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I
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE PEDAGOGIA
ALESSANDRA VALERIA FERREIRA
A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DOS PERÍODICOS NO BANCO DE DADOS ERIC -
EDUCATION RESOURCES INFORMATION CENTER
MARINGÁ
2012
II
ALESSANDRA VALERIA FERREIRA
A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DOS PERÍODICOS NO BANCO DE DADOS ERIC -
EDUCATION RESOURCES INFORMATION CENTER
Trabalho apresentado à Universidade Estadual de Maringá – UEM, como parte da exigência para a conclusão do curso de Pedagogia, sob a orientação da Professora Dra. Patrícia Lessa dos Santos.
MARINGÁ
2012
III
ALESSANDRA VALERIA FERREIRA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré - requisito parcial para a
obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia pela comissão de avaliação
composta pelas seguintes professoras:
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________ Profª Drª Luzia Marta Bellini
(Universidade Estadual de Maringá)
_____________________________________________________________ Profª Drª Fabiana Carvalho
(Universidade Estadual de Maringá)
_____________________________________________________________ Profª Drª Patrícia Lessa dos Santos (Universidade Estadual de Maringá)
Orientadora
IV
Sei que meu trabalho é uma gota no meio do oceano, mas sem ele o oceano seria menor.
(Madre Teresa de Calcutá)
V
Dedico este trabalho a minha Mãe Sandra Regina de Andrade
que me proporcionou concluir esta graduação me apoiando em todos os momentos.
VI
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, a Deus, por me dar fôlego, coragem e por reger minha vida.
Senhor, obrigada por mais essa conquista.
Aos meus pais, por acreditarem e investirem em mim, sempre me apoiando e me
dando esperança para seguir. À minha querida Mãe, Sandra Regina de Andrade,
que com seu amor, cuidado e dedicação me permitiu alcançar com segurança, mais
esse objetivo; ao meu querido Pai, Adenilson de Jesus Ferreira, que com sua
presença e seu amor, sempre me deu a certeza de que não estou sozinha nessa
caminhada.
Ao Luis Augusto, muito obrigada pelo apoio, carinho, pela paciência e por sua
capacidade de me trazer paz e alegrias na correria de cada semestre.
Aos meus amados amigos de longa data, Carla Maia, Lays Gama, Luara Fagundes,
Marina Schnaider, Vinícius Torresan, Vitor Philot e Vitor Hugo Marani, que como eu,
estão trilhando seus caminhos, alguns distantes, mas, a minha saudade é
amenizada sempre que assisto a uma nova conquista de vocês e pela alegria dos
nossos reencontros. Às minhas companheiras nesses quatro anos, Adriana, Ana
Carolina, Débora, Erika, Fabiana e Juliana, não só pela convivência, mas pelos
momentos de parceria, diversão, aprendizado e pelo crescimento pessoal e
profissional que conquistamos juntas.
Ao Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá, ao Programa
Institucional com Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e às pessoas com quem
convivi nesses espaços ao longo desses anos, em especial a Profª Drª Maria
Angélica, por seus ensinamentos, paciência e confiança ao longo das orientações
nas minhas atividades no PIBID.
O meu agradecimento especial a Professora Drª Patrícia Lessa dos Santos, pela
paciência na orientação, confiança e incentivo que possibilitaram a realização desse
trabalho, e a todos àqueles que, mesmo de fora, mas sempre presentes,
me quiseram bem e me apoiaram nos bons e nos maus momentos. Com vocês, as
minhas conquistas tornam-se ainda mais prazerosas. Muito Obrigada!
VII
RESUMO
O texto apresenta a busca sistemática na base de dados internacional ERIC (Education Resources Information Center) de artigos publicados entre 1943 e 2012, que continham nas palavras-chave, título ou resumo o termo “Environmental Education” (“Educação Ambiental”). O objetivo foi compreender como está a área da educação identificando o volume de artigos publicados em revistas, a fim de fornecer um panorama das pesquisas que vem divulgando considerações acerca da temática educação ambiental. Trata-se de um trabalho investigativo fundamentado na análise do banco de dados ERIC, compreendendo artigos de revistas da educação. A análise das publicações dos artigos resulta em um levantamento quali-quantitativo dessas produções e em uma análise e a contribuição destas para a abordagem do tema nas escolas de ensino fundamental. Considerando que a disseminação de idéias por meio de revistas científicas tem papel relevante na consolidação de discursos e práticas do profissional da educação. Palavras-chave: Educação ambiental; ERIC, produção científica.
VIII
ABSTRACT
It was performed a systematic search in the international database ERIC (Education Resources Information Center) for articles published between 1943 and 2012 containing the keywords, title or abstract the term "Environmental Education" ("Environmental Education") in order to understand how the education is identifying the volume of articles published in magazines in order to provide an overview of the research that has been publishing thematic considerations about environmental education. It is a work of investigative analysis based on ERIC database, comprising journal articles education. The verification of the publications of articles results in a qualitative and quantitative lifting of these productions and an analysis of the contribution of these to approach the subject in elementary schools. Considering that the dissemination of ideas through scientific journals have an important role in the consolidation of discourses and practices of professional education. Key-words: Environmental education, ERIC, scientific production
IX
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS E TABELAS........................................................................... X
LISTA DE SIGLAS................................................................................................... XI
RESUMO.................................................................................................................. VII
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11
2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................16 3 Trajetória da Educação Ambiental – EA.............................................................17
3.1 Aspectos históricos e Legais da EA ..................................................17 3.2 Implicações da EA para a Educação no Brasil.................................. 23 3.3 Caminhos da Educação Ambiental...........................................................26 3.4 O Meio Ambiente como um Tema Transversal.................................... 28
4 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS............................................................... 30
5 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.................................................................... 32
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................... 37 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 43 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................46
X
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 – Pesquisa antes de 1969 "Conservation Education"................................ 33
Figura 2 – Pesquisa entre os anos de 1969 a 2012 com o termo "Environmental
Education"................................................................................................................. 34
Figura 3 - Busca com o termo "Environmental Education" contemplando publicações
baseadas nas classes Adult Basic Education, Elementary Education, Grade 1, Grade
2, Grade 3, Grade 4, Preschool Education e Primary Education............................ 36
Figura 4 – Gráficos em linha das publicações........................................................ 40
Tabela 1 - Comparação entre os sistemas dos ensinos básico e secundário..........35
Tabela 2 - Resultados obtidos das buscas.............................................................. 38
XI
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
COSEMA – Conselho Superior Temático de Meio Ambiente
EA – Educação Ambiental
EF – Ensino Fundamental
EI – Educação Infantil
ERIC - Education Resources Information Center
IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
MEC – Ministério da Educação e Cultura
MinC – Ministério da Cultura
MMA – Ministério do Meio Ambiente
ONG – Organização Não Governamental
ONU – Organização das Nações Unidas
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais
PNE – Plano Nacional de Educação
PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental
Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
ProNEA/PRONEA – Programa Nacional de Educação Ambiental
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
11
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho foi pensado diante de necessidades observadas em meu
percurso na graduação: a diminuta consideração empregada para o aprofundamento
desse tema no decorrer do curso de graduação em Pedagogia e a aparente carência
de publicações que envolvam a temática ambiental. Inicialmente, essa pesquisa
visava analisar as revistas brasileiras de educação, que têm acervo online;
especificamente, as da área da pedagogia.
No entanto, deparamo-nos com a impossibilidade por inexistir uma base de
dados para a área da pedagogia. E, por constatarmos também, que mesmo após
identificarmos as revistas da área de interesse, não foi possível realizar o
levantamento de dados, visto que cada revista apresenta variações em seu portal de
busca, de modo, que em cada portal, a busca pelos artigos se dá de uma forma
diferente. Cenário que dificultou a criação de um padrão para a pesquisa.
Todavia, por considerar que a educação possui papel fundamental na
formulação de uma nova mentalidade, e proporciona o desenvolvimento da
chamada consciência ambiental. Considerando ainda, a contribuição da Educação
Ambiental (EA) para a conscientização e sensibilização ambiental, que deve ser
iniciada preferencialmente, nos sistemas de ensino de base. Indagamo-nos acerca
de qual seria a contribuição que o setor da educação tem no que concerne às
publicações sobre o tema “Educação Ambiental”? Para responder a essa questão,
elaboramos um indicativo por meio de uma pesquisa na base de dados “ERIC - the
Education Resources Information Center”, relacionando-a com os acontecimentos
históricos em nível mundial ocasionados para debate acerca dos temas educação
ambiental e sustentabilidade. Isso, porque o assunto “meio ambiente” nunca esteve
tão em pauta como nos dias de hoje. Esse enfoque se dá principalmente pela
realidade de buscar a sustentabilidade nos sistemas de produção.
A busca pela sustentabilidade é guarnecida pelo Art. 225 da Constituição que
diz: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações” (BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, p. 111).
