Post on 22-Jul-2015
Câncer de Mama no Brasil
Sergio D. SimonProfessor Adjunto de Oncologia Clínica, UNIFESP
Hospital Israelita Albert EinsteinCentro Paulista de Oncologia (CPO)
GBECAM
Câncer de Mama:Um Problema Global
� Cerca de 1.380.000 casos novos estimados para 2010
� Prevalência global estimada aos 5 anos: > 4,000,000
� Risco padrão de câncer de mama (USA): 1 em cada 8 mulheres� Risco padrão de câncer de mama (USA): 1 em cada 8 mulheres
� Principal causa de morte por câncer entre mulheres, no mundo
Globocan, 2010
Distribuição da incidência e da mortalidadepor câncer de mama no mundo
Número estimado Casos Mortes
Mundo 1384 458Mundo 1384 458
Países mais desenvolvidos 692 189
Países menos desenvolvidos 691 269
Razão de Risco = 1,42
Globocan, 2008
Diferenças globais na incidência de câncer de mama
Parkin et al. Lancet Oncol 2001;2:533–43.
Câncer entre mulheres, no mundo
Globocan, 2008
Câncer em ambos os sexos, no mundo
Globocan, 2008
Tendências de incidência:câncer de mama em diversos países
Globocan, 2008
E a mortalidade, está baixando?
Tendências de mortalidade:Câncer de mama em diversos países
Globocan, 2008
6
8
10
12
14
Breast
Stomach
Uterine
Colorectal
Mortalidade por Câncer entre Mulheres Brasileiras 1979-2006
0
2
4
6
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
Colorectal
Lung
Graph 1: Age-adjusted mortality rates from 1979-2006 for the 5 most common cancer types among women in Brazil.
Mortalidade por Câncer de Mama no Brasil: O Estudo CONCORD (2008)
Coleman M et al.: Lancet Oncology 9:730-756, 2008
Mortalidade por Câncer de Mama no Brasil: O Estudo CONCORD (2008)
País Sobrevida relativa aos 5 anos
Cuba (*) 84
USA 83.9
Japão 81.6
Austrália 80.7
França 79.8França 79.8
Suíça 76
Alemanha 75.5
Portugal 72
Inglaterra 69.8
Brasil 58.4
Eslováquia 57.9
Algéria 38.8
Coleman M et al.: Lancet Oncology 9:730-756, 2008* Accurate follow-up?
Quanto câncer de mama temos no Brasil?no Brasil?
Câncer de Mama no BrasilDados Estatísticos para 2010
• 49.240 novos casos de câncer de mama
• Risco estimado:
– 51/100.000 mulheres (2008)
– 49/100.000 mulheres (2010)
Incidências Variáveis
REGIÃO INCIDÊNCIA (POR 100.000)
SUL 64
CENTRO-OESTE 38
NORDESTE 30
NORTE 17
Região Sudeste - Sul Por 100.000 mulheres
Rio de Janeiro 97,70
São Paulo 75,52
Paraná 56,16
Incidência de Câncer de Mama no Brasil
Paraná 56,16
Santa Catarina 52,02
Rio Grande do Sul 85,50
Mato Grosso do Sul 47,69
Região Centro-Sul/Nordeste Por 100.000 mulheres
Espírito Santo 45,85
Minas Gerais 42,46
Goiás 34,73
Incidência de Câncer de Mama no Brasil
Goiás 34,73
Sergipe 29,92
Pernambuco 44,82
Ceará 35,65
Rio Grande do Norte 32,70
Centro-Nordeste Por 100.000 mulheres
Rondônia 16,98
Mato Grosso 25,85
Incidência de Câncer de Mama no Brasil
Bahia 24,92
Alagoas 20,50
Paraíba 25,78
Piauí 20,80
Região Norte Por 100.000 mulheres
Pará 16,65
Tocantins 16,22
Amazonas 14,40
Incidência de Câncer de Mama no Brasil
Amazonas 14,40
Roraima 13,41
Acre 11,75
Amapá 11,71
Maranhão 9,74
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DO CÂNCER DE MAMA NO BRASIL
Estimativa de Incidência de Câncer de Mama - 2005
MPESCPRSPRSRJ
Fonte: INCA
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
MAPI ALPBBASERNCEESM
Casos/ 100.000
Plano Nacional de Tratamento do Câncer de Mama
DETECÇÃOPRECOCE
DIAGNÓSTICO CIRURGIA QUIMIOTERAPIA(+ trastuzumabe)
RADIOTERAPIA HORMONIOTERAPIA
IDENTIFICAÇÃO DE PACIENTES DE ALTO RISCO
CU
IDA
DO
S PA
LIATIV
OS
Em que estágio diagnosticamos o câncer de mama no Brasil?câncer de mama no Brasil?
