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UNIVERSIDADE FEDERAL TECNOLÓGICA DO PARANÁBACHARELADO EM SISTEMAS DA INFORMAÇÃO
BRUNO GUILHERME ANDRETTA DE MIRANDACELSO WOLSKI
EMERSON SHIGUEO SUGIMOTOFERNANDO HIROSHI SUEMITSU
RODRIGO CIRINOVAGNER VENGE
ALIENAÇÃO, IDEOLOGIA E MITOS NA ATUALIDADE.
TRABALHO DE GRADUAÇÃO DA DISCIPLINA DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE
CURITIBA2009
BRUNO GUILHERME ANDRETTA DE MIRANDACELSO WOLSKI
EMERSON SHIGUEO SUGIMOTOFERNANDO HIROSHI SUEMITSU
RODRIGO CIRINOVAGNER VENGE
ALIENAÇÃO, IDEOLOGIA E MITOS NA ATUALIDADE.
TRABALHO DE GRADUAÇÃO DA DISCIPLINA DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE
TRABALHO DESENVOLVIDO PARA A DISCIPLINA DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE DO CURSO DE BACHARELADO EM SISTEMAS DA INFORMAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL TECNOLÓGICA DO
PARANÁ COMO AVALIAÇÃO.
PROF. ROBERTO RANNA KELLER
CURITIBA2009
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 4
2. CAPÍTULO 1: ALIENAÇÃO............................................................................... 5
3. CAPÍTULO 2: IDEOLOGIA................................................................................ 10
4. CAPÍTULO 3: MITOS NA ATUALIDADE........................................................ 12
5. CONCLUSÃO....................................................................................................... 16
INTRODUÇÃO
A a l i enação pos su i vá r i o s s i gn i f i c ados , con tudo o ma i s comum é a
ausênc i a de bens : ma t e r i a i s ou e sp i r i t ua i s . Na Idade Méd ia a r e l i g i ão
a l i enava a s pe s soas com uma dou t r i na r í g ida no qua l quem de t i nha um
pensamen to d i f e r en t e o da i g r e j a e r a ama ld i çoado a f i c a r e t e rnamen te no
i n f e rno . Com o avanço da t é cn i ca e do c i en t i f i c i smo , a human idade
a l i enou - se a i ndús t r i a , cu j a c l a s se do p ro l e t a r i ado fo i man ipu l ada a f i c a r
ho ra s em se rv i ço e com pouco t empo de l a ze r pa r a ga r an t i r o bem-es t a r de
s eus pa t rõe s . Pos t e r i o rmen te , com a t e cno log i a da míd i a f i cou ma i s f á c i l
pa r a a c l a s se dominan t e a l i ena r a “massa” , u t i l i z ando ago ra do r ád io , da
t e l ev i s ão e do c inema pa ra p roduz i r en t r e t en imen to e conduz i r o povo a
cons t ru i r o s de se jo s dos dominan t e s .
Ideo log i a é um con jun to de i dé i a s de um ind iv íduo ou g rupo , que
t em r e l ação com a po l í t i c a . E l a t ambém é um mé todo de con t ro l e u sado
pe l a c l a s se dominan t e . Na h i s t ó r i a da human idade houve i deo log i a s que
muda ram conce i t o s que pe rdu ra r am po r s écu lo s e ou t ro s que du ram a t é
ho j e .
An t igamen te , o s m i to s t i nha como s ign i f i c ado a exp l i c ação dos
f enômenos na tu r a i s , ho j e u t i l i z a da pa l av ra m i to pa r a r e f e r i r - s e , de fo rma
pe jo r a t i va , à s c r enças comuns . Mas a inda há um pouco do p r ime i ro
s i gn i f i c ado na s h i s t ó r i a s i n f an t i s e em r ev i s t a s em quad r inhos , que v i s am
t e r uma função pedagóg i ca e de imp lan t a r de sde c r i ança a s i dé i a s de sua
soc i edade e a condu t a ao qua l e l a s devem segu i r .
ALIENAÇÃO, IDEOLOGIA E MITOS NA ATUALIDADE .
A ALIENAÇÃO
A de f in i ção da pa l av ra a l i enação é amp la : podendo s i gn i f i c a r
ausênc i a de bens , t r ans f e r ênc i a de p rop r i edade , de s l i gamen to da r e a l i dade ,
ou a inda pe rda de pe r sona l i dade . Ou s e j a , s i gn i f i c a a pe rda de bens s e j am
e l e s ma t e r i a i s , f í s i cos , men t a i s , emoc iona i s , cu l t u r a i s , soc i a i s , po l í t i co s
ou econômicos .
