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Philpot, J. C. – 1802;1869 A palavra da graça de Deus / J. C. Philpot Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio de Janeiro, 2017. 32p.; 14,8 x 21cm Título original: The Word of God”s Grace 1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves, Silvio Dutra I. Título CDD 230
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"Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à
palavra da sua graça; a ele que é poderoso para
vos edificar e dar herança entre todos os
santificados." (Atos 20:32)
Eu não conheço uma parte mais afetuosa da
Palavra de Deus do que a que está contida em
Atos 20: 17-38.
Há dois versículos especialmente que um dos
ternos sentimentos mal consegue ler sem que
as lágrimas lhe cheguem aos olhos; "E todos
choraram, e caíram sobre o pescoço de Paulo, e
o beijaram, pesarosos pelas palavras que ele
falou, que não veriam mais o seu rosto. Que
carinho afetivo é exibido em ambos os lados!
Que sinceridade brilha por todo o discurso de
Paulo! Que nobre simplicidade! Que zelo pela
glória de Deus! Que desejos reais para o bem-
estar espiritual daqueles com quem ele estava
se separando! Certamente, se a vergonha
pudesse cobrir a sua face, a infidelidade deve ser
levada ao rubor, se ela pudesse ler esta
impressionante parte da Palavra de Deus e então
negar que está marcada nela toda marca de
genuinidade e indescritível veracidade e
realidade, que tão fortemente brilham através
de cada linha.
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Mas, há algo muito mais profundo no discurso
de Paulo aos anciãos da Igreja em Éfeso do que o
caminho natural, ou mesmo o nobre altruísmo
que forma nele uma característica tão
proeminente, que devemos pensar que até um
homem natural com sentimentos ternos
poderia mal ler suas palavras de despedida sem
alguma emoção em seu coração. Além de tudo
isto, embora em si mesmo inefavelmente belo,
quando o lemos à luz do Espírito, vemos contido
nele um fundo de verdade espiritual e
experimental, e especialmente nos versos que
formam o meu texto.
Dessa forma, então, com a bênção de Deus,
considerarei as palavras diante de nós esta
noite; não fazendo divisões formais, mas
tomando-as como elas se apresentam diante de
mim, e olhando para o Senhor para que ele seja
para mim boca e sabedoria, e me capacite para
falar a partir delas, para que Deus possa ter a
glória, e seu povo o benefício e o conforto.
I. "Eu vos recomendo a Deus." Por três anos o
apóstolo Paulo trabalhou em Éfeso; e durante
esse tempo ele exortou os discípulos noite e dia
com lágrimas. Ele assim claramente manifestou
que seus interesses espirituais estavam muito
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perto de seu coração; que ele estava ligado a eles
pelos laços mais fortes de união e afeto.
Carregando, então, em seu próprio peito, um
profundo sentimento de sua fraqueza e
corrupção de sua natureza; mas ao mesmo
tempo conhecendo experimentalmente os ricos
suprimentos da graça de Deus, e como a força de
Cristo se aperfeiçoa na fraqueza; enquanto ele
se entristece ao ver com antecipação as
armadilhas, provações, aflições e tentações que
estavam em seu caminho, mas foi encorajado
por conhecer as ricas provisões da misericórdia
e do amor da aliança.
Chegando, pois, a Mileto, a caminho de
Jerusalém, envia a Éfeso a cerca de trinta milhas
de distância, e chama os anciãos da igreja,
desejando colocar diante deles as coisas de
Deus. Estes anciãos eram os pastores, ou
ministros, que "o Espírito Santo tinha feito
superintendentes" literalmente, "bispos" sobre o
rebanho, "para alimentar a igreja de Deus que
ele tinha comprado com seu próprio sangue".
Mas, Paulo olhava para o futuro com olhos
proféticos, e viu que "depois de sua partida,
entrariam entre eles lobos vorazes que não
poupariam o rebanho". Ele viu a nuvem de
perseguição que estava prestes a estourar sobre
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eles; ele ouviu os uivos distantes de "lobos
vorazes", que logo "entrariam entre eles",
aqueles lobos que por algum tempo foram
retidos por uma mão divina, mas estavam
prontos a saltar sobre o rebanho e, se Deus não
se interpusesse, os rasgaria em pedaços.
Mas, havia algo que se encontrava ainda mais
perto do seu coração. Não apenas viu os perigos
externos que os aguardavam; seu olho profético
não só percebia a forma escura de lobos vorazes
nas montanhas distantes, mas olhava para o
próprio centro, o próprio corpo da própria
igreja. E que visão encontrou seu olho! Ele viu
que mesmo deste corpo pequeno; deste
rebanho fraco, a maioria seria cortada! “Dentre
eles mesmos homens se levantariam falando
coisas perversas", e seu objetivo seria o de "atrair
os discípulos para segui-los".