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Tal enfoque exemplifica a necessidade de unir saberes e prática escolar,
evitando distanciamento de educandos e educadores, dos problemas e questões
ambientais da vida cotidiana. Temos visto que o tema “sustentabilidade”1 é
recorrente a ponto de não somente estar arraigado no meio acadêmico-científico,
empresarial e governamental como, também, ter sido assimilado até mesmo pelo
vocabulário popular.
O destaque atual para a sustentabilidade pode ser imputado,
primordialmente, à discussão das mudanças climáticas e impactos ambientais2
delas decorrentes que interferem na vida das pessoas de forma negativa. No
entanto, essa constante degradação do nosso ambiente natural, bem como do
ambiente humano, não atinge a todas as pessoas indistintamente. Como exprime
Theodor Adorno (1982) :
[...] a humanidade, tomada em seu caráter genérico, não passa de uma construção ideológica que escamoteia as gritantes diferenças de poder social entre os homens. Tal degradação não é linear, simples e contínua, envolvendo elementos contraditórios ligados ao jogo de poder entre dominantes e dominados ao longo da história humana (ADORNO, 1982, apud FONSECA e BRAGA, 2010, p.110).
Entretanto, é um equívoco pensar que a abordagem desse tema é recente.
Embora permaneça constantemente em evidencia, essa problemática já havia sido
destacada há vinte anos. Em 1991, o Ministério da Educação, enfatizou a
necessidade que os sistemas de ensino contemplassem a EA a partir da Portaria no
678/91, da Constituição Federal (1988, p.124). Nas considerações, a portaria afirma:
[...] - a educação escolar deve contemplar os temas emergentes que inquietam, interessam e preocupam a sociedade; - as condições de vida que caracterizam a época atual, levando o homem a conviver ao mesmo tempo com avanços no campo da tecnologia e graves problemas sociais, fazem com que o sistema educacional e, em particular, os professores devem estar atentos para incorporar ao processo ensino-aprendizagem novos conhecimentos, ao tempo em que devam analisar, refletir e discutir a problemática que hoje aflige a humanidade;
1 Entendido como “prover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido relacionando os aspectos econômicos sociais, culturais e ambientais da sociedade humana”, segundo o Relatório Brutland (Relatório de Brundtland, cf. disposto em http://www.ana.gov.br/AcoesAdministrativas/RelatorioGestao/Rio10/Riomaisdez/index.php.40.html) 2 Relacionados ao uso excessivo dos recursos naturais renováveis e não renováveis e às inúmeras formas de poluição ambiental (sobretudo oriundos da combustão dos combustíveis fósseis como fonte energética).
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- os currículos devem se adequar às exigências sociais de modo a preparar os estudantes para agirem no meio em que vivem e, conseqüentemente, enfrentar com melhores condições o futuro que os aguarda (BRASIL, 1988).
De lá para cá, com vistas à ao menos mitigar esses problemas ambientais
foram realizadas conferências mundiais, como a ocorrida no Rio de Janeiro, em
1992 (Rio-92), com o objetivo de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com
a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra.
Uma série de iniciativas, tanto internas (nacionais) quanto externas
(mundiais), sobretudo aquelas “capitaneadas” pelo Poder Público, vem sendo
implantadas buscando a efetividade do desenvolvimento sustentável de uma forma
geral. Na década de 1990, o surgimento das novas tecnologias e o aumento das
informações, culminou na necessidade de se criar novos parâmetros para a
formação dos cidadãos. Uma dessas iniciativas é a expansão de planos de
educação ambiental efetivadas em setores públicos tentando fomentar uma “nova
consciência ambiental”. Porém, a junção de conceitos ambientais com práticas
pedagógicas correlatas buscava unificar os fragmentos montando um “quebra
cabeça” de uma nova ordem educacional.
A fragmentação disciplinar juntamente com as dificuldades existentes na
prática pedagógica constitui, na atualidade, um considerável óbice à abordagem da
temática ambiental, de modo transversal e interdisciplinar. Trabalhar a
interdisciplinaridade da temática implica revelar a rede de conflitos e interesses que
a criaram, partindo da realidade local para, em seguida, tratar das questões
ambientais mais amplas. É mister compreender que as ciências, cada uma delas,
constituíram processos metodológicos de investigação científica próprios e que o
ambiente não pode se constituir em mais um segmento da ciência, mas deve
preencher as rachaduras da compartimentação dos conteúdos disciplinares criando
uma “nova consciência ambiental”.
O desenvolvimento de tal consciência crítica não se faz sem uma
fundamentação teórica que permita a análise das práticas sociais e vice-versa, na
qual o comprometimento escolar e a interação plena do educador com os sistemas
ecologicamente corretos são demandantes de um novo modelo de escola e de um
novo currículo, exigindo uma robustez teórico-metodológica que o sustente.
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As reflexões sobre o tema meio ambiente advindas da aplicação da EA
devem ser vistas como um ato em prol da educação política “[...] no sentido de que
ela reivindica e prepara o cidadão, para exigir justiça social, cidadania e planetária,
autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza” (CAMARGO, 2008, p.
11-12).
Quanto aos objetivos do ensino fundamental nos PCNs, correlato ao tema
meio ambiente encontra-se: “[...] perceber-se integrante, dependente e agente
transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles,
contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente”. Reigota (2009) define a
EA como forma de educação política em que o indivíduo participa ativamente
reivindicando e exigindo melhorias no âmbito social, político e econômico. Dessa
forma, tal educação deve estar orientada para a comunidade, com indivíduos
participando ativamente da resolução dos problemas.
Vale ressaltar a crítica predominante no discurso do autor (REIGOTA, 2009),
imputa ao equívoco no que diz respeito à educação ambiental. É assídua a sua
representação como um estudo de ecologia, diferente de sua real função de
formadora de indivíduos mais críticos e participativos.
Neste contexto, o estudo também se torna profícuo para a explanação de
conceitos referentes ao significado verdadeiro da EA, vale enfatizar que meio
ambiente não se refere somente aos espaços naturais, deste modo, o meio
ambiente onde vive o aluno deve ser um aspecto explorado, abordando as
problemáticas e a resolução destas.
De maneira geral, é imperativo compreender que o ambiente escolar é muito
propício e importante para a aplicação da EA, tornando-se encargo do professor
usá-lo como mola propulsora para reformulação do saber e do agir. Entretanto, as
questões ambientais tem sido trabalhadas de forma reducionista, costumam ser
limitadas de forma unidisciplinar. Quanto a isso, Reigota (2009) manifesta que a EA
não deve ser inserida somente nas áreas biológicas, a multidisciplinaridade e
interdisciplinaridade desse tema podem e devem ser exploradas em todas as áreas
do conhecimento, visando proporcionar a apreensão da temática por óticas
diferenciadas.
O interdisciplinar consiste num tema, objeto ou abordagem em que duas
disciplinas estabelecem vínculos para ocasionar uma aprendizagem mais
abrangente, diversificada e ao mesmo tempo, unificada (PHILIIP Jr., 2000). É por
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meio dessa prática interdisciplinar que criaremos as condições para reflexão,
conscientização e reformulação comportamental.
Outro importante aspecto que deve ser enfatizado é a possibilidade da
participação política dos cidadãos. Isso significa que estes podem envolver a
comunidade nas ações que visem soluções e melhorias do próprio meio, para
restabelecer laços entre a humanidade e a natureza.
Segundo as diretrizes do Ensino Superior na América Latina e Caribe, a
Universidade deve estar predisposta a refletir sobre as transformações sociais que
estão ocorrendo no mundo atual, dentre elas, a sustentabilidade3. Deve, também,
desenvolver a capacidade de utilizar o conhecimento no âmbito social que permeia o
seu raio de influência.
Mediante essas questões, nos propusemos analisar os artigos
publicados em revistas sobre a educação, indexados na base de dados norte-
americana ERIC, considerada a maior base de dados da atualidade. Sendo assim,
verificamos as indexações desde o ano de 1943 (primeiro resultado para a
terminologia “Conservation Education” – Educação para Conservação) a 2012
(últimos dados indexados até o momento da pesquisa), como critério de seleção
estabeleceu-se que os artigos deveriam conter pelo menos um dos seguintes
elementos:
- As palavras “Conservation Education” (Educação para Conservação) no título, no
resumo ou nas palavras-chave, para os artigos de 1943 a 1969.
- As palavras “Environmental Education” (Educação Ambiental) a partir da
formulação do termo no ano de 1969, no título, no resumo ou nas palavras-chave.
A primeira data, 1943, justifica-se por ser o ano inicial de publicações
disponíveis na base de dados. Já o segundo momento da pesquisa, com inicio no
ano de 1969, marca o momento em que o primeiro artigo sobre a educação
ambiental foi produzido por James A. Swan; sendo a definição de "Educação
Ambiental" publicada pela primeira vez na Digest Educacional em março de 1970, de
autoria de William Stapp, que, mais tarde, tornou-se o primeiro diretor de Educação
Ambiental da UNESCO, sendo referenciado ainda nos dias atuais, em reuniões
3 UNESCO. Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Disponível em http://www.brasilia.unesco.org/areas/ciencias/destaques/decada/index_html_exibicao_padrao Acessado em 22.06.011.
