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A Providência de Deus
Revi
sta
ANO XXXIX – Nº 463 | www.comunidadeemanuel.org.brA Revista da Renovação Carismática Católica
EntrE o céu E a tErra
Que o trabalho não destrua a famíliaO primeiro e mais impor-tante conselho: a família é o principal negócio da vida
alma fEminina
reinvente-seO Presente tem esse nome justamente porque é um presente de Deus. Aproveite cada minuto.
papa francisco a única solução é a solidariedadeTodos juntos somos uma grande força de apoio.
Dom Cipriano Chagas, osB
Oração Inicial
Com minha bênção sacerdotal
Dom Cipriano Chagas, OSB
Glorificar o SenhorPor Dom Cipriano Chagas, OSB
Em vista das misericórdias de Deus, faço uma deci-siva dedicação de meu corpo, apresentando todos os meus membros e faculdades como um sacrifício vivo, santo (dedicado, consagrado) e agradável a vós,
meu Deus. Este é meu serviço racional, inteligente e culto espiritual. Não está em meu poder, mas no vosso, Senhor, que estais todo o tempo a operar eficazmente em mim, suscitando e criando o poder e o desejo de agir para o vosso bom prazer e satisfação e deleite.
Pai, não me retirarei ou me encolherei com medo, pois, então, não teríeis deleite ou prazer em mim. Fui comprado por grande preço, comprado como uma preciosidade e feito vossa propriedade. Assim, pois, eu vos rendo homenagem, Senhor, e vos dou glória em meu corpo.
Clamei a vós no dia da tribulação; vós me libertastes, e eu vos honrarei e glorificarei. Alegro-me porque me libertas-tes e me atraístes para vós, retirando-me do controle e do domínio das trevas, e me transferistes para o reino do Filho de vosso amor. Eu vos confessarei e vos louvarei, ó Senhor
meu Deus, com todo o meu coração; e glorificarei vosso nome para sempre.
Como um servo total de Jesus Cristo, recebo e desenvolvo os talentos que me foram dados, pois quero que me possais dizer: “Muito bem, servo fiel e correto!” Faço uso dos meus dons, faculdades, talentos, qualidades, de acordo com a graça que me foi dada. Deixo minha luz brilhar diante dos homens, para que possam ver minha retidão e boas obras, louváveis e nobres, e reconheçam e honrem, louvem e glorifiquem meu Pai que está no céu.
No nome de Jesus, deixo que minha vida expresse amo-rosamente a verdade em todas as coisas, falando a verdade, agindo com verdade, vivendo a verdade. O que quer que eu faça, não importa o que seja, faço-o no nome do Senhor Jesus e na dependência de sua Pessoa, dando, por ele, louvor a Deus Pai. Qualquer que seja a minha tarefa, trabalho nela com o coração, como algo feito para o Senhor e não para os homens.
A Deus Pai seja a glória e honra e louvor. Amém.
2 Jesus Vive e é o Senhor • edição 463 • 2017
A revista “Jesus vive e é senhor” é uma publicação mensal da Comunidade Emanuel, entidade sem fins lucrativos, declarada de utilidade Pública pelo Decreto 8.969 de 13/05/86. A ComuniDADe emAnuel tem entre seus ministérios a evangelização através da Palavra escrita, servindo à renova-ção Carismática da igreja. sua espiritualidade é centrada em Jesus Cristo, guiada pelo espírito santo de Deus, incentivan-do os seus leitores à vida sacramental, à oração pessoal e ao uso comunitário dos Dons e Carismas.orientação da ComuniDADe emAnuel. uma Associação Particular de Fiéis leigos, assim reconhe-cida por Decreto, pela Arquidiocese do rio de Janeiro. revista com Aprovação eclesiástica.® Copyright 1996 – Direitos reservadosComuniDADe emAnuel CnPJ 29.983.269/0001-17 - issn:0103-8133- rua Cortines laxe, nº 2 Centro - CeP 20090-020 - Caixa Postal 941 CeP 20001-970 - rio de Janeiro - rJ Brasil - Tel.: 0+XX+21 2263-3725 Fax: 0+XX+21+2233-7596.
Órgão Fundador da Associação latino-americana de revistas de renovação no espírito santo.
