Post on 13-Jan-2015
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Era uma vez a AliceNo País do Burnout
Dantes, a empresa onde a Alice trabalhava era agradável: havia estabilidade, o trabalho era estimulante, tinha tempo para um café com os colegas e talvez um futuro animador.
No final do dia de trabalho, a Alice tinha disposição para fazer as suas coisas e estar com a família, de cabeça liberta.
Está bem… Havia irritações, com o chefe e a sogra. E havia preocupações, com a mudança de carro e o colégio dos filhos…
Mas, no geral, e olhando para trás, até que a Alice não vivia nada mal.
Era empenhada no trabalho, tinha energia, sabia-se produtiva e sentia-se valorizada.
Os desafios da sua vida eram estimulantes e deixavam-lhe tempo e vontade para para usufruir do presente e manter o optimismo no futuro.
Depois, tudo mudou. Devagarinho, preocupação atrás de preocupação.
A sua empresa começou a sentir os efeitos da crise e foi despedindo algumas pessoas.
Começou a sobrar trabalho para os que ficavam.
E quem ficava não sabia por quanto tempo.
Com cortes e agravamentos fiscais, começou a sobrar mês.
A Alice viu-se com mais trabalho, menos tempo para tudo e a ter de encolher os gastos, com decisões difíceis lá em casa.
A sua vida tornou-se uma correria, sempre com a sensação de que não chegava para tudo.
E uma letargia invadiu-a. “Não vale a pena”, pensava.
As pessoas foram ficando irritáveis. Sim, a Alice também….
De repente, todos se tornaram mais difíceis: o chefe, exigente; irrazoável, muitas vezes. Os colegas, mal-dispostos. Os clientes, enervantes.
Até nas ruas se sentia a zanga e desgaste.
Já não havia tempo para quase nada que fosse relaxante na vida da Alice. Nem dinheiro. Nem paciência.
O trabalho ia com ela para casa e invadia-lhe as noites, desassossegadas.
A preocupação constante desenhou umas rugas na cara da Alice, e fez-lhe desaparecer o brilhozinho nos olhos. O futuro já não parecia um local interessante. O presente também não.
Refeições à pressa e más noites de sono, stress logo pelo pequeno-almoço, correrias para um destino incerto…
A Alice começou a sentir os sinais no corpo: constipava-se mais, dores de cabeça constantes, digestões difíceis, falta de energia.
E o pior: não conseguia descansar. E se ela estava cansada!
O trabalho já não lhe apetecia.
O tempo livre era passado a pensar no que deveria estar a fazer, mas não tinha feito.
Só estava bem onde não estava.
A Alice percebeu que estava em burnout!
Burnout vs Stress
O burnout resulta de stress crónico, mas é diferente.
No stress crónico, apesar de se sentir afogado em responsabilidades, há esperança de que se consigam controlar as coisas.
No burnout há um vazio emocional e de vontade, para lá da esperança de que as coisas se modifiquem.
Stress Burnout
Sobre-investimento Desinvestimento
Emoções ao rubro Emoções apagadas
Urgência e hiperactividade Desamparo e desesperança
Falta de energia Falta de motivação, ideais e esperança
Leva a ansiedade Leva a depressão e letargia
Piores efeito físicos Piores efeitos emocionais
Pode encurtar expectativa de vida Pode retirar prazer à vida
Sinais físicos de burnout
Cansado e esgotado a maior parte do tempo
Sistema imunitário em
baixo, adoentado
Dores de cabeça, de costas,
musculares
Alterações de apetite
Alterações de sono
Sinais emocionais de burnout
Sensação de fracasso pessoal e falta de
auto-confiança
Sensação de impotência, de beco sem saída e derrota
Sensação de distanciamento e
isolamento
Perda de motivação Perspectiva negativa quanto ao futuro
Perda de satisfação, prazer e realização
pessoal
Sinais comportamentais de burnout
Desinvestimento das
responsabilidadesIsolamento
Procrastinação, lentidão nas
tarefas
Uso de comida, álcool, drogas
para compensar
Perspectiva negativa quanto
ao futuro
Comportamentos de irritabilidade
E agora, Alice?
Desacelere
Peça ajuda
Re-avalie objectivos e prioridades
Aprenda a sair do País do burnout Regular sono e alimentação
Retomar actividades de prazer
Redescobrir o que lhe dá sentido à vida
Repensar como avalia as situações
Regular as emoções
Repor níveis de energia
E volte a ser como era!
Vitalidade normalizada
Sistema imunitário funcional
Motivação
Disponibilidade emocional
Capacidade de superação
Esperança no futuro
Fique bem!