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ambientais da “Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento Humano”.
Essa nova dinâmica traz para a ordem do dia a EA como pauta de
importância, tendo no Brasil seu reconhecimento pela Carta Magna na lei de 27 de
Abril de 1999. A Lei N° 9.795 – Lei da Educação Ambiental, em seu Art. 2° afirma: "A
educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal” (BRASIL,
1999).
2 - JUSTIFICATIVA
A Educação Ambiental na escola é a dimensão intelectual e política eficaz
para se criar e aplicar formas sustentáveis de interação sociedade-natureza e a
dimensão ambiental é o caminho para mudanças de hábitos e atitudes para
promover a melhoria da qualidade de vida e reduzir o ônus sobre os recursos
ambientais.
Discorrer sobre a importância da construção de um modelo curricular,
fundado na relação homem-natureza e em uma concepção interdisciplinar desta
relação é absolutamente necessário. E a educação ambiental se faz indispensável
para conscientizar e unificar conteúdos correntes ao dia a dia com enfoque
sustentável.
A perspectiva do trabalho pretende contemplar a ótica do estudioso que
busca material para o desenvolvimento de suas pesquisas, bem como, o potencial
existente para novas publicações e organização das publicações existentes nessa
área, principalmente no que concerne às publicações de artigos e as bases de
dados brasileiras, podendo ainda, beneficiar a prática do educador na sala de aula.
Nesse sentido, esta análise se justifica tanto pela sua importância para o
pesquisador/estudioso/professor quanto, pela contribuição que o fomento de
trabalhos científicos sobre o assunto, proporciona para a educação. Insta ressaltar
ainda, que as publicações prescrevem esforço importante dos pesquisadores no
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sentido de proporcionar a exteriorização do pensamento, vale destacar também, a
natureza considerável das produções e publicações para a carreira do pesquisador.
Com o advento da globalização e com todos os recursos eletrônicos e
midiáticos que dispomos, a comunicação se torna mais rápida e progride também a
demanda por informações. Seguindo essa linha de raciocínio, podemos considerar
ainda, outra dimensão: a possibilidade de contribuir com os estudos dessa área. Os
autores deste trabalho não pretendem esgotar o assunto, mas sim examinar
quantitativamente as revistas que dispõem de artigos co-relacionados ao tema
central do estudo.
Nessa perspectiva, reputando a importância das revistas para divulgação de
pesquisas e a carência de estudos acerca de divulgações de trabalhos sobre o meio
ambiente, torna-se fundamental a realização de pesquisas que busquem subsidiar
discussões a respeito o tema.
Nesse sentido, o presente estudo tem por objetivo analisar as informações
veiculadas ao longo dos anos de 1943 a 2012, no banco de dados norte-americano
ERIC , considerado o maior bando de dados sobre a educação do mundo.
3- Trajetória da Educação Ambiental – EA 3.1 Aspectos históricos e Legais da EA
Pretendemos apontar os fatos e bases teóricas imprescindíveis para
compreensão dos acontecimentos políticos, sociais, históricos e filosóficos no que
diz respeito à trajetória da EA. Enfocando prioritariamente as ações estabelecidas
como as mais influentes, como pudemos observar nos resultados dessa pesquisa;
desprovidos, no entanto, da intenção de esgotar os fatos ou apresentá-los
linearmente.
O histórico da Educação Ambiental pode ser exibido desde o século XVIII,
quando Jean-Jacques Rousseau enfatizou a importância da educação
correlacionada com o meio ambiente, sua linha de conduta foi seguida mais tarde,
por Louis Agassiz, um naturalista suíço que incentivou os estudantes a "estudar a
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natureza, e não livros"4. Estes dois grandes influenciadores da ecologia contribuíram
com as bases para um programa de educação ambiental, que surgiu no final do
século XIX e início do Século XX conhecido inicialmente como “Observação da
Natureza”.
Uma expoente dessa linha de educação no ano de 1911 foi Anna Botsford
Comstock (chefe do Departamento de Estudos da Natureza da Universidade de
Cornell), pioneira na edição do “Manual para Estudos da Natureza5”, que foi um
importante difusor dessa nova área do conhecimento, porque reuniu um expressivo
número de líderes comunitários, professores e cientistas, com o intuito de alterar o
currículo de ciências para crianças nos Estados Unidos. Esse fato foi visto como
uma grande conquista, pois até então, não se tinha relato no mundo, da adição da
disciplina ao ciclo básico dos alunos da rede publica de ensino. No entanto, foi na
Conferência em Educação da Universidade de Keele, Grã – Bretanha, que se
utilizou pela primeira vez, a terminologia Environmental Education (Educação
Ambiental); contudo, de acordo com Dias (2000), seria apenas aplicada à
conservação e ecologia.
Esses debates, concomitantes ao desenvolvimento da economia, e os
crescentes prejuízos ocasionados pela corrida economista global acarretaram a
necessidade de repensar nossas ações quanto ao nosso ambiente natural, bem
como do socialmente construído.
A princípio, as discussões acerca das questões ambientais iniciaram-se no
campo das ciências, Verificou-se dessa forma, o surgimento das organizações e a
criação de leis, que partiram de preocupações com a proteção do Meio Ambiente -
MA, e só posteriormente, por conta da crise civilizatória decorrente do modelo
capitalista, expandiu-se para o âmbito social.
Foi a partir da década de 1960 que surgiu no cenário político o movimento
histórico-cultural. Esses movimentos sociais foram além das críticas ao modo de
produção, fomentaram indagações quanto ao modo de vida da sociedade da época.
Dentre os movimentos sociais, marcou presença como um dos mais questionadores,
segundo Porto-Gonçalves (1990, p.12) o Movimento ecológico, que combatia o uso
dos agrotóxicos, a urbanização desenfreada, explosão demográfica, poluição,
pesticidas químicos, radiação, extinção, erosão, ameaças nucleares, corrida
4 www.berkeley.edu, acessado em Maio de 2012. 5 The Handbook of Nature Study - 1911
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armamentista, entre outras. A Primavera Silenciosa6 de Rachel Carson foi um livro
que causou grande alarde na população mundial, e provocou comoção e
preocupação no público quanto à necessidade da manutenção do meio ambiente,
culminando no fenômeno e conscientização conhecido como ambientalismo.
Destarte, com a temática ambiental in voga tornou-se alvo dos discursos e
conseqüentemente alvo de políticas públicas.
Nos anos 1960, o que aparece no mundo da educação é a seguinte discussão: precisamos internalizar a questão ambiental no sentido mais profundo, mais radical do termo. Discussão esta que vem acompanhada de uma crítica profunda ao capitalismo. Quando a educação ambiental chega ao Brasil, na época da ditadura, e logo depois, no início da abertura, os movimentos sociais estavam esfacelados [...] (LOUREIRO, 2010)
No Brasil, surgiram na ditadura militar na década de 1970, os movimentos
sociais, inclusive o movimento ecológico. Não diferente do resto do mundo, o Brasil
priorizava a questão desenvolvimentista, encarando a industrialização do país como
prioridade. Tratava-se de uma industrialização desenfreada que desconsiderava a
natureza e os trabalhadores no interesse de acabar com a “miséria”. No entanto, a
preocupação internacional pressionou o país a implantar ações para o investimento
interno, nem tanto por valorização ambiental. As instituições criadas garantiam
basicamente a hegemonia dominante e defendiam os investimentos para
manutenção do regime desenvolvimentista (PORTO-GONÇALVES, 1990).
Conforme assegura Dias (2004) ocorreu em 1972 a Conferência de
Estocolmo na Suécia, que visou o estabelecimento de uma visão globalizada e
princípios comuns que inspirassem e orientasse a humanidade para a preservação e
melhoria do ambiente humano, o que culmina na criação do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA.
A Conferência da Organização das Nações Unidas – ONU sobre o Ambiente
Humano reuniu 113 países, estabeleceu 26 princípios e foi um marco internacional
do esforço para elaboração das bases conceituais do que seria a EA. É importante
elencar que a educação ambiental ganhou reconhecimento internacional com essa
Conferência; foi o estabelecimento dos princípios de uma educação que asseguraria
o acesso ao conhecimento e possibilitaria reflexões em prol da proteção ambiental
(Id. Ibid. p. 74). 6 Silent spring - 1962
20
- Artigo II, da Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano: “A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano é uma questão fundamental que afeta o bem-estar dos povos e o desenvolvimento econômico do mundo inteiro, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos os governos”.
Dentre os princípios instaurados é relevante destacar o Princípio 1 que
elucida os deveres e os desfrutes da relação sociedade - homem – natureza.
Princípio 1 - O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. A este respeito, as políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras formas de opressão e de dominação estrangeira são condenadas e devem ser eliminadas (DIAS, 2004, p.369).
