Post on 22-Feb-2018
ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO
•ALFABETIZAR: “Ensinar a (alguém) ou aprender a leitura e
a escrita”( Dicionário Houaiss da língua portuguesa.
•LETRADO: Que tem amplos conhecimentos. Culto, sábio, erudito (que tem saber variado e profundo) .
•
motivação
• Ativadores do organismo;
• Orientadores do comportamento
• Reforçadores do comportamento
Motivação
“Só agimos se temos um motivo, uma razão”.
Os motivos são:
Motivação
Problematizações
• Conceitos, definições e fundamentos
equivocados:
• 1. Não ensinar ortografia, gramática
decorar conteúdos (tabuada)....
Níveis ou fases da escrita
• Para Ferreiro e Teberosky toda criança passa por níveis estruturais da linguagem escrita até que se aproprie da complexidade do sistema alfabético. São estes níveis estruturais, que embasam a teoria da psicogênese, e que os capítulos cinco, seis e sete abordarão em profundidade. Os níveis de escrita, segundo a Psicogênese da língua escrita são: Nível 1: pré-silábico (a criança não estabelece vínculo entre fala e escrita e tem leitura global, individual e instável do que escreve: só ela sabe o que quis escrever), Nível 2: Intermediário Silábico (a criança começa a ter consciência de que existe alguma relação entre pronuncia e a escrita), Nível 3: Hipótese Silábica (a criança tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras), Nível 4: Hipótese Silábico-Alfabética ou Intermediário II (a criança consegue combinar vogais e consoantes numa mesma palavra, numa tentativa de combinar sons, sem tornar, ainda, sua escrita socializável) e Nível 5: Hipótese alfabética (a criança compreende o modo de construção do código da escrita).
APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE
ESCRITA PELAS CRIANÇAS
O processo inicial de aquisição da escrita está intimamente relacionado à escolaridade, embora com ela não possa ser confundido. As práticas sociais relativas à leitura e escrita transcendem não só os limites da escola como, também, precedem a matrícula da criança no sistema formal de ensino. Há mais de duas décadas, somam-se evidências acerca da natureza gradual e dinâmica segundo a qual o processo de aquisição da língua escrita ocorre (Ehri, 1999; Ferreiro e Teberosky, 1985; Read, 1986).
APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE
ESCRITA PELAS CRIANÇAS
Após a garatuja/rabiscação, todas as
conquistas da criança são feitas sem que
ela estabeleça qualquer correspondência
sistemática entre letra e som. Por isto sua
escrita é tida como pré-silábico.
APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE
ESCRITA PELAS CRIANÇAS
Pré-silábica
• A criança entende, inicialmente, que os elementos devem ser escritos em linha (linearidade) e que deve haver alguma forma de segmentação entre eles (descontinuidade). A diferenciação das formas usadas para escrever ocorre à medida que a criança passa a adotar a repetição de algumas letras ao escrever. Muitas vezes estas letras são aquelas que figuram no nome da criança e de seus familiares. O traçado inicial destas letras pode, por exemplo, ocorrer pela observação da escrita dos adultos, pelo ensino informal feito pelos próprios familiares que encontram prazer em ensinar às crianças o “a- e- i- o- u” e as primeiras letras dos nomes dos membros da família, ou, ainda, pela cópia do nome da criança nos desenhos que realiza na classe de Educação Infantil
APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE
ESCRITA PELAS CRIANÇAS
Hipótese Silábica
Começa a analisar a estrutura da palavra
A criança observa as convenções em relação à
disposição espacial e à direção da escrita, isto é, a
de iniciar do alto e prosseguir até o final da folha
antes de poder passar para outra página e, no ato
de escrever, seguir a orientação esquerda-
direita. Uma vez que, nesta fase, a criança não é,
ainda, capaz de estabelecer relações sistemáticas
entre letra e som, ela, muitas vezes, adota as
propriedades quantificáveis dos referentes como
critério para decidir sobre as diferenças de grafia
entre certas palavras. Por esta lógica, a palavra
passarinho deveria ser escrita com menos letras
que a palavra trem porque um trem é maior que
um passarinho. É o que se denomina realismo
nominal (Carraher & Rego, 1981).
APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE
ESCRITA PELAS CRIANÇAS
• A fonetização da escrita e a escrita parcialmente alfabética
• Hipótese Silábico-Alfabética
• A criança começa a problematizar a relação entre as representações fonológica e ortográfica da língua, podendo chegar a uma escrita parcialmente alfabética. A criança assume algumas suposições básicas acerca da escrita (Ferreiro e Teberosky, 1985), quais sejam: a) todas as palavras que foram lidas devem estar escritas e a ordem em que estão escritas deve corresponder à ordem em que foram enunciadas, e b) a quantidade de letras varia em função da quantidade de elementos sonoros existentes na palavra. Em relação a este segundo aspecto, a criança terá ainda um longo caminho a percorrer até a descoberta do princípio alfabético propriamente dito, isto é, a de que as letras do alfabeto representam, na verdade, os fonemas e não outros segmentos sonoros maiores .
APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE
ESCRITA PELAS CRIANÇAS
• Dado que o domínio do princípio alfabético não é decorrência imediata da descoberta pela criança de que a escrita representa unidades sonoras, quais serão então os percalços do processo de fonetização da escrita pela criança? Como e quais unidades sonoras serão inicialmente representadas na produção escrita das crianças? A resposta a estas perguntas dependerá de uma série de fatores, entre os quais, as experiências que a criança tem fora da escola (e na própria escola) com a leitura e a escrita, o tipo de instrução recebida e a ortografia da língua que se aprende.
APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE
ESCRITA PELAS CRIANÇAS
• Na língua Portuguesa, a sílaba é uma unidade sonora saliente. Isto faz com que a ideia de que para algumas crianças as letras representam sílabas (Ferreiro e Teberosky, 1985) e não fonemas seja plausível. Entretanto, é possível também que algumas crianças possam produzir grafias que façam lembrar a escrita silábica sem que no entanto tais grafias tenham resultado de uma hipótese silábica. Sendo a vogal o centro da sílaba, e o traçado das vogais uma prática bastante comum no ensino informal das primeiras letras pela família (ou mesmo na escola) para crianças brasileiras, não seria difícil que algumas crianças usassem tais letras para representar os sons vocálicos que reconhecem (já que sabem grafar apenas tais letras), sem que isto implicasse necessariamente a intenção de representar cada sílaba por apenas uma letra. Outras vezes, a criança utiliza uma letra cujo nome se assemelha ao som que pretende representar.
APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE
ESCRITA PELAS CRIANÇAS
Muitas crianças, em função de práticas
socioeducativas diversas, podem omitir
sílabas ao escrever porque grafam
apenas as correspondências letra-som
que conhecem sistematicamente.
Outras crianças, porque não conhecem
as correspondências letra-som
necessárias para escrever uma dada
palavra, recusam-se a escrevê-la, pois
sabem que estão faltando ‘uns
pedaços que eu não sei” ou que a ‘tia
ainda não ensinou.
APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE
ESCRITA PELAS CRIANÇAS
Em síntese, a descoberta inicial da
criança acerca do vínculo entre a
escrita e a pauta sonora não a leva, de
imediato, ao domínio da escrita
alfabética. A problematização das
relações entre os sistemas fonológico e
ortográfico parece ocorrer de maneira
flexível e dinâmica, de acordo não só
com a natureza de cada ortografia,
mas, também, em consonância com as
práticas socioeducativas relativas à
leitura e à escrita das quais as crianças
participam.
Na figura acima, a
criança escreve as
palavras - pé, gato,
janela, favela,
batucada, passarinho - e
a frase “o gato pega o
passarinho”
APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE
ESCRITA PELAS CRIANÇAS
• A escrita alfabética A criança é, então, sensível ao fato de que a língua escrita é regida pelo princípio alfabético, podendo, portanto, estabelecer correspondências grafema/fonema de maneira sistemática e convencional. Entretanto, o tipo de correspondência entre letra e som que a criança estabelece é biunívoca, onde cada letra representa um e somente um fonema e cada fonema é representado por uma e somente uma letra. Assim, a criança assume um ideal de regularidade para a língua escrita, que seria de fato se, como aponta Faraco (1992), o princípio alfabético que rege a escrita não fosse relativizado, por exemplo, pela memória etimológica da língua, o que por sua vez, introduz sob o ponto de vista do falante da língua uma série de irregularidades. O distanciamento da escrita infantil da norma ortográfica ocorre principalmente pela preocupação da criança em realizar a transcrição fonética da fala.
Convenções Ortográficas
• A escrita da criança se caracteriza, também, pelo aparecimento de outras formas de grafar as palavras que se afastam da convenção ortográfica da língua (Cagliari, 1996; Morais,1998; Nunes, Buarque e Bryant, 1997). A distância entre a escrita da criança neste período e a norma oficial nos apresenta os obstáculos que estas encontram na conceitualização das convenções ortográficas da escrita.
• A aquisição da escrita não é feita de modo imediato, mas sim de maneira gradual, implicando um processo de elaboração de conceitos e competências por parte do aprendiz que se estende muito além da compreensão do princípio alfabético.
APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE
ESCRITA PELAS CRIANÇAS
• A escrita ortográfica
Nesta fase a criança compreende que a regularidade entre fonemas e letras não é absoluta. Algumas letras representam mais de um som e determinados sons são representados por mais de um fonema (Lemle, 1987). Porque abandona o ideal de regularidade absoluta na correspondência entre letra e som, a criança começa, então, a problematizar a grafia das palavras, na tentativa de compreender as relações grafofônicas que não sejam regulares. Assim a criança começa a perguntar se uma dada palavra se escreve com tal ou qual letra, oferecendo-nos muitas vezes alternativas válidas dentro do sistema ortográfico para representar o som na palavra que deseja escrever. É o caso quando a criança pergunta se cozinha se escreve com s ou z. Muitas vezes a criança se hipercorrige, ou seja, na tentativa de grafar as palavras de acordo com a norma, faz generalizações indevidas de determinada convenção ortográfica com a qual já se deparou anteriormente.
•
Etapas do Processo de
Aprendizagem
• aprender
motivação
objetivo
prontidão
dificuldades
respostas
reforço
generalização
Para fixar o alfabeto, estimular a imaginação e
fixar a grafia de algumas palavras
• Atividade prática
• Escolher uma palavra a ser trabalhada
• Em segredo, designar uma criança para cada letra da palavra escolhida.
Quando cada letra é “adivinhada” pelo grupo, a criança que representa a
letra ficará em pé.
