Post on 23-Nov-2018
Desconversa atenho-me ao vento invento o que tenho por voltas envolto
volto revolta dentro de antes da luz estranha e seduz meadas medeiam desalinho enfiado
em conversa de bar se finda sem pagar
Sereistar *
Sereia em serenata à luz estelar encroada, sem luar
sem nave a naufragar
(*originado em provocação de Carmem Pressoto, de VidrÁguas)
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Combinado, vamos combinar
Mesmo penses tu assim de mim Lucidez, é com o cérebro, sim.
No coração, razão não há Não que ande alquebrado Acantonado, a lamuriar
Lamento por deixar de amar Amei muito e mesmo amado fui
Hora, lugar, tempo, estrada, Pó, estrelas, luas e mar. Preciso é o navegar
A vida da precisão prescinde Convida a navegar Por uma hora feliz Sob o sol ou ao luar
Quando melhor é amar Combinamos, vamos combinar.
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Des-a-mar-ras
Entre o não saber e o porquê Navio desprendido do cais
O coração se despedaça mais Nada de novo no mundo, vê
amar sobretudo – 1º de dezembro amar sobretudo amar nu, vestido amar sem calçado amar a qualquer homem, mulher jovem ou não amar de paixão
tanga, biquini, calção sem proteção não!
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Sem nem porque
Morre-se um tanto a cada dia,
pois se renasce hora por hora o preço a pagar pelo devir
é deixar de ir é ficar também por aqui
ficar por ti, meu bem apenas ficar
também sob o açoite da noite também só, sem
porque, nem
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
De lua
Estou a um passo do passo seguinte A um minuto do próximo momento E no limiar de uma outra novidade Tudo depende de respirar fundo
De correr um outro mundo Da viração do quebravento
De hoje em diante Só adiante Sol radiante Estou de lua É novidade
Lua nova constante Pessoas de bom senso Dirão que ouvi estrelas
E as ouvi arreliadas, penso Um tanto a dizer por quase nada
Eram sóis que soem soar-me, sabeis Eram vozes d’além, de vós
Ou era o mar, ou era amar
vazando a maré Tão profundo o mergulho da lua Que tropeçando na pedra da rua Perdi-me de ti, que se fora nua
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Mesquinharia mórbida
Algumas pessoas há em mórbido antegozo comprazendo-se, já
Deslembram que é pó Ao que cada uma tornará
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Lassidão
Silente, expectante, o devir espreita na dobra do tempo,
que se arrasta o espaço se curva às vontades várias A tarde enrosca uma hora após outra
rumo ao melhor da existência, próximo à noite.
no destino das querências
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Todas as melhores intenções
Beijo os lábios teus Embebidos em licor Adoráveis e em flor se abrem aos meus É prazer que sinto Os sentidos, sentes Então que é amor E também absinto
Vertigem vertendo em verde Vestes rosas as roupas tuas É loucura, vão dizer de mim Porque a percebo tão nua Entanto, nada mais seria Amada sempre querida
A roupa transparente assim Se um ganha e outra perde
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Quando um mundo acaba
Entretida em controlar mercados A multidão na rua acampada depara Despede-se da fantasia a exploração
Investe-se da ordem, arroja a cavalaria Reinventa o front caseiro da guerra Desvela a face iníqua na repressão
Arruína a pose, a tirania do capital “Os negócios”, well, well, vão mal
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Estação do recomeço
Pelas janelas chegam-me uns sabiás Trinam enquanto trabalho cá
Ouço outros nas ruas, em casa, quando lá Trinados quais remotas buscas ansiadas Da continuação das espécies animadas
O tempo rebenta em cores e, vivaz assim, Cobra do inverno, na essência, o fim
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
10 Setembro, 2011
Um fim de muito amor Quando é maior a dor
Pouco importa Quanto há de amor
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
É, sim, amor
o amor folha alva
o ponto nela, a cor da dor Cuidados, esmero, carinho,
suavidade, gentileza, tornados tensão
impertinência incompreensão
rudeza estressada incontinência
tristeza tudo em nada
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Porto Alegre, zero grau
Cai o frio da noite em gelada chuva fina Sob marquises, dúvida: dormir ou gelar? E, se dormir, vai acordar ou morrerá? Se não dormir, que comerá e beberá?
A morte é o fim, um dia virá, pois sim Enquanto isso, o que se faz pra evitar Perdem-se pra miséria vidas sem vida
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Melhor é o agora
Melhor é sempre o tempo presente. Que se vive, que se sente. E quando é incerta a hora
e o onde estás agora, ausente posto que já fostes embora,
quando a terra cora, se chora?
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Uma chance pra poesia
Um sopro à janela um vulto dela
o vestido esvoaça o tempo passa
a cidade, o céu de fumaça ah, o mar, a rosa!
o verso pouco, a pouca prosa é vermelho, então
é sangue, não? Há, entanto, um fantasma à luz do dia há uma chance para a paz e a poesia.