Olhando assim para a igreja de Éfeso, e vendo os
perigos externos e internos aproximando-se, ele
sabia e sentiu que nada, senão o poder de Deus
poderia guardá-los. Sentindo, então seu
interesse tão quente em seu coração, ele diz.
"Portanto, vigiai e lembrei-vos de que, no espaço
de três anos, não deixei de exortar todos vós dia
e noite com lágrimas." Portanto, atendei a vós
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mesmos e a todo o rebanho sobre o qual o
Espírito Santo vos fez superintendentes, a igreja
de Deus que ele comprou com seu próprio
sangue". Mas esse sentimento, sem dúvida,
estava em sua mente: "De que servem as minhas
exortações, elas podem guardá-los, podem lhes
vigiar, podem lhes conservar, podem proteger o
rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos
constituiu bispos? Não!"
Profundamente familiarizado com o desamparo
da criatura, ele se afastou como se fosse deles, e
como se desesperando de toda a força ou
sabedoria humana, tomou-os em seus braços e
os colocou aos pés do próprio Deus. Quando ele
os advertiu ao máximo de seu poder; depois que
as lágrimas fluíram copiosamente em sua face;
depois de ter esgotado todos os tópicos da
exortação; então, sentindo a nulidade de todos
sem a bênção especial de Deus, ele acrescenta
ternamente: “Agora, pois, irmãos, encomendo-
vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele que é
poderoso para vos edificar e dar herança entre
todos os santificados."
O apóstolo estava bem familiarizado com a
pecaminosidade da criatura. Ele conhecia, por
experiência dolorosa e pessoal, a fonte do mal
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que habita no seio de um pecador e como aquela
fonte maligna envia perpetuamente seus fluxos
corruptos. Ele conhecia, portanto, que este fluxo
interior do mal, se não fosse pela graça de Deus,
estouraria e varreria toda barragem que
pudesse ser formada contra ele em suas
próprias forças. E não é este nosso sentimento
também, se tivermos algum conhecimento da
fonte de iniquidade que carregamos em nosso
interior? Não rompeu todas as resoluções, todas
as lágrimas, todos os suspiros, todos os votos,
todas as promessas? O pecado não foi tão forte
em nossa mente carnal como eficazmente para
quebrar toda parede que a natureza poderia
construir e fluir sobre cada barragem que o
braço humano poderia construir? Conhecendo,
então, a sua pecaminosidade como criaturas
corrompidas, ele os coloca no escabelo da graça
soberana.
Ele também conhecia seu total desamparo; não
apenas que eles eram pecadores,
profundamente pecadores; maus,
desesperadamente perversos; mas
desamparados, completamente desamparados.
Ele sabia que ele poderia adverti-los noite e dia
com lágrimas; que ele poderia gastar seu fôlego
e vida exortando-os a viverem para a glória de
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Deus, e para vigiarem contra todo inimigo
interior e exterior. Mas, ele estava bem
convencido, por experiência pessoal, do
desamparo da criatura; e, portanto, como a mãe
ternamente toma seu bebê indefeso, e o coloca
no berço de que não pode cair, então ele os toma
em seus braços, e os coloca no berço da
misericórdia, na arca da aliança; tão seguro
como a arca de Noé, quando "o Senhor a tinha
fechado".
Ele sabia também que eles eram, em sua
maioria, pouco familiarizados com o engano do
inimigo; que tinham pouca experiência das
armadilhas que Satanás estava colocando para
os seus pés; muito pouco conhecimento do
poder e da prevalência dos pecados
assediadores. Conhecendo, portanto, por sua
própria experiência os perigos da batalha
espiritual; não sendo "ignorante dos dispositivos
de Satanás", ele os encomenda de modo especial
aos olhos e ao coração do grande Capitão de sua
salvação, colocando-os como que em sua tenda
e sob sua bandeira.
Mas, deixando esta linguagem figurativa,
podemos indagar, como ele os encomendou a
Deus?
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1. Em primeiro lugar, como a um Pai amoroso.
Onde a criança deve ser levada, senão aos
braços do pai? Não é o pai seu guardião natural,
ligado a ela pelos laços mais próximos, mais
fortes? O olho do pai, o coração do pai, o braço
do pai, todos concordam em sua proteção. O laço
terrenal do pai e da criança, com todo o seu
terno amor afetuoso, é apenas uma
representação do vínculo celestial entre Deus e
seu povo. Ele é seu Pai e seu Deus. E assim o
Senhor enviou a seguinte mensagem para
confortar seus discípulos de luto: "Vai a meus
irmãos, e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso
Pai, e para o meu Deus e vosso Deus" (João 20:17).
