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Faculdade de Letras
Ana Margarida Simes dos Santos
A Produo Oral na Aula de LE:
Atividades de Motivao
Relatrio de Estgio do 2 Ciclo em Ensino de Ingls e de Espanhol no Ensino
Bsico e no 3 Ciclo do Ensino Bsico e no Ensino Secundrio, orientado pela
Doutora Ana R. Lus e pela Doutora Mara Luisa Aznar, apresentado ao
Departamento de Lnguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra
2014
Faculdade de Letras
A Produo Oral na Aula de LE:
Atividades de Motivao
Ficha Tcnica:
Tipo de trabalho Relatrio de estgio
Ttulo A Produo Oral na aula de LE:
Atividades de Motivao
Autora Ana Margarida Simes dos Santos
Orientadora Doutora Ana R. Lus
Orientadora Doutora Mara Luisa Aznar Juan
Jri Presidente: Doutora Cludia Raquel Cravo da Silva
Vogais:
1. Doutora M Teresa de Castro Mourinho Tavares
2. Doutora Mara Luisa Aznar Juan
Identificao do Curso 2 Ciclo em Ensino
rea cientfica Formao de professores
Especialidade/Ramo Ensino de Ingls e de Espanhol
Data da defesa 24-10-2014
Classificao 13 valores
Aprender a nica coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se
arrepende.
Leonardo Da Vinci
Agradecimentos
Ao meu marido, que sempre acreditou em mim, apoiando-me de forma
incondicional. Obrigada pelo seu amor, pela sua ajuda e pela sua compreenso
sem limites.
minha me, ao meu pai e minha irm, por mais esta oportunidade que
me proporcionaram e por estarem sempre ao meu lado.
Aos meus amigos, pela fora e pela compreenso sempre que no pude
estar presente e partilhar momentos especiais.
s orientadoras da escola, Lucy Garcia e Clia Garcia, sempre
disponveis e empenhadas. Obrigada por todos os sbios e valiosos conselhos e
por me terem motivado a ser e a fazer mais e melhor.
s orientadoras da FLUC, Ana Lus e Mara Luisa Aznar, por tudo o que
me ensinaram, pela disponibilidade e pelas preciosas orientaes e sugestes.
A toda a comunidade escolar, pela forma como me acolheu e integrou.
Aos alunos do 7 A e do 9 D, pela colaborao e empenho demonstrado
durante o ano letivo.
ndice
Introduo
1. Contexto socioeducativo
1.1. Meio Envolvente
1.2. Escola
1.3. Caracterizao das turmas
1.3.1. Perfil da turma de Ingls
1.3.2. Perfil da turma de Espanhol
2. Reflexo geral sobre a prtica pedaggica supervisionada
2.1. A professora estagiria
2.2. Expetativas e desafios
2.3. Atividades curriculares e extracurriculares
3. A Produo Oral e a motivao na aula de Lngua Estrangeira
3.1. A Produo Oral na aula de lngua estrangeira
3.2. A Produo Oral nos programas oficiais e manuais didticos
adotados
3.2.1. Programa e manual de Ingls
3.2.2. Programa e manual de Espanhol
4. Atividades para a motivao da Produo Oral na aula de
Lngua Estrangeira
4.1. Atividades de motivao Produo Oral
4.2. Proposta de atividades para as aulas de Ingls e de Espanhol
4.2.1. Proposta de atividades para as aulas de Ingls
4.2.2. Proposta de atividades para as aulas de Espanhol
Concluso
Bibliografia
Anexos
1
3
3
5
7
7
11
15
15
16
17
21
21
28
28
31
34
34
41
42
54
65
68
73
ndice de Anexos
Anexo 1: Distribuio dos alunos por sexo
Anexo 2: Encarregados de educao
Anexo 3: Emprego/Desemprego entre as mes
Anexo 4: Emprego/Desemprego entre os pais
Anexo 5: Distribuio dos alunos por sexo
Anexo 6: Encarregados de educao
Anexo 7: Emprego/Desemprego entre as mes
Anexo 8: Emprego/Desemprego entre os pais
Anexo 9: Inqurito realizado aos alunos de Ingls e de Espanhol
Anexo 10: Resultados do inqurito realizado aos alunos de Ingls
Anexo 11: Resultados do inqurito realizado aos alunos de Espanhol
Anexo 12: Ficha de trabalho
Anexo 13: Transcrio do texto usado com o programa Voki
Anexo 14: PowerPoint para guiar a apresentao oral
Anexo 15: Cartes com imagens
Anexo 16: Citaes projetadas em PowerPoint
Anexo 17: Ficha de trabalho
Anexo 18: Lista de Tpicos/questes
Anexo 19: Ficha de trabalho
Anexo 20: PowerPoint
Anexo 21: PowerPoint
Anexo 22: Cartes
Anexo 23: Cartes com dilogos
Anexo 24: Cartes com imagens
Anexo 25: Ficha de trabalho
Anexo 26: PowerPoint
Anexo 27: Transcrio das audies
74
74
74
75
75
75
76
76
77
78
80
82
83
83
85
89
92
97
98
99
99
101
102
111
113
114
115
Anexo 28: PowerPoint
Anexo 29: Ficha para realizar desenhos
Anexo 30: Desenhos de alguns alunos
116
118
119
1
Introduo
O presente relatrio tem como objetivo apresentar o trabalho
desenvolvido durante a Prtica Pedaggica Supervisionada de Ingls e Espanhol,
no Agrupamento de Escolas da Sert, durante o ano letivo de 2013-2014. Este
trabalho desenvolve-se ao longo de quatro captulos nos quais se expem
aspetos fundamentais das atividades levadas a cabo com os alunos durante o ano
letivo.
Assim, no primeiro captulo deste relatrio abordam-se as questes
relacionadas com o contexto socioeducativo do agrupamento de escolas onde
realizei a Prtica Pedaggica Supervisionada e descrevem-se as turmas nas quais
lecionei. No segundo captulo faz-se uma breve reflexo sobre a Prtica
Pedaggica Supervisionada, tendo em conta o percurso da professora estagiria
at ao incio do estgio, as expetativas e desafios que se impunham mesma e as
atividades curriculares e extracurriculares que a estagiria levou a cabo.
O terceiro e o quarto captulos do presente trabalho, incidem sobre o tema
monogrfico, apresentando os fundamentos tericos que guiaram este trabalho e
relatando a sua aplicao em aulas de Ingls e de Espanhol.
A escolha deste tema para o relatrio de estgio deve-se sua pertinncia
no ensino de LE, pois quando se aprende uma lngua o objetivo us-la para
fins comunicativos. Na medida em que a produo oral constitui uma
competncia complexa, frequentemente relegada para segundo plano na sala de
aula, essencial criar atividades que contribuam para o seu desenvolvimento.
Subjacente a todo este trabalho esteve a preocupao em perceber os
objetivos dos discentes relativamente aprendizagem de Ingls e Espanhol
como LE, para saber como motiv-los para a expresso oral na aula e para
pensar e desenvolver atividades que realmente os motivassem para a produo
oral. Por esse motivo, foi feita uma anlise socioeducativa s turmas nas quais se
realizou a Prtica Pedaggica Supervisionada e realizado um questionrio.
2
Conhecer os alunos , de facto, importante para que as atividades funcionem e
os discentes se empenhem.
3
1. Contexto socioeducativo
Ao longo do primeiro captulo proceder-se-, em primeiro lugar, a uma
anlise e descrio do contexto socioeducativo, caracterizando o meio
envolvente em termos geogrficos, econmicos e culturais. Posteriormente, ser
feita uma breve descrio da comunidade escolar e uma caracterizao das
turmas nas quais decorreu o estgio pedaggico, designadamente o 9D, turma
de Ingls nvel 5, e o 7A, turma de Espanhol nvel 1.
1.1. Meio Envolvente
O Agrupamento de Escolas da Sert localiza-se no Concelho da Sert,
situado no distrito de Castelo Branco. A Sert a principal vila do Pinhal
Interior Sul, sendo o seu concelho constitudo por 14 freguesias: Cabeudo,
Carvalhal, Castelo, Cernache do Bonjardim, Cumeada, Ermida, Figueiredo,
Marmeleiro, Nesperal, Palhais, Pedrogo Pequeno, Sert, Troviscal e Vrzea de
Cavaleiros. Este concelho abrange uma rea de 446,6 km2 possuindo, em 2011,
um quantitativo populacional de cerca de 15927 habitantes (Censos 2011: 111).
Dentro do concelho, so as freguesias da Sert e de Cernache do Bonjardim as
que possuem maior concentrao populacional. Os agrupamentos populacionais
possuem pequenas dimenses e encontram-se dispersos por todo o concelho. A
restante rea coberta por floresta. Este concelho tem assistido, nas ltimas
dcadas, reduo e envelhecimento da sua populao, semelhana do que
acontece no pas e de forma mais agudizada no interior, devido a problemas
socioeconmicos como a subida do desemprego e a escassez de oportunidades
aos mais vrios nveis.
No que concerne aos setores de atividade econmica, o setor tercirio
apresenta um peso bastante significativo, sendo o setor predominante. Nos
ltimos anos tem-se vindo a apostar na rea do turismo o que tem contribudo
para o desenvolvimento econmico da regio. Relativamente ao setor
secundrio, tambm com algum peso, predominam as empresas ligadas
4
indstria transformadora de madeira, carnes, papel e carto, corte e acabamento
de pedra, indstria das confees e produo de energia eltrica (hdrica,
biomassa e elica). O setor primrio tem pouca expresso na regio,
verificando-se alguns rendimentos provenientes do pinhal e predominando uma
agricultura de subsistncia que ocupa pouca mo-de-obra e que utiliza poucos
recursos tecnolgicos (Agrupamento de Escolas da Sert 2011: 4).
Em termos de patrimnio histrico, cultural e natural encontramos vrios
motivos de interesse no concelho, tanto a nvel de monumentos histricos como
no que diz respeito riqueza natural e cultura popular. Entre os diversos
monumentos histricos que se podem visitar na vila da Sert destaca-se o
Castelo da Sert, o Convento de Sto. Antnio, o Edifcio dos Passos do
Concelho, o Pelourinho da Sert, a Igreja Matriz de S. Pedro, entre muitos
outros.