Insta ressaltar que, a Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO) e o Programa das Nações Unidas (UNEP) criaram as
três principais declarações que nortearam o curso de educação ambiental:
Declaração de Estocolmo
05-16 junho de 1972 - A Declaração da Conferência da ONU sobre o Meio
Ambiente Humano. O documento com 7 proclamações e 26 princípios "para inspirar
e guiar os povos do mundo na preservação e melhoria do ambiente humano."
A Carta de Belgrado
13-22 outubro de 1975 - foi construída sobre a Declaração de Estocolmo e
acrescenta metas, objetivos e princípios orientadores de programas de educação
ambiental, resultado do Workshop Internacional sobre Educação Ambiental realizado
em Belgrado.
A Declaração de Tbilisi
14 a 26 outubro de 1977 - foi um acordo unânime quanto ao importante papel
da EA na preservação e melhoria do meio ambiente do mundo; atualizou e
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esclareceu a Declaração de Estocolmo e A Carta de Belgrado, incluindo novas
metas, objetivos, características e princípios norteadores.
Após esse período, a educação ambiental sai de foco para a discussão
acerca dos danos ambientais que sucederam, como Seveso, Bhopal, Chernobyil e
Basel, propiciando um dramático crescimento na conscientização ambiental da
população mundial, alterando o foco de discussões da cúpula, para o tema
“Desenvolvimento Sustentável”, tendo ainda, como estandarte principal o buraco na
Camada de Ozônio. Nessa mesma década, 1980, difundiu-se rapidamente em
muitos países, a consciência acerca dos danos acumulativos/cotidianos (expansão
industrial) ao ambiente, e as discussões quanto a possibilidade de se reduzir os
danos e as consequências, por meio de práticas ecologicamente corretas.
Desta forma, a evolução das abordagens das questões do MA e a promoção
dos planos de ação, continuaram a ser desenvolvidas. Foram formuladas estratégias
e ações quanto aos aspectos relativos à questão ambiental, tais como: políticos,
sociais, econômicos, culturais, ecológicos, tecnológicos e éticos; nos planos
regional, nacional e internacional, tais como:
Global 2000 Report
1980 – divulgou-se o “Global 2000 Report”, relatório que afirmou que se as
tendências atuais permanecessem, no ano 2000, teríamos um mundo
superpopuloso, mais poluído, menos estável ecologicamente e mais vulnerável à
ruptura. Propôs-se então, a cooperação entre os países desenvolvidos e os em
desenvolvimento.
Convenção de Viena
1985 - Documento baseado7 na Declaração da Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente Humano e na Agenda 21. Os Estados, de acordo
com a Carta da ONU e os princípios do direito internacional, têm o direito soberano
de explorar seus próprios recursos, nos termos de suas próprias políticas ambientais
7http://www.educoea.org/Portal/bdigital/contenido/interamer/BkIACD/Interamer/Interamerhtml/Mellohtml/MelloIV.htm
22
e a responsabilidade de assegurar que atividades dentro da área de sua jurisdição
ou controle não causem dano ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além
dos limites da jurisdição nacional.
Protocolo de Montreal
1987 - Definiu ações sobre consumo e produção dos gases cloro-flúor-
carbonos: (i) limite do consumo; (ii) redução do consumo; e (iii) cada país
asseguraria que até julho de 1999 os níveis de produção e consumo não excederiam
50% dos valores calculados em 1986.
Na década de 1990, ocorreu significativa evolução em relação à
consciência ecológica, a “qualidade ambiental” foi inserida no cotidiano das pessoas,
de modo, a propiciar importantes transformações de base para o processo de
conservação, visando entrar “na contramão” dos constantes acordos firmados, e
enfim progredir; pretendendo uma pratica social/ambiental que só a Educação
Ambiental poderia construir.
ECO-92, Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra
1992 – Realizou-se entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro, reuniu
mais de cem chefes de Estado que buscavam meios de conciliar
o desenvolvimento socioeconômico com a conservação e proteção dos
ecossistemas da Terra.
Os documentos principais produzidos foram a Agenda 21, a Declaração do
Rio sobre o Meio Ambiente, na qual sua Seção IV, Item 36 descreve: “Integração
do meio ambiente e o desenvolvimento utilizando educação, capacitação e
conscientização”.
Protocolo de Kyoto
1996 – Objetivou mitigar os impactos ambientais provocados pelas mudanças
climáticas em decorrência do aquecimento global provocado pela emissão dos
gases do Efeito-Estufa.
Cúpula da Terra 2
26 de agosto a 4 de setembro de 2002, a Cúpula Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável, ocorreu em Johannesburgo - África do Sul, e
23
resultou em dois documentos: a Declaração Política e o Plano de Implementação,
quem visam amenizar os impactos ambientais, com fomento para sustentabilidade e
educação ambiental.
Rio + 20
13 a 22 de junho de 2012 - A Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável aconteceu no Rio de Janeiro. Assinalou os vinte
anos de realização da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (Rio-92) e definiu a agenda do desenvolvimento sustentável para
as próximas décadas.
3.2 Implicações da EA para a Educação no Brasil
A Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA foi originada em 1973 e
formulou Leis e algumas ações com vistas à conservação ambiental. No entanto,
ainda desconsiderava a dimensão social e a relação de interdependência dos seres
no ambiente. As ações combativas mostraram-se inaptas e a problemática ambiental
prevalecia; de acordo com Tozetti (2008, p. 22) essa constatação fez com que a
ONU convocasse nova Conferência, e em 1975 ocorreu em Belgrado o Encontro
Internacional sobre Educação Ambiental que teve como escopo traçar os
fundamentos para um programa internacional de EA, definiu-se as características
que servem como alicerce e, a continuidade juntamente com a multidisciplinaridade
foi posta como elemento que deveria ser integrado às diferenças regionais e voltado
para os interesses nacionais (DIAS, 2004). A carta de Belgrado, formulada nessa
Conferência, declara que cabe a EA formar cidadãos conscientes do ambiente total,
que se preocupem com os problemas associados a esse ambiente e que possuam
“[...] conhecimento, atitudes, motivações, envolvimento e habilidades para trabalhar
individual e coletivamente para resolver problemas atuais e prevenir futuros.”
Começou no final dos anos de 1980 a expansão dos conceitos ambientais,
dando existência aos órgãos específicos (SOUZA, 2000 apud TOZETTI, 2008):
SMA- Secretarias do Meio Ambiente, IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente,
COSEMA- Conselho de Meio Ambiente e diversas ONGs – Organização Não
Governamental com discursos ambientalistas, fatos que fortaleceram os conceitos
24
socioambientalistas e, em 1983 a ONU deu existência à Comissão Mundial ou
Comissão Brundtland sobre o MA e desenvolvimento, a partir da Comissão, foi
formulado o Relatório Brundtland conhecido também como “Nosso Futuro Comum”,
divulgado em 1987; foi nesse relatório que surgiram os conceitos de “nova ordem
mundial” e “Desenvolvimento sustentável” que direcionavam para um propósito de
conciliação entre a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico (GRUN,
1996, p. 18).
A Lei Federal nº 6.938/81 institui a Política Nacional do Meio Ambiente, que
compreendia um novo paradigma ético ambiental, colocando no cerne a proteção de
todas as formas de vida, “[...] passou a permitir que os bens e componentes
ambientais pudessem ser protegidos independentemente dos benefícios imediatos
que poderiam trazer para o ser humano” (RODRIGUES, 2005, apud TOZETTI, 2008,
p. 17). Contudo, essa lei só adquiriu notoriedade depois dos esforços dos
ambientalistas e o Artigo 225 da Constituição Federal de 1988 consolidou os
princípios gerais em relação ao MA. Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1998, p. 111).
Em 1987 o Plenário do Conselho Federal de Educação (Ministério da
Educação - MEC) aprova, por unanimidade, o parecer a respeito da Lei 226/87, que
considera necessária a inclusão da Educação Ambiental dentre os conteúdos a
serem explorados nas propostas curriculares das escolas de 1 e 2° graus. [...] a educação ambiental configurou-se, em seu início, como conteúdo de ecologia. Ela vai ganhando essa outra feição, mais ampla, nos anos 1980, quando ocorre o processo de democratização e essas discussões ganham corpo no Brasil. É quando a educação, em geral, e a educação popular, em particular, especialmente na figura de Paulo Freire, aproxima-se da educação ambiental. Então ela passa a ser realmente um processo de discussão de cidadania, de reflexão da existência de discussão de políticas públicas e de uma ação coletiva (LOUREIRO, 2010).
Posteriormente ao estabelecimento da obrigatoriedade da EA pela
Constituição de 1988 intensificam-se as discussões ambientais, principalmente
depois da Conferência Rio-92 ou Eco-92 que foi realizada pela ONU, composta por
178 delegações e idealizada após a não constatação da efetiva melhoria na questão
ambiental mundial (CRUZ, 2011, p. 26). Incluiu a participação do Ministério da
25
Educação – MEC e, nasceu daí a Agenda 21, um programa que de acordo com o
texto do Programa Brasileiro Nacional de Educação Ambiental (BRASIL/ProNEA,
2005, p. 24) “reconhece ser a Educação Ambiental um dos instrumentos mais
importantes para viabilizar a sustentabilidade como estratégia de sobrevivência do
planeta e, consequentemente, de melhoria da qualidade de vida humana” (CRUZ,
2011, p. 27).