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• Diretor-Presidente: Dom Cipriano Chagas, osB• Diretor Responsável: mauro moitinho malta• Conselho de Redação: Dom Cipriano Chagas, Maria Teresa malta, Anna gabriela malta, Alexandre honorato D. Ferreira
• Redator Responsável: Jeannine Leal• Revisor: Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar• Coordenador de Edição: Comunidade Emanuel• Projeto Gráfico e Diagramação: Comunidade Emanuel• Revisão e Tradução: Comunidade Emanuelos artigos publicados nesta revista são de responsabilidade dos autores. Todo material para a revista, sendo publicado ou não, não será devolvido.“A este Jesus, Deus o ressuscitou, e disto nós todos somos testemunhas. Portanto, exaltado pela direita de Deus, ele recebeu do Pai o espírito santo prometido e o derramou, e é isto o que vedes e ouvis” (At 2,32-33).
“saiba, portanto, com certeza, toda a casa de israel: Deus o constituiu senhor e Cristo, a este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2,36).
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mauro moitinho malta
Mauro Moitinho Malta Membro do conselho da Co-munidade Emanuel, autor do livro “Perdão, o caminho da felicidade”.
Carta ao Leitor
O Papa Francisco inicia essa edi-ção pedindo para meditarmos sobre esta palavra de Jesus: ‘Era estrangeiro e acolheste-me; es-
tava nu e vestiste-me’” (Mt 25,35-36). Hoje é atual como nunca. A crise econômica, os conflitos armados e as mudanças climáticas impelem muitas pessoas a emigrar. O Pon-tífice lembra que as migrações não são um fenômeno novo, mas pertencem à história da humanidade. Consiste em falta de memória histórica pensar que elas sejam próprias ape-nas da nossa época. As Sagradas Escrituras oferecem muitos exemplos de migração. O chamado de Deus para Abraão deixar sua terra; a Sagrada Família, obrigada a fugir das ameaças de Herodes. Disse o Papa: “A história da humanidade é feita de migrações: em cada latitude não há povo que não tenha conhecido o fenômeno migratório.” O nosso contexto de crise econômica favorece o emergir de comportamentos de fechamento e não acolhimento. Sua Santidade termina com um apelo: “Queridos irmãos e irmãs, não caiamos na armadilha de nos fecharmos em nós mesmos, indiferentes às necessidades dos irmãos e preocupados só com os nossos interesses.”
Frei Raniero Cantalamessa continua com o apelo do Papa para solidificarmos nossa fé, afirmando: “A fé tem matizes dife-rentes de significado, mas desejaria refletir sobre a fé em sua acepção mais comum e elementar: crer ou não em Deus,” e acrescen-ta: “falar da fé a um nível tão universal, não podemos nos apoiar somente na Bíblia”. Frei Raniero ressalta que “atualmente a ciência nos aproxima mais da fé em um criador do que no passado.”
Dom Cipriano nos alerta que “cristãos têm passado por tempos de provação, mas parece que Jesus está avisando que haverá maiores provações para a frente. Elas são para demonstrar quem verdadeiramente é filho do Reino. Mais adiante, ele informa: “Deus sempre dará aos fiéis a graça de permanecerem fiéis. Num tempo de severa
provação, você terá todos os recursos do Reino à sua disposição. Pela fé em Jesus você poderá usar esses recursos. E alerta: “Nos primeiros capítulos do Apocalipse, as cartas às sete igrejas indicam a vitória à oposição e às dificuldades que cada uma enfrentava, para que pudessem receber a recompensa: “Ao vencedor, darei o direito de comer da árvore da vida” (Ap 2,7), significando que gozaremos da vida eterna na consumação final do Reino.”
Em outro artigo, Dom Cipriano apela para nossa esperança, usando o texto dos Salmos de Davi: “Davi reza cheio de esperan-ça, do mesmo modo no qual Jesus instruiria seus discípulos, séculos mais tarde.” Termina esse artigo, afirmando: “Você, meu irmão, minha irmã, é filho e filha de Deus, da Nova Aliança no Sangue de Jesus. Deus cumprirá fielmente todas as promessas que lhe fez através de Jesus. Ele não violará essa Aliança, feita no Sangue de seu Filho.”