Centros Participantes
AMAM
RRRRAPAP
PAPA MAMA
PIPI
CECERNRN
PBPB
PEPE
ALAL
0101
0101
0101 28 28 CentrosCentros
26
MTMT
ACAC
BABA
MGMG
GOGO
TOTO
DFDF
MSMS
SPSP
PRPR
SCSC
RSRS
ALALSESE
0202
0101
01010707
0909
0202
0202
0101
RJRJ
ESES
RORO
31%
Estadiamento Clínico: TNMEstadiamento Clínico: TNM
41%59%N0N0
N+N+
T313,6%
T417,4%
LinfonodosLinfonodosTumorTumor
27
6%
94%
M0M0M+M+
T123,3%T2
42,8%
13,6% 17,4%
MetástasesMetástases
Estadiamento ComparativoEstadiamento Comparativo
EstadiamentoEstadiamento Brasil Brasil EUA EUA
Localizado 23,1 61
Regional 71,4 31
Distante 5,5 6
28
Distante 5,5 6
Não Estadiado 2
Brasil Brasil Rhode Island Rhode Island
(2001)(2001)
Carcinoma in situ 2,9 % 37,5 %
Estadiamento ComparativoEstadiamento Comparativo
EstadiamentoEstadiamento Brasil Brasil EUA EUA
Localizado 23,1 61
Regional 71,4 31
Distante 5,5 6
29
Distante 5,5 6
Não Estadiado 2
Brasil Brasil Rhode Island Rhode Island
(2001)(2001)
Carcinoma in situ 2,9 % 37,5 %
Estadiamento Clínico por Tipo de InstituiçãoEstadiamento Clínico por Tipo de Instituição
% de pacientes
34,1%
48,9% 47,5%45,4%
30,9%
36,9% 16,2% 30,6%
30
0,4% 2,2% 3,9%
13,8%
19,6%
12,7%
24,8%
6,0%3,5%
5,8%
PÚBLICO PRIVADO FILANTRÓPICO
Estadio 0 Estadio I Estadio II Estadio III Estadio IV
Câncer de Mama no BrasilConclusões
• Não conhecemos nossos números
• Nosso diagnóstico é tardio
• Nossa mortalidade está aumentando
• Estamos com uma das maiores mortalidades • Estamos com uma das maiores mortalidades conhecidas
Breast Health Global Initiative:áreas para melhora de desfechos
Pesquisa
Câncer de Mama
Rastreamento
e
Diagnóstico
Cuidadospaliativos
Tratamento
Sistêmico
Tratamento
Local
Melhores Desfechos
RASTREAMENTO MAMOGRÁFICOMAMOGRÁFICO
Rastreamento Mamográfico no Brasil
• 1.514 mamógrafos disponíveis para o SUS– 85% estão em operação
– 15% não operacionais:• 111 sem pessoal para operação
• 85 quebrados, sem conserto
• 27 ainda embalados• 27 ainda embalados
• Cálculo operacional do INCa:– 1 mamógrafo/240.000 habitantes
– Número ideal para cobrir todo o Brasil: cerca de 760
• 44% estão na região Sudeste/Sul do país.
