Post on 18-Apr-2015
Algumas reflexões sobre a avaliação na perspectiva
transformadora da prática docente: limites e
possibilidades
CURITIBA, ABR/ 2007
Docente: Maria Madselva F. FeigesDireção Geral do CEP
AVALIAÇÃO
RUPTURA DA VELHA LÓGICA
APROVAÇÃOAPROVAÇÃO
REPROVAÇÃOREPROVAÇÃO
pressupõe
POR QUE ?
Para construir uma nova concepção de avaliação fundamentada na APRENDIZAGEM!APRENDIZAGEM!
O que NÃO significa APROVAÇÃO
AUTOMÁTICA!!!
A aprendizagem exige presença física, emocional e intelectual do aluno. Exige muito esforço e dedicação.
“Não adianta fingir: reprovar sempre será uma violência para os educandos e para os educadores. É o atestado de nosso fracasso. Isso sempre dói. A reprovação é uma tapa em nosso profissionalismo. É o espelho onde nosso rosto docente se revela mais desfigurado” (ARROYO, p. 176)
“Reprovar ou aprovar mexe com crenças mas, sobretudo, com
nossas auto-imagens negativas. Tentamos retoques, diminuir os
altos índices, ensaiar mecanismos de recuperação paralela, contínua,
turmas de aceleração, reintegração... É uma das áreas
onde mais inventivos somos. Apenas para retocar ou corrigir as rugas de nosso rosto profissional,
porque nos desfiguram” (ARROYO, p. 176)
A ameaça de reprovação é uma A ameaça de reprovação é uma motivação negativa que, quando motivação negativa que, quando muito, leva o aluno a “livrar-se” muito, leva o aluno a “livrar-se” das obrigações de estudar (...)das obrigações de estudar (...)
O aluno deixa assim de exercer O aluno deixa assim de exercer ativamente, prioritariamente, ativamente, prioritariamente,
essencialmente, sua condição de essencialmente, sua condição de estudante, já que sua principal estudante, já que sua principal função não é a de alguém que função não é a de alguém que estuda, mas de alguém que se estuda, mas de alguém que se desvencilha da ameaça de ser desvencilha da ameaça de ser
reprovado.”reprovado.”(PARO, p. 111)(PARO, p. 111)
“O aluno não dirá o que pensa, mas o que lhe parece útil para chegar a seus fins.”
(PERRENOUD, p. 141)
“A escola não se sentia responsável pelas
aprendizagens, limitava-se a oferecer a todos a
oportunidade de aprender: cabia a cada um aproveitá-
la! (PARO, p. 14)
Assim, aparecem momentos difíceis para:
professor
humilhações, punições, chantagens, culpas, ameaças, gritos, voz sem timbre, seduções
aluno
tomado de raiva, medo, agressividade, mau humor incapacidade de realizar os processos de aprender
É indispensável vencer umobstáculo de peso
o individualismo de alguns professores, a vontade ciosa de se fazer o que se quer, uma vez fechada a porta de sua sala de aula ...
““A supressão da reprovação A supressão da reprovação constitui, assim o locus constitui, assim o locus privilegiado porque, na medida privilegiado porque, na medida em que não se pode, por meio em que não se pode, por meio da retenção escolar, da retenção escolar, responsabilizar o aluno pelo responsabilizar o aluno pelo fracasso educativo, é preciso fracasso educativo, é preciso procurar no funcionamento de procurar no funcionamento de toda a escola e do sistema de toda a escola e do sistema de ensino as causas geradoras ensino as causas geradoras desse processo, bem como as desse processo, bem como as medidas estruturais que medidas estruturais que precisam ser tomadas.” precisam ser tomadas.” (PARO, p. 158)(PARO, p. 158)
““Insistir na reprovação como recurso Insistir na reprovação como recurso pedagógico e abrir mão de toda riqueza pedagógico e abrir mão de toda riqueza humana e de toda força pedagógica e humana e de toda força pedagógica e política que há na afirmação do outro, política que há na afirmação do outro,
não na sua negação, é desprezar toda a não na sua negação, é desprezar toda a rica teoria pedagógica desenvolvida rica teoria pedagógica desenvolvida
historicamente por seus mais historicamente por seus mais qualificados intelectuais. É o acervo qualificados intelectuais. É o acervo
teórico e prático que a história põe à teórico e prático que a história põe à disposição dos educadores de hoje que disposição dos educadores de hoje que
pode propiciar a realização dos pode propiciar a realização dos objetivos educativos que objetivos educativos que
consubstanciem a efetividade consubstanciem a efetividade administrativa da instituição administrativa da instituição
escolar.”escolar.”(PARO, p. 158)(PARO, p. 158)
““O aluno que não O aluno que não aprende não pode ser aprende não pode ser empurrado, mas bem empurrado, mas bem cuidado, de tal forma cuidado, de tal forma
que possa resgatar suas que possa resgatar suas oportunidades.”oportunidades.”