Relativamente ao patrimnio natural, o concelho da Sert de uma
riqueza enorme. Podem-se encontrar vrias praias fluviais, diversos percursos
pedestres que atravessam paisagens de extraordinria beleza, por entre serras e
rios. Encontram-se, tambm, alguns exemplares de arte rupestre. Por entre estas
belezas naturais e estes monumentos histricos tambm possvel praticar
geocaching, visitar as aldeias de xisto ou participar em visitas guiadas a vrias
vilas do concelho e Barragem do Cabril. No que cultura popular diz respeito,
o concelho da Sert muito rico em artesanato regional: latoaria, ferraria,
cestaria, bordados e tecelagem. No entanto, este no tem grande expresso
econmica e tem tendncia a desaparecer visto as geraes atuais procurarem
outras profisses (Cmara Municipal da Sert).
No mbito cultural da vila da Sert, encontra-se o cineteatro Tasso do
Clube da Sert, onde se pode assistir a sesses de cinema, teatro e exposies, e
a Casa de Espetculo e da Cultura, onde decorrem concertos, exposies e
outros eventos de cariz cultural. De referir tambm os principais rgos de
comunicao social do concelho, nomeadamente o jornal A Comarca da Sert
5
e a Rdio Condestvel. No concelho existem ainda vrias associaes
recreativas, culturais e desportivas que demonstram o dinamismo da populao
residente.
Por todos os motivos de cariz econmico e cultural mencionados, a aposta
no setor do turismo pode, no futuro, fomentar o emprego na regio, e a formao
bem como o conhecimento de lnguas estrangeiras serem uma mais-valia e um
fator de diferenciao na obteno de emprego, conforme referido no Projeto
Educativo do Agrupamento de Escolas da Sert (Agrupamento de Escolas da
Sert 2011: 3 4).
1.2. Escola
A Escola Bsica do 2 e 3 Ciclos Padre Antnio Loureno Farinha
(doravante referida como EBPALF), na qual realizei o estgio pedaggico,
insere-se no Agrupamento de Escolas da Sert, homologado em 2003 por
Despacho do Secretrio de Estado da Administrao Educativa. Para alm deste
estabelecimento, o Agrupamento rene outros estabelecimentos de ensino: 8
jardins-de-infncia, 7 escolas bsicas do 1 CEB, a Escola Bsica So Nuno de
Santa Maria, a Escola Bsica da Sert (1 e 2 CEB) e a Escola Secundria
(Agrupamento de Escolas da Sert 2011: 5).
A EBPALF foi construda de raiz no ano de 1993, mas evidencia j
algumas necessidades de requalificao. Existe um edifcio central no qual se
localizam as salas de aula, a biblioteca, o bar, a cantina e a papelaria. Usufrui
tambm de um campo ao ar livre bem como de algumas reas de lazer. A
biblioteca possui um vasto leque de recursos, entre os quais literatura portuguesa
e estrangeira, nomeadamente inglesa, espanhola e francesa. Neste espao so,
ainda, dinamizadas diversas atividades. As salas de aula possuem computador,
projetor e tela, mas apenas cinco possuem quadros interativos. Contudo, foi
implementado no Agrupamento o Plano Tecnolgico para a Educao (PTE)
tendo-se assistido a um progressivo apetrechamento das escolas com quadros
6
interativos e outros equipamentos de tecnologia, informao e comunicao
(TIC), bem como a videovigilncia (Agrupamentos de Escolas da Sert 2011: 5
6).
Este estabelecimento no tem pavilho para a prtica de Educao Fsica,
razo pela qual os alunos frequentam as aulas de educao fsica no campo, ao
ar livre ou se deslocam ao pavilho municipal situado a poucos metros da
escola. Existem trs reas destinadas aos professores: a sala de professores,
apetrechada com equipamento informtico; outra pequena sala para reunies ou
para trabalhar, tambm com computadores; e uma outra sala equipada com
micro-ondas e frigorfico.
Ao longo do ano, a escola promove a realizao de diversas atividades
extracurriculares previstas no Plano Anual de Atividades. So de destacar as
visitas de estudo, a realizao da Semana Cultural, da Semana das Lnguas, da
Semana da Leitura e da Feira do Livro.
No que concerne ao corpo docente do agrupamento, tem-se verificado
uma estabilidade crescente devido ao facto de os concursos levarem
permanncia dos professores na escola durante quatro anos. Para alm disso, no
caso dos professores contratados, possvel a renovao anual em caso de
necessidade. Relativamente ao nvel de formao acadmica e profissional
destes docentes, tem-se verificado um aumento da mesma ao longo dos ltimos
anos. O agrupamento possui, ainda, sete professores do ensino especial e um
psiclogo.
O pessoal no docente mostra-se bastante empenhado nas suas funes,
sendo atencioso e prestvel tanto para com os docentes como para com os
alunos.
No que populao discente diz respeito, verifica-se que esta, para alm
de ter vindo a decrescer nos ltimos anos, bastante heterognea tanto em
termos socioeconmicos como culturais. Quanto aos resultados escolares,
nomeadamente, a percentagem de sucesso, verifica-se que esta tem rondado os
7
noventa porcento no caso especfico do 3 Ciclo, no qual realizei a minha prtica
pedaggica. De referir ainda que uma elevada percentagem de alunos que
termina o ensino secundrio neste agrupamento tem ingressado no ensino
superior (Agrupamento de Escolas da Sert 2011: 10).
1.3. Caracterizao das turmas
De seguida, faz-se uma breve caracterizao das turmas de Ingls e de
Espanhol nas quais se realizou a prtica pedaggica supervisionada, com base
nos dados fornecidos pelas diretoras de turma. A caracterizao tem em conta a
composio das turmas em termos de nmero de alunos, sexo e idades; o local
de residncia e o seu dia-a-dia; o ncleo familiar, o papel de encarregado de
educao, as habilitaes literrias dos pais e profisso que desempenhavam ou
o facto de estarem desempregados. Para alm disso, os dados incluem as
atividades de tempos livres dos alunos, as perspetivas de futuro em termos
educacionais e profissionais e os fatores que (no entendimento dos alunos) mais
contribuem para o seu insucesso escolar. Para alm destes dados, a professora
estagiria realizou, no incio do ano letivo, inquritos (Anexo 9) que tinham
como objetivo conhecer o interesse dos alunos pelas lnguas estrangeiras em
questo, os modos de trabalhar e os materiais/recursos que mais os motivam nas
aulas, em especial nas aulas de lngua estrangeira.
1.3.1. Perfil da turma de Ingls
A turma do 9 D1 (nvel 5), onde foi realizada a prtica pedaggica
supervisionada de ingls, era composta por vinte alunos, onze do sexo feminino
e nove do sexo masculino (Anexo 1), sendo a mdia etria dos alunos de 13,8
anos.
1 A descrio do perfil desta turma foi realizada com base nos dados fornecidos pela Diretora de Turma e nos
resultados do inqurito realizado aos alunos pela professora estagiria (Anexo 9).
8
A maior parte dos alunos residiam em aldeias do concelho da Sert
vivendo, na sua maioria, com os pais e com os irmos. Havia um aluno que vivia
com a me, o padrasto e a irm, e uma aluna que vivia com os avs e a irm.
O papel de Encarregado de Educao era desempenhado, na quase
totalidade, pelas mes dos alunos, sendo que apenas dois pais e uma av
desempenhavam essa funo (Anexo 2).
Relativamente s habilitaes literrias dos pais e das mes, estas
variavam entre o 1 Ciclo e o Ensino Superior. Conforme se pode constatar no
grfico seguinte, a maioria dos pais e mais de metade das mes completaram
apenas o Ensino Bsico Obrigatrio, ou seja, o 9 Ano; cinco mes terminaram o
Ensino Secundrio e uma concluiu uma Licenciatura. Deste modo, poder-se-
dizer que as mes possuem habilitaes literrias superiores aos pais.
Grfico 1
Fonte: Adaptado de Caracterizao de Turma 9 D
A situao socioeconmica das famlias dos alunos era bastante
homognea, enquadrando-se em estratos sociais de nvel econmico mdio
baixo e baixo. Havia apenas trs desempregadas entre as mes (Anexo 3), sendo
que, de acordo com os dados fornecidos pelos alunos Diretora de Turma, no
havia desemprego entre os pais (Anexo 4). As profisses desempenhadas pelos
0
2
4
6
8
1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo Ensino Secundrio Ensino Superior No
responde/sabe
8
2
3
5
1 1
5
4
8
2
0
1
Habilitaes Literrias Pais dos Alunos
H.L. Mes H.L. Pais
9
pais e pelas mes dos alunos eram bastante diversificadas, incluindo-se
maioritariamente no setor tercirio, relacionado com os servios. A profisso
que maior nmero de mes tinha em comum era a de domstica, servio
desempenhado por sete mes.
Todos os alunos referiram possuir computador e acesso Internet em
casa. Entre as atividades de ocupao de tempos livres preferidas estavam ouvir
msica, ver televiso, jogar futebol, andar de bicicleta e jogar computador.
No que diz respeito s perspetivas de futuro, oito alunos referiram o 12
ano como o nvel de ensino a atingir. Onze alunos pretendiam prosseguir para o
Ensino Superior e, um aluno ainda no tinha definido o que pretendia fazer.
Quando questionados sobre que profisses gostariam de desempenhar no futuro,
os alunos revelaram, na sua maioria, ainda no saber.
No que concerne aos problemas da turma, os alunos identificaram como
principais causas do insucesso escolar a falta de hbitos de estudo, a falta de
ateno/concentrao, a indisciplina na sala de aula e o desinteresse pela
disciplina. No grfico que se segue podem ver-se, mais detalhadamente, as
respostas dadas pelos alunos.
10
Grfico 2
Fonte: Adaptado de Caracterizao de Turma 9 D
A disciplina de Ingls estava entre as que causavam maiores dificuldades
aos alunos. Contudo, alguns consideraram-na uma das suas favoritas. Mais de
metade dos alunos referiu que a lngua inglesa era importante para o seu
currculo (Anexo 10). Quando questionados sobre os seus mtodos de trabalho,
as respostas ficaram equitativamente distribudas: seis alunos preferiam
trabalhar individualmente, sete em pares e outros sete em grupo (Anexo 10). Os
materiais e recursos que mais os motivavam eram os meios audiovisuais e as
apresentaes em PowerPoint (Anexo 10).