Nessa conferência a insustentabilidade do modelo de “desenvolvimento”
então vigente foi reconhecida e o modelo sustentável passou a ser almejado, de
forma que a Agenda 21 tornou-se um Plano de Ação para a Sustentabilidade e a
Educação Ambiental, conquistando status de processo de promoção estratégica
desse novo modelo de desenvolvimento (DIAS, 2004, p.50), capaz de satisfazer as
necessidades do presente sem o comprometimento das futuras gerações. O ensino tem fundamental importância na promoção do desenvolvimento sustentável, para aumentar a capacidade do povo de abordar questões de meio ambiente e desenvolvimento. Tanto o ensino formal como o informal, é indispensável para modificar a atitude das pessoas, para que estas tenham capacidade de avaliar os problemas do desenvolvimento sustentável e abordá-los. O ensino é também fundamental para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas e comportamentos em consonância com o desenvolvimento sustentável e que favoreçam a participação pública efetiva nas tomadas de decisão. Para ser eficaz, o ensino sobre o meio ambiente e desenvolvimento deve abordar a dinâmica do desenvolvimento do meio físico/biológico e do sócio econômico e do desenvolvimento humano (que pode incluir o espiritual) deve integrar-se em todas as disciplinas e empregar métodos formais e meios efetivos de comunicação (AGENDA 21, cap. 36, 1992).
A Agenda 21 simbolizou o comprometimento de toda comunidade
internacional em solucionar as problemáticas ambientais emergenciais até o ano
2000. O objetivo que não foi alcançado, segundo Tozetti (2008), porque faltou a
implementação de políticas adequadas que considerassem a complexidade
econômica, política e social do processo.
Conforme assegura Cruz (2011, p.28), o Programa Nacional de Educação
Ambiental - ProNEA criado em 1994 pelo Ministério da Educação - MEC, o Ministério
do Meio Ambiente – MMA, o Ministério da Cultura – MinC, o Ministério da Ciência e
Tecnologia – MCT “ [...] tem como propósito, ações, metas e princípios a garantir o
desenvolvimento do país, ampliando a sustentabilidade e a qualidade de vida”
buscando a harmonia para “interdependência natural e social, ocorrendo de maneira
transversal e no âmbito escola”.
26
3.2 – Caminhos da Educação Ambiental
De acordo com o que foi descrito até aqui, a projeção, da ideia de EA na
sociedade, sua fundação relativamente recente (1960), até o participante da
apreciação da natureza e de sensibilização para a educação com vistas a um futuro
ecologicamente sustentável. Essa tendência elaborada como um microcosmo de
quantos programas de educação ambiental se envolvem com os participantes por
meio do desenvolvimento de um sentimento de valorização da natureza, que é,
então, traduzido em ações que afetam a conservação e sustentabilidade.
Essa busca pela sustentabilidade ilustra uma inter-relação que, segundo Reigota
(1998), “[....] aponta para propostas pedagógicas centradas na conscientização,
mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de
avaliação e participação dos educadores”. É evidente que os educadores têm papel
central e decisivo na inserção da educação ambiental, são responsáveis por
conduzir os alunos ao pensamento ecológico/crítico, face ao exposto (situação
socioambiental), tendo como motriz a mudança de hábitos e as relações
socioambientais, visando à cidadania ambiental, o que resultaria inegavelmente, na
e sensibilização do educando.
Tal busca iniciou-se a partir do momento que a sociedade compreendeu os
danos ambientais decorrentes do “desenvolvimento” tecnológico, oriundo da
mentalidade capitalista que domina o mercado global. A base da expansão
econômica teve seus primórdios na Revolução Industrial, foram vivenciadas
mudanças sem precedentes na esfera econômica e conseguintemente na esfera
ambiental desde meados da década de 1970.
Essas transformações, oriundas da corrida por lucro do sistema capitalista são
fomentadas pelos ditames do pensamento neoliberal, exibindo a busca por lucro e
acumulação de riquezas, pressão que recai sobre o meio ambiente e seus recursos
naturais, utilizados como matéria prima para produção de produtos elaborados de
valor agregado. Em consonância com Boff (1999) “[...] aqueles que detêm o
monopólio do ter, poder e saber, controlam não apenas os mercados, mas também
todas as estruturas que garantem a manutenção e a disseminação das ideologias
dominantes”.
27
Partindo dessa premissa, ou seja, a do impacto a população com ideologias
dominantes, a educação e o ambiente obviamente não escapam a essa lógica, o
que resulta na inaplicabilidade do real papel da educação, de educar e transformar.
Segundo Gouvêa (2006): Durante certo tempo, a educação ambiental restringiu-se a cumprir seu papel na perspectiva preservacionista, no entanto, instada a transitar na complexa tessitura de conhecimentos políticos, éticos, econômicos, culturais e outros, impôs-se transcender ao reducionismo das práticas esporádicas. Tais práticas não produziram, efetivamente, alterações nos padrões de consumo e na maneira de viver da sociedade globalizada. Os mesmos não desenvolviam consciência, não transformavam hábitos e atitudes e não educavam; e, se não educavam, não refletiam; e, se não refletiam, não transformavam (GOUVÊA, 2006).
Deste modo, clarifica-se que a Educação Ambiental tem papel central no
processo de conscientização por exibir esforços que se inclinam a desvelar questões
acerca da temática. Ou seja, informando, educando e contextualizando o aluno,
fomentando o pensamento reflexivo, crítico, capaz de negar sua natureza
consumista; como também, buscando como resultado a criação de uma mentalidade
para um consumo consciente visando diminuir sua “pegada ecológica8”. O
comentário em expertise realizado por Rios (2001, p.12 apud GOUVÊA , 2006, p.
166), sustenta essa concepção por ressaltar que “não é qualquer um que pode ser
professor e nem qualquer professor que pode enfrentar os desafios presentes em
nosso tempo; tendo nessa premissa se faz pertinente inserir educação ambiental no
processo de formação de professores”. Esse tal comentário exorta a necessidade de
capacitação pedagógica para que o conteúdo seja ministrado com as ferramentas
adequadas, de modo que potencialize a conscientização e sensibilização do
educando, e até mesmo, por meio dele, do meio no qual esta inserido.
Estudiosos como Marcos Reigota, Carlos Loureiro, Paulo Freire, Genebaldo
Dias, Naná Medina e Enrique Leff, entre outros; teorizaram acerca da possibilidade
de reparação da ação educativa, de forma que asseguremos a prática da EA, pois
8 O termo foi primeiramente usado em 1992 por William Rees; é atualmente usadoem todo o globo, como um indicador de sustentabilidade ambiental. Sendo usado para medir e gerenciar o uso de recursos por meio da economia. Ou ainda, para explorar a sustentabilidade no estilo de vida de indivíduos, produtos, serviços, organizações, setores industriais, vizinhanças, cidades, regiões e nações.
28
“A temática ambiental, pela sua complexidade e presença no nosso cotidiano, é
entendida das mais diversas maneiras e possibilita intervenções pedagógicas
diversas” (REIGOTA, 2012).
Sabemos que “O homem é o resultado do meio cultural em que foi
socializado. Ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o
conhecimento e a experiência adquiridas pelas numerosas gerações que o
antecederam” (LARAIA, 2001. p. 150). Dessa forma, a inserção dos conceitos da
educação ambiental e a apropriação cultural deve ser enfocada desde os primórdios
na trajetória educacionais das crianças. Nesse caminho, partilhamos da concepção
de Reigota (2012) que afirma que não é possível falar de meio ambiente –
compreendendo que meio ambiente não se refere apenas ao meio natural (intocado
pela ação humana) - sem antes pensarmos no que entendemos disso, as relações
do meio ambiente com nosso cotidiano e quais são as possibilidades políticas,
sociais e pessoais que temos para interferir nesse processo.
A prática da EA depende da concepção que as pessoas elaboram (REIGOTA,
2009) e ilustra a necessidade da reformulação dos valores em prol de ações pró-
ambientais. Reigota (1995) alerta ainda, que é no diálogo entre as diversas culturas,
entre os conhecimentos tradicionais e científicos, e suas diversas interpretações “[...]
que poderemos encontrar possibilidades inovadoras e transformadoras”. [...] a educação ambiental é uma filosofia da educação, ou seja, um pensamento sobre a educação e que se quer política. A temática ambiental, qualquer que seja ela num processo pedagógico, tem que ter pertinência, sentido e significado social e cultural para as pessoas, inclusive para os professores (REIGOTA, 2012).