Algumas crianças podem escrever no quadro a palavra formada.
METODOLOGIAS DE
ALFABETIZAÇÃO
• A Partir de Textos;
• A Partir das Frases;
• A Partir das palavras Contextualizadas;
METODOLOGIAS DE
ALFABETIZAÇÃO
• A Partir de Textos
tipos de textos que podem ser utilizados:
• Textos escritos que registram, em poucas linhas, um fato interessante, uma observação ou comentário feito por um aluno, um caso que aconteceu na sala...Ou ...histórias infantis, anúncios, poesias, letras de música, enfim, o repertório é inesgotável...
Alfabetização por Textos
• EXPLORAÇÃO INICIAL DO TEXTO
a) exploração do título e formulação de hipóteses sobre o tema geral e os significados prováveis do texto.
b) Leitura natural do texto completo( feita em vos alta pelo professor);
c) Troca de ideias com a turma sobre o que compreenderam da leitura. Busca de relações entre o texto e os conhecimentos e experi~encias dos alunos.
Alfabetização por Textos
• d) Identificação do gênero do texto;
• e) leitura didática feita pelo professor, que aponta as palavras uma a uma. A turma acompanha e repete;
• f) Observação de aspectos formais da escrita como sistema de representação: direção (da esquerda para a direita), limites gráficos das frases ( onde começam e onde terminam) número de frases, uso de maiúsculas e minúsculas, pontuação, espaços entre as palavras.
Alfabetização por Textos
• g) Repetição da leitura do texto, ora pela
turma toda, ora por um único aluno.
• DECOMPOSIÇÃO DO TEXTO
• Objetivo: reconhecimento de cada uma
das frases que compõem o texto. É
importante que cada aluno perceba a
diferença entre as frases e sejam capazes
de recitá-las corretamente.
Alfabetização por Textos
• ANÁLISE DAS FRASES
• Um texto é uma unidade ampla composta
de outras unidades de sentido, as frases,
que se articulam entre si. Os exercícios
propostos nesta etapa devem levar o
aluno a compreender essas relações e a
perceber a função das palavras na frase.
Alfabetização por Textos
• ANÁLISE DAS PALAVRAS
O professor escolhe no texto três ou quatro palavras(daqui por diante, denominadas palavras-chave) que serão primeiramente memorizadas globalmente, depois analisadas e comparadas com outras, de maneira que a atenção do aluno seja dirigida para as relações entre sons e letras)
Alfabetização por Textos
• SÍNTESE: FORMAÇÃO DE NOVAS PALAVRAS E FRASES:
• Novas palavras serão formadas gradativamente, dependendo do repertório formado de palavras-chave e de outras descobertas pelo alunos. O professor tem que ficar atento para essas descobertas, permitir que os alunos se ajudem mutuamente, dar muito material de leitura, criar atividades motivadoras, tirar dúvidas e confiar. É fundamental confiar na capacidade dos alunos para refletirem sobre a escrita e como funciona esse sistema de representação da língua falada.
Alfabetização por Textos
• CRIAÇÃO COLETIVA DE NOVOS
TEXTOS
• Variar constantemente as propostas, a
criação coletiva para ficar mais
interessante:
• Criar um anúncio: vende-se, troca-se...
• Inventar uma pequena história com duas
ou mais palavras dadas.
Alfabetização por Textos
• Dar título a uma história iniciada pelo
professor;
• Modificar o final de uma história dada.
• Criar um acróstico para homenagear um
colega;
• Fazer uma lista de compras;
• Escrever um bilhete, uma carta.
Alfabetização por Textos
• Visto que a criação é feita oralmente, os alunos não precisam estar completamente alfabetizados.
• Se esperarmos que as pessoas dominem a gramática e a ortografia, para só então começarem a escrever, o mais provável é que quando chegar a hora (se chegar) elas tenham o perdido o interesse. É justamente por causa do ensino tradicional, que adia ao máximo a produção de textos, que tantas pessoas alfabetizadas ,e mesmo com muitos anos de escolaridade se consideram incapazes de escrever. Por que não mudar o ensino?
(Carvalho, p. 52, 2004)
Alfabetização por Textos:
um pouco de história
• Alfabetizar com base em textos não é
recente surgiu por volta do final do século
XIX, educadores norte-americanos
conhecedores dos interesses das crianças
pelas narrativas e de sua capacidade para
memorizar rapidamente as histórias
ouvidas, criaram o método da historieta ou
do conto
1º momento- A metodização do
ensino da leitura
• Até o final do Império brasileiro, o ensino carecia de organização, e as poucas escolas existentes eram, na verdade, salas adaptadas, que abrigavam alunos de todas as “séries” e funcionavam em prédios pouco apropriados para esse fim; eram as “aulas régias”. Em decorrência das precárias condições de funcionamento, nesse tipo de escola o ensino dependia muito mais do empenho de professor e alunos para subsistir. E o material de que se dispunha para o ensino da leitura era também precário, embora, na segunda metade do século XIX, houvesse aqui algum material impresso sob a forma de livros para fins de ensino de leitura, editados ou produzidos na Europa. Habitualmente, porém, iniciava-se o ensino da leitura com as chamadas “cartas de ABC" e depois se liam e se copiavam documentos manuscritos.