0 5 10 15 20
Falhas na compr. da linguagem dos professores
Falta de oport. para esclarecimento de dvidas
Rapidez no tratamento dos assuntos
Mudana de professores
Esquecimento rpido do que foi trabalhado
Antipatia do professor
Antipatia pelo professor
Falta de hbitos de estudo
Contedos difceis
Indisciplina na sala de aula
Falta de ateno/concentrao
Desinteresse pela disciplina
Existncia de outro tipo de solicitaes
7
4
8
8
9
5
3
16
6
13
15
13
3
Fatores que mais contribuem para o insucesso dos alunos - perceo dos
alunos
11
Dos vinte alunos, trs encontravam-se a repetir o 9 ano, sendo que
nenhum tinha tido retenes noutros anos de escolaridade. A turma tinha dois
alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE), abrangidos pelo Decreto-
Lei 3/2008 de 7 de janeiro que recebiam apoio pedaggico personalizado e
beneficiavam de adequaes curriculares individuais e adequaes no processo
de avaliao a todas as disciplinas, incluindo a disciplina de Ingls.
1.3.2. Perfil da turma de Espanhol
A turma do 7 A2 (nvel 1) era constituda por vinte e seis alunos, sendo
dezassete do sexo feminino e nove do sexo masculino (Anexo 5). A mdia etria
dos alunos era de 12,2 anos, variando entre os 11 e os 15 anos.
Todos os alunos residiam na Sert, sendo que a grande maioria dos alunos
vivia com os pais e os irmos. Os que no viviam com os dois pais era por
motivos de separao dos mesmos, exceo de um aluno cujo pai j tinha
falecido.
O papel de Encarregado de Educao era desempenhado, na sua maioria,
pelas mes dos alunos, sendo apenas quatro os pais que cumpriam essa funo
(Anexo 6).
Relativamente s habilitaes literrias dos pais e das mes, estas
variavam entre o 1 Ciclo e o Ensino Superior, nomeadamente, a licenciatura.
De um modo geral, e conforme se pode constatar nos grficos seguintes, as mes
possuam graus de escolaridade mais elevados que os pais.
2 A descrio do perfil desta turma foi realizada com base nos dados fornecidos pela Diretora de Turma e nos
resultados do inqurito realizado aos alunos pela professora estagiria (Anexo 9).
12
Grfico 3
Fonte: Adaptado de Caracterizao de Turma 7 A
A situao socioeconmica das famlias dos alunos era bastante
heterognea, enquadrando-se em estratos sociais de nvel econmico mdio e
baixo. Entre pais e mes podiam-se contabilizar 13 desempregados sete mes e
seis pais (Anexos 7 e 8). As profisses desempenhadas por estes eram bastante
diversificadas, incluindo-se maioritariamente no setor tercirio. A profisso que
maior nmero de mes tinha em comum era a de domstica, servio
desempenhado por cinco mes.
Todos os alunos tinham computador, sendo que apenas quatro no tinham
acesso Internet em casa. Ver televiso, jogar computador, danar e estar com
os amigos eram as atividades de ocupao de tempos livres a que mais alunos
diziam dedicar-se.
Relativamente s perspetivas de futuro, cinco alunos mencionaram o 12
ano de escolaridade como o nvel de ensino a atingir. Os restantes vinte e um
alunos pretendia prosseguir estudos at ao ensino superior. As profisses que
ambicionavam exercer eram muito diversificadas, passando pela medicina,
desporto, agricultura, ensino, biologia, foras de segurana, entre outras.
0
2
4
6
8
10
12
1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo Ensino
Secundrio
Ensino Superior No
responde/sabe
2 1
7
11
4
1 2
6 7
4
2
5
Habilitaes Literrias dos Pais dos Alunos
H.L. Mes H.L. Pais
13
No que concerne ao insucesso escolar, os alunos identificaram como
principais causas a falta de ateno/concentrao, a falta de hbitos de estudo, a
indisciplina na sala de aula e o esquecimento rpido do que foi trabalhado. No
grfico que se segue podem ver-se as respostas dadas pelos alunos.
Grfico 4
Fonte: Adaptado de Caracterizao de Turma 7 A
Entre as razes que estes alunos referiram para ter escolhido a disciplina
de Espanhol, no incio do terceiro ciclo, destacaram-se a importncia desta
lngua para o seu currculo; a possibilidade de terem que ir estudar ou trabalhar
para Espanha ou outro pas estrangeiro no futuro; e o facto de os amigos tambm
terem escolhido esta lngua (Anexo 10). Quando questionados sobre os mtodos
de trabalho, sete alunos preferiam trabalhar individualmente, oito em pares e dez
em grupo (Anexo 10). Os materiais e recursos que mais os motivavam eram os
meios audiovisuais e as apresentaes em PowerPoint (Anexo 10).
0 5 10 15 20 25 30
Falhas na compr. da linguagem dos professores
Falta de oport. para esclarecimento de dvidas
Rapidez no tratamento dos assuntos
Mudana de professores
Esquecimento rpido do que foi trabalhado
Antipatia do professor
Antipatia pelo professor
Falta de hbitos de estudo
Contedos difceis
Indisciplina na sala de aula
Falta de ateno/concentrao
Desinteresse pela disciplina
6
5
5
1
16
2
10
20
1
19
26
9
Fatores que mais contribuem para o insucesso dos alunos - perceo dos
alunos
14
A turma revelava alguma falta de hbitos de estudo, j que apenas dez
alunos referiram estudar diariamente. Os restantes disseram que estudavam s
vezes. A grande maioria dos alunos estudava em casa e alguns revelaram ter o
apoio da famlia na realizao dos trabalhos de casa e no estudo. No entanto,
oito alunos referiram no ter ajuda de ningum. No ano letivo anterior metade da
turma teve apoio pedaggico a diferentes disciplinas.
Dos vinte e seis alunos, oito apresentavam repetncias. A turma tinha um
aluno com Necessidades Educativas Especiais (NEE), abrangido pelo Decreto-
Lei 3/2008 de 7 de janeiro que frequentava o 7 ano de escolaridade pela terceira
vez. O referido aluno tinha tido acompanhamento ao longo de todo o Ensino
Bsico, tendo beneficiado durante este ano letivo de apoio pedaggico
personalizado e adequaes no processo de avaliao.
15
2. Reflexo geral sobre a prtica pedaggica supervisionada
Tendo em conta que o perodo durante o qual decorre a prtica
pedaggica supervisionada fundamental para a formao de um professor, deter-
me-ei, neste captulo, na apresentao e descrio da minha experincia prvia
como professora, bem como nas expectativas e desafios que este estgio
suscitou. Farei tambm referncia s atividades curriculares e extracurriculares
desenvolvidas ao longo do ano, presentes no Plano Individual de Formao
(PIF).
2.1. A professora estagiria
Desde cedo manifestei o desejo de ser professora. Quando me candidatei
pela primeira vez ao Ensino Superior, todas as minhas opes estavam ligadas
ao ensino das lnguas ou da Geografia. Nessa altura, decorria o ano de 1998,
entrei na licenciatura de geografia que terminei com a realizao do estgio
pedaggico no ano letivo de 2003-2004. Aps o estgio, lecionei Geografia e
Cidadania e Mundo Atual em colgios privados, a alunos de currculo regular,
alternativo e Cursos de Educao Formao (CEF). Os constantes horrios
incompletos e sem contratos que me permitissem alguma estabilidade, o facto de
ter que trabalhar noutras reas para conseguir alguma independncia econmica,
e a vontade que se mantinha de continuar no ensino, levaram-me em 2008 a
regressar Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra para realizar a
licenciatura em Lnguas Modernas na variante de Ingls e de Espanhol.
Durante o meu percurso escolar, as minhas disciplinas favoritas sempre
foram as lnguas. Este gosto deve-se, provavelmente, ao facto de ter comeado a
aprender uma lngua estrangeira desde muito cedo. Mesmo depois de terminar a
minha formao superior decidi aprender Espanhol numa escola de lnguas. Este
curso que fiz, despertou em mim o gosto por esta lngua. Alm disso, o aumento
na procura de professores de Espanhol levou-me de novo universidade.
16
A falta de professores de Espanhol que existia quando iniciei esta minha
licenciatura levou a que, desde o primeiro ano, comeasse a lecionar Cursos de
Formao de Adultos (UFCDs). J no segundo ano da licenciatura fiquei
colocada em dois estabelecimentos do ensino pblico. No ltimo ano da
licenciatura fui professora de Ingls nas Atividades de Enriquecimento
Curricular (AECs), situao que se repetiu no ano seguinte.
Dada a dificuldade crescente em conseguir uma colocao como
professora de Ingls ou de Espanhol, sem uma profissionalizao, decidi
ingressar, no ano letivo de 2012/2013, no mestrado em ensino de Ingls e de
Espanhol no Ensino Bsico e no 3 Ciclo do Ensino Bsico e no Ensino
Secundrio.
2.2. Expetativas e desafios
Quando iniciei o segundo ano do Mestrado e a Prtica Pedaggica
Supervisionada no Agrupamento de Escolas da Sert, estava ciente do desafio
que tinha pela frente. Principalmente na rea do Ingls sabia que tinha que
trabalhar arduamente para ultrapassar as minhas dificuldades e conseguir um
bom resultado. Estando consciente das minhas limitaes, tive o cuidado de
preparar de forma cuidada e pormenorizada cada uma das aulas que lecionei de
forma a colmatar falhas ou imprevistos que pudessem surgir. Dediquei-me e
preparei-me da mesma forma e com a mesma responsabilidade para as aulas de
espanhol. No entanto, nestas sentia menos presso devido ao facto de possuir um
domnio mais proficiente da lngua.
O facto de ir trabalhar com pessoas novas orientadoras, alunos, pessoal
docente e no docente cria sempre alguma expectativa e ansiedade. Contudo,
todos se revelaram fundamentais neste processo, contribuindo de forma positiva
para a minha formao.
17
Atualmente, o comportamento dos alunos nas escolas est na ordem do
dia e, portanto, aquando do incio do estgio no Agrupamento de Escolas da
Sert, preocupava-me o perfil das turmas com as quais teria que trabalhar. Para
meu agrado, os alunos de ambas as turmas mostraram-se empenhados e
interessados nas aulas e, apesar de alguns serem um pouco conversadores, no
houve problemas de comportamento a registar, o que facilitou a minha tarefa
enquanto professora estagiria.