2. Ele os recomendaria também a seu olho
onisciente. Sabemos pouco de nós mesmos, e
menos um do outro. Não conhecemos as nossas
próprias necessidades, o que é para o nosso
bem, o que se deve evitar, de que perigos
escapar. Nosso caminho é cheio de dificuldades,
cercado de tentações, rodeado de inimigos,
cercado de perigos. A cada passo há uma
armadilha, a cada passo um inimigo
espreitando. O orgulho escava o poço, o
descuido ataca os olhos, as drogas da
carnalidade intoxicam os sentidos, a luxúria da
carne seduz, o amor do mundo atrai, a
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incredulidade e a infidelidade paralisam a mão
combativa e o joelho de oração, o pecado enreda
os pés A consciência, e Satanás acusam a alma.
Quem, em tais circunstâncias, pode sair vivo da
batalha? Quem pode "suportar cada tempestade
e viver finalmente?" Somente aquele que anda
sob aquele olho que tudo vê, que nunca
adormece nem dorme, "o Senhor o guarda; eu o
regarei a cada momento; para que ninguém o
machuque, eu o guardarei noite e dia".
"Guardado pelo poderoso poder de Deus." "O
Senhor é o seu guardião". "Aquele que guarda
Israel não dormirá nem dormitará".
3. Ele os recomendou mais à sua mão todo-
poderosa. O olho para vigiar, a mão para guiar e
proteger. "Ensinei a Efraim a andar, tomando-o
pelos braços." "Quando eu disse meu pé desliza,
sua misericórdia me segurou. "Por baixo estão
os braços eternos. Não podemos ficar sozinhos.
Não podemos dar um passo certo, a não ser que
seja sustentado e guiado pelo poder todo-
poderoso. Isso fez com que os santos de
antigamente clamassem: "Salva-me, e serei
salvo". "Guarda-me como a menina do seu olho."
"Não deixe minha alma nas profundezas." Ao
recomendá-los, portanto, a Deus, ele os
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encomenda não apenas aos olhos que nunca
dormem, mas à mão que nunca falha.
4. Mas, acima de tudo, ele os recomendaria ao
coração afetuoso e amoroso de Deus. Daí vem o
olho atento, daí a mão protetora. Amor, amor
eterno, amor imutável, é a fonte de onde todos
os fluxos de misericórdia e graça fluem para a
igreja, e para cada membro individual dela. "Eu
te amei com um amor eterno, por isso com
benignidade te atraí." "O amor nunca falha."
Paulo poderia afastar-se, surgirem lobos,
heresias prevalecerem, os apóstatas podem vir,
nuvens espessas podem cobrir a igreja, tudo
pode ser confusão dentro e fora. Mas, uma coisa
não falharia com os eleitos de Deus; o amor que
os abraçou de eternidade a eternidade. Ao
recomendá-los a Deus, ele os recomendaria,
portanto, ao amor que não conhece nem
princípio nem fim, aumento, decadência ou
variação.
Assim Paulo os recomendou a Deus; e nisto deve
todo ministro do evangelho imitá-lo. Todo servo
do Senhor, corretamente ensinado, quando
acolhe ou deixa um povo, jamais ouse pensar
por um momento de que tudo o que ele possa
dizer pode beneficiar suas almas. Ele vem, se ele
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vem corretamente, dependendo de Deus para
uma bênção para seguir a palavra; e ele sai, se
ele sair corretamente, suplicando ao Senhor
que uma bênção possa seguir o que foi dito na
fraqueza. Assim, nenhum servo do Senhor
corretamente ensinado pode ousar ir entre o
povo de Deus confiando em sua própria
sabedoria ou habilidade; mas, deseja conduzi-
los em seus braços diante do Todo-Poderoso, e
olhar com um olho de fé que o Senhor
abençoaria a palavra. Em seus pensamentos
internos, ele os "recomendaria" a Deus como o
único capaz de trabalhar naqueles que são
agradáveis à sua vista.
II. Mas não somente Paulo os "recomendou" a
Deus, mas também os recomendou de modo
especial "à palavra da sua graça". Há uma
diferença entre "graça". E "a palavra da sua
graça". Nada além da graça pode salvar a alma;
nada, além da superabundante graça pode
apagar e esconder do ponto de vista da justiça as
nossas graves iniquidades. Mas, "a palavra da
sua graça" é aquela palavra que traz esta graça ao
coração; que comunica vida e poder à alma; que
o Espírito, por meio de seu ensinamento interior
e testemunho, sela na consciência; e pela qual
ele revela e derrama no exterior aquele favor do
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qual ele dá testemunho. Isto é o que o povo do
Senhor precisa. É "a palavra da graça" que
alcança sua alma. Não é leitura da graça na
Palavra de Deus que traz a paz em seus corações;
é "a palavra da sua graça", quando ele se alegra
de falar essa palavra com um poder divino para
suas almas, que traz a salvação com ela.