No artigo do Bispo Fulton Sheen, afirma: “Duas montanhas são apontadas como o primeiro e o segundo atos de um drama: a montanha das Bem-aventuranças e o monte Calvário. Aquele que galgou o primeiro para pregar as Bem-aventuranças devia necessa-riamente galgar o segundo para praticar o que pregou. Quem quer que ponha em prá-tica, na sua vida, essas Bem-aventuranças, atrairá sobre si, a ira do mundo. O sermão da montanha não pode ser separado da cru-cifixão. No dia em que o Senhor pregou as Bem-aventuranças, assinou sua condenação à morte.”
Que sejamos iluminados por essas pala-vras e possamos apresentar nossa fidelidade ao Senhor em nossos momentos de alegria e de sofrimento.
Mauro Moitinho Malta
4 Jesus Vive e é o Senhor • edição 463 • 2017
Capa
Revista Jesus Vive On Line
28 A providência de Deus
3 Carta ao leitor Por mauro moitinho malta
1 Oração Inicial GlorifiCar o SEnhorPor Dom Cipriano Chagas, osB
EnsinoFiéis ATé o FimPor Dom Cipriano Chagas, osB
Vida e ConhecimentoFé e rAzãoPor Pe. Alfonso milagro, CmF
Entre o céu e a terraser um PArCeiro De orAção eFiCAzesColhA um líDer De orAçãoPor Dom Cipriano Chagas, osB
6 Alma FemininarEinvEntE-SEPor Anna Gabriela Malta
5 Testemunho | Frases
34 Curso de IntercessãoSEr uM ParCEiro dE oração EfiCazPor Dom Cipriano Chagas, OSB
39 SaúdetEMPo dE vErãoPor Jeannine Leal
36 JV Informa
40 Agenda
33 Espaço MusicaldEixando dEuS falar PriMEiroPor Alexandre Honorato
20 HomiliaauMEnta noSSa fé Por Frei Raniero Cantalamessa, OFMCAP
35 CatequeseaS forMaS dE oração - PartE 1Da Redação
22
23
24
Entre o Céu e a terrarESiStir à tEntaçãoPor Pe. Alfonso Milagro, CMFquE o trabalho não dEStrua a faMíliaPor AleteiaalEGra-tE!Por Cristiane Monteiro
32 Nossa SenhoraMaria: EStrElada EvanGElização Por Pe. Angel L. Strada
38 SantobEata PiEdadE da Cruz ortiz rEalPesquisa Jeannine leal
10 Comunhão Eclesiala úniCa Solução é a SolidariEdadEPapa Francisco
Seções
Muito da nossa incompreensão de nosso próprio ser e de nossa própria vida vem de ignorarmos quem somos e onde estamos. Entretanto, há em nós uma parte sobrenatural. Disso nos esquecemos, e não procuramos conhecer.
Colunistas
26 Ensinoa fidElidadE do SEnhorPor Dom Cipriano Chagas, OSB
14 a Montanha daS bEM-avEnturançaS E a Montanha do Calvário
Por Dom Fulton Sheen
Vida e Conhecimento12 por que rezar o rosário em grupo?
Tirado dos ensinamentos de São Luís M. de Monfort
16 a Cura do ParalítiCoPor Dom Anselmo Chagas de Paiva, OSB
18 buSCar a dEuS CoM SabEdoriaPor Jim Scully
8 Jesus Vive e é o Senhor • edição 463 • 2017
2017 • edição 463 • Jesus Vive e é o Senhor 9
10 Jesus Vive e é o Senhor • edição 463 • 2017
Comunhão Eclesial
Meditemos sobre esta pala-vra de Jesus: “Era estran-geiro e acolhestes-me; estava nu e vestistes-me”
(Mt 25,35-36). No nosso tempo é atual como nunca a obra relativa aos estran-geiros. A crise econômica, os conflitos armados e as mudanças climáticas impe-lem muitas pessoas a emigrar. Contudo, as migrações não são um fenômeno novo, mas pertencem à história da hu-manidade. Consiste em falta de memória histórica pensar que elas sejam próprias apenas da nossa época.
A Bíblia oferece-nos muitos exem-plos concretos de migração. É suficiente pensar em Abraão. O chamado de Deus impeliu-o a deixar o seu país e ir para outro: “Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar” (Gn 12,1). E assim acon-teceu também para o povo de Israel, que do Egito, onde era escravo, caminhou durante quarenta anos no deserto até alcançar a terra prometida por Deus.