Com o decorrer do estgio e com a ajuda das orientadoras, fui
progredindo e desenvolvendo a minhas capacidades para planificar e executar as
aulas. Aprendi a criar um fio condutor entre os vrios momentos da aula e entre
as aulas, a desenvolver atividades variadas e inovadoras adaptadas ao nvel,
idade e aos interesses dos alunos, tendo em conta o programa e os contedos
temticos a abordar.
Terminado o estgio posso afirmar que este constituiu uma experincia
muito enriquecedora, tanto a nvel profissional como pessoal. Foi um ano de
aprendizagem intensa e imensa, e que culminou com uma sensao de dever
cumprido e de superao das dificuldades. Apesar do muito que ainda tenho que
aprender, creio que evolui em ambas as reas lingusticas. Considero que
qualquer professor deve estar num processo contnuo de aprendizagem, de
forma a poder melhorar a sua performance enquanto docente.
2.3. Atividades curriculares e extracurriculares
No incio do ano letivo estabeleci o meu Plano Individual de Formao
para cada uma das lnguas. Neste ficaram registadas todas as atividades
obrigatrias e facultativas, curriculares e extracurriculares, que me comprometi
a realizar durante a minha prtica pedaggica supervisionada.
Deste modo, e no que respeita s atividades curriculares desenvolvidas na
rea do Ingls, comecei por lecionar, em conjunto com a colega estagiria, trs
aulas de carter formativo, cada uma das quais com a durao de quarenta e
18
cinco minutos. A primeira destas aulas foi sobre o tema Halloween traditions
and vocabulary, a segunda sobre Job interviews e a terceira sobre Christmas
vocabulary. Estas aulas foram fundamentais para facilitar a minha adaptao aos
alunos e ao contexto de sala de aula, mais especificamente aula de Ingls.
Posteriormente, lecionei seis aulas de noventa minutos e duas de quarenta
e cinco, todas com carter avaliativo. Estas foram distribudas ao longo do ano
para que pudesse trabalhar as vrias unidades e alguns dos contedos presentes
em cada uma delas. Assim, abordei temas como Unusual jobs, Healthy and
unhealthy food, Healthy diets and eating habits, Environmental disasters e
Holiday habits in the past and present.
Na rea de Espanhol, lecionei quatro aulas de noventa minutos e sete de
quarenta e cinco, todas de carter avaliativo. A distribuio das mesmas
permitiu que abordasse praticamente todas as unidades didticas contempladas
na planificao anual, nomeadamente En el instituto, Navidades, En famlia, Ven
a divertirte, Dime lo que comes, Cudate!, Vamos de compras, Historias de
misterio e De vacaciones.
Relativamente s atividades extracurriculares, participei sempre de forma
empenhada e cumpri todas as atividades obrigatrias e facultativas a que me
propus no meu Plano Individual de Formao, quer da rea de ingls quer da
rea de espanhol. Esta era uma forma de aprender e de me integrar na
comunidade escolar.
Assisti e participei em todos os seminrios pedaggicos realizados ao
longo do ano e dirigidos quer pela orientadora de Ingls quer pela de Espanhol,
bem como em todas as sesses de auto e heteroavaliao de atividades letivas.
Estes seminrios foram importantes para a minha formao enquanto professora
de lnguas estrangeiras, pois permitiram que aprendesse a elaborar testes e
respetivas matrizes. Para alm disso, como entregava sempre as planificaes
com antecedncia estes seminrios serviam tambm para as rever e, sempre que
necessrio, melhorar ou alterar alguns aspetos sugeridos pela orientadora.
19
Participei tambm, com o estatuto de observadora, numa reunio de
Subcoordenao de rea Disciplinar (SCAD), bem como numa reunio de
Conselho de Turma do 7 A, com a qual realizei a minha Prtica Pedaggica de
Espanhol.
Tentei integrar-me o mais possvel na comunidade escolar, desenvolvendo
algumas atividades extracurriculares para os alunos do agrupamento. Desta
forma elaborei, alternadamente com a colega estagiria, desafios semanais para
as bibliotecas do 2 e 3 Ciclos como forma de promover e divulgar a lngua
inglesa e a lngua espanhola entre os alunos. No final do ano letivo recolhi a
participao dos mesmos de forma a presentear os participantes mais assduos.
Preparei, em conjunto com a colega estagiria, atividades letivas para o
dia de Halloween e para celebrar o Christmas. J a Espanhol realizei um vdeo
sobre Espanha para ser apresentado na biblioteca do 3 Ciclo no Da de la
Hispanidad.
Participei no Dia do Fumeiro com pratos tradicionais ingleses e
espanhis, tendo levado chs tpicos ingleses, doce de laranja e uma tortilla.
Esta atividade foi realizada em conjunto com a colega estagiria, com as
orientadoras, com outros professores e com o apoio e dedicao dos alunos do
Curso de Educao e Formao de servio de mesa.
Realizei, com a turma de Ingls, uma atividade para o Natal em conjunto
com a colega estagiria e com a colega de Educao Visual. Infelizmente esta
atividade no foi concluda a tempo, no tendo sido posta em prtica.
Com o objetivo de dar a conhecer aos alunos o Pancake Day no Reino
Unido e as tradies carnavalescas em Espanha, preparei uma pequena
exposio, a qual foi elaborada em conjunto com a colega de estgio. Para alm
disto, disponibilizei materiais e atividades na plataforma Moodle da escola.
Para alm das atividades facultativas que me propus realizar no Plano
Individual de Formao, tive ainda a oportunidade de desenvolver, em
colaborao com a colega estagiria, uma atividade extracurricular para o Dia de
20
S. Valentim, na qual os nossos alunos escreveram em cartes com forma de
corao pequenas mensagens em Ingls e em Espanhol que depois foram
afixados na escola num muro que designamos como The Friendship Wall para
as mensagens em Ingls, e El muro de la Amistad para as mensagens em
Espanhol.
Propus-me tambm realizar um concurso de traduo (Ingls Portugus;
Espanhol Portugus) para o 3 Ciclo, que decorreu durante a Semana da
Leitura. Nesta atividade contei com a ajuda da colega estagiria. Selecionei os
textos para os diferentes nveis, elaborei as tradues modelo, o regulamento, os
cartazes que anunciavam esta atividade e os diplomas para entregar aos
participantes.
Para a Semana das Lnguas, preparei, em conjunto com a colega de
estgio, o jogo Who wants to be a billionaire/Quin quiere ser millonario: que
acabou por ser realizado apenas com uma turma de Espanhol, devido
calendarizao feita pela escola das diversas atividades a decorrer.
21
3. A Produo Oral e a motivao na aula de Lngua Estrangeira
A produo oral uma competncia fundamental a desenvolver na aula de
lngua estrangeira (LE), na medida em que, quando se aprende uma LE o
objetivo principal poder fal-la. Deste modo, essencial que o professor crie
atividades que motivem os alunos e que lhes permitam, simultaneamente,
praticar e desenvolver a produo oral.
Pelo que se acaba de referir, neste captulo far-se-, em primeiro lugar,
uma caracterizao da produo oral mencionando as suas especificidades e os
mecanismos de produo de textos orais, nomeadamente a adequao, a
coerncia e a coeso. Ter-se- tambm em conta a sua importncia enquanto
competncia a desenvolver na sala de aula, bem como as dificuldades que causa,
tanto a alunos como a professores.
Para alm disto, far-se- uma breve anlise da forma como esta
competncia abordada quer nos programas de ingls e espanhol LE quer nos
manuais adotados no agrupamento onde realizei a Prtica Pedaggica
Supervisionada.
3.1. A Produo Oral na aula de Lngua Estrangeira
A produo oral uma das quatro competncias lingusticas bsicas e,
juntamente com a compreenso oral faz parte da competncia oral. Por sua vez,
a produo e a compreenso escrita formam a competncia escrita. A produo
oral possui diversas caractersticas que a identificam e diferenciam da produo
escrita. Contudo, segundo Martn Peris (1993: 183), possvel servirmo-nos de
ambas as competncias para comunicar, visto que tanto uma como outra se
materializam de acordo com processos de expresso, compreenso e interao
independentes. Apesar de ambas serem competncias produtivas e utilizarem o
mesmo sistema lingustico, na realizao do mesmo que se concretizam as
suas particularidades.
Segundo o Plano Curricular do Instituto Cervantes:
22
Aprender a usar una lengua extranjera supone aprender a categorizar e interpretar
las situaciones y las relaciones sociales tal y como las categorizan e interpretan los
hablantes nativos; implica tambin aprender a interactuar de manera adecuada en funcin
del contexto y del interlocutor, de acuerdo con esquemas de actuacin y recursos propios de
la comunidad de hablantes a la que se accede (Instituto Cervantes 20073).
Assim, a produo oral constitui um processo interativo de construo de
significado, que engloba a produo, a receo e o processamento de informao
por dois ou mais interlocutores, em tempo real, ou seja, de forma imediata e
espontnea (Pinilla Gmez 2004: 883; Thornbury 2005: 2).
A expresso tempo real traduz de forma muita clara e objetiva a
realidade da produo oral, pois o tempo de que os falantes dispem para
planear o discurso muito limitado e, portanto, esse mesmo planeamento no
pode ser muito detalhado. Devido a esta especificidade, o discurso oral
manifesta as seguintes propriedades lingusticas: o recurso a oraes
sintaticamente mais curtas e simples, predominando as oraes coordenadas e
justapostas em detrimento das oraes subordinadas; um raro uso da voz
passiva; a utilizao de um vocabulrio mais limitado e genrico que serve para
diversos fins; o uso frequente de coloquialismos e vulgarismos, bem como o
recurso a frases feitas e expresses idiomticas. Aqui permitido o uso de frases
incompletas ou interrompidas, de falsos comeos, de vacilaes, de pausas, de
silncios, de repeties e de expresses para preencher os momentos em que o
falante pensa e formula ou reformula a informao que vai transmitir (Pinilla
Gmez 2004: 883 884; Thornbury 2005: 2 8).
Para alm dos elementos lingusticos que caracterizam a produo oral,
como o conhecimento do sistema lingustico, o vocabulrio, a gramtica, a
pronncia, o ritmo, o acento e a entoao, h que ter em conta os elementos
3
http://cvc.cervantes.es/ensenanza/biblioteca_ele/plan_curricular/niveles/06_tacticas_pragmaticas_introduccion.ht
m. Consultado a 03 de setembro de 2014.
23
paralingusticos e extralingusticos nos quais esta se apoia e que constituem uma
parte fundamental do domnio desta competncia (Thornbury 2005: 9 26).