Agora, o povo do Senhor está continuamente
naqueles estados e circunstâncias difíceis, dos
quais nada pode libertá-los senão "a palavra da
graça de Deus". Se a alma tem que passar por
provações severas, não é o ouvir a graça que
pode libertá-la delas. Se ele é cercado por
poderosas tentações, não é ler sobre a graça que
pode quebrá-las em pedaços. Mas "a palavra da
sua graça", quando o próprio Senhor se alegra
em falar com os seus próprios lábios
abençoados, e aplicar alguma promessa com o
seu próprio poder divino, dando suporte na
provação, e livrando da tentação, quebra as
armadilhas, aplaina os lugares ásperos, e livra o
prisioneiro da prisão, e quebrando o jugo por
causa da unção.
Assim, quando o apóstolo havia dito: "Eu vos
recomendo a Deus", ele não os deixa ali; mas ele
os leva para o lugar onde eles teriam alguma
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comunicação da graça de Deus ao seu coração,
onde haveria alguma manifestação de seu favor
para suas almas, algumas relações especiais
com suas consciências. É como se ele não
estivesse satisfeito em colocá-los aos pés de
Deus. Recomenda-os à sua "graça", e
especialmente à "palavra de sua graça" em suas
almas.
Se eu posso usar tal figura, podemos imaginar
uma mãe em circunstâncias aflitivas; eu
condeno a ação, embora eu use a ilustração; que
não seja capaz de sustentar seu bebê; ela o toma,
portanto, e o coloca em frente ao portão de um
homem rico. Ela não tem alívio até que ela veja o
servo vir e levar o bebê em segurança. Enquanto
a criança está deitada lá fora, a ansiedade enche
seu coração; mas quando a porta é aberta e a
criança seguramente abrigada, o objeto de sua
maternal solicitude é realizado. Assim, o
apóstolo toma a igreja, como a mãe pode tomar
seu bebê, e coloca-a aos pés do Senhor. Mas, "a
palavra da sua graça" leva o menino para dentro
da sua casa e do seu coração, abre a porta do seu
seio, e estende a veste do amor sobre o bebê
lançado no campo aberto no dia em que nasceu.
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Vocês, tremendo, no escabelo da misericórdia,
não é isso que suas almas estão desejando? Ser
apenas trazido ao escabelo da misericórdia não
satisfaz você. Ser meramente encomendado em
oração a Deus não alivia seu coração ansioso.
Mas, quando "uma porta de esperança" é aberta
no vale de Acor; quando o Senhor fala uma
palavra de paz à tua alma, aplica as suas
promessas graciosas ao teu coração; através da
palavra da vida comunica a graça, e abençoa a
alma com um gosto de seu favor e misericórdia,
então seu desejo é realizado.
III. Mas, falando dessa "palavra da sua graça", o
apóstolo diz que é "capaz de lhes edificar". Um
fundamento tinha sido colocado em seus
corações; eles haviam sido trazidos do fundo
arenoso do ego; sua justiça de Babel tinha sido
quebrada em pedaços, e seu tijolo e limo
espalhados aos quatro ventos do céu. Cristo foi
posto, pelo Espírito abençoado, como
fundamento em suas almas. A ele vieram como
pobres e miseráveis pecadores; sua Pessoa que
eles tinham visto pelo olho da fé viva; o sangue
que sentiam ser extremamente precioso; sob a
sua justiça haviam se abrigado; uma medida de
seu amor moribundo havia sido derramada em
seus corações. Isso os colocou sobre uma base
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sólida; a Rocha das Eras! Sobre ele, pois,
levantaram-se, e "da sua plenitude receberam
graça sobre graça".
Eles deveriam então ser edificados sobre isso. E
havia apenas uma coisa que poderia edificá-los;
"a palavra da graça de Deus". Por quê? Porque
nós realmente não temos nada em nossos
corações que seja espiritualmente bom, mas o
que "a palavra da graça de Deus" comunica. É
pela "palavra da graça de Deus" que somos
trazidos pela primeira vez do fundamento
arenoso; é pela "palavra da graça de Deus" que
somos colocados sobre a Rocha das Eras; é pela
"palavra da graça de Deus" que cada pedra é
fixada no edifício espiritual; e é pela "a palavra da
graça de Deus" que a lápide é finalmente
colocada com gritos de "Graça, graça a ela!"