A própria Sagrada Família – Maria, José e o menino Jesus – foi obrigada a emigrar para fugir das ameaças de Herodes: “José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. Ali permaneceu até a morte de Herodes” (Mt 2,14-15). A história da humanidade é feita de migrações: em cada latitude não há povo que não tenha conhecido o fenômeno migratório.
A propósito, durante os séculos assistimos a grandes expressões de so-lidariedade, embora não tenham faltado também tensões sociais. Hoje, o contex-to de crise econômica infelizmente favo-rece o emergir de comportamentos de fechamento e não acolhimento. Em algu-mas partes do mundo erguem-se muros e barreiras. Às vezes parece que a obra silenciosa de muitos homens e mulheres que, de várias maneiras, se prodigalizam para ajudar e assistir os refugiados e os migrantes seja obscurecida pelo rumor de outros que dão voz a um egoísmo instintivo. Contudo o fechamento não é
uma solução, pelo contrário, acaba por favorecer os tráficos criminosos. A única solução é a solidariedade. Solidariedade com o migrante, solidariedade com o estrangeiro...
Hoje o compromisso dos cristãos neste âmbito é urgente assim como era no passado. Observando só o século passado, recordamos a admirável figura de Santa Francisca Cabrini, que dedi-cou a sua vida juntamente com as suas companheiras aos migrantes rumo aos Estados Unidos da América. Também hoje precisamos destes testemunhos a fim de que a misericórdia possa alcançar muitos necessitados. É um compromisso que envolve todos, sem exclusão. As dioceses, as paróquias, os institutos de vida consagrada, as associações e os movimentos, assim como cada cristão, todos são chamados a acolher os irmãos e as irmãs que fogem da guerra, da fome, da violência e das condições de vida desumanas. Todos juntos somos uma grande força de apoio para quan-
A úniCA solução é A solidAriEdAdEPaPa Francisco
12 Jesus Vive e é o Senhor • edição 463 • 2017
Vida e Conhecimento
por que rezar o rosário em grupo?
tirado dos pensamentos de são Luís m. de monfort
Entre as maneiras de rezar o santo rosário, a mais agradável a Deus, a mais proveitosa para a salvação da alma é quando se
reza publicamente em dois coros. Deus gosta das assembleias. Todos os anjos e santos reunidos no céu cantam inces-santemente os seus louvores. Os justos, reunidos em várias comunidades sobre a terra, rezam em comum dia e noite. O Senhor Jesus tem expressamente acon-selhado esta prática aos seus discípulos, e tem prometido a eles toda a vez que se reunirem, pelo menos dois ou três, em Seu nome para rezarem a mesma oração, Ele se encontraria no meio deles.
Quanta alegria de ter Jesus em nossa companhia!
Esta maneira de rezar é útil para a salvação da alma:
1. Porque o espírito está mais atento numa oração pública do que numa oração pessoal;
2. Quando se reza em conjunto, as ora-ções de cada um tornam-se comuns a todos da assembleia, e todas as orações feitas juntas fazem uma só oração, de maneira que se alguém não reza bastante bem, o outro, na mesma assembleia, que reze melhor, supre o defeito dele; o forte sustenta o fraco;
o fervoroso, o tíbio; o rico enriquece o pobre, o mau insere-se entre os bons.
3. Uma pessoa que reza o seu Rosário sozinha, não ganha senão de um só Rosário, mas se o reza junto com trinta pessoas, tem o mérito de trinta Rosá-rios. São as leis das orações comuni-tárias. Que ganho! Que vantagem!...
Enfim, o Rosário rezado em grupo é mais terrível para o demônio, porque com este sistema, forma-se um corpo da armada para atacá-lo. Ele triunfa algumas vezes muito facilmente sobre a oração de um só, mas se está unido à oração de outros, ele não pode vencer, a não ser com muitas dificuldades.
2017 • edição 463 • Jesus Vive e é o Senhor 13
Alcance a vitória
pela oraçãoA vitória pelo Terço lhe ensinará
como fazer da oração uma poderosa arma
contra o mal.