De acordo com as consideraes de Brown (2000: 262) e Pinilla Gmez
(2004: 884), os elementos paralingusticos esto associados comunicao no-
verbal, a qual constitui uma dimenso importantssima da comunicao oral. Os
gestos, a expresso facial, os movimentos corporais, o contacto visual e a
distncia fsica so fundamentais para completar o significado da mensagem que
se pretende transmitir.
Por sua vez, os elementos extralingusticos tambm condicionam a
produo oral. Estes relacionam-se com os conhecimentos que os falantes tm
da cultura e do contexto, bem como do grau de familiaridade que tm com os
outros falantes (Pinilla Gmez 2004: 884; Thornbury 2005: 11). Ao estarem cara
a cara os falantes podem comprovar a reao do seu interlocutor e, em caso de
necessidade, pedir esclarecimentos ou reformular a informao transmitida (Briz
Gmez 2004: 222; Thornbury 2005: 12).
Em conjunto, todos estes elementos facilitam a transmisso e a
compreenso da informao, permitindo a existncia de reciprocidade e
interao, caractersticas inerentes produo oral (Pinilla Gmez 2004: 883).
Assim, tambm o feedback imediato, j que os falantes organizam o
discurso de acordo com o princpio de cooperao, o que permite que este
evolua, modificando-se e reorganizando-se medida que a situao
comunicativa se desenvolve (Pinilla Gmez 2004: 883). Por tudo o que foi
referido, parece incuestionable que la expresin oral es menos densa
conceptualmente, ms cercana a nuestra experiencia, ms universal y menos
abstracta que la escrita (Salaberri Ramiro 1999: 335).
Para alm dos elementos mencionados anteriormente, h que ter em conta,
aquando da produo de textos orais, os mecanismos envolvidos na produo de
textos. Isto porque um texto quer seja oral ou escrito, s adquire sentido pleno
quando os princpios de carcter textual, contextual e lingustico que o
24
constituem funcionam de forma harmoniosa e conexa (Aznar Juan 2012: 188).
Os mecanismos de produo de textos so a adequao, a coerncia e a coeso
textual. Todos estes aspetos integram a competncia comunicativa de qualquer
falante, sendo fundamentais para a produo de textos orais.
Segundo Aznar Juan (2012: 188), h uma relao estreita entre adequao
e contexto, na medida em que a adequao de um texto, oral ou escrito, depende
do contexto em que o mesmo se produz. O falante, ao expressar-se oralmente,
deve ter em conta a situao comunicativa, o tema, a finalidade, as intenes e
as caractersticas dos interlocutores, escolhendo sempre modelos lingusticos
adaptados a todos estes aspetos. Deste conjunto de fatores depende, segundo
Briz Gmez (2004: 224) o xito da interao oral e, consequentemente, o maior
ou menor sucesso e eficcia do discurso.
A coerncia e a coeso so indispensveis para a estruturao do texto e
para a compreenso da mensagem que se deseja transmitir (Aznar Juan 2012:
191). Apesar da relao existente entre estes conceitos, os mesmos no podem
ser vistos como sinnimos, pois coerncia no o mesmo que coeso. A
coerncia um conceito mais amplo, que abarca o de coeso. Atendendo s
consideraes de Calsamiglia Blancafort & Tusn (2008: 212), a coerncia
engloba, para alm das relaes intratextuais, as relaes pragmticas. A
coerncia alude ao significado transmitido pelo texto e relao deste com o
contexto e com os interlocutores (Calsamiglia Blancafort & Tusn 2008: 212).
Por sua vez, diz-se que um texto coeso quando os seus elementos
lingusticos (lexicais e gramaticais) esto interligados, apresentando-se sinttica
e semanticamente encadeados, conferindo unidade a esse mesmo texto. Isto
permite a compreenso do texto na sua globalidade (Thornbury 2006: 32 33;
Calsamiglia Blancafort & Tusn 2008: 220).
Segundo Thornbury (2006: 32 33), entre os elementos lingusticos de
carcter lexical, destacam-se a repetio de palavras ou o uso de sinnimos, o
recurso a palavras gerais para mencionar algo especfico referido anteriormente,
25
a substituio e a elipse. Em termos gramaticais, o falante recorre ao uso de
pronomes e determinantes, de substituies, elipses, conetores e paralelismos.
Atualmente a produo oral constitui uma competncia central no mbito
das metodologias do ensino das lnguas. Ao aprender uma lngua estrangeira, o
aprendente f-lo tendo em conta objetivos concretos, entre os quais se destaca o
facto de poder utiliz-la para fins comunicativos especficos. Deste modo,
fundamental que, no processo de aprendizagem, se promova o desenvolvimento
desta competncia, implementando atividades que motivem, desde cedo, os
alunos para o uso oral da lngua que aprendem. Ao estarem motivados para
praticar a produo oral, estes vo sentir-se menos inibidos para usar a lngua
estrangeira e desenvolver melhor esta competncia. Esta prtica preparar os
discentes para situaes reais de comunicao nas lnguas alvo, dando-lhes
ferramentas para se expressarem com maior fluidez, correo e adequao,
produzindo textos orais coerentes e coesos que lhes permitam interagir
eficazmente em diversos contextos.
Outro fator que influencia a produo oral dos estudantes no contexto de
sala de aula a personalidade e a diversidade dos discentes. Alguns so
extrovertidos, sentindo-se muito vontade para participar, quer seja na lngua
meta ou na lngua materna, quer seja com maior ou menor grau de correo;
outros so tmidos e tm pouca confiana em si prprios, pelo que ficam
ansiosos quando tm que falar em pblico. Todas estas personalidades
influenciaro a produo oral dos alunos no contexto da sala de aula (Alonso
2012: 153 154).
Praticar e desenvolver a competncia da produo oral no uma tarefa
fcil para muitos discentes nem para os professores. A sua complexidade,
decorrente das suas caractersticas, tem levado a que muitos estudantes, aps
vrios anos a aprenderem uma lngua estrangeira, se deparem com problemas
quando necessitam de a utilizar em situaes comunicativas reais especficas.
Isto deve-se ao facto de uma das grandes dificuldades da expresso oral estar
26
relacionada com a falta de tempo para planear o discurso, pois este acontece de
forma espontnea e em tempo real (Thornbury 2006: 208).
Segundo Moreno Garcia (2011: 329) e Alonso (2012: 153 155), outras
causas para as dificuldades sentidas pelos alunos quando se expressam
oralmente so a timidez, a vergonha e o medo de se exporem e errarem em
frente aos colegas e ao professor. Esta falta de confiana deve-se aos limitados
recursos lingusticos que possuem para transmitir mensagens de forma adequada
e inteligvel. Esta pode igualmente estar relacionada com o receio de manifestar
uma opinio prpria perante o grupo.
A ausncia de motivao, predisposio e interesse para se expressarem
na aula usando a lngua estrangeira tambm impede os discentes de arriscar o
que limita a sua aprendizagem e o desenvolvimento desta competncia. Tal
situao pode ficar a dever-se, em alguns casos, ao tipo de atividades propostas
aos alunos, bem como aos temas eleitos e o conhecimento que tm dos mesmos
(Moreno Garcia 2011: 329; Alonso 2012: 329).
O facto de estarem pouco habituados realizao de atividades
comunicativas e, consequentemente, terem poucas oportunidades para praticar a
produo oral, tambm explica o medo de os alunos se exporem, bem como a
sua insegurana e falta de motivao (Moreno Garcia 2011: 329; Alonso 2012:
329). Desta forma, como aponta Moreno Garcia (2011: 329), fundamental
criar um bom ambiente na sala de aula e promover atividades comunicativas
pensadas em funo das caractersticas e especificidades dos alunos e das
turmas.
Estes problemas afetam no s os discentes mas tambm os professores
que, nem sempre, so bem-sucedidos quando implementam atividades para
praticar a produo oral. Para alm disto, o nmero de estudantes por turma
pode, igualmente, condicionar a prtica da produo oral na aula de lngua
estrangeira.
27
Em suma, pode afirmar-se que, quando se pretende que os alunos
desenvolvam e pratiquem a produo oral na sala de aula, h que ter em ateno
todos os aspetos referidos anteriormente. Nomeadamente, o conhecimento dos
elementos lingusticos, paralingusticos e extralingusticos associados
produo oral, os mecanismos de produo de textos e a diversidade dos alunos,
a sua personalidade e nveis de motivao.
Deste modo, preciso motivar os discentes para que estes se empenhem
nas atividades pensadas e desenvolvidas pelo docente e possam praticar esta
competncia. Assim, o docente deve ter a flexibilidade e o discernimento de
saber adaptar as vrias atividades existentes aos alunos em questo. Pois todos
os estudantes so diferentes, nem todos aprendem da mesma forma e nem todos
possuem a mesma capacidade para aprender uma LE.
Portanto, deve ser sempre uma preocupao do professor fornecer aos
alunos diversos materiais e atividades que lhes permitam visualizar, ouvir e ler,
de forma a poderem adequar a sua expresso oral s diversas situaes
comunicativas propostas. Esta integrao de competncias, onde em primeiro
lugar se fornece input e, numa fase posterior, se pede aos alunos que produzam
output, fundamental para que percebam melhor o registo oral e os mecanismos
de produo de textos. Isto igualmente importante para manter os nveis de
motivao elevados e para diminuir a insegurana e a falta de interesse. As
vrias oportunidades dadas para a prtica desta competncia permitem aos
alunos desenvolver a expresso oral na aula de LE.
Atualmente, a produo oral uma preocupao constante no mbito das
metodologias de ensino de LE e, consequentemente, nos programas, contedos e
materiais de ensino da lngua. Por esta razo, no ponto seguinte, expe-se o
tratamento que se faz desta competncia nos programas e nos manuais utilizados
na Prtica Pedaggica Supervisionada.
28
3.2. A Produo Oral nos Programas Oficiais e Manuais Didticos
adotados
Visto que a produo oral constitui um tema relevante no ensino e
aprendizagem de qualquer LE, os programas e os manuais refletem igualmente
esta preocupao. Assim, de seguida, apresentar-se-, num primeiro ponto, o
tratamento do tema no Programa e no Manual de Ingls e, posteriormente, num
segundo ponto, no Programa e no Manual de Espanhol.