Agora, esta é uma lição, que geralmente temos
que aprender muito dolorosamente. Estamos
muito ansiosos para colocar “nossas mãos” para
trabalhar. Como Uzá, devemos sustentar a arca
quando a vemos tropeçar; quando a fé se agita,
devemos dar uma mãozinha. Mas isso é um
obstáculo para a obra de Deus sobre a alma. Se o
todo é para ser um edifício espiritual; se formos
"pedras vivas" construídas sobre uma cabeça
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viva, cada pedra naquele templo espiritual deve
ser colocada por Deus, o Espírito. E se assim for,
tudo da natureza, da criatura, do eu, deve ser
efetivamente posto abaixo, para que Cristo seja
tudo; que Cristo, e somente Cristo possa ser
formado em nosso coração, a esperança da
glória. Quantas provações alguns de vocês
passaram! Quantas tribulações afiadas e
cortantes! Quantas tentações assediantes!
Quantos afundamentos de coração! Quantos
dardos ardentes do inferno! Quantas dúvidas e
medos! Quanta escravidão dura! Quantas
amarras! Quantas vezes o próprio ferro entrou
em sua alma! Por quê? Para que você possa ser
impedido de adicionar uma pedra por suas
próprias mãos no edifício espiritual.
O apóstolo nos diz, que "outro fundamento não
pode o homem pôr além daquele que já está
posto", o próprio Jesus Cristo. Ele então fala
daqueles que construíram com "madeira, feno e
restolho", bem como daqueles que usaram
"ouro, prata e pedras preciosas"; e que "a lenha, o
feno e o restolho" devem ser queimados com
fogo. Isto é depois que o Senhor tem colocado
um fundamento na consciência do pecador;
tendo-o trazido para perto de si; feito Jesus
precioso para sua alma; levantado esperança e
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amor em seu coração, que ele é tão capaz de
tomar materiais que Deus nunca reconhece
"madeira, feno e restolho", e, portanto, uma
frágil superestrutura própria. Mas isso cede na
hora da provação; não pode suportar uma rajada
de tentação. Uma centelha da ira vindoura, uma
descoberta da majestade do temor de Deus,
queimará esta "madeira, feno e palha", como
palha no forno. O povo do Senhor, portanto, tem
que passar por dificuldades, provações,
tribulações e tentações, dúvidas e medos, e todo
o caminho de assédio em que eles costumam
entrar, para que possam ser impedidos de erigir
uma superestrutura de "natureza" sobre a
fundação da "graça"; "madeira, feno e restolho"
sobre o glorioso mistério de um Deus
encarnado.
Mas "a palavra da graça de Deus" é "capaz" de
edificá-los. Você sofreu tentação, e foi
libertado? Foi "a palavra da graça de Deus" que
lhe edificou. Você esteve em severa provação, e
o Senhor o abençoou nela, e tirou você dela? Foi
"a palavra da graça de Deus" que lhe edificou.
Você foi enredado em algum erro, e o Senhor o
arrebatou desse erro aplicando uma parte de
sua verdade à sua alma? Foi "a palavra da graça
de Deus" que lhe edificou. Você foi enredado nos
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desejos da carne, lançado por algum laço do
diabo, e o Senhor o libertou de tudo isso? Foi "a
palavra de sua graça" que lhe edificou.
Não somos edificados pela santidade da carne,
pela piedade da criatura, pelas longas e amplas
orações, pelos feitos e deveres da carne; nem
mesmo por doutrinas sólidas flutuando em
nosso cérebro; mas pela "palavra da graça de
Deus" aplicada com um poder divino ao coração.
Mas, essa própria "palavra de graça" é feita
adequada às nossas almas, na maior parte,
apenas quando somos levados para as
circunstâncias às quais ela seja adaptada. Não é
a graça um "favor livre"? E não é "a palavra da
graça de Deus" o instrumento através do qual
este livre favor se manifesta? Posso então
aprender as alturas, as profundezas, as
superabundâncias, a liberdade, a soberania, e o
poder todo-poderoso da graça, somente por
entrar nas circunstâncias a que é adequada?
Não devo me sentir um pecador culpado antes
que a graça possa ser doce? Não devo conhecer
as abundâncias do pecado interno antes que as
superabundâncias da graça de Deus possam ser
preciosas? Não devo conhecer alguma coisa
daquela fonte do mal, que eu carrego em meu
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interior, e ter meu peito desnudado com suas
abominações ocultas, antes que eu possa
conhecer a graça que cobre, perdoa e cura? E
esta graça só posso conhecer pela "palavra da
graça de Deus"; em outras palavras, pela doce
manifestação, aplicação da unção e revelação
divina do evangelho da graça de Deus.