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14 Jesus Vive e é o Senhor • edição 463 • 2017
Por Dom FULTon sHEEn
A montanha das bem-aventuranças e a montanha do Calvário
Vida e Conhecimento
Duas montanhas são apon-tadas como o primeiro e o segundo atos de um drama: a montanha das Bem-aven-
turanças e o monte Calvário. Aquele que galgou o primeiro para pregar as Bem-aventuranças devia necessaria-mente galgar o segundo para praticar o que pregou. Os desavisados dizem com frequência que o Sermão da Montanha constitui “a essência do cristianismo”. Mas quem quer que ponha em prática, na sua vida, essas Bem-aventuranças atrairá sobre si, a ira do mundo. O ser-mão da montanha não pode ser separa-do da crucifixão, assim como o dia não pode ser separado da noite. No dia em que o Senhor pregou as Bem-aventu-ranças assinou sua condenação à morte.
Todo mundo quer ser feliz, mas os caminhos de Jesus eram opostos aos do mundo.
Nas Bem-aventuranças, nosso divi-no Senhor toma oito tênues slogans do mundo – “Segurança”, “Vingança”, “Riso”, “Popularidade”, “Desforra”, “Sexo”, “Po-derio Armado” e “Conforto” – e os vira de cabeça para baixo. Aos que dizem, “só os ricos são felizes”, ele afirma: “Bem-aventurados os pobres em espírito”. Aos que dizem, “ele não pode escapar”, Jesus replica: “Bem-aventurados os pacientes”. Aos que dizem, “ria e o mundo rirá com você”, afirma: “Bem-aventurados os que choram”. Aos que dizem, “já que a natu-reza lhe deu o instinto sexual você deve lhe dar livre expressão, caso contrário ficará frustrado”, ele diz: “Bem-aventu-
rado os puros de coração”. Aos que di-zem, “procura ser popular e conhecido”, ele replica: “Bem-aventurados sereis quando vos injuriarem e perseguirem e levantarem calúnias contra vós por mi-nha causa”. Aos que dizem, “em tempos de paz preparem-se para a guerra”, ele replica: “Bem-aventurados os mansos”.
Os clichês baratos em torno dos quais giram filmes e novelas são rejeita-dos por ele. Propõe queimar aquilo que eles veneram; vencer os instintos sexuais desregrados, em vez de permitir que es-cravizem o homem; reduzir as conquistas econômicas, em vez de fazer com que a felicidade consista na abundância de coisas exteriores à alma. Todas as falsas bem-aventuranças se apoiam na auto expressão, licenciosidade, divertimento,
ou “comam, bebam e divirtam-se porque amanhã morrerão”. Ele zomba disso porque acarretam desordens mentais, infelicidades, falsas esperanças, temores e ansiedades.
Os que gostariam de escapar ao im-pacto das Bem-aventuranças dizem que o nosso divino Salvador foi um homem de seu tempo, mas não do nosso, e que portanto, suas palavras não se aplicam a nós. Ele não era homem de seu tempo; nem de tempo algum; mas nós somos!
Uma vez que não se adaptou a nenhuma época é modelo para todas. Nunca usou uma frase que dependes-se da ordem social em que vivia; seu evangelho, não mais fácil do que agora. Conforme ele disse: “Passarão o céu e a
As bem-aventuranças viram de cabeça para baixo as premissas do mundo
18 Jesus Vive e é o Senhor • edição 463 • 2017
Vida e Conhecimento
A andorinha do Ártico migra cerca de 22,5 mil quilômetros na primavera e, com a precisão aguçada da ponta de um alfi-
nete, ela busca e encontra o montículo exato, a tundra ártica, onde se abrigou no ano anterior.
Nós, humanos, também temos um poderoso instinto – o de buscar a Deus: “Fizeste-nos para ti, ó Deus, e nossos corações não descansarão até que des-cansem em ti” (Santo Agostinho).
Para provar isto, basta olhar ao re-dor. No nosso próprio século, as vidas de Dietrich Bonhoeffer, Martin Luter King e Madre Teresa de Calcutá testemunham a realidade transformadora de nossa atração em direção a Deus. A despeito dessas pessoas citadas terem realizado feitos heróicos, cada um de nós tem uma relação com elas, pois cada um de nós nasceu com a mesma ânsia de Deus, igual a dessas pessoas – e de muitas outras – e manifestada nelas com tanta intensidade.
