A religião. Trabalho realizado pelos alunos António Fernandes, Diogo Mendonça, Hugo Almeida e...

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Neste trabalho vamos falar substancialmente sobre Religião. Vamos também discutir diferentes teorias e argumentos, mas também posições relativas de alguns filósofos.

Serão abordados temas como a questão da existência de Deus e a relação de determinados conceitos, como a fé e a razão.

Esperamos que apreciem.

Religião

Religare ou Relegere

(voltar a juntar; unir) (respeitar; prestar culto)

Com base nas definições de duas entidades - Cícero (político, filósofo e orador do séc. I a.C.) e Michael Petterson (professor contemporâneo de Filosofia), podemos explicitar o conceito de Religião:

É o respeito profundo que cada um sente por qualquer ser que disso seja

digno, particularmente o divino ou o sagrado. Manifesta-se através de ritos e outras formas tradicionais de prática do culto a tal divindade. Constitui também um conjunto de experiências tanto individuais como colectivas e, consoante a crença, baseia-se num conceito de Realidade Última (uma realidade transcendente) ou insere-se no próprio quotidiano imanando do sensível.

Albert Einstein afirma que podemos conceber a religião, ou seja, explicar o porquê da sua existência, de três formas distintas:

A religião-temor, quando há a necessidade de compensar as grandes dificuldades da vida a nível mundial, como a fome, a doença, a morte e a guerra; há a esperança de que Deus, com o seu poder, possa remediar a situação ou mudar o rumo dos acontecimentos

(Kant designa este tipo por religião do simples culto)

A religião-moral, existe para reforçar os mecanismos de controlo social, aludindo à imagem de Deus como Pai, Legislador e Juíz Supremo e expressa-se através do respeito pelos mandamentos

A religiosidade-cósmica, baseia-se numa admiração pela majestosidade e grandiosidade da Natureza e da perfeição do seu funcionamento

Trata-se de movimentos e actos extremistas levados a cabo em nome de certa religião. Um fundamentalista acredita nos seus dogmas como verdade absoluta e indiscutível, sem se submeter ao diálogo. Como exemplos de fundamentalismos religiosos temos, por exemplo:

o Cristão - criação da Inquisição, tribunal que

combatia a heresia na Igreja Católica, isto é, a oposição e pensamento contrário

o Muçulmano - que se manifesta actualmente

com os atentados de bombistas suicidas palestinianos que se fazem explodir em Israel.

Sagrado: Plano ou dimensão de realidade para além do

sensível ( o sobrenatural) Natureza espiritual Captável apenas através da experiência religiosa Hierofania (manifestação do sobrenatural) Experiência que provoca tanto perturbação ou

serenidade  Profano: contrariamente ao sagrado, designa o plano

ou dimensão de realidade com o qual lidamos no quotidiano

Dimensão pessoal de carácter intimista, baseia-se nas orações

que cada um formula

Dimensão social prática colectiva do culto como, por exemplo,

baptizados, peregrinações, etc..

Numa tentativa de dar resposta às questões “Para que vivemos?” ou “Qual o valor da vida?”, deparamo-nos com duas respostas possíveis:

Ainda há experiências religiosas que dão sentido ao mundo Segundo estudos efectuados e a própria experiência de vida, a religião

tem vindo a mudar a vida de muitas pessoas, que ao seguirem certa religião ou se converterem encontram um novo sentido para a vida, uma outra orientação. Adoptam uma nova forma de encarar a vida e começam a sentir a alegria de viver. De facto, há também estudos realizados por especialistas da mente que afirmam que as pessoas verdadeiramente crentes se defendem melhor das doenças e têm um sistema imunitário mais forte.

  O mundo não tem sentido: o Existencialismo, uma filosofia do absurdo Esta resposta baseia-se no que defende o Existencialismo. Assim, a vida

não possui por si própria um sentido: as próprias pessoas vão construindo um sentido para as suas vidas. Não é possível uma compreensão racional do Universo e a vida humana encontra-se permanentemente no limiar do absurdo.

Razão: é a faculdade que nos permite investigar e explicar os fenómenos através do uso de sistemas lógicos e discursivos.

Fé: é a atitude emotiva de aceitação dos mistérios; tem duas vertentes: a) a passiva, que aceita apenas porque se limita a acreditar;

b)activa, que aceita mas não se limita a acreditar, procurando esclarecer-se.

A relação entre a fé e a razão sempre foi incompatível ao longo do tempo. Com a fase terminal da idade média e com o início da idade moderna, devido ao aparecimento progressivo de conhecimento, o cristianismo (assim como outras religiões) foi posto em causa e muitas vezes questionado através da razão e do conhecimento racional.