• Baixa produtividade.
Rastreamento Mamográfico no Brasil:Distribuição de mamógrafos por Estado
ESTADO População No. Mamógrafos
Mamógrafos emuso
% sem uso
Rondônia 1.550 7 6 14,3
Acre 730 3 1 66,7
Pará 7.566 38 30 21,1
Maranhão 6.568 35 23 34,3
Paraíba 3.750 17 9 47,1
Alagoas 3.114 30 27 10
Rio de Janeiro 15.937 102 85 15,7
São Paulo 41.001 335 309 6,9
Santa Catarina 6.226 64 64 0
Rio Grande do Sul 10.641 130 114 11,5
Problemas do Rastreamento Mamográficono Brasil
• Acesso a mamografia: mais de 50% dos municípios brasileiros não dispõem de mamógrafo.
• Educação da população – em algumas áreas• Educação da população – em algumas áreasdo país, 67% das mulheres desconhecem o valor da mamografia.
TRATAMENTO LOCAL:CIRURGIACIRURGIA
Modalidade CirúrgicaModalidade Cirúrgica
N = 4.095N = 4.09542,6%
57,4%
MastectomiaMastectomia
Cirurgia Cirurgia ConservadoraConservadora
38
ConservadoraConservadora
Dados CirúrgicosDados Cirúrgicos
Dissecção axiliar completa 77,3%
Linfonodos avaliados (mediana) 15 (1-45)
Linfonodos positivos (mediana) 3 (1-45)
Linfonodo sentinela 20%
48% 58%
0,4%0,5%0,5%
922922 664664 2.5092.509
Tratamento Cirúrgico por InstituiçãoTratamento Cirúrgico por Instituição
39
36,6%51,7% 42,1%
63%48% 58%
Público Privado Filantrópico
Conservadora Mastectomia Outra
� % Pacientes
Linfonodo Sentinela por Tipo de InstituiçãoLinfonodo Sentinela por Tipo de Instituição
922922 664664 2.5092.509
Não Sim
40
15,9% 25,9% 20,0%
84,1% 74,1% 80,0%
Público Privado Filantrópico
TRATAMENTO LOCAL: RADIOTERAPIARADIOTERAPIA
Radioterapia no Brasil
País População 10 6 # RT RT/1.000.000
Paraguai 6,12 3 0,49
Bolivia 9,52 6 0,63
México 106,2 96 0,90México 106,2 96 0,90
BRASIL 193 191 1,02
Chile 16,8 24 1,42
Venezuela 28 47 1,68
Argentina 40,3 98 2,43
Uruguai 3,34 14 4,19
Estados Unidos 305 1875 6,14
Anderson, Cazap: Salud Pública de México / vol. 51, supl. X, 2009
Radioterapia no Brasil
• Número insuficiente de aparelhos
• Serviço público ainda utiliza fracionamentopadrão (5 semanas de tratamento)
• Longas filas de espera para início do • Longas filas de espera para início do tratamento
• Atrasos de 3-8 meses para o início do tratamento.