O mi to é uma da s fon t e s da a l i enação . A r e l i g i ão , po r exemplo ,
c ausa a l i enação dev ida a “ve rdade” que a c i ênc i a não pode r e sponde r ,
ou t ro r a , no pa s sado a i n s t i t u i ç ão r e l i g io sa , de t en to r a do s abe r , o gua rda
pa r a s i , n a fo rma de t ex to s em La t im , l í ngua s ec r e t a pa r a a ma io r i a
( exce to pa r a o s “ i n i c i ados” ) , como fo rma de dominação sob re a massa , que
a l i enada s egue “ r e l i g io samen te” sob re o c ab re s to e domín io da i n s t i t u i ç ão ,
con t e s t á - l a s e r i a o mesmo que con t e s t a r ao p róp r io Deus , C r i ado r
On ip re sen t e , que t udo s abe e t udo vê ( aqu i s em r e f e r ênc i a s à f é de cada
um, ma i s à imagem que a i n s t i t u i ç ão t omou pa ra s i ) , m i to c r i ado pe l a
i n s t i t u i ç ão , não s egu i - l a s i gn i f i c a s e r “ excomungado” e pa s sa r uma
e t e rn idade num luga r t e r r í ve l e com os ma i s t e r r í ve i s pe sade lo s .
Quando o mi to t o rna - se e sc l a r ec imen to , a na tu r eza ( e a imagem de
Deus ) pe rde fo r ça , e o pode r do e sc l a r ec imen to conced ido ao homem causa
a a l i enação do p róp r io . Af ina l o e sc l a r ec imen to é uma f e r r amen ta de
man ipu l ação que t r ans fo rma o s e r ( po r i nco rpo rá - l a ) em uma imagem
des sa mesma f e r r amen ta . O dominan t e a caba s endo dominado po r s eu
p róp r io i n s t rumen to , pe rdendo a s s im sua pe r sona l i dade , a l i enando - se .
Uma vez que a c i ênc i a , dona de t oda ve rdade , não s e pe rmi t e e s t a r e r r ada .
E s endo ve rdade não pode s e r con t e s t ada , a s s im mesmo a d i s t o r ção
r eves t i da de p r ece i t o s da c i ênc i a , é t i da como ve rdade , t o rnando - se a s s im
um in s t rumen to de man ipu l ação , mo lda - se à med ida da nece s s idade da
man ipu l ação .
Quando a lgo pa rece ce r t o , ou t r a s co i s a s pe rdem o va lo r . Um exemplo
d i s so é a p rodução : Uma pes soa p roduz vege t a i s de c e r t a mane i r a e , com
i s so , ob t ém um ó t imo r e su l t ado , ou t r a s pe s soas ao pe r cebe rem i s t o ,
a cabam cop i ando o p roce s so s em l eva r em con t a a s sua s d i f e r enças . I s so
causou que ce r t a s pe s soas a c r ed i t a s sem que s e r d i f e r en t e é r u im .
Pad ron i zando t ambém o i nd iv iduo , t o rnando -o um se r que não pensa po r s i
mesmo , po r e s t a r p r e so po r conce i t o s p r é -de f i n idos .
E quando a admi ração pa s sa a s e r a l i enação , i s so começa a a f e t a r o s
s i s t emas p rodu t i vos , que de ixam de f ab r i c a r p rodu tos pe r sona l i z ados , pa r a
a p rodução de p rodu tos pad ron i zados com a “van t agem” de s e r em ba ra to s .
O i dea l bu rguês t r ouxe e s sa l i nha de pensamen to com e l e . Uma vez
que quan to menor o cus to , ma io r o l uc ro e a s vendas : “Todos vão que re r
um (p rodu to ) i gua l ” . Causando a s s im a a l i enação do t r aba lhado r : que v ive
em uma ro t i na f a z t udo s empre i gua l e quase nunca t em um momen to de
l a ze r , sob a dominação f ab r i l , mu i t a s veze s o t r aba lhado r de sconhece o
que é l a ze r , conhece apenas o en t r e t en imen to impos to pe lo s i s t ema , a t é o
momen to que e l e deve r i a ded i ca r ao l a ze r é ded i cado ao en t r e t en imen to ,
mesmo em busca do l a ze r , o que e l e encon t r a é apenas o en t r e t en imen to ,
man ipu l ado t o rna - se um momen to e spe lhado no t r aba lho , a cond i c iona - se o
s e r humano à apenas um ob j e t i vo , à p rodução , à e f i c i ênc i a no p roduz i r , a
i nd iv idua l i dade s e de tu rpa e s e t o rna em uma pseudo - ind iv idua l i dade , o
homem un id imens iona l , i n s t rumen ta l i z ado pe l a r a zão i ncapaz de r e a l i z a r
qua lque r pensamen to c r í t i co , s egundo Marcuse . D i f e r en t e do e sc r avo , o
t r aba lhado r p ro l e t á r i o é con f inado no s eu t r aba lho , é e s c r av i zado no ma i s
í n t imo do s eu s e r , r obo t i z ado , não com g r i l hões ma i s de fo rma à r e t i r a r
sua r e f l exão , s eu pensamen to c r í t i co . Po i s s e f i c a r de sempregado de ixa rá