Assim, a religião nunca aceitou a imposição do conhecimento racional na fé assim como a razão muitas vezes discordava com a religião. Um exemplo é uma frase muito célebre que é “a religião é o ópio do povo”.

Argumentos a favor da existência de Deus      Cosmológico (ou da Causa Primeira) Teleológico

 1) Verificamos constantemente que Apoia-se na ideia de que umtodas as coisas e acontecimentos têm uma objecto construído pelo Homemcausa, sendo causados por outros acontecimentos (p.e. um relógio) é semelhante anteriores; em vários aspectos a um 2) Como não é possível uma série infinita de objecto natural (como um olho)causas, teve de haver uma primeira causa que mas é concebido de forma muitoiniciou a série de causas e efeitos que deram menos habilidosa, o que apontarácomo resultado o universo tal como o conhecemos para a existência de algo divino hoje. tenha criado a Natureza com

tanta mestria e inteligência. 

O problema da existência de Deus afecta a forma como orientamos a nossa vida e também como a interpretamos. Desta questão acerca da existência ou não de uma verdadeira divindade, surgem três doutrinas:

O Teísmo, que defende a existência de um Deus único que é omnipotente, omnisciente e benevolente, tendo criado o Universo.

O Ateísmo (ateus) que afirma não haver razões que nos levam a afirmar a existência de Deus, o que leva a exclui-la.

O Agnosticismo, que não se posiciona nem a favor nem contra, ou seja, considera possível a existência de Deus, mas também que não temos dados suficientes para o provar.

 

Kant verificou que os argumentos tradicionais acerca da existência de Deus não apresentam provas lógicas sobre ela, ou seja, que não se baseiam em nenhum conhecimento objectivo. Assim, perante a questão “Como será possível o conhecimento da existência de Deus?”, Kant formula o seu argumento:

Nós, humanos, não podemos ter experiências extra-sensoriais Deus, se existir, tem de ter uma natureza extra-sensorial ou extra-

fenoménica (para além da experiência sensorial) Assim, só podemos conhecer o mundo sensorial e não podemos

afirmar que Deus existe

Mas o facto de não termos uma verdade objectiva acerca desta existência, não significa que não haja uma e que Deus não exista. Por isso, Kant afirma também que embora não conheçamos, podemos agir como se conhecêssemos.

 

O Cristianismo é uma religião monoteísta centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são apresentados no Novo Testamento. A fé cristã acredita essencialmente em Jesus como o Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor.

Os seguidores do cristianismo acreditam que Jesus seja o Messias profetizado na Bíblia Hebraica. A teologia cristã ortodoxa alega que Jesus teria sofrido, morrido e ressuscitado, de forma a abrir o caminho para o céu aos humanos. Os cristãos acreditam que Jesus teria ascendido aos céus, e na maior parte dos ensinamentos consta que Jesus irá regressar para julgar todos os seres humanos, vivos e mortos, e conceder a imortalidade aos seus seguidores. Jesus também é considerado para os cristãos como modelo de uma vida virtuosa e tanto como o revelador quanto a encarnação de Deus.

 

A Religião, dada a sua importância à escala mundial e a sua existência em qualquer parte do mundo tem estado, ao longo da História, na origem de um grande número de conflitos. Assim, torna-se pertinente explicar o que significa “lutar em nome de Deus”. Será correcto entrar em excessos em defesa daquilo em que acreditamos? Devemos aceitar a posição dos outros, independentemente de não se regerem pelos mesmos ensinamentos?

Pretende-se, desde o nascer da Religião, debater sobre aquele que é o maior problema colocado pela humanidade: “Será que existe, realmente, Deus?”.

É aqui que a Filosofia entra em cena, com a sua habitual procura de respostas, entrando num jogo entre argumentos e posições onde não há vitória prevista. Devemos acreditar pelo facto de acreditar ou devemos, por outro lado, partir em busca de factos que nos permitam dar sentido a essa fé?

São incontáveis os problemas gerados pelo assunto que abordámos. Como referido anteriormente, “o problema da existência de Deus afecta a forma como orientamos a nossa vida e também como a interpretamos”, o que dependerá daquilo em que cremos e daquilo em que temos fé.

Manual adoptado: “Pensar Azul” Websites: Wikipédia e Google

Trabalho realizado por: António Fernandes, nº2 Diogo Mendonça, nº7 Hugo Almeida, nº12 Pedro Delfino, mº25