3.2.1. Programa e Manual de Ingls
O ensino do ingls como LE em Portugal baseia-se em dois documentos
orientadores elaborados pelo Ministrio da Educao: o Programa de Ingls do
3 Ciclo do Ensino Bsico e as Metas Curriculares de Ingls para o 3 Ciclo, as
quais foram homologadas a 13 de maio de 2013.
No que diz respeito ao Programa, este refere-se aprendizagem de uma
LE como parte da construo de cada individuo que, como aprendente, deve
desenvolver diversas competncias que contribuiro para o seu crescimento e
desenvolvimento enquanto membro de uma sociedade cada vez mais global
(Ministrio da Educao 1997a: 5). Por esta razo, o docente deve recorrer a
metodologias centradas no aluno, que o tornem mais responsvel, autnomo e,
consequentemente, agente ativo no processo de aprendizagem. Desta forma, e
privilegiando contedos que se relacionem com a circunstncia do discente,
favorece-se a motivao e o empenho, bem como a vontade de participar e
aprender (Ministrio da Educao 1997a: 61).
Durante o processo de ensino-aprendizagem, todo o docente deve
proporcionar aos seus alunos vrias oportunidades para desenvolver as
competncias comunicativas, designadamente a produo oral, pois s
praticando e experimentando a LE, neste caso a lngua inglesa, que o aluno se
pode tornar autnomo e consciente da sua importncia e utilidade enquanto
29
meio de comunicao em diversas situaes (Ministrio da Educao 1997a:
61).
Assim, o Programa de Ingls baseia-se no mtodo comunicativo, visto ter
em conta fatores como os seguintes:
favorece o desenvolvimento equilibrado de todos os domnios da personalidade do
aprendente []; privilegia aquisies que integram o novo em estruturas e conceitos
anteriormente adquiridos, estimulando uma reflexo constante sobre os processos que mais
se adequam ao estilo cognitivo do aprendente; valoriza a dimenso scio-cultural da lngua,
no pressuposto de que ela o repositrio de identidades individuais e coletivas (Ministrio
da Educao 1997a: 5 6).
O Programa de Ingls prev, pois, que os discentes sejam capazes de
comunicar utilizando a lngua inglesa com crescente autonomia, seguindo as
suas regras de funcionamento e desenvolvendo os vrios mecanismos de
produo de textos, bem como a fluncia, a competncia discursiva e a
competncia estratgica.
No que concerne s novas Metas Curriculares de Ingls, verifica-se que
estas assentam, tambm, no desenvolvimento da competncia comunicativa,
pois do grande importncia compreenso, interao e produo tanto oral
como escrita. De acordo com estas metas, devemos proporcionar aos alunos
oportunidades para usarem a lngua inglesa em contextos que se aproximem da
realidade (Cravo et al. 2013: 4).
De entre os vrios domnios que devem fazer parte da competncia
comunicativa dos discentes, importa aqui focar a interao oral e a produo
oral, as quais constituem o motivo para a realizao deste relatrio. No que
respeita interao oral na sala de aula predominam os dilogos entre professor
e alunos. Deste modo fundamental que os docentes criem oportunidades de
interao oral entre os estudantes, permitindo que estes se tornem mais
autnomos na utilizao desta LE na aula (Cravo et al. 2013: 4). Atualmente,
com a diversidade de recursos existentes na sala de aula os alunos tm mais
30
oportunidades para interagir utilizando a LE. Esta variedade de recursos e
atividades que se podem levar a cabo na aula, para promover a interao oral,
facilita o empenho e a motivao dos discentes.
Relativamente produo oral, visa-se motivar os alunos para a utilizao
da lngua inglesa num crescendo de autoconfiana, o que lhes permitir falar
sobre os contedos abordados. Para isto fundamental que, ao longo da sua
aprendizagem, realizem atividades que lhes permitam desenvolver a sua
oralidade (Cravo et al. 2013: 4). Praticar a produo oral reveste-se de uma
importncia vital para o desenvolvimento do uso comunicativo da lngua, pois a
prtica permite que o aluno adquira mais confiana e -vontade no uso da
mesma, o que vai permitir que o processo de aprendizagem seja mais eficaz.
Quanto ao Manual de Ingls adotado pelo Agrupamento de Escolas da
Sert4, utilizado na Prtica Pedaggica Supervisionada, e importncia que d
produo oral, pode concluir-se que est muito aqum daquilo que o programa e
as novas metas curriculares estipulam.
Trata-se de um manual que adota uma metodologia bastante tradicional,
privilegiando a leitura e a compreenso de textos escritos, e insistindo em
estruturas gramaticais corretas que nem sempre se encontram inseridas num
contexto especfico.
A produo oral, apesar de estar presente em vrias atividades propostas
ao longo das unidades no apresenta grande inovao nem diversidade, dando-se
nfase discusso e ao debate, bem como tcnica de pergunta resposta. So
atividades pouco motivadoras e incapazes de esclarecer inequivocamente os
alunos quanto aos objetivos que se pretendem atingir com a sua realizao.
Deveriam ser mais pensadas, tendo em conta a diversidade de alunos e os meios
socioeducativos e culturais em que estes se inserem.
4 Marques, A. & Morais, F. (2008). Click me! Lisboa: Edies ASA.
31
3.2.2. Programa e Manual de Espanhol
De acordo com o Programa do Ministrio da Educao, o ensino do
espanhol como LE no Ensino Bsico e Secundrio deve privilegiar o mtodo
comunicativo, de modo a permitir que o aluno cresa e se desenvolva como um
todo, com competncias que o tornem capaz de ser um agente ativo numa
sociedade cada vez mais multicultural e global. Por esta razo, o aluno
considerado o centro da aprendizagem e a competncia comunicativa surge
como uma macrocompetncia, que integra um conjunto de cinco competncias
lingustica, discursiva, estratgica, sociocultural e sociolingustica que
interagem entre si (Ministrio da Educao 1997b: 5).
A produo oral , assim, considerada uma competncia fundamental no
processo de ensino-aprendizagem de Espanhol LE. Segundo o programa
(Ministrio da Educao 1997b: 5) dizer algo e utilizar a lngua para algo so,
pois, elementos chave no ensino-aprendizagem da LE. Deste modo, a prtica
desta competncia essencial e deve estar bem presente no currculo de
Espanhol como LE.
Ainda de acordo com o programa, o professor deve proporcionar aos
discentes oportunidades que os tornem capazes de produzir oralmente []
enunciados de complexidade adequada ao seu desenvolvimento lingustico,
psicolgico e social, bem como utilizar estratgias que permitam responder s
suas necessidades de comunicao, no caso em que os seus conhecimentos
lingusticos e/ou seu uso da lngua sejam deficientes (Ministrio da Educao
1997b: 9).
A prtica da produo oral fundamental para que o aluno se torne cada
vez mais autnomo, responsvel e autoconfiante na aprendizagem e aquisio da
LE. tambm importante como forma de promover a educao para a
comunicao enquanto fenmeno de interao social, como forma de
incrementar o respeito pelo(s) outro(s), o sentido da entreajuda e da cooperao,
32
da solidariedade e da cidadania (Ministrio da Educao 1997b: 7). Por este
motivo fundamental que as atividades de produo oral propostas espelhem o
melhor possvel a realidade, pois s assim fazem sentido e mantm os alunos
motivados e empenhados na sua realizao.
No que concerne ao Manual de Espanhol adotado pela Escola para a
turma de espanhol nvel 1, pode dizer-se que se aproxima bastante da
metodologia comunicativa defendida no Programa de Espanhol do Ministrio da
Educao, pois nele encontramos atividades diversificadas e que permitem a
compreenso e a produo oral e escrita.
Segundo o autor, todos os materiais didticos refletem uma metodologia
acional e comunicativa (Pacheco 2012 b: 2). As unidades esto organizadas em
vrias rubricas, entre as quais esto atividades de interao e produo oral que
visam estimular o aluno a exprimir-se num contexto real de comunicao. H
neste manual a preocupao de fornecer o input necessrio para que os alunos
possam, numa fase posterior, produzir output.
De entre as atividades propostas encontram-se dilogos, role play ou
simulaes que lhes permitem interagir com os colegas, semelhana da vida
real.
Aps a anlise dos Programas e dos Manuais de Ingls e de Espanhol
pode-se concluir que, no que diz respeito ao Ingls, h bastantes diferenas entre
o que refere o programa como metodologia a adotar no ensino da lngua e as
atividades propostas no manual para motivar a produo oral. Relativamente ao
Espanhol, pode-se dizer que o manual se baseia nas metodologias que o
programa privilegia, contendo diversas atividades que permitem motivar os
alunos para a produo oral.
Em suma, pode constatar-se que o tratamento da produo oral nos
programas de Ingls e de Espanhol bastante similar, visto que ambos assentam
no mtodo comunicativo. O mesmo no se verifica com os manuais, pois o
33
Manual de Ingls adota uma metodologia mais tradicional. No que concerne s
atividades que motivam a produo oral verificamos que nem o programa de
ingls, nem o de Espanhol aludem aos aspetos das atividades que motivam os
alunos e tambm no propem exemplos de atividades que permitam motivar e
desenvolver a produo oral dos discentes nas aulas de LE.
34
4. Atividades para a motivao da Produo Oral na aula de Lngua
Estrangeira
Uma vez apresentadas as concluses da anlise dos programas e manuais
de ingls e de espanhol sobre a motivao na produo oral, far-se- agora uma
breve anlise dos aspetos das atividades que estimulam os alunos, descrevendo
alguns tipos de atividades que permitem motivar e desenvolver a produo oral
dos discentes nas aulas de ingls e de espanhol LE com base em exemplos
especficos. Posteriormente, num segundo momento, apresentar-se- uma
proposta de atividades para motivar a produo oral aplicadas na Prtica
Pedaggica Supervisionada.
4.1. Atividades de motivao Produo Oral
Segundo afirma Lorenzo Bergillos (2004: 306 310), a motivao
constitui um aspeto fundamental no processo de ensino-aprendizagem de uma
LE. No entanto, os seus nveis podem alterar-se por diversas razes. Esta
variao nos nveis de motivao pode estar relacionada com os intervenientes
no processo de ensino-aprendizagem (professores, alunos, autores dos
programas oficiais, autores de materiais e de recursos, responsveis,
responsveis pelas polticas educativas). Assim, fundamental que o docente
identifique a melhor forma de motivar os seus alunos e manter essa motivao
em nveis elevados e estveis.