Na rota, ou fora delaSabemos muito bem, no entanto,
que nossa orientação é bem mais falível que o direcionamento da andorinha do Ártico rumo a seu lar. Ao tentar encon-trar nosso Criador, podemos, facilmente sair fora da rota. Alguns de nós, de fato, parecem satisfeitos em nunca, conscien-temente, terem buscado a Deus com profundidade. E muitos de nós, embora busquemos a Deus com profundidade, fazemos isto um ponto secundário de nossas vidas.
Mas há sempre aqueles que se es-forçam para receber a boa orientação em direção a Deus. Estamos cientes de Deus na maior parte do tempo. Rezamos re-gularmente e frequentemente. Tentamos sentir a orientação do Espírito Santo em nossas vidas. Ficamos sensíveis à ação de Deus, mesmo nos pequenos eventos diários. Tornamo-nos ativos na nossa paróquia, juntamo-nos a outros crentes na comunidade de oração, suportamos e estimulamos a outros. Estudamos a Bíblia e a teologia. Assistimos aos ne-cessitados. Esforçamo-nos em divulgar a Boa Nova. Procuramos ser cidadãos
responsáveis no nosso país e no mundo.
Ainda assim, mesmo isto tudo cons-tituindo algo verdadeiro para nós, temos de admitir que nossa sede de Deus, às vezes, é mitigada por satisfações muito distantes do divino. Como podem nos-sas carências íntimas esconderem-se, sutilmente, sob uma linguagem pia e práticas devotas! Às vezes, enganamo-nos pensando que louvamos e buscamos o Senhor quando, por todos os modos, estamos cortejando a nós mesmos. Quem nos dera ter a orientação infalível da andorinha do Ártico!
Por Jim scULLy
buscar a deus com sabedoria
“O desejar buscar a Deus é o bem maior do homem. Na minha opinião, não deve ser estimado como riqueza secundária da alma. É a primeira graça que a alma recebe, e é também o
derradeiro avanço feito na sua caminhada para a perfeição.”São Bernardo
2017 • edição 463 • Jesus Vive e é o Senhor 21
32 Jesus Vive e é o Senhor • edição 463 • 2017
Maria: Estrela da evangelização
Por Angel l. StrAdA
Os valores possuem mais força quando se acham encarna-dos; sua transmissão realiza-se mais pelo contato vital do
que pelo ensino teórico. Todos os valores evangélicos se acham sintetizados na pessoa de Maria. Ela é o modelo coloca-do por Deus no umbral desta nova fase: “A Igreja tem consciência de que o que importa é evangelizar, não de maneira decorativa, como se se tratasse de um verniz superficial (EN 20). Esta Igreja, que conduz nova lucidez e nova deci-são, quer evangelizar no fundo, na raiz, na cultura do povo, volta-se para Maria para que o Evangelho se torne carne, mais coração na América Latina. Esta é hora de Maria, isto é, o tempo do novo Pentecostes a que ela preside com sua oração, quando, sob o influxo do Espírito Santo, a Igreja inicia um novo caminho, ‘estrela de evangelização sempre reno-vada’ (EN 81)”.1
Com esta última frase, o documento de Puebla expressa algo mais que um desejo piedoso. Retoma uma expressão de Paulo VI no final de seu magistral docu-mento sobre a evangelização e evoca uma imagem cheia de significado.
Maria é “estrela da evangelização” por-que conduz, apontando inequivocamente o caminho a seguir. Orientar-se por seu exemplo e sua palavra é a melhor garantia para alcançar com segurança o objetivo: Deus e seu reinado entre nós. Exige que se caminhe e desenvolva sem cessar, porque ela própria nunca se deteve em sua pere-grinação rumo a Deus.
Maria é a “estrela da evangelização” porque brilha e, com sua luz, ilumina aquele que nos tirou das trevas do pecado e nos faz viver na luz da graça. Na Virgem resplandecem, de maneira admirável, todos os valores evangélicos. Ela é um “catecismo vivo”, um livro aberto onde, de forma simples e clara, se encerram todas as verdades da fé.