de t e r a pouca au tonomia que pos su í . To rna - se um ou t ro t i po de e sc r avo :
e s c r avo do t empo , do r i tmo de t r aba lho , do e s tudo e do d inhe i ro . Acaba
t r aba lhando pa ra o d inhe i ro e não o con t r á r i o t o rna - se i n s t rumen to do
s i s t ema . A l i enando o t r aba lhado r de sua human idade . Fazendo com que o
óc io ( an t e s v i s t o pe lo s romanos com uma nece s s idade humana ) s e t o rna s se
a l go p r e jud i c i a l ma l v i s t o pe l a soc i edade , enquan to o t r aba lho (que e r a
cons ide rado um ca s t i go ) a l go pos i t i vo , g r avam-se o s va lo r e s de dominação
de d ive r sa s fo rmas no homem in s t rumen ta l i z ando -o . Segundo Marx , su rg iu
en t ão à a l i enação da soc i edade bu rguesa : f e t i ch i smo , ou s e j a , i do l a t r a r
c e r t o s ob j e to s . O impor t an t e não é ma i s s e r e t ambém não é o s en t imen to ,
a consc i ênc i a , o pensamen to . Sendo o d inhe i ro o ma io r f e t i che de s t a
cu l t u r a , que ac r ed i t a que com d inhe i ro s e t em tudo . Segu indo Horkhe imer ,
e s sa i nve r são de va lo r e s (o homem de ixa de s e r f im pa ra s e r me io do
p roce s so de p rodução , pe rdendo s eu e spaço pa ra o d inhe i ro e pa r a a s
maqu ina s : ma i s va l e uma máqu ina func ionando do que um empregado
con t r a t ado ) , p rodução em sé r i e , e f i c i ênc i a , p roduz i r , p roduz i r e p roduz i r ,
s ão o s ob j e t i vos do s i s t ema , o homem to rna - se máqu ina .
De tu rpa - se a cu l t u r a , onde o s e r não pos su i impor t ânc i a , apenas o t e r
é va lo r i z ado , soc i edade de cu l t u r a mo ldada e fo r j ada ao consumismo , “ t e r
é pode r” , nos me ios de en t r e t en imen to o que s e vê s ão bens ma t e r i a i s ,
c a r ro s , mansões e d ive r sos bens de consumo , o t r aba lhado r d i an t e de s t a
un ive r sa l i dade man ipu l ada s e vê marg ina l i z ado , exc lu í - s e o t r aba lhado r e
s e magn í f i c a o s i s t ema , a s soc i edades dominan t e s , a i dé i a pa s sada é de
que po r um aca so do de s t i no ou pe l a so r t e a l guns s ão p r i v i l eg i ados e
a ce r t a r am na l o t e r i a , e s t e s s im são o s e sco lh idos a t e r uma v ida f a r t a e de
p r aze re s , o t r aba lhado r a cos tuma- se com o s i s t ema e com a v ida que l he é
impos t a , a s i dé i a s pa s sadas pe lo s dominan t e s a cond i c ionam o t r aba lhado r
a “ aba ixa r a c abeça” e a ce i t a r sua v ida mi se r áve l , a cumpr i r com o s eu
“deve r” e “ob r igação” de s e rv i r ao s i n t e r e s se s da soc i edade dominan t e ,
exa t amen te como que r o s i s t ema , ex imi r - s e de t oda a cu lpa , masca ra r a
ve rdade , que s eu suce s so e s eus f ru to s co lh idos vem do suo r do
t r aba lhado r .
O p roce s so i ndus t r i a l c ausa uma a l i enação do t r aba lhado r que ( após
o fo rd i smo) só conhece sua pa r t e do s e rv i ço . E de ixa de t e r o
conhec imen to nece s sá r i o pa r a f a ze r s eu p róp r io negóc io , não conhece o
t odo , não s abe o que e s t a f a zendo ( a l i enado ) , p roduz pa ra o dono da
empre sa , ma i s nunca t e r á a ce s so ao p rodu to f e i t o pe lo s eu suo r , t o rnando -
se a i nda ma i s dependen t e e f a c i lmen t e dominado : A l i enado do s abe r
t é cn i co . “Robo t i z ado” e “ au toma t i zado” , de sempenha a mesma função
r epe t i damen te , não s abe o que sua t a r e f a i so l ada e s t a f a zendo , qua l s e r á o
f im que a sua pa r t e t e r á , nem a d imensão do s eu t r aba lho .
A human idade s e cons t ró i com a cu l t u r a , po i s o i dea l i smo no r t e i a o s
va lo r e s . Mas o que é cu l t u r a? Cu l t u r a é t udo aqu i l o que o homem in t e r age ,
mod i f i c a , é a “ l i ga” o c imen to que une a s pe s soas . A cu l t u r a eng loba
a s s im d ive r sa s á r ea s : c r enças , co s tumes , cód igos , f e r r amen ta s , a r t e ,
r e l i g i ão e a t é mesmo a c i ênc i a . Ou s e j a , t udo que envo lve o s e r humano :
s eus cos tumes . E é ba se pa r a um g rupo de pe s soas que v ivem em g rupos ,
t odos s ão cu l t o s .