(DEMO, p. 27)(DEMO, p. 27)
““O professor precisa tirar a limpo O professor precisa tirar a limpo todos os dias se seus alunos estão todos os dias se seus alunos estão aprendendo, não só porque isto é aprendendo, não só porque isto é de ofício, mas igualmente porque de ofício, mas igualmente porque os dados disponíveis gritam que a os dados disponíveis gritam que a
aprendizagem é mínima. É para aprendizagem é mínima. É para distribuir este processo de distribuir este processo de
cuidado da aprendizagem do cuidado da aprendizagem do aluno que a avaliação comparece aluno que a avaliação comparece como procedimento essencial.”como procedimento essencial.”
(DEMO, p. 24)(DEMO, p. 24)
““Quando aplico a nota dois a um Quando aplico a nota dois a um aluno, disto não segue outra coisa aluno, disto não segue outra coisa que não seja o compromisso tanto que não seja o compromisso tanto
mais urgente de cuidar dele mais urgente de cuidar dele religiosamente. Não reduzo o religiosamente. Não reduzo o
aluno ao número dois, mas indico aluno ao número dois, mas indico quantitativamente uma dinâmica quantitativamente uma dinâmica
qualitativa, marcada pela qualitativa, marcada pela baixíssima aprendizagem.”baixíssima aprendizagem.”
(DEMO, p. 51)(DEMO, p. 51)
““Para isso,basta que cada Para isso,basta que cada professor esteja presente e professor esteja presente e se interesse pelo que faz o se interesse pelo que faz o aluno para poder, em caso aluno para poder, em caso
de fracasso, ajudá-lo, de fracasso, ajudá-lo, orientá-lo para uma nova orientá-lo para uma nova
pista, propor-lhe uma pista, propor-lhe uma hipótese ou um instrumento hipótese ou um instrumento
de trabalho.”de trabalho.”(PERRENOUD, p. 142)(PERRENOUD, p. 142)
“O professor que constata que uma noção não foi entendida, que suas instruções não são compreendidas ou que os métodos de trabalho e
as atitudes que exige estão ausentes, retomará o problema
em sua base, renunciará a certos objetivos de desenvolvimento
para retrabalhar os fundamentos, modificará seu planejamento
didático etc.”(PERRENOUD, p. 148)
AVALIAÇÃO
Ponto de Partidaheterogeneidade real
Ponto de Chegadahomogeneidade possível
Z. D. Real Z. D. Proximal Z. D. Potencial
O que já sabe fazer sozinho
Ocorre processo de Ensino-Aprendizagem
O quê tem possibilidade de aprender
O aluno fará com a ajuda do professor
Referência Bibliográfica
ARROYO,M. Ofício de Mestre – Imagens e auto-imagens. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2004
CRUZ, C.H.C. Conselho de Classe e participação. In: Revista de Educação da AEC. Brasília, DF, nº 94, 1995, p. 111-136
DALBEN, A. I. L. de F. Dimensões subjetivas na prática dos Conselhos de Classe. In: DALBEN, A. I. L. de F. Trabalho escolar e conselho de classe. Campinas, SP: Papirus, 1995, p. 143-200
DEMO, P. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre, RS: Mediação, 2004.
Referência Bibliográfica
LIMA, Luciano Castro. Controle de qualidade e avaliação pedagógica. In: Avaliação novos paradigmas. Revista da AEC nº 94, Brasília, DF, 1995, p.67-87
PARO, V. H. Reprovação escolar: renúncia à educação. SP:Xamã, 2001.
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre, RS: Artes Médicas Sul, 1999.