1º momento- A metodização do
ensino da leitura Para o ensino da leitura, utilizavam-se, nessa época, métodos de
marcha sintética (da "parte" para o "todo"): da soletração (alfabético), partindo do nome das letras; fônico (partindo dos sons correspondentes às letras); e da silabação (emissão de sons) partindo das sílabas. Dever-se-ia, assim, iniciar o ensino da leitura com a apresentação das letras e seus nomes (método da soletração/alfabético), ou de seus sons (método fônico), ou das famílias silábicas (método da silabação), sempre de acordo com certa ordem crescente de dificuldade. Posteriormente, reunidas as letras ou os sons em sílabas, ou conhecidas as famílias silábicas, ensinava-se a ler palavras formadas com essas letras e/ou sons e/ou sílabas e, por fim, ensinavam-se frases isoladas ou agrupadas. Quanto à escrita, esta se restringia à caligrafia e ortografia, e seu ensino, à cópia, ditados e formação de frases, enfatizando-se o desenho correto das letras.
1º momento- A metodização do
ensino da leitura
• As primeiras cartilhas brasileiras,
produzidas no final do século XIX
sobretudo por professores fluminenses e
paulistas a partir de sua experiência
didática, baseavam-se nos métodos de
marcha sintética (de soletração, fônico e
de silabação) e circularam em várias
províncias/estados do país e por muitas
décadas.
1º momento- A metodização do
ensino da leitura • Em 1876, data que elegi como marco inicial do
primeiro momento crucial nessa história, foi publicada em Portugal a Cartilha Maternal ou Arte da Leitura, escrita pelo poeta português João de Deus. A partir do início da década de 1880, o “método João de Deus” contido nessa cartilha passou a ser divulgado sistemática e programaticamente principalmente nas províncias de São Paulo e do Espírito Santo, por Antonio da Silva Jardim, positivista militante e professor de português da Escola Normal de São Paulo.
1º momento- A metodização do
ensino da leitura
• Diferentemente dos métodos até então
habituais, o “método João de Deus” ou “método
da palavração” baseava-se nos princípios da
moderna linguística da época e consistia em
iniciar o ensino da leitura pela palavra, para
depois analisá-la a partir dos valores fonéticos
das letras. Por essas razões, Silva Jardim
considerava esse método como fase científica e
definitiva no ensino da leitura e fator de
progresso social.
2º momento – A institucionalização
do método analítico
A partir de 1890, implementou-se a reforma da instrução pública no estado de São Paulo. Pretendendo servir de modelo para os demais estados, essa reforma se iniciou com a reorganização da Escola Normal de São Paulo e a criação da Escola-Modelo Anexa; em 1896, foi criado o Jardim da Infância nessa escola. Do ponto de vista didático, a base da reforma estava nos novos métodos de ensino, em especial no então novo e revolucionário método analítico para o ensino da leitura, utilizado na Escola-Modelo Anexa (à Normal), onde os normalistas desenvolviam atividades "práticas" e onde os professores dos grupos escolares (criados em 1893) da capital e do interior do estado deveriam buscar seu modelo
de ensino.
2º momento – A institucionalização do método
analítico A partir dessa primeira década republicana, professores
formados por essa escola normal passaram a defender programaticamente o método analítico para o ensino da leitura e disseminaram-no para outros estados brasileiros, por meio de “missões de professores” paulistas. Especialmente mediante a ocupação de cargos na administração da instrução pública paulista e a produção de instruções normativas, de cartilhas e de artigos em jornais e em revistas pedagógicas, esses professores contribuíram para a institucionalização do método analítico, tornando obrigatória sua utilização nas escolas públicas paulistas. Embora a maioria dos professores das escolas primárias reclamasse da lentidão de resultados desse método, a obrigatoriedade de sua utilização no estado de São Paulo perdurou até se fazerem sentir os efeitos da “autonomia didática” proposta na "Reforma Sampaio Dória" (Lei 1750, de 1920).
2º momento – A institucionalização
do método analítico
• Diferentemente dos métodos de marcha sintética até então utilizados, o método analítico, sob forte influência da pedagogia norte-americana, baseava-se em princípios didáticos derivados de uma nova concepção — de caráter biopsicofisiológico — da criança, cuja forma de apreensão do mundo era entendida como sincrética. A despeito das disputas sobre as diferentes formas de processuação do método analítico, o ponto em comum entre seus defensores consistia na necessidade de se adaptar o ensino da leitura a essa nova concepção de criança.
2º momento – A institucionalização
do método analítico
• De acordo com esse método analítico, o ensino da leitura deveria ser iniciado pelo “todo”, para depois se proceder à análise de suas partes constitutivas. No entanto, diferentes se foram tornando os modos de processuação do método, dependendo do que seus defensores consideravam o “todo”: a palavra, ou a sentença, ou a "historieta". O processo baseado na "historieta" foi institucionalizado em São Paulo, mediante a publicação do documento Instrucções praticas para o ensino leitura pelo methodo analytico – modelos de lições. (Diretoria Geral da Instrução Pública/SP – [1915]). Nesse documento, priorizava-se a "historieta" (conjunto de frases relacionadas entre si por meio de nexos lógicos), como núcleo de sentido e ponto de partida para o ensino da leitura.
2º momento – A institucionalização
do método analítico
• As cartilhas produzidas no âmbito do 2º.
momento na história da alfabetização,
especialmente no início do século XX,
passaram a se basear programaticamente
no método de marcha analítica (processos
da palavração e sentenciação), buscando
se adequar às instruções oficias, no caso
paulista.