E a s s im com a i ndús t r i a cu l t u r a l , na sce a s s im o en t r e t en imen to : ma i s
ba r a to que o l a ze r , o r a o l a ze r não pode s e r i ndus t r i a l i z ado o
en t r e t en imen to s im . Aqu i lo que ag rada r i a um ago ra t em que ag rada r t odos ,
a i ndús t r i a cu l t u r a l ba se i a - s e no que ag rada a ma io r i a , o en t r e t en imen to é
i ndus t r i a l i z ado , pad ron i zado , pa r a ge r a r ún i ca e exc lu s ivamen te o l uc ro , e
quem não conco rda r e s t á f o r a de moda , a r ca i co , ve lho , é d i s c r im inado ,
ma rg ina l i z ado . Pa ra não t o rna r - s e um a l i enado soc i a l , mu i to s a cabam
consumindo e s se pa s sa t empo , s egue a moda e a co r r en t e , o en t r e t en imen to
não pa s sa de um pas sa t empo . Com i s so de senvo lve - se a cu l t u r a de massa ,
que c r i a uma f a l s a imagem de i nd iv idua l i dade , uma pseudo -
ind iv idua l i dade , j á que é un ive r sa l . Uma fo rma de cu l t u r a c r i ada pa r a
b i t o l a r o i nd iv iduo com con t eúdos de scon t r a ídos , não comprome tedo re s e
não r e f l ex ivos , que não causam o e s t r anhamen to . Mús i ca s com r i tmo sem
con t eúdo ( “mús i ca l i ge i r a” , Adorno ) , f e i t a s “ sob med ida” e que s eguem
uma r ece i t a , f i lmes que roubam a imag inação . To rnando o homem
inexp re s s ivo , s em op in i ão p róp r i a . Uma cu l t u r a de senvo lv ida pa r a o gos to
méd io da popu l ação , po r pe s soas d i f e r en t e s daque l a que a de senvo lveu ,
não é ma i s cu l t u r a , ma i s p rodu to . D i r i g ida po r mod i smos como d ive r são e
pa s sa t empo . Com sua “con f i ab i l i dade” domina a s pe s soas .
A i ndús t r i a c i nema tog rá f i c a s e e s fo r ça em c r i a r uma r ea l i dade den t ro
dos s eus f i lmes , quan to ma i s r e a l f o r f i lme , ma i s f á c i l o consumido r i r á
“ engo l i r ” o s p r ece i t o s pa s sados na pe l í cu l a , mesmo que o e spec t ado r
d i s co rde dos va lo r e s de tu rpados pa s sados e l e não t e r á como d i s co rda r ,
po i s e s t a à f r en t e de uma máqu ina , um p ro j e to r c i nema tog rá f i co , e não
d i an t e de uma pe s soa com quem pos sa d i s cu t i r e r e f l e t i r sob re a s i dé i a s
pas sadas , não t em como r e fu t a r , o p roce s so de r e f l exão e c r í t i c a não
ex i s t e , não ex i s t e um c r e sc imen to pe s soa l , mesmo que d i s co rde do que l he
é ap re sen t ado s e não qu i s e r pe rde r a l óg i ca do f i lme , que pa s sa
ve lozmen te no r i tmo do f i lme , t e r á que i gno rá - l o s , i n t e r i o r i z ando -os ,
a s s im acos tuma- se a massa ace i t a r t udo que é impos to ,
subconsc i en t emen te o s va lo r e s s ão pa s sados ao e spec t ado r , s eme lhan t e a
t e l ev i s ão e o r ád io , t r ans fo rmado à t odos em pas s ivos .
En t r e t en imen to s e d i f e r e de l a ze r po r v i s a r o p r aze r e o bem e s t a r
humano . Um re sga t e a human idade r e t i r ada pe lo s t i pos de a l i enação . O
l a ze r é um t empo no qua l a pe s soa s e de scob re , p roduz a r t e , s e exp re s sa ,
de senvo lve um pensamen to c r í t i co e r e f l ex ivo sob re a s co i s a s , “v i s a o
p r aze r pe s soa l como um f im em s i ” (Aranha , M. L . A . , Mar t i n s , M. H . P . –
Temas de F i l o so f i a ) .
IDEOLOGIA
Ideo log i a fo i de f i n ida po r Marx como uma “ t eo r i a ge r a l da s i dé i a s” ,
u t i l i z ada com o f im de de fo rmar a r e a l i dade . Ou s e j a , um con jun to de
i dé i a s p roduz ida po r c l a s se s dominan t e s pa r a domina r ma i s a i nda o r e s t o
da soc i edade , man t e r o s r i co s onde no pode r e a soc i edade sob re s eu
domín io . C r i a uma f a l s a consc i ênc i a , vo l t ada no i n t e r e s se da c l a s se
dominan t e (h t t p : / / p t .w ik iped i a .o rg /w ik i / Ideo log i a ) .