Assim, o apóstolo não os levou a descansar
sobre sua própria força e sabedoria, mas a viver
na plenitude do grande e glorioso Mediador
ressuscitado. Esta é a única maneira de
conhecer qualquer coisa da graça. Eu posso
ouvir de graça todos os meus dias, e ainda
morrer ignorante. Posso sentar-me sob
ministros que pregam nada além da graça, e
ainda assim ser tão desprovido dela em meu
coração como o próprio Satanás. Mas, se "a
palavra da graça de Deus" cair em meu coração;
se o Senhor, o Espírito, se agradar em enviar sua
própria preciosa verdade à minha alma, e
através dessa palavra comunicar um sentido de
sua superabundante graça; então, e somente
então, é minha. Nem há outra maneira de ser
espiritualmente edificado. As doutrinas não
podem edificá-lo; as corrupções não podem
edificá-lo; as dúvidas e os temores não podem
edificá-lo; as provações e as tribulações não
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podem edificá-lo; perdas pesadas na
providência e as aflições cortantes na graça não
podem edificá-lo. Eles puxam para baixo; eles
dispersam "a madeira, o feno e o restolho" aos
ventos; eles deixam você em um deserto
selvagem.
Mas , é "a palavra da graça de Deus", comunicada
à alma da inesgotável e divina plenitude de
Cristo, que somente edifica. Todo o outro
edifício é uma construção sem fundamento, um
mero castelo no ar, uma névoa conduzida pelo
vento.
IV. Mas, havia algo mais adiante; "e dar-vos uma
herança entre todos os que são santificados". Há
um povo, então, que é santificado, isto é;
1. Separados na aliança, nos decretos eternos de
Deus.
2. Santificados pela obra do Espírito Santo em
seus corações, por meio da qual são feitos
próprios para "a herança dos santos na luz".
Primeiro eles foram separados pelo decreto
original e propósito de Deus. Isto fez deles "uma
geração escolhida, um sacerdócio real, uma
nação santa, um povo peculiar". "Santificar" é
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separar como propriedade especial de Deus.
Então Deus disse a Moisés: "Santifica-me todo
primogênito" Ex 13: 2, que ele explica em Ex 13:12
como sendo "separação para o Senhor". Assim,
Deus santificou o sétimo dia, separando-o dos
outros dias da semana. Esta é a única raiz
original e fonte de santidade. Os homens não se
santificam por um ato de sua livre escolha, e por
essa santidade recomendam-se a Deus e obtêm
o céu.
A santidade não consiste em uma certa
quantidade de deveres a serem cumpridos,
orações a serem ditas, sacramentos e
ordenanças a serem atendidas, esmolas a serem
dadas, paixões a serem subjugadas, trajes
religiosos a serem usados, lágrimas a serem
derramadas. Fruto para ser fruto, deve crescer
sobre uma árvore, ser alimentado por seiva, ser
amadurecido pelo sol, ser refrescado com
chuvas, ser um produto vivo desenvolvido por
um mecanismo divino. Flores e frutos podem
ser modelados a partir de cera, e tão belamente
como para ser mal distinguível do genuíno. Mas,
eles carecem de cheiro, seiva e gosto. Tal é a
santidade humana; uma imitação artificial
modelada e pintada.
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Cristo é o Santo de Israel. A cabeça da igreja é
santa, intrinsecamente, eternamente assim; os
membros são santos porque são unidos a essa
cabeça. Uma cabeça sagrada não pode ter
membros profanos. Assim Cristo é a
santificação da igreja, ela sendo santa em sua
santidade, assim como justa em sua justiça. Esta
é a raiz.
Daí vem a santificação pessoal, interior, pela
obra regeneradora do Espírito Santo. Ele dá o
novo coração e o novo espírito; comunica
desejos, afeições, respirações, prazeres, com
todo fruto gracioso, trabalhando
arrependimento pelo pecado, quebrantamento
de coração, contrição de espírito, ternura de
consciência, fé, esperança, amor, mansidão,
resignação, humildade, oração, vigilância,
afastamento do mal, busca de todo o bem; e
todos os frutos exteriores da justiça, que são
para a glória de Deus. Esta é a santidade do
evangelho, a santidade como dom especial e
obra do Espírito Santo, a única santidade
verdadeira e aceitável, e sem a qual ninguém
verá o Senhor. Os que são assim santificados
têm uma herança eterna, sendo herdeiros de
Deus e co-herdeiros com Cristo. Toda a outra
santidade é a santidade do mosteiro e do
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claustro, um farisaísmo monacal, do qual a
superstição é a raiz, e o orgulho o fruto, e a
maldição de Deus o fim.
Quão diferente é essa obra e operação divina
que derrete seu coração e o quebra, e o dissolve,
em humilde adoração a seus pés, daquele que
lhe amou e se entregou por você. Esta é "uma
herança entre todos os que são santificados".