2º momento – A institucionalização
do método analítico
• Iniciou-se, assim, uma acirrada disputa entre partidários do então novo e revolucionário método analítico para o ensino da leitura e os que continuavam a defender utilizar os tradicionais métodos sintéticos, especialmente o da silabação. Concomitantemente a essa disputa, teve lugar uma outra relativa aos diferentes modos de processuação do método analítico, dentre as quais se destaca a travada entre os professores paulistas e o fluminense João Köpke.
2º momento – A institucionalização do método
analítico
• Nesse 2º. momento, que se estende até aproximadamente meados dos anos de1920, a ênfase da discussão sobre métodos continuou incidindo no ensino inicial da leitura, já que o ensino inicial da escrita era entendido como uma questão de caligrafia (vertical ou horizontal) e de tipo de letra a ser usada (manuscrita ou de imprensa, maiúscula ou minúscula), o que demandava especialmente treino, mediante exercícios de cópia e ditado. É também ao longo desse momento, já no final da década de 1910, que o termo “alfabetização” começa a ser utilizado para se referir ao ensino inicial da leitura e da escrita.
2º momento – A institucionalização
do método analítico
• As disputas ocorridas nesse 2º. momento
fundam uma outra nova tradição: no o ensino da
leitura envolve enfaticamente questões
didáticas, ou seja, o como ensinar, a partir da
definição das habilidades visuais, auditivas e
motoras da criança a quem ensinar; o ensino da
leitura e escrita é tratado, então, como uma
questão de ordem didática subordinada às
questões de ordem psicológica da criança.
3º momento – A alfabetização
sob medida
• Em decorrência da “autonomia didática” proposta pela "Reforma SampaioDória" e de novas urgências políticas e sociais, a partir de meados da década de 1920 aumentaram as resistências dos professores quanto à utilização do método analítico e começaram a se buscar novas propostas de solução para os problemas do ensino e aprendizagem iniciais da leitura e da escrita.
3º momento – A alfabetização
sob medida • Os defensores do método analítico continuaram a
utilizá-lo e a propagandear sua eficácia. No entanto, buscando conciliar os dois tipos básicos de métodos de ensino da leitura e escrita (sintéticos e analíticos), em várias tematizações e concretizações das décadas seguintes, passaram-se a utilizar: métodos mistos ou ecléticos (analítico-sintético ou vice-versa), considerados mais rápidos e eficientes. A disputa entre os defensores dos métodos sintéticos e os defensores dos métodos analíticos não cessaram; mas o tom de combate e defesa acirrada que se viu nos momentos anteriores foi-se diluindo gradativamente, à medida que se acentuava a tendência de relativização da importância do método e, mais restritamente, a preferência, nesse âmbito, pelo método global (de contos), defendido mais enfaticamente em outros estados brasileiros.
3º momento – A alfabetização
sob medida • Essa tendência de relativização da importância do
método decorreu especialmente da disseminação, repercussão e institucionalização das então novas e revolucionárias bases psicológicas da alfabetização contidas no livro Testes ABC para verificação a maturidade necessária ao aprendizado da leitura e escrita (1934), escrito por M. B. Lourenço Filho. Nesse livro, o autor apresenta resultados de pesquisas com alunos de 1º grau (atual 1ª série/ano do ensino fundamental), que realizou com o objetivo de buscar soluções para as dificuldades de nossas crianças no aprendizado testes ABC, como forma de medir o nível de maturidade necessária ao aprendizado da leitura e escrita, a fim de classificar os alfabetizandos, visando à organização de classes homogêneas e à racionalização e eficácia da alfabetização.
3º momento – A alfabetização
sob medida
• Desse ponto de vista, a importância do método
de alfabetização passou a ser relativizada,
secundarizada e considerada tradicional.
Observa-se, no entanto, embora com outras
bases teóricas, a permanência da função
instrumental do ensino e aprendizagem da
leitura, enfatizando-se a simultaneidade do
ensino de ambas, as quais eram entendidas
como habilidades visuais, auditivas e motoras.
3º momento – A alfabetização
sob medida
• Também a partir dessa época,
aproximadamente, as cartilhas passaram
a sebasear predominantemente em
métodos mistos ou ecléticos (analítico-
sintético e viceversa) e começaram a se
produzir os manuais do professor
acompanhando as cartilhas,assim como
se disseminou a idéia e a prática do
"período preparatório”.
3º momento – A alfabetização
sob medida • Vai-se, assim, constituindo um ecletismo processual e
conceitual em alfabetização, de acordo com o qual a alfabetização (aprendizado da leitura e escrita) envolve obrigatoriamente uma questão de “medida”, e o método de ensino se subordina ao nível de maturidade das crianças em classes homogêneas. A escrita continuou sendo entendida como uma questão de habilidade caligráfica e ortográfica, que devia ser ensinada simultaneamente à habilidade de leitura; o aprendizado de ambas demandava um “período preparatório”, que consistia em exercícios de discriminação e coordenação viso-motora e auditivo-motora, posição de corpo e membros, dentre outros.