Desenvolver atividades que motivem os alunos no uma tarefa fcil, na
medida em que, dentro da sala de aula, o professor tem estudantes muito
diferentes em termos de personalidade, de aptido para a aprendizagem de uma
LE e de motivao.
Aquando da planificao da aula, o professor deve ter sempre como
objetivo proporcionar aos alunos atividades que os motivem. Estas devem ter
objetivos claros e bem definidos e estar adaptadas quer ao nvel quer idade dos
alunos. Para alm disso, e de acordo com Salaberri Ramiro (1999: 361 363), o
35
material deve ser interessante e relevante, mas no difcil, j que a dificuldade
extrema de uma atividade pode desmotiv-los. Por isso o grau de dificuldade das
atividades propostas deve ir aumentando, de forma progressiva. Deste modo,
evita-se uma rotura comunicativa causada pela falta de recursos lingusticos por
parte do aluno para se exprimir ou pela dificuldade em compreender o input
(Moreno Garcia 2011: 330).
Sendo a produo oral uma competncia produtiva, fundamental que os
alunos sejam sujeitos a atividades que lhes permitam receber input para que,
posteriormente, possam ser bem-sucedidos na prtica desta competncia,
mantendo assim os nveis de motivao (Salaberri Ramiro 1999: 362). Neste
sentido, para aumentar o envolvimento dos alunos nas atividades propostas e
mant-los motivados, fundamental criar e desenvolver atividades variadas e
que constituam um desafio para os mesmos. Estas devem ser sempre adaptadas
aos interesses dos alunos em questo e incluir algo de novo e/ou diferente.
Outros elementos igualmente importantes para manter os alunos
motivados incluem os jogos didticos, atividades ldicas, elementos
imaginativos que atraiam as emoes dos alunos, bem como atividades que
incluam vazios de informao ou de opinio e que possam criar uma verdadeira
necessidade comunicativa. Segundo autores como Drnyei (1994: 281) e
Salaberri Ramiro (1999: 362 363), o trabalho em pares ou em grupos tambm
pode contribuir para aumentar o grau de motivao dos alunos, pois podem
sentir-se mais vontade para participar oralmente recorrendo ao uso da LE.
O desenvolvimento de atividades integradas no mtodo comunicativo gera
atitudes mais positivas perante a lngua que se aprende, produz elevados nveis
de motivao e garante a aprendizagem. Isto acontece porque este mtodo tem
em conta a competncia pragmtica e sociocultural, a contextualizao das
mensagens e a relevncia temtica dos contedos, podendo falar-se de uma
relao entre comunicao e motivao (Lorenzo Bergillos 2004: 318 319).
36
Atualmente existe uma ampla gama de atividades que o professor pode
levar a cabo na sala de aula quando tem por objetivo desenvolver e praticar a
produo oral. Entre estas destacam-se os dilogos, ampla e eficazmente
utilizados nos diversos nveis de aprendizagem; os questionrios e as entrevistas;
as tcnicas dramticas como as dramatizaes, os role plays e as simulaes; as
exposies e apresentaes de temas; os debates e as atividades de carter ldico
(Salaberri Ramiro 1999: 367 369; Pinilla Gmez 2004: 891 894; Harmer
2007: 348 353).
Os dilogos so, segundo Pinilla Gmez (2004: 891), atividades s quais
o professor pode recorrer em qualquer nvel de aprendizagem. Nos nveis
iniciais, utilizam-se pequenos dilogos para praticar e assimilar estruturas
bsicas atravs da repetio. Neste caso, constituem uma atividade guiada pois
faculta-se aos alunos alguma informao para que se consigam expressar. Por
exemplo, split dialogues (Salaberri Ramiro 1999: 368).
medida que o nvel dos alunos vai avanando, os dilogos tornam-se
mais livres, espontneos e autnticos, verificando-se uma verdadeira interao
que se aproxima mais da realidade (Pinilla Gmez 2004: 891). Nestes dilogos,
os alunos podem trocar informaes sobre a sua prpria vida interesses,
gostos, experincias preenchendo-se um vazio de informao natural de uma
forma mais natural (Salaberri Ramiro 1999: 368).
Os dilogos so, como j foi referido, atividades muito eficazes no
desenvolvimento da produo oral dos alunos, por isso essencial que estes
tenham tempo para os trabalhar e praticar, j que podem desta forma usufruir
muito mais desta experincia e sentirem-se mais confiantes e motivados
(Harmer 2007: 349).
Por sua vez, os questionrios e as entrevistas tambm podem realizar-se
nos vrios nveis de aprendizagem de uma LE, pois o que varia o grau de
dificuldade dos contedos e os temas; a estrutura fixa (Pinilla Gmez 2004:
892). Os alunos podem preparar os questionrios e as entrevistas que serviro
37
posteriormente de base para outras atividades de produo oral, tais como
discusses ou debates.
Quanto s tcnicas dramticas, Pinilla Gmez (2004: 892) refere que so
atividades abertas e flexveis, cujo principal objetivo passa por criar contextos
nos quais a interao se processe de forma natural, aproximando-se das
situaes comunicativas reais. Para que tal possa acontecer, importante que os
alunos tenham oportunidades para praticar, tendo em conta a pronncia, a
acentuao, a entoao, a velocidade, os gestos, a expresso facial, o contato
visual e os movimentos (Harmer 2007: 349).
Segundo Pinilla Gmez (2004: 892), no caso especfico das
dramatizaes, os alunos interpretam um dilogo lido previamente, o qual serve
de guio para a improvisao. No se trata apenas de memorizar, mas sim de dar
largas imaginao e de criar. Por sua vez, no role play o aluno interpreta uma
personagem diferente (mdico, detetive, chefe, cantor, ator) e com o papel que
lhe atribudo interage com os seus companheiros. Aqui o contexto pode ser
fictcio (por exemplo, um jantar em casa de uma pessoa famosa) ou pode estar
relacionado com algum aspeto da vida quotidiana (tais como, apanhar um
autocarro, ir ao cinema). Neste sentido Scrivener (2005: 155), afirma que os
alunos representam os seus papis usando no s a informao fornecida, mas
tambm as suas prprias ideias.
Nas simulaes, o discurso dos alunos ocorre sempre num contexto
imaginrio fornecido pelo professor, sendo que os alunos continuam a ser eles
mesmos. Nestas atividades, a informao fornecida aos alunos depende do grau
de criatividade e aproximao realidade pretendido, bem como do nvel dos
estudantes (Pinilla Gmez 2004: 892). No entanto, para Salaberri Ramiro (1999:
369) e para Harmer (2007: 353), importante dar-lhes informaes claras e
precisas sobre a situao comunicativa. Este tipo de atividades tem a vantagem
de poder ser divertida e manter os alunos motivados, garantindo uma maior
eficcia no processo de aprendizagem da LE (Harmer 2007: 353).
38
As exposies ou apresentaes de temas, apesar de poderem realizar-se
em qualquer nvel de ensino, so mais comuns nos nveis intermdios e
avanados de aprendizagem de uma LE, j que os alunos tm um conhecimento
mais alargado da lngua meta. Este tipo de atividade exige uma preparao
cuidada e detalhada, com recurso a documentos, fotos ou vdeos que a tornem
atrativa e sirvam de suporte ao que se pretende transmitir. Os temas abordados
podem ir da realidade dos alunos a temas contemporneos que sejam do seu
interesse (Pinilla Gmez 2004: 893; Harmer 2007: 351).
As exposies no se podem equiparar a um exerccio de leitura, pois
perdem a sua essncia que passa por desenvolver e praticar a produo oral
(Pinilla Gmez 2004: 893). Segundo Harmer (2007: 351), o professor deve dar
tempo aos seus alunos para que eles preparem e pratiquem as suas
apresentaes, pois assim podem melhorar a sua performance final e ser uma
mais-valia para a aprendizagem da lngua.
Os debates e as discusses so atividades utilizadas em nveis intermdios
e avanados, na medida em que exigem fluncia e conhecimento do cdigo oral.
Os temas mais frequentes neste tipo de atividades relacionam-se com temas da
atualidade, temas de carter social ou temas ligados cultura da LE que se
aprende (Pinilla Gmez 2004: 893). Nestas atividades, fundamental dar aos
alunos algum tipo de preparao prvia para que estes alarguem os seus
conhecimentos sobre o tema de modo a que, na hora do debate, possam
participar dando a sua opinio com base em argumentos vlidos e coerentes
(Harmer 2007: 350).
As atividades de carter ldico associam-se, normalmente, a jogos cujo
principal objetivo pr os alunos a falar o mais fluentemente possvel (Harmer
2007: 349). Os jogos mais frequentes na sala de aula so os de tabuleiro, de
descoberta, de vazio de informao ou outros jogos existentes no mercado, na
televiso ou na rdio, e adaptados aos contedos que se pretendem trabalhar
(Pinilla Gmez 2004: 893 894; Harmer 2007: 349).
39
Atividades ldicas com jogos podem ser utilizadas nos diversos nveis de
aprendizagem da LE, constituindo muitas vezes uma forma motivadora e
divertida de desenvolver a fluncia (Salaberri Ramiro 1999: 369; Harmer 2007:
350). Passaremos, de seguida, a apresentar alguns exemplos de atividades que
segundo Harmer (2007), Moreno Garcia (2011) e Alonso (2012), podem
desenvolver-se na sala de aula, com o objetivo de motivar a produo oral e,
assim, manter elevados os nveis de motivao.
Information gap game (Harmer 2007: 349, 356 357)
Neste tipo de atividade os alunos trabalham em pares, sendo que cada um
tem informao distinta que no pode partilhar. Essa informao pode passar por
mapas ou imagens com algumas diferenas que os discentes tm que identificar.
Para isso devem falar sobre as mesmas imagens detalhadamente.
O facto de os alunos terem sempre que descobrir/identificar informao
constitui uma maneira de os motivar para a produo oral, pois vai permitir que
os estudantes interajam recorrendo LE com o objetivo de solucionar a
atividade proposta com sucesso.
O recurso a mapas e imagens nas atividades que visam motivar a
produo oral constitui uma forma de manter o interesse dos alunos em nveis
elevados, na medida em que, atualmente, vivemos numa sociedade e numa
poca muito dependente e centrada na imagem.
Role play (Harmer 2007: 359 360)
Neste tipo de atividades h igualmente um vazio de informao, o que lhe
d uma dimenso comunicativa mais real. Depois de os discentes terem
trabalhado o tema do turismo -lhes pedido que trabalhem em pares e
representem uma situao que decorre numa agncia de viagens. Um aluno
representa o papel de cliente e outro de agente de viagens. Cada um recebe a sua
40
informao, sendo-lhes dado algum tempo para se debruarem sobre a mesma.
