Alice no país do burnout

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Sinais de burnout, suas diferenças do stress crónico e linhas de intervenção psicoterapêutica

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Era uma vez a AliceNo País do Burnout

Dantes, a empresa onde a Alice trabalhava era agradável: havia estabilidade, o trabalho era estimulante, tinha tempo para um café com os colegas e talvez um futuro animador.

No final do dia de trabalho, a Alice tinha disposição para fazer as suas coisas e estar com a família, de cabeça liberta.

Está bem… Havia irritações, com o chefe e a sogra. E havia preocupações, com a mudança de carro e o colégio dos filhos…

Mas, no geral, e olhando para trás, até que a Alice não vivia nada mal.

Era empenhada no trabalho, tinha energia, sabia-se produtiva e sentia-se valorizada.

Os desafios da sua vida eram estimulantes e deixavam-lhe tempo e vontade para para usufruir do presente e manter o optimismo no futuro.

Depois, tudo mudou. Devagarinho, preocupação atrás de preocupação.

A sua empresa começou a sentir os efeitos da crise e foi despedindo algumas pessoas.

Começou a sobrar trabalho para os que ficavam.

E quem ficava não sabia por quanto tempo.

Com cortes e agravamentos fiscais, começou a sobrar mês.

A Alice viu-se com mais trabalho, menos tempo para tudo e a ter de encolher os gastos, com decisões difíceis lá em casa.

A sua vida tornou-se uma correria, sempre com a sensação de que não chegava para tudo.

E uma letargia invadiu-a. “Não vale a pena”, pensava.

As pessoas foram ficando irritáveis. Sim, a Alice também….

De repente, todos se tornaram mais difíceis: o chefe, exigente; irrazoável, muitas vezes. Os colegas, mal-dispostos. Os clientes, enervantes.

Até nas ruas se sentia a zanga e desgaste.

Já não havia tempo para quase nada que fosse relaxante na vida da Alice. Nem dinheiro. Nem paciência.

O trabalho ia com ela para casa e invadia-lhe as noites, desassossegadas.

A preocupação constante desenhou umas rugas na cara da Alice, e fez-lhe desaparecer o brilhozinho nos olhos. O futuro já não parecia um local interessante. O presente também não.

Refeições à pressa e más noites de sono, stress logo pelo pequeno-almoço, correrias para um destino incerto…

A Alice começou a sentir os sinais no corpo: constipava-se mais, dores de cabeça constantes, digestões difíceis, falta de energia.

E o pior: não conseguia descansar. E se ela estava cansada!

O trabalho já não lhe apetecia.

O tempo livre era passado a pensar no que deveria estar a fazer, mas não tinha feito.

Só estava bem onde não estava.

A Alice percebeu que estava em burnout!

Burnout vs Stress

O burnout resulta de stress crónico, mas é diferente.

No stress crónico, apesar de se sentir afogado em responsabilidades, há esperança de que se consigam controlar as coisas.

No burnout há um vazio emocional e de vontade, para lá da esperança de que as coisas se modifiquem.

Stress Burnout

Sobre-investimento Desinvestimento

Emoções ao rubro Emoções apagadas

Urgência e hiperactividade Desamparo e desesperança

Falta de energia Falta de motivação, ideais e esperança

Leva a ansiedade Leva a depressão e letargia

Piores efeito físicos Piores efeitos emocionais

Pode encurtar expectativa de vida Pode retirar prazer à vida

Sinais físicos de burnout

Cansado e esgotado a maior parte do tempo

Sistema imunitário em

baixo, adoentado

Dores de cabeça, de costas,

musculares

Alterações de apetite

Alterações de sono

Sinais emocionais de burnout

Sensação de fracasso pessoal e falta de

auto-confiança

Sensação de impotência, de beco sem saída e derrota

Sensação de distanciamento e

isolamento

Perda de motivação Perspectiva negativa quanto ao futuro

Perda de satisfação, prazer e realização

pessoal

Sinais comportamentais de burnout

Desinvestimento das

responsabilidadesIsolamento

Procrastinação, lentidão nas

tarefas

Uso de comida, álcool, drogas

para compensar

Perspectiva negativa quanto

ao futuro

Comportamentos de irritabilidade

E agora, Alice?

Desacelere

Peça ajuda

Re-avalie objectivos e prioridades

Aprenda a sair do País do burnout Regular sono e alimentação

Retomar actividades de prazer

Redescobrir o que lhe dá sentido à vida

Repensar como avalia as situações

Regular as emoções

Repor níveis de energia

E volte a ser como era!

Vitalidade normalizada

Sistema imunitário funcional

Motivação

Disponibilidade emocional

Capacidade de superação

Esperança no futuro

Fique bem!