Aqueles que foram separados no propósito
eterno de Deus foram escolhidos para o gozo
desta herança. Estes têm as primícias do
Espírito, aqueles em que "a palavra da graça de
Deus" cai no coração. Pois isso traz luz, vida,
liberdade, amor, conformidade à imagem de
Jesus, uma renovação no espírito da mente, uma
separação do mundo e todas as suas vaidades e
encantos mortais, e carimba no coração uma
medida da bem-aventurança de Cristo. E tudo
isto, unicamente, pela "palavra da graça de
Deus".
Supondo (Deus não permita que isso aconteça
por um momento!) que eu devo, por meus
próprios esforços, em primeiro lugar, trazer
graça em meu coração, e assim estabelecer o
fundamento; e que eu, por meus próprios
esforços, devo continuar a obra, e assim
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levantar a superestrutura; não devo falhar
totalmente? Mas, quando a graça faz tudo; do
princípio ao fim; quando é a graça que escreveu
os nomes do povo de Deus no livro da vida;
quando a graça os deu a Jesus para serem
redimidos; quando a graça, no tempo
determinado por Deus, vivificou suas almas;
quando a graça manifestou a eficácia
purificadora do sangue de Cristo à sua
consciência; quando a graça os trouxe com
segurança através de todas as suas provações e
tentações; aperfeiçoando o que lhes diz respeito
e devem e reinarão pela justiça para a vida
eterna; quão apropriado é, mais do que
apropriado para um pecador pobre e culpado,
que não tem nada e sente que não tem nada em
si mesmo senão trapos e ruína!
"A palavra da graça de Deus", nas mãos do
Espírito, estabelece os alicerces. "A palavra da
graça de Deus" torna Jesus conhecido no
evangelho eterno, e assim eleva a
superestrutura; "a palavra da graça de Deus"
atravessa os braços da morte; os arcos do céu
eternamente soarão o louvor da glória daquela
graça que os fez "aceitos no Amado". Todo desejo
vivo pelo Senhor; cada senso de sua graça e
glória; cada afeição pela sua pessoa amada; cada
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recepção dele no coração como o Cristo de
Deus; todo ato de fé, esperança ou amor; cada
respiração da alma em seu seio é uma evidência
inegável da graça de Deus habitando no coração
de um pecador. E se a graça de Deus está no
coração de um pecador, ele está em Cristo, é um
com Cristo; e "a palavra da sua graça" o edificará
cada vez mais, e lhe dará convicções mais
profundas de sua eterna "herança entre todos os
que são santificados".
Pode haver aqui alguns filhos de Deus pobres,
atribulados, provados e tentados a quem esta
notícia parece quase boa demais para ser
verdade.
Mas de onde procede, qual é o assunto principal
de suas provações e tentações? Não é isso? O
coração mau que eles carregam em seu seio.
Não é o orgulho, a incredulidade, a infidelidade,
a escuridão, as tentações, as dúvidas e os medos,
os pecados e as iniquidades, e os muitos fardos e
dificuldades que têm de enfrentar a cada passo?
Perturbados e carregados por tantas provações
internas e externas, eles parecem incapazes de
perceber a graça que está neles, ou a glória que
os espera. Suas mãos pendem para baixo, e seus
joelhos vacilam. Mas, quão adequado a isto é "a
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palavra da graça de Deus"! Não é a graça a única
necessidade deles? Não há uma fonte de
plenitude na graça que flui e transborda do
Redentor? E ela não flui plena e livremente
através da "palavra da sua graça", que eles têm ao
alcance de seus corações e mãos? De que outra
forma poderia vir a eles, senão livremente? Não
têm nenhuma graça, mas para que trabalham?
E a graça é tratada de forma cautelosa e
mesquinha, como o dinheiro da bolsa de um
avarento? Não; Deus "dá liberalmente, e não
censura”; a graça de Deus, e o dom pela graça,
tem abundado para muitos.
Jesus dá, como um rei, "de sua recompensa real",
como Salomão para a rainha de Sabá. Seja
honesto com você mesmo; seja honesto com o
que Deus lhe deu. Você nunca sentiu Jesus
precioso? Você nunca derramou seu coração a
seus pés? Você nunca teve um vislumbre pela fé
de sua adorável pessoa? Você nunca sentiu nada
da eficácia de seu sangue expiatório? Nunca viu
sua adequação? Nunca o sentiu próximo e
querido à sua alma? Nunca experimentou
aquela espiritualidade que é vida e paz? Se você
experimentou, você tem uma "herança entre
todos os que são santificados". Pois como somos
"santificados"? Não é pela palavra da verdade?
Como o Senhor disse: "Santifica-os na tua
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verdade, a tua palavra é a verdade". E você às
vezes não sentiu a palavra da verdade produzir
santas sensações e emoções celestiais em seu
coração? Não é esta santificação?