3º momento – A alfabetização
sob medida
• Nesse 3º. momento, que se estende até
aproximadamente o final da década
de1970, funda-se uma outra nova tradição
no ensino da leitura e da escrita: a
alfabetização sob medida, de que resulta
o como ensinar subordinado à maturidade
da criança a quem se ensina; as questões
de ordem didática, portanto, encontram-se
subordinadas às de ordem psicológica.
4º momento – Alfabetização:
construtivismo e desmetodização
• A partir do início da década de 1980, essa tradição passou a ser sistematicamente questionada, em decorrência de novas urgências políticas e sociais que se fizeram acompanhar de propostas de mudança na educação, a fim de se enfrentar, particularmente, o fracasso da escola na alfabetização de crianças. Como correlato teóricometodológico da busca de soluções para esse problema, introduziu-se no Brasil o pensamento construtivista sobre alfabetização, resultante das pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita desenvolvidas pela pesquisadora argentina Emilia Ferreiro e colaboradores.
4º momento – Alfabetização:
construtivismo e desmetodização
• Deslocando o eixo das discussões dos métodos
de ensino para o processo de aprendizagem da
criança (sujeito cognoscente), o construtivismo
se apresenta, não como um método novo, mas
como uma “revolução conceitual” demandando,
dentre outros aspectos, abandonarem-se as
teorias e práticas tradicionais, desmetodizar-se
o processo de alfabetização e se questionar a
necessidade das cartilhas.
4º momento – Alfabetização:
construtivismo e desmetodização
• A partir de então, verifica-se, por parte de
autoridades educacionais e de pesquisadores
acadêmicos, um esforço de convencimento dos
alfabetizadores, mediante divulgação massivas
de artigos, teses acadêmicas, livros e vídeos,
cartilhas, sugestões metodológicas, relatos de
experiências bem sucedidas e ações de
formação continuada, visando a garantir a
institucionalização, para a rede pública de
ensino, de certa apropriação do construtivismo.
4º momento – Alfabetização:
construtivismo e desmetodização
• Inicia-se, assim, uma disputa entre os
partidários do construtivismo e os defensores —
quase nunca “confessos”, mas atuante
especialmente no nível das concretizações —
dos tradicionais métodos (sobretudo o misto ou
eclético), das tradicionais cartilhas e do
tradicional diagnóstico do nível de maturidade
com fins de classificação dos alfabetizandos,
engendrando-se um novo tipo de ecletismo
processual e conceitual em alfabetização.
4º momento – Alfabetização:
construtivismo e desmetodização
• Quanto aos métodos e cartilhas de alfabetização, os questionamentos de que foram alvo parecem ter sido satisfatoriamente assimilados, resultando: na produção de cartilhas “construtivistas” ou “sócio-construtivistas” ou “construtivistas-interacionistas”; na convivência destas com cartilhas tradicionais4 e, mais recentemente, com os livros de alfabetização, nas indicações oficiais e nas estantes dos professores, muitos dos quais alegam tê-las apenas para consulta quando da preparação de suas aulas; e no ensino e aprendizagem do modelo de leitura e escrita veiculado pelas cartilhas, mesmo quando os professores dizem seguir uma “linha construtivista” ou “interacionista” e seus alunos não utilizarem diretamente esse instrumento em sala de aula.
4º momento – Alfabetização:
construtivismo e desmetodização • De qualquer modo, nesse momento,
tornam-se hegemônicos o discurso
institucional sobre o construtivismo e as
propostas de concretização decorrentes
de certas apropriações da teoria
construtivista. E tem-se, hoje, a
institucionalização, em nível nacional, do
construtivismo em alfabetização,
verificável, por exemplo, nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs), dentre
tantas outras iniciativas recentes.
4º momento – Alfabetização:
construtivismo e desmetodização
• De qualquer modo, nesse momento, tornam-se
hegemônicos o discurso institucional sobre o
construtivismo e as propostas de concretização
decorrentes de certas apropriações da teoria
construtivista. E tem-se, hoje,institucionalização,
em nível nacional, do construtivismo em
alfabetização, verificável, por exemplo, nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs),
dentre tantas outras iniciativas recentes.
4º momento – Alfabetização:
construtivismo e desmetodização
• É importante ressaltar, no entanto, que, também na década de 1980, observa-se a emergência do pensamento interacionista em alfabetização5, que vai gradativamente ganhando destaque e gerando uma espécie de disputa entre seus defensores e os do construtivismo. Essa “nova” disputa, por sua vez, foi-se diluindo, à medida que certos aspectos de certa apropriação do interacionismo foram sendo conciliados com certa apropriação do construtivismo; essa conciliação, pelo que posso observar até o momento,
foi subsumida no discurso institucional sobre alfabetização.
4º momento – Alfabetização:
construtivismo e desmetodização
• E, dentre a multiplicidade de problemas que enfrentamos hoje a respeito do ensino inicial da leitura e escrita, as dificuldades decorrentes, em especial, da ausência de uma “didática construtivista” vêm abrindo espaço para a tentativa, por parte de alguns pesquisadores, de apresentar "novas" propostas de alfabetização baseadas em antigos métodos, como os de marcha sintética.
4º momento – Alfabetização:
construtivismo e desmetodização
• Devemos, ainda, mencionar, pelo
menos, dentre essa multiplicidade de
aspectos, as discussões e propostas
em torno do letramento, entendido
ora com complementar à
alfabetização, ora como diferente
desta e mais desejável, ora como
excludentes entre si.