Ex i s t em d ive r sos t i pos de i deo log i a s e e s sa s u sam como me io de
p ropagação o s me ios de comun icação , a s i n s t i t u i çõe s de ens ino , a s i g r e j a s ,
a s en t i dades a s s i s t enc i a l i s t a s en t r e ou t r a s . A i deo log i a é uma o rdem que
quando t odos e s t ão de aco rdo com e l a n inguém a ques t i ona e e l a e s t a l ado
a l ado com os p roce s sos de a l i enação .
A ideo log i a sup r ime uma pe s soa de s eus conce i t o s e i dé i a s p róp r i a s ,
s egue dominada pe l a i deo log i a do s i s t ema .
A ideo log i a mu i t a s veze s con funde - se com a r e l i g i ão , mesmo que
ambas t enham como idea l s e r um s i s t ema que v i s a t r ansmi t i r uma dou t r i na
de condu t a e de ve rdade a s eus s egu ido re s e l a s s e d i f e r em em seus
mé todos de pe r sua são .
A r e l i g i ão de f ende uma i dé i a de soc i edade j u s t a , uma soc i edade que
conv ive em a juda mú tua , ou s e j a , v ive r ha rmon iosamen te em comun idade ,
po rém não pos su i uma r e l ação com po l í t i c a ou econômica de um pa í s , o
mé todo de convenc imen to é f e i t o pe lo u so da f é e do cu l t o no qua l o
i nd iv íduo busca na e sp i r i t ua l i dade a r edenção do e sp í r i t o e da sua
pu r i f i c ação .
J á a i deo log i a t em como base o convenc imen to de um ind iv íduo , um
g rupo , ou a t é mesmo uma nação pe lo u so l eg í t imo da r azão (mesmo que de
fo rma f a l s a ) pa r a va lo r i z a r sua s i dé i a s .
No sécu lo XV a r e l i g i ão ap rox imou- se mu i to da i deo log i a , quando
su rg iu a i dé i a p ro fe r i da po r G i ro l amo Savo rano l a na qua l i n sp i rou o s
mov imen tos de r e fo rma r e l i g io sa com o de senvo lv imen to do ca lv in i smo e
a s comun idades pu r i t ana s e com a r e lu t ânc i a da i g r e j a c a tó l i c a sob re e s se s
novos mov imen tos impondo uma r í g ida dou t r i na : a Con t r a -Re fo rma .
As i deo log i a s t i ve r am um g rande v igo r no s écu lo XX des t acando - se :
Ideo log i a ana rqu i s t a – de f ende a l i be rdade e a e l im inação do e s t ado
e de sua s fo rmas de pode r .
Ideo log i a conse rvado ra – V igo ra a i dé i a de manu t enção de va lo r e s e
cos tumes de uma soc i edade . No Bra s i l , e s s a i dé i a p rocu ra va lo r i z a r o
pa t e rna l i smo he rdado na época da co lôn i a .
I deo log i a nac iona l i s t a – t em a v i s ão de exa l t a r e va lo r i z a r o s eu
p róp r io pa í s , p romovendo a cu l t u r a nac iona l e o s s eus va lo r e s ,
no rma lmen te e s sa i deo log i a é u t i l i z ada pa r a un i f i c a r a nação , um exemplo
s e r á c i t ado a s egu i r .
I deo log i a f a sc i s t a - Su rg ida po r vo l t a da década de 30 na A lemanha
que na época v iv i a uma c r i s e e conômica e po l í t i c a nece s s i t ava de uma
i deo log i a pa r a ev i t a r um desa s t ro so dec l í n io , ado tou e s sa i deo log i a que
t i nha como p rece i t o s um ca rá t e r nac iona l i s t a ex t r emi s t a , que u t i l i zou do
au to r i t a r i smo pa ra un i f i c a r a popu l ação . Es sa s i dé i a s fo r am ado t adas
t ambém po r ou t ro s pa í s e s eu ropeus como a I t á l i a e Po r tuga l .
I deo log i a comun i s t a – Imp lan t ado na Rúss i a após a Revo lução Russa
em 1917 , o r eg ime i deo lóg i co ba seava - se numa soc i edade em que o
p ro l e t a r i ado t i ve s se o con t ro l e sob re o s me ios de p rodução , t o rnando - se
a s s im , uma soc i edade com va lo r e s i gua l i t á r i o s e co l e t i vos .
Ideo log i a democ rá t i c a – Su rg ida em Atenas , na Gréc i a An t iga , t em
como idea l a pa r t i c i pação de cada c idadão na v ida po l í t i c a . A tua lmen t e ,
e s s a i deo log i a é man ipu l ada pe l a c l a s se dominan t e que d i s t o r ce
i n fo rmações pa r a s e man t e r no pode r e de fo rma enganosa , con t ro l a r o
povo .
