo
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citado anteriormente, isto é, consomem para disfarçar a fome, o que demonstra uma
preocupação com a alimentação.
4.2.2 Análise SWOT
De acordo com o cenário externo analisado através das informações obtidas, temos as
seguintes oportunidades e ameaças:
Oportunidades:
• Produtos com propriedades funcionais estão ganhando o seu espaço no mercado,
justamente pela mudança cultural apresentada na análise ambiental, onde a população está em
busca de produtos saudáveis.
• O mercado de barra de cereal apresenta um crescimento de 14% ao ano desde 2006,
movimentando mais de R$ 95 milhões.
• No Brasil é consumido US$ 4 milhões de barras de cereais por ano.
• A barra de cereal é um produto que possui uma facilidade de entrada e saída no
mercado. Apresentando também um giro de venda dinâmico.
Ameaças:
• Com o aumento do consumo de barras de cereal e a facilidade de entrada nesse tipo de
produto no mercado, poderá surgir concorrentes com produtos equivalentes.
• Por se tratar de um produto novo, existe o risco do produto não ser aceito no mercado,
ou o seu tempo de aceitação ser maior do que o tempo esperado para se obter retorno do
investimento.
• A barra de cereal é dependente da sazonalidade do baru. E com isso é necessário um
espaço para armazenamento, nas épocas que o baru não estiver sendo colhido.
Forças:
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• Produto novo no mercado que segue uma tendência de consumo saudável, e que tem
como objetivo atender a demanda emergente.
• Produto de fácil produção.
• Mão-de-obra qualificada para a produção.
• O consumo da barra de cereal não é tão afetado pelo clima da região, ao contrário da
sopa, que é mais consumida no inverno, ou do sorvete que é mais consumido no verão.
Fraquezas:
• Produto voltado para um público específico, deixando de atingir a massa.
• O produto não possui uma marca, o que dificulta sua fixação no mercado atuante.
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4.3 ROTULAGEM
O órgão responsável pela Rotulagem de Alimentos Industrializados no Brasil é a ANVISA, e
que apresenta muitas portarias que regulam o que um rótulo deve conter ou não. Esses
regulamentos possuem como objetivo garantir produtos de qualidade e em boas condições de
higiene para toda a população brasileira.
Segundo a ANVISA, o rotulo nutricional dos produtos comercializados no País deve
apresentar informações como:
• Marca do produto;
• Lista de ingredientes que compõe o produto. A lista deve estar em ordem
decrescente de quantidade, o ingrediente que estiver em maior quantidade deve
vir primeiro, e assim por diante;
• Denominação de Venda do Produto (É o nome específico e não genérico que
indica a verdadeira natureza e as características do alimento).
• Identificação do Lote;
• Modo de Conservação (quando necessário);
• Modo de Preparo (quando necessário);
• Rotulagem Nutricional;
• Identificação do Fabricante;
• Número de Registro;
• Quantidade em gramas ou mililitros que o produto apresenta;
• Prazo de validade. O DIA e o MÊS para produtos com duração mínima menor
de 3 meses e o MÊS e o ANO para produtos com duração superior a 3 meses;
• Identificação da origem do produto. Identificação do país ou local de produção
daquele produto);
Se o produto for importado, as informações citadas acima, devem estar em português.
A ANVISA declara que com o mesmo objetivo de auxiliar o consumidor na escolha de seus
alimentos, evitando que ele qualquer tipo de engano da parte do consumidor na hora da
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compra, foram regulamentadas algumas informações que os rótulos de alimentos não podem
declarar. Tais como:
• Palavras, sinais ou desenhos que possam tornar a informação do rótulo falsa,
insuficiente, incompreensível ou que possam levar a um erro do consumidor;
• Atribuir ao produto qualidades que não possam ser demonstradas;
• Destacar a presença ou ausência de componentes que são próprios dos
alimentos;
• Indicar que o alimento possui propriedades terapêuticas ou medicinais;
• Aconselhar o uso do produto para melhorar a as saúde, para evitar doenças ou
como ação curativa.
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4.4 LAYOUT DA EMBALAGEM
As figuras apresentadas são um modelo da embalagem da barra de cereais de baru com mel,
obedecendo todos os requisitos impostos pela ANVISA.
Figura 1 - Descrição da embalagem (frente)
Figura 2 - Descrição da embalagem (verso)
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5 ANÁLISE
Os processos que foram descritos para o registro de alimentos se apresentaram densos e
burocráticos, pois para registrar alimentos que possuem propriedades funcionais, os processos
de registro são diferentes, a legislação aplicada também é diferenciada.
A barra de cereal de baru possui como um dos seus ingredientes a aveia. A aveia tem como
um dos seus componentes a beta glucana, que é uma fibra alimentar que auxilia na redução da
absorção de colesterol, e que segundo a ANVISA é uma alegação funcional aprovada. Pois
não são aprovadas propriedades funcionais para ingredientes ou componentes dos alimentos,
mas sim para o produto final que tenha esses ingredientes ou componentes. Entretanto, essa
comprovação da eficácia da alegação deve ser realizada caso a caso, considerando a
formulação e as características do alimento.
Portanto, considerar a barra de cereal de baru com aveia e mel um alimento funcional não é
viável, pois levaria em consideração apenas a alegação funcional da aveia, e não do produto
final.
As etapas apresentadas do plano de marketing, a análise ambiental e a análise SWOT, foram
feitos a partir de um levantamento bibliográfico, sem nenhuma aplicação de questionário ou
uma pesquisa mercadológica detalhada. O que acaba comprometendo a confiabilidade de uma
estratégia que seja capaz de fixar a barra de cereais no mercado.
Entretanto, a barra de cereais de baru com mel, se apresenta como um produto promissor e
com diversos pontos fortes, tais como o diferencial de ter como um dos seus ingredientes o
baru, que é uma fruta regional e desperta o interesse de turistas.
O processo de rotulagem se apresentou como um processo menos burocrático quando
comparado com o processo de registro de alimento, e o layout da embalagem da barra de
cereais foi desenvolvido com base em outras embalagens consolidadas no mercado e que
possuem uma grande aceitação.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido ao curto espaço de tempo, não foi possível e não foi solicitado pela supervisora do
estágio, uma pesquisa de mercado que diagnostica o perfil do consumidor da região, e o nível
de aceitação de um novo produto que possui como matéria-prima um fruto regional.
Problemas de infraestrutura algumas vezes dificultam as tarefas de rotina no laboratório, pois
devido a algumas mudanças no espaço físico da organização, os instrumentos de pesquisa
nem sempre estavam disponíveis.
Todas as atividades realizadas durante todo o período do estágio, principalmente o referencial
teórico sobre as etapas de pré-comercialização da barra de cereais de baru com mel, se
mostram bastantes suscetíveis para uma possível integralização entre os conhecimentos
adquiridos e a aplicação dos mesmos em um plano de negócios de uma pequena empresa.
Conclui-se então que é necessária uma pesquisa mercadológica mais detalhada, visando não
apenas a aceitação e implementação do produto mas também os níveis de saturação do
mercado, custos e viabilidade de produção.
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