Nesse sentido, por considerarmos que as escolas constituem um ambiente
propício para transformações, podemos alcançá-las por meio da adaptação cultural
e da “[...] manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as
inovações e as invenções” (Id. Ibid.), buscamos montar um cenário da produção
científica acerca do tema.
3.3 - O Meio Ambiente como um Tema Transversal
Os PCNs são Parâmetros Curriculares Nacionais que trazem conteúdos a
serem trabalhados no ensino fundamental e que incluem dentre os conteúdos
tradicionais do currículo, os temas transversais como: Meio Ambiente, Pluralidade
29
Cultural, Ética, Orientação Sexual, entre outros, que devem ser abordados de forma
transversal, ou seja, devem permear as demais disciplinas.
O tema meio ambiente é um dos temas transversais dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs), segundo Camargo (2008, p. 11) “Não é difícil
introduzir a discussão com os alunos, pois, boa parte deles demonstra interesse
pelo tema e carrega informações adquiridas fora da escola [...]”. Os meios
midiáticos e a própria comunicação interpessoal dos alunos têm resultado em
importantes discussões acerca do tema. Entretanto, ainda segundo Camargo
(2008), existe a necessidade de indagar e esclarecer algumas questões que
costumam ser deturpadas.
Como a falta de diferenciação dos termos, por exemplo, “[...] preservação
ambiental é a ação de proteger um ecossistema [...]” sem interferências humanas,
já a conservação ambiental “[...] é o uso racional de um recurso qualquer, para se
obter um bom rendimento, ou seja, usar com cuidado” (CAMARGO, 2008, p. 11).
Todavia, é importante lembrar que o meio ambiente não é unicamente natureza;
esse é outro ponto compreendido constantemente de forma errônea. É papel do
educador, articular e por meio de práticas pedagógicas contínuas, conduzir os
educandos a criarem esse conceito de ambiente não somente, como sinônimo de
natureza, mas como um campo de interações entre a cultura, a sociedade e a base
física e biológica dos processos vitais, no qual todos os termos dessa relação se
modificam dinâmica e mutuamente (CARVALHO, 2004, p.37).
Os PCNs de 1997, referentes ao terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental promove um planejamento; apresenta-se um tema aos alunos, dialoga-
se, utiliza-se de recursos midiáticos ou mesmo de uma pesquisa de campo para
delimitar problemas e sugerir soluções. É necessário delimitar os problemas que
serão investigados e levantar hipóteses para soluções. Ressalta-se que as aulas
de campo ou laboratorial estimulam o aprendizado, no entanto, os parâmetros
determina que se considerem os riscos reais e potenciais à integridade física.
Diante do exposto, os PCNs sugerem (1997) passeios a parques dentro da
própria cidade para que os educandos possam observar o espaço físico, o
ambiente (solo, relevo, vegetação, fatores climáticos) os animais e seus hábitos e o
impacto das ações humanas sobre o ambiente, a fim de fomentar discussões que
contribuam para sanar os problemas ambientais.
30
Com essas informações e considerando a importância da educação ambiental
na formação crítica do educando, e a necessidade de um professor habilitado para o
cumprimento satisfatório de sua função, produzimos um levantamento na base de
dados ERIC (Educational Resources Information Center) dos artigos publicados no
campo educacional, para se correlacionar com acontecimentos históricos, a nível
mundial, que buscaram debater a temática da Educação Ambiental e
Sustentabilidade partindo do pressuposto, que o incentivo de cúpulas de debates
ambientais fomenta o desenvolvimento de pesquisas na área, bem como, a
propagação e o aumento quantitativo das publicações. Fazemos aqui um importante
recorte quanto à participação dos pedagogos nessas publicações, para esmiuçar
um cenário quanto ao número de publicações no mundo.
4- PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
Este trabalho apresenta um levantamento documental do tipo quali-
quantitativo relacionado aos artigos publicados em periódicos de âmbito
internacional da área de Educação, na subárea Educação Ambiental.
Na pesquisa em questão, o levantamento ocorreu com a consulta ao ERIC
(Educational Resources Information Center) que é uma biblioteca digital online de
pesquisa, educação e informação.
O ERIC foi criado no ano de 1966 e é patrocinado pelo Instituto de Ciências
da Educação dos Estados Unidos - Departamento de Educação. Seu acervo contém
registros de uma variedade de tipos de publicações como: artigos de revistas, livros,
sínteses de pesquisas, documentos de conferências, relatórios técnicos,
dissertações, documentos de política, entre outros materiais relacionados com a
educação.
A base de dados ERIC foi selecionada por ser direcionada exclusivamente
para o setor de educação. Foi definida da seguinte forma pela Universidade de São
Paulo - USP/SIELO9:
ERIC (Educational Resources Information Center) é o índice de literatura relacionada à educação mais amplamente usado em todo o mundo. Estabelecido em 1966, o ERIC é suportado pelo U.S. Department of Education's Office of Educational Research and
9 http://citrus.uspnet.usp.br/sibi/biblioteca/eric.htm
31
Improvement e administrado pela U.S. National Library of Education (NLE) [...] é a maior base de dados de educação no mundo contendo mais de um milhão de registros de artigos de periódicos, relatórios de pesquisa, currículo e guias de ensino, trabalhos de conferência e livros (ERIC, 2012, online).
O levantamento em base de dados é uma forma segura e organizada para se
acessar grandes sistemas de recuperação de informação, possibilita a obtenção
sistemática das informações, proporciona a estruturação de uma pesquisa com
maior nível de complexidade e permite a busca na base de dados de diferentes
formas. Encontramos as publicações por meio de palavras localizadas apenas no
título, resumo, palavra-chave, ou ainda pelo autor, tema, etc.; pode-se ainda, como
no caso desta pesquisa, fazer de forma combinada, buscando a terminologia no
título, nas palavras-chave e no resumo. Essa metodologia culmina no refinamento da
pesquisa, mostrando resultados, mais específicos, aumentando, assim, a qualidade
do levantamento bibliográfico.
Para o presente estudo foram selecionados artigos de revistas da área da
educação, publicados em dois momentos. O primeiro momento da busca na base de
dados deu-se do período de 1943 a 1969 com o uso da terminologia “Conservation
Education”. Posteriormente, usamos o termo “Environmental Education” 10
(Educação Ambiental) para a busca de indexação de 1969 a 2012. Essa
diferenciação na busca dos artigos ocorreu por conta de informações adquiridas no
levantamento bibliográfico/ histórico, da terminologia em questão, considerando que
houve uma “evolução” do termo Conservation Education para Environmental
Education. A presente análise se restringiu, basicamente, aos registros (título,
abstracts, palavras-chave) dos artigos obtidos nas bases de dados.
As pesquisas foram feitas do período de Janeiro de 1943 a Janeiro de 2012.
Os artigos continham pelo menos um dos seguintes elementos:
- As palavras “CONSERVATION EDUCATION” (EDUCAÇÃO PARA
CONSERVAÇÃO) no título, no resumo ou nas palavras-chave.
- As palavras “ENVIRONMENTAL EDUCATION” (EDUCAÇÃO
AMBIENTAL) no título, no resumo ou nas palavras-chave.
10 Aparece pela primeira vez a definição de "Educação Ambiental" em um artigo da autoria de James A. Swan, que mais tarde tornou-se o primeiro diretor de Educação Ambiental da UNESCO, o artigo foi publicado pela primeira vez na Digest Educacional em Março de 1970.
32
Essas informações são oportunas para este TCC, não trataremos dos
conteúdos, ideias e fundamentação teórica, desses estudos. Estabeleceu-se como
limite mínimo o ano de 1943 (primeiro resultado da pesquisa) nesse banco de dados
até o primeiro semestre de 2012, quanto aos últimos dados à disposição na base de
dados ERIC.
Posteriormente ao levantamento, análise e tabulação dos dados dessas
publicações, discorremos acerca dos resultados com o objetivo de relacionar o
volume das publicações com os eventos e as reuniões de cúpulas mundiais que
debateram a temática sustentabilidade e Educação Ambiental. Foram excluídas as
citações feitas pelos próprios autores, para eliminar a ocorrência de autocitações de
nossa pesquisa.
5- CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
O exame realizado na produção literatura periódica internacional registrada no
banco de dados da ERIC (que inclui também em seu acervo, artigos brasileiros
publicados na língua inglesa) relativo à presença da temática Educação Ambiental
(Environmental Education) aborda a seguinte questão: Qual é o volume de
publicações desse tema na grande área educação?
Traz à tona um conjunto de problemas e discussões recorrentes, quanto à
questão ambiental. Interessou-nos analisar a vasta produção científica disponível em
um dos maiores bancos de dados sobre a educação. Com esse viés, nos
propusemos a uma verificação seletiva dessa produção periódica internacional em
educação dos últimos 69 anos, do primeiro ao último artigo indexado na base de
dados até o momento em que a pesquisa foi realizada (de 1943 até o início de
2012), para que fosse possível traçar um cenário da trajetória dos momentos de
maior enfâse no tema, com o intuito de correlacionar a publicação de artigos acerca
do tema EA, com os grandes eventos sobre o Meio Ambiente que sucederam no
mundo.