Ideo log i a c ap i t a l i s t a – Su rg iu na Eu ropa no s écu lo XV, com a
a scensão da bu rgues i a ao pode r , t o rnou - se a p r i nc ipa l i deo log i a do mundo
con t emporâneo . Va lo r i z a o l uc ro e o a cúmulo de r i queza . P ropo rc ionando
o su rg imen to de novos va lo r e s na soc i edade : t o rnou o cap i t a l como f im do
p roce s so de p rodução , o s e to r t e r c i á r i o t o rnou - se o ma i s impor t an t e e o
homem busca no t r aba lho e no d inhe i ro a r e a l i z ação pe s soa l .
O MITO NA ATUALIDADE
O mi to , ape sa r de há mu i to não ma i s pos su i r um conce i t o conc i so e
unân ime , t r ad i c iona lmen t e t r aduz - se a uma r ea l i dade an t ropo lóg i ca
vo l t ada a ques tõe s cosmogôn ica s e e sca to lóg i ca s , bem como in t e rp r e t ações
da p róp r i a ex i s t ênc i a co l e t i va e i nd iv idua l , pa r t i cu l a r e s a c ada cu l t u r a e
soc i edade , r e f e r i ndo - se em seus n íve i s ma i s p ro fundos a t emas e
i n t e r e s se s que t r anscendem a expe r i ênc i a imed i a t a .
U t i l i z ando - se da s c r enças r e l i g io sa s e sob rena tu r a i s em suas
na r r a t i va s , que e r am pas sadas de ge r ação em ge ração , a s cu l t u r a s a r ca i ca s
t i nham no mi to t an to um agen t e e sc l a r ecedo r quan to pedagóg i co , em que
e r am r e t r a t ados humanos , deuse s e be s t a s , he ró i s e v i l õe s , em t empos que
i am daque l e s an t e r i o r e s à gênese do mundo a t é con t emporâneos à
ex i s t ênc i a da p róp r i a c i v i l i z ação , ou r e f e r en t e s ao f im da human idade , do
mundo e dos t empos .
Ass im , com a f i na l i dade de e sc l a r ece r e j u s t i f i c a r t oda uma
c iv i l i z ação , o m i to dev i a pos su i r um ca rá t e r un ive r sa l : a s pe r sonagens
humanas e p r ev i s í ve i s s egundo a s expec t a t i va s de cada cu l t u r a ,
r ep re sen t avam a human idade como um todo , t an to quando r e t r a t avam-se
he ró i s quando como quando r e t r a t avam-se v i l õe s .
Quando po l i t e í s t a , a soc i edade f r eqüen t emen te r eduz i a o s deuse s
m í t i cos a pe r son i f i c ações man ique í s t a s do bem e do ma l . Ta lvez uma da s
ún i ca s exceções s e j a a m i to log i a g r ega an t i ga , em que o s deuse s pos su í am
pe r sona l i dades que s e ap rox imavam das humanas , s endo susce t í ve i s a
f r aquezas , an se io s e de sv io s de condu t a .
Numa gene ra l i z ação g ros se i r a , o s m i to s dos an t i gos podem se r
d iv id idos em do i s t emas p r i nc ipa i s : a o r i gem e o de sapa rec imen to . Sob re
e s t e , o s m i to s t r a t am desde a mor t e i nd iv idua l a t é o de sapa rec imen to de
t odo um povo . Na mi to log i a , a mor t e e r a r a r amen te c i t ada como f a to
na tu r a l ; e r a um e l emen to e s t r anho e opos to à c r i a ção , j u s t i f i c ado em
a lguns ca sos como ca s t i go d iv ino ( aqu i exempl i f i c a - s e o d i l úv io , h i s t ó r i a
p r e sen t e em r e l i g iõe s c r i s t ã s e an t e r i o r e s a e s t a ) , e em ou t ro s como ún i co
me io de ev i t a r a supe rpopu l ação . J á a r e spe i t o daque l e s que t r a t am da
or igem (os cosmogôn icos ) , é comum encon t r a r em vá r io s m i to s a f i gu ra de
um agen t e c r i ado r , em que é menc ionado uma ma té r i a p r eex i s t en t e , como
po r exemplo o s oceanos , o c aos ( s egundo Hes íodo ) , ou a t e r r a , pa r a
a l gumas mi to log i a s a f r i c anas . Nes t e mesmo tóp i co , a i nda há a lguns mi to s
que t r a t am de uma c r i a ção ‘ ’ ex n ih i l o ’ ’ , ou s e j a , a pa r t i r do nada ; c r ença
e s t a que j á r eque r a l gum t i po de e l abo ração f i l o só f i c a ou r ac iona l . Temos
en t ão , como exemplo , a cosmogon ia ch ine sa , que a t r i bu i a o r i gem do
un ive r so , da human idade e dos dema i s e l emen tos a combinações da s duas
fo r ça s ou p r i nc íp io s un ive r sa i s : y ing e yang .
Ho je , po rém, a i dé i a de mi to r eduz iu - se a me ra a l i ada no e s tudo de
c iv i l i z ações p r im i t i va s .