Construtivismo
• As investigações de Emilia Ferreiro e seus colaborados procuram demonstrar o papel ativo do sujeito no processo de elaboração
individual da escrita.
• Construtivismo não é método....
• Construtivismo é um conceito (Silvia Gasparian Colello, 2007);
Na educação, o Construtivismo é uma teoria a respeito do aprendizado (Wikipédia ,2011);
• Construtivismo se refere ao processo de aprendizagem, que coloca o sujeito da aprendizagem como alguém que conhece e que o conhecimento é algo que se constrói pela ação deste sujeito (Pinel, 2008)
Pense...
• "... A minha contribuição foi encontrar uma
explicação segundo a qual, por trás da
mão que pega o lápis, dos olhos que
olham, dos ouvidos que escutam, há uma
criança que pensa" (Emília Ferreiro)
Ainda hoje...
• Também nos dias atuais a discussão sobre métodos de alfabetização se faz presente, seja quando se propõe a desmetodização desse processo, seja quando se discutem cartilhas, seja quando se utilizam, mesmo que silenciosamente, determinados métodos considerados tradicionais. Como se viu, porém, não se trata de uma discussão nova, nem tampouco se trata de pensar que, isoladamente, um método possa resolver os problemas da alfabetização. Mas, também como apontei, por se tratar de processo escolarizado, sistemático e intencional, a alfabetização não pode prescindir de método (nem de conteúdos e objetivos, dentre outros aspectos necessários ao desenvolvimento de atividades de ensino escolar).
Ainda hoje...
• Em outras palavras, a questão dos métodos é tão importante (mas não a única, nem a mais importante) quanto as muitas outras envolvidas nesse processo multifacetado, que vem apresentando como seu maior desafio a busca de soluções para as dificuldades de nossas crianças em aprender a ler e escrever e de nossos professores em ensiná-las. E qualquer discussão sobre métodos de alfabetização que se queira rigorosa e responsável, portanto, não pode desconsiderar o fato de que um método de ensino é apenas um dos aspectos de uma teoria educacional relacionada com uma teoria do conhecimento e com um projeto político e social.
Ainda hoje...
• Se quisermos mudar ou manter nossa situação presente e projetar outro futuro, em vista do que foi aqui apresentado não podemos desconsiderar a complexidade do problema nem o passado desse ensino, ingenuamente supondo que, em relação a esse passado, possamos, ou efetuar total ruptura, ou, de maneira saudosista, buscar seu total resgate, como se não tivesse havido nenhum avanço científico, de fato, nesse campo de conhecimento.
Alfabetização por Textos:
um pouco de história
• Nas primeiras décadas do século XX, o educador francês Celestin Freinet criou e divulgou seu método de alfabetizar com base no texto, conhecido como método natural Freinet. Professor primário durante toda a vida, trabalhando com crianças pobres do meio rural, Freinet combatia a pedagogia tradicional, buscava novas soluções, teoriza e escrevia sobre a própria experiência. Costumava sair com
Alfabetização por Textos:
um pouco de história
os alunos em passeios pela aldeia ou
pelos campos, atividade que denominava
aula-passeio. De volta à escola, escrevia
no quadro pequenos textos para registrar
o que tinham observado.Os textos, muito
apreciados, eram copiados, as vezes
aprendidos de cor e recitados pelos
alunos. Freinet estimulava-os a
produzirem seus próprios textos, primeiro
Alfabetização por Textos:
um pouco de história
oralmente, depois por escrito. A alfabetização se
fazia de forma assistemática, pelo processo de
descoberta de regularidade na escrita.
Freinet percebia a importância de aprender a
leitura e as escrita em situações funcionais e
para isso criou as técnicas do jornal escolar e
da correspondência interescolar. Seus livros são
fontes de consulta, ainda atuais, para o
professor que desejar usar este método.
ALFABETIZAÇÃO A PARTIR DA
FRASE (Ovide Decroly e Claparède)
• DA FRASE À CRIAÇÃO COLETIVA DE NOVOS TEXTOS
• Quem sabe alfabetizar partir de textos não terá dificuldade para fazê-la a partir da frase.
• A maior parte das sugestões e recomendações do método anterior é válida para quem escolhe a frase como ponto de partida.
ALFABETIZAÇÃO A PARTIR DA
FRASE
• Convencidos de que se deve partir do simples para o complexo, procuram uma frase para começar a alfabetização e facilmente caem na tentação de usar somente “palavras fáceis”, ou seja, as que apresentam apenas as relações mais simples entre as letras e sons. É uma tentativa de conciliar os princípios de um método analítico com a aparente simplicidade da soletração, o que resulta na construção de frases artificiais, semelhante àquelas que se encontram nas cartilhas.
ALFABETIZAÇÃO A PARTIR DA
FRASE
As atividades de exploração do significado
são essenciais; depois , a descoberta das
relações entre letras e sons e dos
diferentes padrões silábicos virá
naturalmente.
Exploração verbal das operações
sintáticas(verbo, sujeito, objeto direto etc.)
Ex. dramatizar fases. (Vamos ao pátio...)
ALFABETIZAÇÃO A PARTIR DA
PALAVRA CONTEXTUALIZADA
• Abade Radonvilliers e Nicolas Adams (Sec. XVIII)
• Posteriormente usado e difundido pelo Método Paulo Freire.
• É importante o contexto da palavra para a compreensão da palavra em si.
