“Regozija-se e alegra-te de todo o coração ó Jerusalém!O senhor, teu Deus, esta no meio de ti, como o poderoso

salvador” (Sf 3, 14.17).

A Liturgia de hoje aplica a nossa senhora as palavras

proféticas de Sofonias.

Maria é a filha de Jerusalém convidada a alegrar-se por ter-

se Deus feito singularmente presente nela, encarnando-se

em seu seio virginal.

Arca da aliança, a tenda de reunião, o Templo de Jerusalém onde o Altíssimo

se fazia presente ao seu povo desaparecem ante sua humilde Virgem

feita arca e templo vivo de quem a criou.

Por meio dela, o Filho de Deus é o poderoso Salvador quem vem visitar e reunir seu povo, iluminá-lo e dirigir-lhe

os passos.

Ela é no caminho da paz (Lc 1, 68.79),

É por meio de Maria que Jesus faz sua primeira visita aos

homens..

Logo após à Anunciação, Maria parte “com pressa para a as

montanhas” (Lc 1, 39),

a fim de ir ao encontro da velha prima, cuja extraordinária

maternidade lhe fora revelada pelo Anjo.

Não a preocupam, as dificuldades da viagem à região montanhosa!

Também sua dignidade de Mãe de Deus, longe de a deter mais a

impele, pois intui que o privilégio da divina maternidade se ordena

à salvação do mundo.

Jesus um dia irá procurar pessoalmente o Batista à margem do

Jordão.

A Mãe de Deus vai ao encontro da mãe do Batista, grande homem

sem dúvida, mas simples homem.

Maria antecipa esta atitude de humildade do Filho de Deus.

Pedirá o Filho de Deus o batismo ao Precursor, criatura sua.

Vai visitá-la não para ser servida, por motivo da própria dignidade, e

sim para servi-la, assumindo, diante dela como diante de Deus, a

atitude de humilde serva.

Guia-a Jesus, vivo em Maria e por ela levado, por aqueles caminhos de

humildade, de serviço que ele próprio percorrerá e indicará aos homens.

Na Virgem, Deus renova seu pacto de amor com os homens.

Nela celebra o Verbo, com júbilo, suas núpcias com a humanidade

e, embora oculto no seio materno, revela sua presença.

“Apenas ouviu Isabel a saudação de Maria, exultou-lhe o menino no

seio” (Lc 1,41).

Ante aquele salto de alegria, Isabel, iluminada pelo Espírito

Santo,

“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!

E de onde me é dada a graça que venha visitar-me a Mãe de meu

Senhor?

reconhece na prima a mãe do Salvador, e prorrompe num hino

de louvor:

Ditosa aquela que acredita que teriam cumprimento as coisas que lhe foram

ditas da parte do Senhor”.

Diante de tantos louvores, Maria não protesta. Bem sabe que não são para ela e sim para Deus, a quem imediatamente

os dirige.

Glorifique-vos vossa Igreja, ó SenhorPorque grandes coisas operastesPor meio dos que, a exemplo deMaria, crêem em vossa palavra.

03/06/200634