Ou t r a pa r t e , en t r e t an to , t eve o s i gn i f i c ado adap t ado , ou a t é
“de tu rpado” à soc i edade a tua l , como se r á t r a t ado a s egu i r .
Numa cu l t u r a e sc r ava do pensamen to c i en t i f i c i s t a , a s c r enças
m í t i c a s , supe r s t i c i o sa s e a t é r e l i g io sa s pe rde ram e spaço . Augus to Comte ,
f i l ó so fo f r ancê s do s écu lo XIX e fundado r do pos i t i v i smo (que s e
ap rox ima do ex i s t enc i a l i smo , p r egando a compreensão pos s ib i l i dade
apenas pe l a expe r i ênc i a ) , de f i ne a ma tu r i dade do e sp í r i t o humano pe lo
abandono de t odas a s f o rmas mí t i c a s , supe r s t i c i o sa s e r e l i g io sa s . Tudo
deve s e r comprovado pe l a expe r imen t ação , t r ans fo rmação da C iênc i a (no
ca so a g r ega ) , de e specu l a t i va em empí r i c a (A lexand re Magno) , e a s
c r enças e exp l i c ações me t a f í s i c a s à r e a l i dade fo r am pos t a s de l ado ,
menosp rezadas , t endo s i do conse rvadas apenas à s cu l t u r a s cons ide radas
menos de senvo lv ida s , em que a t e cno log i a e a c i ênc i a a i nda não
cons t i t u í r am uma d i t adu ra sob re a men t a l i dade .
Ao i nvés de de sapa rece r , t odav i a , a i dé i a de “mi to” adap tou - se a
i dé i a s mode rnas , t omando ou t r a s fo rmas e t endo sua de f i n i ção
f l ex ib i l i z ada .
Os an t i gos he ró i s m í t i cos , como Hércu l e s e Aqu i l e s , f o r am r eduz idos
a pe r sonagens i n f an t i s , como Supe rman , X-men , e ou t ro s pe r sonagens de
quad r inhos e de senhos an imados . Todas c r i a t u r a s que pos suem hab i l i dades
que vão a l ém das do homem, mos t r ando - lhe quão l im i t ado é . E e s t e
un ive r so de h i s t ó r i a s i n f an t i s t a l vez t enha s i do o ún i co em que o s m i to s
fo r am admi t i dos enquan to h i s t ó r i a s : con to s de f ada , supe r he ró i s e f ábu l a s
a inda t r a zem r e t r a to s da un ive r sa l i dade da ação e pensamen to humanos ,
bem como a de f i n i ção da s d i f e r enças en t r e bem e ma l , c e r t o e e r r ado , e
exe rcem uma função pedagóg i ca , cons t i t u indo o s va lo r e s da soc i edade
v igen t e à s ge r ações ma i s novas , a f i rmando i deo log i a s , dogmas e
compor t amen tos nece s sá r i o s à soc i edade em que s e i n se r em. E , po r ma i s
i n s ign i f i c an t e s e i r r e l evan t e s que pa r eçam, e s se s s ão o s que ma i s s e
ap rox imam da i dé i a o r i g ina l de “mi to” .
Também pode - se f a ze r r e f e r ênc i a aos m i to s na s c r enças e h i s t ó r i a s
r e l i g io sa s , que nada ma i s s ão do que a s m i to log i a s sob rev iven t e s ao t empo
e ao ce t i c i smo c i en t i f i c i s t a . Nas ma io re s r e l i g iõe s da a tua l i dade
( c r i s t i an i smo , h indu í smo , bud i smo , j uda í smo , i s l ami smo , e t c . ) , encon t r am-
se d ive r sa s f ábu l a s e con to s sob re t emas ba s t an t e f ami l i a r e s aos j á
c i t ados , como o r igem, de s t ru i ção , condu t a e i deo log i a s . Na b íb l i a c r i s t ã ,
um dos mi to s ma i s conhec idos é o de “Adão e Eva” , em que s ão
exp l i c ados a o r i gem da human idade po r um en t e c r i ado r , a f a l ha na
condu t a c a r ac t e r i z ada pe l a de sobed i ênc i a de s t e , e o c a s t i go , a
mor t a l i dade , que s e r e sume à de s t ru i ção i nd iv idua l , e em a lgumas
i n t e rp r e t ações , da human idade como um todo . Na c r ença bud i s t a , há , po r
exemplo , a h i s t ó r i a da j o rnada de S ida r t a , que t r a t a da ex i s t ênc i a
momen tânea , do t empo em s i e de sua ev iden t e i nex i s t ênc i a , bem como das
p r ev i sõe s me t a f í s i c a s do fu tu ro e e specu l ações sob re o f im da
human idade .
“Mi to” , t ambém adap tou - se pa r a de s igna r s i t uações e con t ex to s que
soem inve ros s íme i s , comumen te a companhado de ce r t a i r on i a . Po r
exemplo : “o mi to da boa mãe” , ou “o mi to do bom ve lh inho” , ou a t é
mesmo “o mi to do ca samen to f e l i z ” . Apesa r de s e r uma u t i l i z ação um
pouco ma i s a f a s t ada , t ambém ado tou o u so do vocábu lo , po i s e s t e , em sua
concepção o r i g ina l , r e f e r e - s e a a l go f an t a s io so e d i s t an t e .