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
À luz a vida
A vida se recria vem à luz
se impõe ao dia
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
4 Agosto, 2011
Dia desses encontrei-me lembrando de ti sem porque nem mais teus traços recordei
tal a flor que eras amei-te um gosto amargo tomou-me a boca um aperto confrangeu-me o coração
eras, já, só tênue lembrança, mas sei que nada foi em vão
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Mais do amor
Sim, também o que foi há
não só, amor em natureza bruta há é em real beleza
mesmo na tristeza um outro olhar
hão de ver, saber e ser o que brilha lá
aqui também brilhará
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Amo
Amo e não é só que ando
ando e não é só que amo
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
De astros e ex-estrelas
De Marte chegam-me novas De uma Vênus de morte Por certo perdeu o senso
A estrela supernova antes nua Hoje sem sorte míngua à lua A miríade de rios, sem amor,
Inconformada é um mar de dor (por Amy Winehouse)
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
O sol agora nos sorri
A palavra tua vestida ou nua
bem melhor fica se o sol nos sorri se chorava o céu,
por uns dias passados diga-se sempre isso
bem alto, o pé na terra,
ou de asa delta, seco ou molhado
respirando, pirando,
ando adoidado
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Ventos
Vem com, o vento Sei, também, ai Passa o tempo e assim se vai
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Ribombos e trovões
interrompido, o silêncio denuncia
a chegada da manada de elefantes, desde o nada,
antes de iniciar o dia. chuva e ventania na madrugada fria
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
amei-a à meia-noite
Bem, amei à noite à meia-noite
amei-a, note bem
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
É tempo de mais amor
O amor está no topo da pirâmide seguido desta tua solidariedade
inverte as razões das coisificações.
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Escala descendente
Sonho que faz quente Rente ao chão, duro
Pés e mãos dormentes
Sonho que já é café Rente feito pão
Sonho que Japão é
Acordo. Não tem graça Nem é quente, verão
Um tanto mais é friaca
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Poeira nos olhos
Pó de galáxias sois grão ao sol do universo via sul de versos lácteos arrebóis do multiverso
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Talvez belo seja isso
esse espelho que assim me vê quando eu só penso em você quer me passar um recado
mostrar-me um meu outro lado
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Palavras amargas
Há mais que palavras amargas agora Há o peso estranho do nosso silêncio Dor, a incompreensão tudo embarga
Pra onde nessa hora vai o amor Na expectativa do que supor? Calo vazio de sentidos, assim Pulsa tudo por ti em mim
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Tempo e morte O tempo nos consome o tempo todo
A morte minha depende da minha vida Tempo, morte e vida, inda severina são
Da existência consequência e razão
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Uma pela outra não se troca
Dá-se a outra pela uma vez ou outra Ah, quantas vida tivesse há tempo!
Ah, tempo mais tivesse pra uma só vida!
Justo, acordado, acerta os neurônios posto que um rei é morto e a dama de lilás jaz , decaída sem hormônios
Sob o balcão, ou cadafalso, o passo Em falso e morto será, um fracasso A trama é toda urdida, sendo a vida
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
16 de junho, 2011 a morte minha depende da minha vida.
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Por teu amor
As penas da saudade são
rir de si em silêncio às noites um constante corolário
num canto qualquer do mundo [o melhor porque lá estás]
e ao vento os cabelos revoltos alinham em gotas
a chuva impregnada na roupa, na pele, na alma
no escuro fundo da terra a semente projeta o amanhã
fecundo de ti, em sumarento fruto que vai chegar-te aos lábios de romã
por amor
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
amor há
Ah, Maria! Muito te amaria... Já sabia, Já sabia!
Amor há! Sabia, já!
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
Vida e mar
Mar revolto aberto resultado
de afluentes versos vertentes de amor e vida.
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
bailando
em abandono por ti me amarro, enleio, emaranho, vôo estranho.
em suspenso por ti um tempo agito outro levito. num átimo, ótimo, retorno e contorno
o que me daria a felicidade e te amaria em qualquer dia,
em todas as idades. nada me prende, vês, que enleada sou flor,
que as asas minhas, sem dor, folhas ao vento são.
é minha sina ter por ti essa ansiedade viva, feito seiva, morfina,
me domina.
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
namorada minha amada Um dia, todos os dias, qualquer dos dias,
santos, santificados, úteis ou feriados, serão só nossos, os dias de namorados.
Poemethos 18
Adroaldo Bauer
Porto Alegre
Dezembro de 2011
As penas da saudade
As penas da saudade são rir de si em silêncio
às noites um constante corolário num canto qualquer do mundo, o melhor porque lá estás,
e ao vento os cabelos revoltos alinham em gotas a chuva impregnada na roupa, na pele, na alma.
No escuro fundo da terra a semente projeta o amanhã fecundo de ti, em sumarento fruto que vai chegar-te aos lábios de romã, por amor.