• Podem fazer parte de uma lista de feira, cardápio da semana, nomes dos alunos...
• Reconhecimento da palavra em outros contextos (outros significados);
• Análise da palavra;
• Síntese: formação de novas palavras;
• Criação de textos.
Alfabetização - Métodos E Técnicas
• Alfabetização é o termo que usamos quando nos referimos à aprendizagem da leitura e da escrita. Um indivíduo que sabe ler e escrever é considerado uma pessoa alfabetizada.
MÉTODOS DE ENSINO
São vários os métodos para se alfabetizar. Falaremos sobre os mais utilizados:
• 1- Métodos de alfabetização predominantemente sintéticos
• 2- Métodos de alfabetização predominantemente analíticos
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
PREDOMINANTEMENTE SINTÉTICOS
São métodos que levam o aluno a combinar elementos isolados da língua: sons, letras e sílabas. Os métodos predominantemente sintéticos podem ser:
• alfabéticos ou soletrativos
• silábicos
• fonéticos
Alfabéticos ou soletrativos
• O aluno aprende:
• o nome das letras nas formas maiúscula, minúscula, manuscrita, etc.
• a seqüência do alfabeto.
• a combinar as letras entre si, formando sílabas e palavras.
• Silábicos
• O aluno aprende inicialmente a sílaba, a combinação entre elas e chega à palavra.
• Fonéticos
• O aluno aprende inicialmente os sons das letras isoladas e depois reúne em sílabas que formarão as palavras.
MÉTODOS PREDOMINANTEMENTE ANALÍTICOS
• São métodos que levam o aluno a analisar um todo (palavra) para chegar às partes que o compõem.
• Os métodos predominantemente analíticos podem ser: palavração
• sentenciação
• contos ou historietas
• natural
• Palavração
• O aluno aprende algumas palavras associadas às suas imagens visuais. É usada a memória visual. Depois que o aluno já reconhece algumas palavras, estas são divididas em sílabas para formar outras palavras.
• Sentenciação
• O aluno parte de uma frase que a turma está discutindo, visualiza e memoriza as palavras e depois analisa as sílabas para formar novas palavras.
MÉTODOS PREDOMINANTEMENTE
ANALÍTICOS
• Contos ou historietas
• É uma ampliação do método de sentenciação. O aluno parte de pequenas histórias para chegar nas palavras, sílabas e com estas sílabas formar novas palavras.
•
• Natural
• O método natural parte de um pré-livro que contém registros de conversas da classe sobre determinado assunto. É apresentado aos alunos aos poucos para a sua visualização. Depois dessa fase, passa-se para a leitura sonorizada de cada sílaba da palavra. A partir destas sílabas, o aluno forma novas palavras e novas frases.
Visão Interacionista
Qual a intenção do autor ao escrever? Será que o leitor conhecer as intenções comunicativas do autor? O texto foi escrito para informar, divertir, apresentar uma argumentação, transmitir ordens, vender algo? Quanto mais souber sobre o autor, mais facilmente ocorrerá a interpretação – em que época, em que lugar porque foi escrito.
Leitura Significativa
• “Aprender a ler como se leitura fosse um ato
mecânico, separado da compreensão[...].
Estudar palavras soltas, sílabas isoladas, ler
textos idiotas e repetir sem fim exercícios de
cópia resulta em desinteresse e rejeição em
relação a escrita.”Carvalho, p.11, 2004.
Aprender e Ensinar
•“A maneira pela qual o alfabetizador encara o ato de ler
determina, em grande parte, sua maneira de
ensinar.”(cit apud)
Função social da
escrita
• A alfabetização deve ser conduzida de forma a
demonstrar que a leitura e a escrita têm função
aqui e agora, e não apenas num futuro distante.
• Para Magda Soares(1998,p.39) “ letramento e o
resultado da ação de ensinar e aprender as
práticas sociais da leitura e escrita; é também o
estado ou condição que adquire um grupo social
ou um indivíduo como consequência de ter-se
apropriado da escrita e de suas práticas
sociais.”
Como ler...
A leitura em voz alta pelo professor é
essencial para criar o entendimento,
permitir o conhecimento e uso das
diversas pontuações e entonações de
vozes, conforme gêneros literários.
Leitura conforme
Paulo Freire
• Ao mesmo tempo, nos esclarece que a leitura da palavra é precedida da leitura do mundo e também enfatiza a importância crítica da leitura na alfabetização, colocando o papel do educador dentro de uma educação, onde o seu fazer deve ser vivenciado, dentro de uma prática concreta de libertação e construção da história, inserindo o alfabetizando num processo criador, de que ele é também um sujeito.
Reflexão
• “O conceito de alfabetização muda com o passar do tempo, a cada período da história surge uma nova concepção para atender a um determinado paradigma educacional. Hoje, com a busca de novos paradigmas, várias tendências influenciam as práticas pedagógicas dos professores. Dessa forma, o alfabetizador deve possuir uma boa bagagem teórica para poder adequar o melhor método às necessidades de seus alunos.”(ALMEIDA, 2008)
PARA REFLETIR
• “Daqui a cem anos, não importará o tipo de
carro que dirigi, o tipo de casa em que morei,
quanto tinha depositado no banco, nem que
roupas vesti. Mas o mundo pode ser um
pouco melhor porque eu fui importante na
vida de uma criança.”
Obrigada!!
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