A ú l t ima da s adap t ações da exp re s são “mi to” é u t i l i z ada pa r a de f i n i r
pe s soas r e conhec ida s , í cones da soc i edade a tua l , he ró i s popu l a r e s ou
bu rguese s , a t o r e s , c an to r e s e t odo t i po de f amosos com quem o povo s e
i den t i f i cou e pa s sou a vene ra r .
He ró i s , r e i s , r a i nhas s ão exp re s sões que apa recem com f r eqüênc i a
em mi to s , t e rmino log i a e s t a que fo i ado t ada pe l a m íd i a ( r ád io , c i nema ,
t e l ev i s ão , j o rna i s . . . ) pa r a c a r ac t e r i z a r i nd iv íduos de de s t aque nos me ios
de comun icação e no imag iná r i o con t emporâneo : “ r a inhas do r ád io” , “ r e i
do fu t ebo l ” , “ e s t r e l a s de c inema” , en t r e ou t ro s t í t u lo s que r eme tem a
pe r sonagens mí t i cos .
A inda ac ima d i s so t udo , a i nda e s t ão pe r sonagens cé l eb re s da nos sa
cu l t u r a oc iden t a l que fo r am p romov idos a “mi to s” pe l a m íd i a e pe l a
popu l ação , o que acabou po r s imp l i f i c a r e a l t e r a r a i nda ma i s o t e rmo .
En t r e e l e s e s t ão Mar i l yn Monroe , Pe l é , Che Gueva ra , Ayr ton Senna e
Le i l a D in i z : c ada um, em seu modo pa r t i cu l a r , i n f l uenc iou ge rações
i n t e i r a s .
A lguns t eó r i cos , a r e spe i t o de mi to s c r i ados pe l a m íd i a e
consen t i dos pe l a popu l ação , a f i rmam que a cu l t u r a de massa fo rnece à
v ida p r i vada a s imagens e o s mode los que dão fo rma à s i n sp i r ações e
de se jo s do homem comum, e u sa a t e rmino log i a m í t i c a pa r a r e f e r i r - s e a
e l e s .
Segundo o h i s t o r i ado r Mi rcea E l i ade , na s soc i edades mode rnas , o s
m i to s encon t r am-se deg radados e s ecu l a r i z ados , f o r am ob r igados a muda r
de “ fo rma” a f im de a s segu ra r sua sob rev ivênc i a .
Todav i a , ne s t a ú l t ima da s i n t e rp r e t ações a t ua i s do t e rmo “mi to” , há
uma f a lha p ro funda e ao mesmo t empo su t i l . De f inamos an t e s , po rém, a s
d i f e r enças en t r e a pe r sonagem mí t i c a e a pe r sonagem român t i c a : s egundo
o f i l ó so fo e e sc r i t o r i t a l i ano Umber to Eco , pode - se no t a r uma d i f e r ença
fundamen ta l en t r e o s do i s t i pos de pe r sonagens : a pe r sonagem do romance
busca a s seme lha r - s e aos humanos r ea i s , a s sumindo o que o au to r chama
“pe r sona l i dade e s t é t i c a” , c apac idade de t o rna r - s e t e rmo de r e f e r ênc i a pa r a
compor t amen to e s en t imen tos que t ambém pe r t encem a t odos nós , mas que
não a s sume a un ive r sa l i dade e cons t ânc i a p róp r i a s ao pe r sonagem mí t i co .
A pe r sonagem român t i c a c a r ac t e r i z a uma de t e rminada e b i fu r cada
l i nha do pensamen to humano . J á a pe r sonagem mí t i c a v i s a de t e rmina r t oda
a a ção humana . Po r t an to , e s sa s pe r sona l i dades c é l eb re s de f i n ida s
a t ua lmen t e como “mi to s” , s ão na ve rdade pe r sonagens român t i c a s ,
r ep re sen t ando nada ma i s que a soma de ce r t a s a sp i r ações co l e t i va s , o que
nos l eva a conc lu i r que o t e rmo não fo i , ne s sa oca s i ão , adap t ado , mas s im
de tu rpado .
CONCLUSÃO
Os conce i t o s t r ansmi t i dos na s í n t e se de s se t r aba lho t em como função
exp l ana r um pouco sob re o s i dea i s de uma soc i edade d iv id ida em c l a s se s
ex t r emamen te de s igua l e cu jo s i s t ema (dominado pe l a c l a s se dominan t e )
p romove uma d i f e r ença a l a rman t e en t r e c l a s se dominan t e e c l a s se
dominada .
Os mi to s , a s i deo log i a s e a a l i enação s ão mé todos u t i l i z ados pa r a
domina r , que convém pa ra um g rupo pequeno que pos su i o s me ios de
p rodução .