Os artigos científicos contribuem para sustentar que o eixo temático pesquisa
tanto interno à universidade quanto fora, fortalece um compromisso e uma relação
com as “necessidades educacionais” como também, o estudo da questão da
pesquisa pela ótica educacional ou pedagógica se faz necessária por se tratar de
um assunto que não é comumente trabalhado dentro dos currículos do curso de
33
Pedagogia e consequentemente, não é expressivo no cotidiano escolar. Desse
modo, torna-se de grande valia essa análise da produção e da
quantidade/disponibilidade de artigos acerca do tema. A estratégia de seleção das
referências consistiu na leitura do título, dos resumos e na apreciação das palavras-
chave dos artigos de periódicos, a fim de identificar a presença central ou periférica
da temática de interesse.
Foram arrolados desse modo, com as terminologias “Conservation Education”
e “Environmental Education”, 40.647 artigos de periódicos da área educacional,
sendo 9.470 escritos por pedagogos.
A busca na base de dados ocorreu nos períodos de 1944 – 1969 com a
terminologia de “Conservation Education”; posteriormente a pesquisa para a
busca de indexação alterou para “Environmental Education” dos períodos de 1969
– 2012 (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1 Pesquisa antes de 1969 "Conservation Education"
34
Figura 2 - Pesquisa entre os anos de 1969 a 2012 com o termo "Environmental Education"
A pesquisa nesse banco de dados exibe todos os artigos indexados
com a terminologia “Environmental Education”, seria pertinente separar os artigos
publicados nessa área apenas por pedagogos. Como essa filtragem necessitaria
acessar todos os artigos encontrados buscando a formação dos autores, uma
maneira sugerida pela Biblioteconomista Ana Lúcia de Grava Kempinas11
(responsável pelo setor de indexação e pesquisa da Faculdade de Ciências
Agronômicas de Botucatu – UNESP), seria marcar o campo “Education Levels”
todos os níveis educacionais em que os pedagogos estariam habilitados para
trabalhar. Para efetuar essa seleção uma busca no site do MEC (Ministério da
Educação), a correlação entre os sistemas de ensino no Brasil e nos EUA (Tabela
1). É importante elencar que a tabela em questão é do ano de 2000, sendo que uma
mudança estava em processo para adicionar o 9° ano no ensino fundamental.
Segundo o site12 do MEC “constata-se um interesse crescente no Brasil em
aumentar o número de anos do ensino obrigatório. A Lei nº 4.024, de 1961,
11 algkempinas@fca.unesp.br 12 http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/noveanorienger.pdf
35
estabelecia quatro anos; pelo Acordo de Punta Del Este e Santiago, o governo
brasileiro assumiu a obrigação de estabelecer a duração de seis anos de ensino
primário para todos os brasileiros, prevendo cumpri-la até 19 / 7 / 06”. Este se tornou
meta da educação nacional pela Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, que aprovou
o PNE13.
Tabela 1 – Comparação entre os sistemas dos ensinos básico e secundário do Brasil e Estados Unidos
13 O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece a implantação progressiva do Ensino Fundamental de nove anos, com a inclusão das crianças de seis anos, consonante a universalização do atendimento na faixa etária de 7 a 14 anos.
36
Com base na tabela escolhemos os termos para selecionar: Elementary
Education, Grade 1, Grade 2, Grade 3, Grade 4, Preschool Education e Primary
Education; bem como o termo Adult Basic Education, uma vez que o pedagogo pode
atuar na alfabetização de adultos. Desta forma poderíamos levantar todos os artigos
sobre a temática “Educação Ambiental” nas classes atribuídas apenas a pedagogos
(Figura 3).
Figura 3 - Busca efetuada com o termo "Environmental Education" contemplando publicações baseadas nas classes Adult
Basic Education, Elementary Education, Grade 1, Grade 2, Grade 3, Grade 4, Preschool Education e Primary Education
O limite inferior do intervalo (ano de 1943) foi estabelecido a partir do primeiro
artigo encontrado pela busca em sua ordem cronológica crescente considerando um
ano como período mínimo entre a publicação de um artigo e sua citação por outro. O
limite máximo (primeiro semestre de 2012) justifica-se por ser o ultimo ano completo
de que se dispunha do ERIC. As citações foram quantificadas ano a ano, assim
como distribuídas em intervalos de frequência de todo o período coberto pelo
levantamento. Para facilitar a interpretação das informações elaboramos um gráfico
de linha e colunas onde a linha de tendência se refere a numero de publicações
sobre o tema, e as colunas são encontros de cúpulas internacionais que debateram
o tema.
37
RESULTADOS
As informações oriundas da busca na base de dados se deu nos períodos de
1944 – 1969 com a terminologia de “Conservation Education”; posteriormente
alterou para “Environmental Education” dos períodos de 1969 – 2012, resultando
em um total de 40.647 artigos encontrados (Tabela 2). Em consonância às buscas,
foi marcada a opção “Education Levels” que se refere às atribuições da área, no
caso, nas habilitações dos pedagogos, essa busca resultou em 9.470 artigos
(Tabela 2). Podemos correlacionar diante de 23,3 % dos artigos publicados que se
enquadram nas classes consideradas área de habilitação dos pedagogos, o que não
impede de ocorrer publicações de artigos fora dessas classes, como por exemplo, a
classe “High Schools” (correlacionando seria equivalente a Graduação em Nível
Superior) por pedagogos. É pertinente destacar a ausência de banco de dados
especializado nas publicações elaboradas por pedagogos ou mesmo a inexistência
de ferramentas de busca capazes de uma filtragem a partir da formação dos autores.
Tabela 2 - Resultados obtidos das Buscas
Ano N° de
Publicações
Publicações de
Pedagogos
Total de
Publicações %
1943 2 0
4 0,01
1944 0 0 1945 0 0 1946 0 0 1947 0 0 1948 0 0 1949 2 1 1950 2 0
24 0,06
1951 0 0
1952 0 0 1953 3 1 1954 0 0 1955 1 0 1956 7 2 1957 2 1 1958 3 1 1959 6 2 1960 14 5
1410 3,5 1961 9 2 1962 20 3
38
1963 31 10
1964 45 6 1965 73 23 1966 133 32 1967 242 84 1968 302 48 1969 541 140 1970 853 153
12455 30,6
1971 1198 347 1972 1430 414 1973 1365 491 1974 1317 355 1975 1293 374 1976 1233 345 1977 1362 355 1978 1256 440 1979 1148 280 1980 976 176
7492 18,4
1981 900 153
1982 772 120 1983 679 108 1984 770 147 1985 732 255 1986 695 77 1987 704 232
1988 643 115 1989 621 136 1990 762 160
8604 21,2
1991 794 111 1992 846 177 1993 898 143 1994 1079 366 1995 1083 250 1996 792 150 1997 784 125 1998 789 268 1999 777 116 2000 808 96
8075 19,9
2001 683 232 2002 658 60 2003 556 150 2004 720 50 2005 736 58
2006 819 131 2007 945 292 2008 963 221 2009 1187 94 2010 1237 420
2583 6,4 2011 948 303
39
2012 398 63
40647 9470 40647 100 %
23,3 %
Com a instrução plausível de aumento de publicações referente a cúpulas
internacionais um gráfico de colunas e linhas foi elaborado correlacionando os
eventos mundiais que debateram a temática com as publicações encontradas na
pesquisa (Figura 4).
40
Figura 4 – 1 - 1945 Fim da Segunda Guerra Mundial; 2 - Movimento de “Educação Ambiental” moderno, ganharia impulso significativo a partir dos anos 1960; 3 – 1970 primeiro artigo com a
terminologia “educação ambiental” da autoria de James A. Swan; 4 – 1972 Conferência de Estocolmo; 5 – 1976 Carta de Belgrado foi o resultado do Workshop Internacional sobre Educação
Ambiental; 6 – 1978 A Declaração de Tbilisi ", observou o acordo unânime do importante papel da educação ambiental na preservação e melhoria do meio ambiente do mundo; 7 – 1980 Global
2000 Report; 8 – 1985 Convenção de Viena; 9 – 1987 Protocolo de Montreal; 10 – 1992 ECO-92; 11 – 1996 Protocolo de Kyoto; 12 – 2002 Cúpula da Terra 2; em 2012 Rio +20.
41
Mediante o gráfico (Figura 4) podemos verificar que entre o fim da Segunda
Guerra Mundial até meados da década de 1960, pouco se publicou a respeito da
temática. Talvez isso se deva aos anos pós-guerra em que houve um retrocesso nas
publicações em todas as áreas, uma vez que pesquisa necessita de investimento,
seja ele pelo setor privado ou mesmo governamental, desta forma no período pós-
guerra a necessidade de reestruturar a econômica reflete em todas as outras áreas.