Maria é a “estrela da evangelização” porque atrai e impele a seguir seu exemplo de total adesão ao Senhor. Redimida como nós, a Palavra encontra nela a melhor
acolhida e torna-se vida em abundância. Seu exemplo possui uma força de atração especial porque é caloroso e próximo. Maria, mulher totalmente evangelizada, evangeliza só com a sua presença. Cada encontro com a Virgem é um encontro com o Evangelho. Ela é síntese dos valores mais autênticos e, por isso, verdadeira forjadora de cultura. Sua vida e sua ação em nós constituem denúncia e luta contra falsos valores, sempre presentes e operantes no coração do homem e nas estruturas. Mas é, sobretudo, convite e estímulo para a vi-vência dos valores mais nobres e positivos, aqueles que impulsionam o homem e as nações para a sua plenitude.
Um grande santo mariano, Bernar-do de Claraval (+1153), conhecedor do coração humano e protagonista de uma época agitada e difícil, exorta para que se olhe sempre para a estrela, que se in-voque Maria: “...Não afastes teu olhar do resplendor desta estrela, se não queres ser
oprimido pelas tempestades. Se os ventos das tentações se levantarem, se tropeçares nos escolhos das tribulações, olha para a estrela, chama por Maria. Se fores agitado pelas ondas da soberba, pela difamação, pela ambição, pela emulação, olha para a estrela, invoca Maria... Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria. Que Maria não se afaste de tua boca, que não se afaste de teu coração e, para conseguir a ajuda de sua interces-são, não deixes de seguir o exemplo de sua vida... Se ela te segura pela mão, não cairás; se ela te protege, não terás que temer”.2
Notas:
1. Puebla, 303; 2. Ver em H. Graef. Op. cit., p. 233.
Nossa Senhora
Pe. Angel L. Strada é o postulador da causa de canonização do Pe. José Kentenich fundador do movimento apostólico de Schoenstatt.
36 Jesus Vive e é o Senhor • edição 463 • 2017
Jv informa
No dia 8 de dezembro, toda a Comunidade Emanuel comemorou e celebrou o dia da Imaculada Con-ceição de Maria. Foram celebradas missas na Escola Dom, pelo Pe. Thiago Azevedo da paróquia de Nossa Senhora de Bom Sucesso de Inhaúma, no Refúgio Nossa Se-nhora das Graças, pelo Pe. Jésus de Paula da Paróquia Nossa Senhora Conceição, Venda Nova. Na sede da Comunidade o celebrante foi vigário episcopal para a Vida Consagrada, Dom Roberto Lopes.
hora uNivErSal Da GraçaNO DIA 8 DE DEzEMBRO A COMuNIDADE EMANuEL CELEBROu A IMACuLADA CONCEIçãO DE MARIA
40 Jesus Vive e é o Senhor • edição 463 • 2017
AgendaSEMANAL Agenda mensal casa de maria e josé
/comunidade_emanuel @comEMa_RJ
AtENdiMENto E AcoNSELhAMENtocom hora marcada | 13h às 16h
oRAção pELo pApA fRANciScoNa capela | 15h às 16h
gRupo dE oRAção EMANuEL19h às 20h30o grupo emanuel é um dos primeiros grupos da de oracão do rio de janeiro
AdoRAção Ao SANtíSSiMoNa capela | 11h às 15h
gRupo dE oRAção dE São pAdRE pioNa capela | 14h às 16h30toda terceira quarta-feira do mês
tERço doS hoMENSNa capela | 12h30 às 13h
tARdE dE cuRANa capela | 14h às 15h30 toda primeira quinta-feira do mês
oRELhão ESpiRituALNa capela | 14h às 16hAtENdiMENto E AcoNSELhAMENto – por ordem de chegada
gRupo dE oRAção ALMoço coM JESuSNa capela | 12h30 às 13h30todAS àS quiNtAS, ExcEto fERiAdoS
MiSSA coM oRAção dE cuRAcelebrante dom cipriano chagas, osbtransmissão ao vivo pela internet – www.comunidadeemanuel.org.br12h
AtENdiMENto E AcoNSELhAMENtocom hora marcada 10h às 15h
dom cipriano chagas, oSBMonge beneditino do Mosteiro de São Bento do Rio de
Janeiro, um dos precursores da Renovação carismática
no Brasil e presidente-fundador da comunidade Emanuel
e da revista Jesus Vive e é o Senhor
casa de Maria e JoséSede da comunidade Emanuel – Rio de Janeiro
rua cortines laxe, nº 2, centro - rio de janeiro – (21) 2263-3725