Radioterapia no Brasil:Como melhorar
• Aumento do número de centros
• Diminuição da duração do tratamento:
– Esquemas de hipofracionamento já testados:
• 16 frações de 2,65 Gy• 16 frações de 2,65 Gy
• 15 frações de 2,65 Gy– Mesma taxa de recidiva local
– Mesma toxicidade
TRATAMENTO SISTÊMICO:QUIMIOTERAPIA ADJUVANTEQUIMIOTERAPIA ADJUVANTE
Tratamento Adjuvante: QuimioterapiaTratamento Adjuvante: Quimioterapia
29,8%
19,7%
30,3%
20%
25%
30%
35%
4.166 Pacientes4.166 Pacientes
46
11,9%
8,3%
0%
5%
10%
15%
20%
CMF AC AC +PACLITAXEL /DOCETAXEL
FAC/FEC OUTROS
Número de ciclos de QT (mediana) = 6,0 (1-12)
Tratamento Adjuvante: Tratamento Adjuvante: Tipo de Quimioterapia por InstituiçãoTipo de Quimioterapia por Instituição
4.166 Pacientes4.166 Pacientes
13,8%23,5%
12,9%
21,2%13,1%27,9%
480480 429429 1.5811.581
47
27,1% 15,8%37,5%
31,3% 46,6%31,6%
13,1%27,9%
Público Privado Filantrópico
CMF FAC/FEC AC AC->Taxano
Tratamento Adjuvante: Tratamento Adjuvante: HormonioterapiaHormonioterapia
33,9%
4.166 Pacientes4.166 Pacientes
NãoNão
48
33,9%
66,1%
SimSim
Tratamento Adjuvante: Tratamento Adjuvante: HormonioterapiaHormonioterapia
4.166 Pacientes4.166 Pacientes
49
6,3%
Trastuzumabe Adjuvante por InstituiçãoTrastuzumabe Adjuvante por InstituiçãoAno de 2006Ano de 2006
4.166 Pacientes4.166 Pacientes
50
DESFECHOS CLÍNICOS
Tempo de Sobrevida Livre de Tempo de Sobrevida Livre de Progressão por InstituiçãoProgressão por Instituição
Pro
babi
lidad
e A
cum
ulad
a
1,0
0,8 Filantrópico (N = 1.043)
Privado (N = 136)Público (N = 295)
Instituição
Tempo de Sobrevida Livre de Progressão por Institui ção
52
Meses6050403020100
Pro
babi
lidad
e A
cum
ulad
a
0,6
0,4
0,2
0,0
Sobrevida Livre de ProgressãoSobrevida Livre de ProgressãoEstadio IIIEstadio III
Pro
babi
lidad
e A
cum
ulad
a1,0
0,8
ESTADIO: III
FilantrópicoPrivadoPúblico
Instituição
Tempo de Sobrevida Livre de Progressão por Institui ção
53
Meses6050403020100
Pro
babi
lidad
e A
cum
ulad
a
0,6
0,4
0,2
0,0
Tempo de Sobrevida Global por InstituiçãoTempo de Sobrevida Global por Instituição
Pro
babi
lidad
e A
cum
ulad
a
1,0
0,8 Filantrópico (N = 959)
Privado (N = 121)Público (N = 265)
Instituição
Tempo de Sobrevida Global por Insituição
54
Meses6050403020100
Pro
babi
lidad
e A
cum
ulad
a
0,6
0,4
0,2
0,0
Tempo de Sobrevida GlobalTempo de Sobrevida GlobalEstadio III por instituiçãoEstadio III por instituição
Pro
babi
lidad
e A
ucm
ulad
a1,0
0,8
ESTADIO: III
FilantrópicoPrivadoPúblico
Instituição
Tempo de Sobrevida Global por Instituição
55
Meses6050403020100
Pro
babi
lidad
e A
ucm
ulad
a
0,6
0,4
0,2
0,0
Câncer de Mama
Perspectivas para Melhores resultados
Países Desenvolvidos:
•Mais conhecimento da doença e sua biologia• Correlações Clínico-Moleculares• Correlações Clínico-Moleculares• Identificação de novos alvos• Tratamentos e estratégias mais eficazes•Melhor seleção de pacientes – terapias individualizadas.
Câncer de Mama
Perspectivas para Melhores resultados
Países Não Desenvolvidos:
•Diagnóstico Precoce – Fundamental!!!•Educação pública e médica•Educação pública e médica•Melhor acesso ao diagnóstico e tratamento•Mais tecnologia, drogas mais modernas•Conhecimentos sobre aspectos específicos da doença
•Fatores sócio-econômicos•Fatores étnicos/raciais•Fatores ambientais/dietéticos
58
Obrigado!