Posteriormente os pares representam o seu role play.
Este tipo de atividade aproxima-se daquilo que ocorre quando
comunicamos na vida real numa situao especfica da realidade. Esta
aproximao, em sala de aula, ao que realmente acontece na vida real
importante para manter os alunos motivados pois f-los perceber a verdadeira
necessidade de se exprimirem oralmente na LE.
Tu palabra preferida (Moreno Garcia 2011: 346)
Nesta atividade o aluno seleciona uma palavra de que goste e tem que
explicar turma por que razo gosta dessa palavra e o significado que esta
possui para ele. Numa fase posterior, todos os alunos procuram palavras que
estejam relacionadas com a que o seu colega escolheu.
O facto de ser dada aos discentes a oportunidade de escolherem uma
palavra de que gostem ou que lhes diga algo uma estratgia para os motivar
para a produo oral, pois quando os contedos so do interesse dos estudantes,
estes apresentam-se empenhados e mais -vontade para se expressarem
oralmente.
Noticias en la radio (Alonso 2012: 165)
Nesta atividade o professor pede aos alunos que, em casa, preparem uma
notcia autntica que tenham ouvido na televiso ou lido na internet ou num
jornal. Na aula prope-lhes como atividade fazer um programa de rdio. Os
alunos agrupam-se por seces de notcias e recorrendo a notas, mas sem ler,
apresentam o noticirio do dia.
Este tipo de atividades importante para motivar a produo oral na
medida em que se d aos alunos a oportunidade de escolherem a notcia que vo
apresentar. Assim, sendo o contedo da notcia do seu interesse, o aluno vai
sentir-se mais motivado para usar a LE na aula.
41
O facto de fazerem um programa de rdio por si s uma atividade
diferente e inovadora, o que tambm contribui para motivar os alunos e mant-
los empenhados durante todo o processo, pois tm que escolher a notcia e
prepar-la para a apresentar oralmente.
O tempo dado para preparar a apresentao tambm se reveste de grande
importncia, na medida em que ao terem tempo para praticar vo conseguir uma
melhor performance e vo estar mais confiantes e menos inibidos quando
tiverem que se expressar oralmente.
Ao escolherem e prepararem a notcia, tm ainda a oportunidade de
praticar outras competncias, tais como a compreenso escrita ou oral,
fundamentais para o desenvolvimento da produo oral.
Na realidade, as atividades apresentadas anteriormente forneceram
algumas ideias para as atividades propostas aos alunos durante a Prtica
Pedaggica Supervisionada, as quais tinham como objetivo motiv-los para a
expresso oral. Esta proposta de atividades ser exposta no ponto que se segue.
4.2. Proposta de atividades para as aulas de Ingls e de Espanhol
Neste ponto far-se- uma breve descrio das atividades levadas a cabo
durante a Prtica Pedaggica Supervisionada e que tiveram como objetivo
motivar a produo oral tanto em Ingls como em Espanhol.
Assim, num primeiro ponto, aludir-se- s atividades desenvolvidas na
rea de Ingls e, num segundo ponto, s da rea de Espanhol.
Em ambos os casos mencionar-se-o os tipos de atividades, as unidades
temticas em que foram desenvolvidas, os objetivos gerais e especficos das
atividades, bem como os materiais utilizados na sua realizao. Proceder-se-
ainda a uma breve explicao do desenrolar de cada uma das atividades e far-se-
um comentrio aula, tendo em conta, entre outros aspetos, o empenho dos
42
alunos na sua realizao, o sucesso da aula, a concretizao dos objetivos
propostos e sugestes de melhoria.
No final, tecer-se-o algumas consideraes gerais sobre as atividades
levadas a cabo nas duas turmas.
4.2.1. Proposta de atividades para as aulas de Ingls
Atividade 1 Apresentao oral / Trabalho individual
Unidade
Temtica Work it out
Objetivos
Gerais
Fomentar a utilizao da lngua inglesa como meio de
comunicao na aula.
Expressar-se oralmente, recorrendo ao uso de frases curtas na
lngua meta.
Motivar os alunos para o desenvolvimento da produo oral na
lngua inglesa.
Objetivos
Especficos
Usar vocabulrio relacionado com empregos/profisses.
Usar a estrutura To be skilled in/at something/doing something.
Comunicar usando o vocabulrio aprendido na aula.
Material
Ficha de trabalho (Anexo 12).
Texto transcrito atravs do programa Voki (Anexo 13).
PowerPoint para guiar apresentao oral (Anexo 14).
Descrio
A realizao desta atividade decorre no seguimento de
outras levadas a cabo na aula com o objetivo de fornecer o input
necessrio para que os alunos possam participar oralmente
mantendo elevados nveis de motivao e empenho.
A professora pede aos discentes para prestar ateno aos
pontos dois e trs da ficha de trabalho distribuda anteriormente
(Anexo 12).
43
Dos empregos apresentados na aula, cada aluno seleciona o
seu favorito, no podendo transmitir turma a sua escolha. Os
estudantes devem pensar em algumas ideias para descrever o que
fazem nesse emprego, que competncias possuem para o
desenvolver e como o conseguiram.
A docente mostra-lhes um exemplo recorrendo ao Voki
(Anexo 13) para esclarecer qualquer dvida que possa haver.
Os alunos praticam as suas apresentaes orais em pares
para as apresentarem posteriormente turma, que tem que as
identificar.
Comentrio
Esta atividade desenrolou-se na primeira aula avaliativa
observada. Creio que esse contexto, juntamente com o facto de os
alunos estarem pouco habituados a desenvolver atividades de
produo oral, contribuiu para que alguns se tenham mostrado um
pouco reticentes aquando da sua realizao. Muitos discentes
manifestaram muitas dificuldades na produo oral. Por esse
motivo, o medo de cometerem erros impedia-os de participar.
Tendo em conta as dificuldades dos estudantes na disciplina
de ingls e a falta de motivao para aprenderem a lngua, tive o
cuidado de lhes fornecer parte do input necessrio atravs de
atividades de compreenso oral e escrita.
Aquando da planificao desta atividade, este fatores foram
tidos em conta e, por isso, foi dado tempo aos alunos para
planearem e preparem a sua apresentao oral e, inclusivamente,
para a praticarem com os seus pares antes de a apresentarem
turma. Segundo Harmer (2007: 346), students [] will perform
much better if they have the chance to think about what they are
going to say and how to say it.
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Os discentes trabalharam, na sua maioria, de forma
empenhada nas suas apresentaes, tendo alguns alunos sido
capazes de se expressar oralmente sem recorrer s notas que
tinham escrito aquando da preparao. Ainda assim houve
estudantes que leram o que tinham preparado, apesar de ter ficado
bem claro, aquando da descrio da atividade, que os alunos no
poderiam ler. No entanto, permiti que alguns o fizessem como
forma de os motivar para futuras atividades de produo oral e
tambm porque ler em voz alta importante para o
desenvolvimento da competncia oral. Segundo Thornbury
(2005: 70), reading aloud is the next step between writing and
speaking.
Com esta atividade, todos os alunos tinham de estar atentos
s apresentaes dos colegas, uma vez que precisavam de
identificar a profisso escolhida por estes. Creio que consegui
motivar os alunos, pois praticamente todos quiseram participar.
Apesar dos erros cometidos pelos discentes enquanto se
expressavam, estes conseguiram fazer passar a sua mensagem,
tendo os seus colegas conseguido perceber o que diziam.
Sendo o intuito desta atividade motivar os estudantes para a
expresso oral, e tendo esta turma srias dificuldades no domnio
desta competncia, decidi que seria melhor no corrigir os erros,
exceto aqueles que impediam o entendimento da mensagem.
O feedback dos erros cometidos foi feito posteriormente,
pois os alunos tiveram que entregar as suas notas para que eu as
pudesse devolver corrigidas.
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Atividade 2 Jogo didtico
Unidade
Temtica Green your way
Objetivos
Gerais
Fomentar a utilizao da lngua inglesa como meio de
comunicao na aula.
Expressar-se oralmente, recorrendo ao uso de frases curtas na
lngua meta.
Motivar os alunos para o desenvolvimento da produo oral na
lngua inglesa.
Promover a interao.
Objetivos
Especficos
Identificar problemas ambientais.
Falar sobre problemas ambientais usando os seus conhecimentos
gerais, bem como o vocabulrio aprendido nas aulas.
Material Cartes com imagens (Anexo 15)
Descrio
Esta atividade surge no decurso de uma aula cujo tema era
Environmental disasters e aps a realizao de outras tarefas
subordinadas a este tema.
A docente procede explicao do jogo e distribui o
material pelos alunos. Cada discente tem um carto com uma
imagem (Anexo 15) que no pode mostrar aos seus
companheiros, pois h sempre outro colega com a mesma
imagem. Os estudantes descrevem oralmente a sua imagem em
frente turma e o colega que possui o carto igual levanta o brao
para mostrar a sua imagem.
Comentrio
Nesta atividade os alunos puderam praticar no s a
produo oral, mas tambm a compreenso oral, na medida em
que tinham de prestar ateno descrio feita pelos colegas para
identificarem se era igual sua. A prtica da compreenso oral
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fundamental para o desenvolvimento da produo oral. Nation &
Newton (2009: 38) afirmam que listening is the way of learning
the language. It gives the learner information from which to build
up the knowledge necessary for using the language. When this
knowledge is build up, the learner can begin to speak.
Os discentes mostraram-se muito entusiasmados quando
lhes foi explicado o desenrolar desta atividade. O recurso a
imagens e a componente ldica existente permitiram que os
alunos participassem com gosto e no se sentissem inibidos por
estarem a falar ingls em frente turma. Apesar de alguns erros
cometidos na oralidade pelos estudantes e de usarem palavras
isoladas, em vez de frases, na descrio das suas imagens, a
atividade foi bastante positiva, na medida em que manteve os
discentes com nveis de motivao e empenho bastante elevados.
Os alunos no deixaram de participar e todos conseguiram
descobrir as imagens que os colegas descreveram. O facto de o
tema no ser novo para eles, pois j tinha sido abordado
anteriormente no ingls e noutras disciplinas, juntamente com as
atividades realizadas na aula, tambm contrib