Mas você diz: "Não posso negar que eu
experimentei isso"; mas "se assim for, por que
estou assim? Por que sou tão escuro por
semanas e meses juntos, por que tão frio em
minhas afeições, por que tão morto em minha
condição, por que tão frequentemente preso em
escravidão, por que tão assediado por Satanás?
Por um exército de dúvidas e medos, por que o
Senhor está tão ausente, por que o pecado está
tão presente, por que ele exclui a minha oração,
por que me deixa tropeçar nas trevas como
aqueles que esperam pela manhã?” A estas
queixas não podemos responder com
demasiada frequência: Porventura, não tens
feito isso a ti mesmo? "Eis que a mão do SENHOR
não está encolhida, para que não possa salvar;
nem agravado o seu ouvido, para não poder
ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem
separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos
pecados encobrem o seu rosto de vós, para que
não vos ouça.”
Não há Acãs no acampamento? Nem barra de
ouro ou capa babilônica debaixo da tenda?
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Nenhum pecado secreto com o qual tem sido
indulgente, nenhum ídolo colocado no coração?
Mas se as coisas estiverem neste ponto, pode ser
para mostrar a sua fraqueza; para queimar a sua
madeira, feno e restolho? Para te trazer mais
necessitado e nu para os seus pés; para cortar a
tua justiça própria e sabedoria carnal; e quebrar
em pedaços o braço direito da força da criatura.
Aquelas mesmas tribulações, dúvidas,
tentações, dificuldades, e medos pelos quais sua
alma é tão assediada, são para esvaziar, de modo
que Deus possa preencher; para tirar, para que
possa vestir; para derrubar, para que ele possa
levantar; para que você se sinta nada, para que
Cristo seja tudo em todos. Você nunca teve algo
em sua alma que o fez se sentir assim; que
quanto mais baixo você afundou em si mesmo,
mais adequado e precioso o Salvador apareceu?
Não houve momentos em que, em meio a suas
tribulações, houve aquela vinda da luz e da vida,
da liberdade e do amor, que você pôde agarrar
Jesus nos braços de uma fé viva e sentiu que
poderia morrer em paz sob tais sentimentos?
Você teve a herança. O que é isso, senão a
herança; o próprio reino de Deus na alma, que
"não é alimento e bebida, mas justiça, paz e
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alegria no Espírito Santo?" E o que trouxe para
você? Votos, resoluções, esforços, tarefas,
deveres? Não. Nada disso. Foi "a palavra da graça
de Deus", uma doce promessa apenas adequada
ao seu caso; alguma porção da Escritura que se
abriu ao seu coração; algo que você quase
descartou, porque sentia como fosse imerecido
que Deus visse um tal pecador como você. No
entanto, esta "palavra da graça de Deus" foi o que
trouxe este antegozo, esta garantia da herança
sobre sua alma.
Se, então, você pode encontrar na experiência
de sua alma alguma dessas marcas divinas, estas
"pedras brancas", de amor, de compromisso,
está bem com você para a vida e a morte, para o
tempo e a eternidade! Deixe-me enfocar de novo
estes sinais de matrimônio, estes anéis
nupciais, e compará-los com sua experiência.
Se, então, Jesus foi sempre precioso para você;
se alguma vez sentiu a eficácia de seu sangue
expiatório em sua consciência; se alguma vez
sua alma se derreteu em doce afeição a seus pés;
se alguma vez o abençoou com uma palavra de
graça de seus próprios lábios, e lhe deu "uma
herança entre todos os que são santificados". Se
você teve o céu aqui, você terá o paraíso no
futuro. Se você já viu Jesus na fonte da fé aqui
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embaixo, você verá Jesus depois pelos olhos da
alma em cima.
Com que melhores palavras posso, então,
despedir-me do que aquelas que o apóstolo usou
em uma ocasião quase semelhante? Não que eu
ouse por um momento comparar-me com ele;
ou mesmo vocês com eles; contudo, em nosso
modo fraco, com que melhores palavras posso
me despedir de vocês do que "recomendá-los a
Deus, e à palavra de sua Graça, que é capaz de
vos dar uma herança entre todos os que são
santificados"?
E que esta seja a nossa experiência crescente;
agarrar-nos mais simplesmente, mais
fervorosamente no Deus de toda a graça, e
receber de vez em quando doces comunicações
da "palavra de sua graça" em nosso coração. E
então, como nos encontramos aqui em torno do
trono da graça, nos encontraremos a seguir em
torno do trono da glória; e como nos
regozijamos aqui na "palavra da sua graça" e
sentimos uma medida da "herança dos santos"
aqui embaixo, isto é um prelúdio, uma
promessa, um antegozo do eterno peso da glória
em cima. Que o Senhor nos traga para seu
próprio nome glorioso e precioso.