No entanto, após esse período de reestruturação, um grande investimento foi
realizado em direção à expansão econômica. Uma direção que na qual o meio
ambiente foi associado e colaborou com a percepção dos danos ambientais
recorrentes do “desenvolvimento” tecnológico. A base da expansão econômica tem
seus primórdios na Revolução Industrial, seguindo desde os meados da década de
1970 vivemos mudanças sem precedentes na esfera econômica e,
consequentemente, no debate ambiental.
Essa política de ação sobre o meio ambiente gerou uma nova consciência
levando a um aumento no número de publicações de 1960 a 1972, esse último ano,
evidenciou a chamada “nova consciência ambiental” com a “Conferência de
Estocolmo”. Nesse período tivemos o pico máximo de publicações com o tema
Educação Ambiental. Podemos assim, vislumbrar a grandeza e a capacidade que as
cúpulas e conferências mundiais fomentam na propagação da temática ambiental.
Entre 1972 a 1976 tivemos uma queda nas publicações, sendo que, no ano
de 1976, com a “Carta de Belgrado” ocorreu novamente, um aumento das
publicações, [uma vez que, tal relatório foi o resultado do Workshop Internacional
sobre Educação Ambiental]. Essa elevação nas publicações se mantém até o ano
de 1978 com a “Declaração de Tbilisi”.
Após o período de 1976 a1978 um novo eixo temático foi apresentado às
discussões de cúpula denominado “Desenvolvimento Sustentável”. Esse conceito se
traduz num modelo de desenvolvimento global que incorporou preceitos como
Economicamente viável, Ecologicamente correto e Socialmente justo. Essa
terminologia foi apreciada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, em 1983 pela Assembleia das Nações Unidas.
Desta forma, é visível a queda nas publicações com a temática “Educação
Ambiental” entre os anos de 1978 a 1990. Nesse período, as cúpulas que
sucederam foram: Global 2000 Report (1980), Convenção de Viena (1985) e
42
Protocolo de Montreal (1987), que exibiram as projeções dos danos ambientais e
discutiram as formas de aplicação do desenvolvimento sustentável para que a
economia dos países não fossem ameaçadas.
Em meados de 1990 uma nova linha de pensamento surgiu com a premissa
de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos
ecossistemas da Terra. O fator social exposto como prioridade em relação à
economia foi uma concepção inovadora que culminou na ECO 1992 (realizada
entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro). A preocupação nesse momento
era a melhoria social, no que concerne a qualidade de vida dos cidadãos e a
preservação/manutenção do ambiente natural. Desse modo, a educação voltou ao
debate como a mola propulsora para a consolidação de uma nova consciência
ambiental. Dessa forma, tivemos, novamente, uma elevação no número de
publicações sobre a temática “Educação Ambiental”.
Com passar do tempo no período de 1995 a 2004, visualizamos um novo
decréscimo no número de publicações de EA, no entanto, logo após esse período,
houve uma elevação no número de publicações concomitante à realização da
Cúpula da Terra 2 que se reuniu em Johannesburgo - África do Sul que resultou em
dois documentos: a Declaração Política e o Plano de Implementação. Esses dois
documentos visavam minorar os impactos ambientais em diferentes partes do
mundo com fomentos para sustentabilidade e educação ambiental.
A partir de 2004 ocorreram novos recursos, incentivos e planos educacionais
que fomentaram estudos sobre educação ambiental. O número de publicações
permaneceu em uma assíntota crescente.
Esses dados mostram como estão as produções na área e ilustra que seria
interessante verificar no período de 2012 a 2015, pois se evidenciou que essas
publicações retardam em média dois anos, para que o número de publicações seja
expressivo, posteriormente ao debate do tema em uma reunião internacional.
É visível que, por mais que o número de publicações aumente em conjunto
com os simpósios, reuniões e cúpulas, necessita-se que o país em questão tenha
diretrizes que favoreçam a aplicação da educação ambiental em sua estrutura
educacional, porque se não existir tal incentivo, o aumento de informação se torna
efêmero e insignificante para os profissionais que atuam na área da educação.
43
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em relação à EA e à Sustentabilidade a sociedade atual vive ainda sob o
paradigma antropocêntrico. O consumo e os grandes impactos ambientais do
sistema capitalista deve ser refreado para evitar um desfecho planetário com o
esgotamento total dos recursos ambientais.
Mesmo com um cenário de esgotamento planetário temos resultados
positivos diante da ação e do esforço serial de toda a comunidade. Em relação ao
trabalho aqui apresentado visou fornecer alguns sinais da produção científica
periódica internacional relacionada ao tema produção científica acerca da EA.
No que diz respeito à análise das publicações podemos afirmar que as
reuniões e cúpulas mundiais na área ambiental, influenciaram no aumento das
publicações. Nesse sentido, constatamos que a temática em pauta traz o assunto à
tona, o que expõe os óbices em evidência, incentivando a pesquisa na área seja ela
fomentada por recursos privados ou por atividades de cunho particular de
pesquisadores evolvidos com o tema.
Os dados significativos obtidos, representados pelo aumento expressivo de
publicações, ocorreram em consequência da ação das cúpulas que focaram o tema
EA em suas pautas. Ou seja, uma reunião referente à temática ambiental por si só
não exerce grande influência nem mesmo incentivo para a pauta Educação
Ambiental. Desse modo, configura-se a necessidade de que a EA seja um dos
temas na pauta das discussões.
Do desenvolvimento da nossa pesquisa, podemos afirmar que o tema
sustentabilidade foi enfocado em determinados períodos e por quase três décadas,
tornou-se o referencial, o padrão a ser alcançado. É pertinente ressalvar que o tema
sustentabilidade e a conscientização ambiental ampliaram, mesmo não avançando
no sentido de mitigar os danos ambientais. Desse modo, damos relevância a
chamada “pegada ecológica”, ou seja, ao estilo de vida da população e suas ações
cotidianas, capazes de cooperar com a manutenção ou extinção dos recursos
naturais, devido ao uso consciente ou não.
Nesse escopo fica evidente que as políticas públicas, de modo geral, devem
existir com metas da área de EA, de fomento de projetos de educação, porque
44
mesmo com a ocorrência das cúpulas mundiais, pouco poderá ser agregado ao
debate se não colocarmos na ordem do dia essas questões práticas que visam o
estabelecimento das experiências bem sucedidas, dos parâmetros ou ainda, dos
sistemas de ensino com enfoque na EA.
No sistema econômico atual dificilmente uma empresa ou um governo irá
deixar de mencionar planos focados no setor ambiental; fato facilmente vislumbrado,
pois, é corriqueira a presença dos discursos ecológicos, na mídia e na vida
cotidiana. No entanto, essa ecologia difundida, possui diversas razões de ser, e
uma delas é a questão do modismo, muitas ações não decorrem da tomada de
consciência do sujeito, de modo, que as ações ecológicas não significam,
necessariamente, o nascimento de uma consciência ambiental na sociedade. Deste
modo, faz-se imprescindível a participação da educação ambiental para reversão
desse quadro, sendo importante sua inserção já nos anos iniciais da educação, com
vistas a formar essa consciência ambiental e promover uma mudança de paradigma
nesse modelo de vida consumista, bem como, a constituição de um consenso, que
conceba o cuidado com a natureza e as escolhas do sujeito, como prática
influenciadora, no meio ambiente e, consequentemente, na qualidade de vida de
todos os seres vivos.
Nossa pesquisa proporciona comparações das publicações na área de EA
nas décadas de 1940, 1950, 1960, 1970, 1980,1990, 2000 e 2010, pelas tabelas e
gráficos (Tabela 1, Tabela 2 e Figura 4). Evidenciamos que, em momentos de
acontecimentos históricos, principalmente, de grandes desastres ambientais ou
catástrofes naturais, tais como Bomba Atômica no fim da segunda guerra mundial e
as inversões térmicas que ocorreram na Europa, na década de 1970 tivemos a área
do debate. A sociedade capitalista instituiu uma mentalidade que valorizou e
organizou, a partir de um principio que visa constantemente gerar e acumular
riqueza, tal mentalidade grandemente enraizada, gerou uma população com
preocupações especificas, que focam, por exemplo, metas que os permitam
conquistar, patamares sociais mais elevados; no entanto, quando a “natureza” se
impõe, e “nos lembra” que estamos em um sistema dinâmico e que o planeta
também responde significativamente às constantes agressões a que é sujeitado,
percebe-se o quanto essa busca pela riqueza e pelo poder, é efêmera, e discute-se
se não seria mais pertinente, a criação da chamada consciência e sensibilização
45
ambiental, em prol de um planeta, equilibrado e da manutenção do meio ambiente
natural, bem como o construído pelo homem.
Em suma, é mister afirmar que o tema sustentabilidade será melhor
alcançado com bases sólidas por meio da EA. Desse modo esta contribuirá na
escola, desde os primeiros anos de escolaridade promovendo consciência renovada
com um modelo de sociedade que pense mais no futuro e na necessidade de
conservação, do que na produção desenfreada e na geração de riquezas.
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