Post on 09-Aug-2015
A ÉTICA SOBRE A EUTANÁSIA, DISTANÁSIA
E A ORTOTANÁSIA:
Uma reflexão frente ao princípio da autonomia e da vontade.
Enfermagem 2015 - UEPA Tucuruí – Campus XIII
Considerações iniciais: O que é a Eutanásia?;
Referências da Bioética;
Eutanásia quanto ao tipo de ação;
Eutanásia quanto ao consentimento do paciente;
O que é a Distanásia?;
O que é a Ortotanásia?;
O que é Eutanásia?
É a prática pela qual
se abrevia a vida de
um enfermo incurável
de maneira controlada
e assistida por um
especialista. Prática
esta proibida no Brasil
e considerada homicídio.
Reflexão sobre a morte: A morte sempre existiu e sempre existirá entre
nós porque morrer é parte integral da vida e da existência humana, tão natural e previsível como nascer.
Por que, então, é tão difícil morrer?
Por que, na sociedade
moderna, a morte
transformou-se num
tema a ser evitado de
todas as maneiras?
Argumentos a favor: As pessoas que julgam a eutanásia um mal necessário
tem como principal argumento poupar o paciente terminal irreversível de seu sofrimento e aliviar a angústia de seus familiares.
São raciocínios que
participam na defesa da
autonomia absoluta de
cada ser individual, direito
a escolha pela sua vida e
pelo momento da morte.
Uma defesa que assume o interesse individual acima da sociedade que, nas leis e códigos, visa proteger à vida.
Argumentos contra: Muitos são os argumentos contra a eutanásia, desde os
religiosos, éticos até políticos e sociais. Ponto de vista religioso: a eutanásia é tida como uma usurpação do direito á vida humana, ou seja só Deus pode tirar a vida de alguém.
Ponto de vista da ética
médica: tendo em conta o
juramento de Hipócrates,
segundo o qual considera a
vida como um dom sagrado,
sobre o qual o médico não pode
ser juiz da vida ou da morte de alguém.
O dilema ético para os profissionais da área da saúde:
A eutanásia representa atualmente uma complicada questão de bioética e biodireito, pois enquanto o estado tem como princípio a proteção da vida dos seus cidadãos, existem aqueles que, devido ao seu estado precário de saúde, desejam dar fim ao seu sofrimento antecipando a sua morte.
E nesse caso, como agir
perante o princípio de autonomia
do doente?
Como agir perante o direito
de viver?
Bioética É uma disciplina nova no campo da filosofia e surgiu
em função da necessidade de discutir moralmente o avanço tecnológico das ciências na área da saúde, bem como aspectos da relação de profissionais e pacientes.
A Bioética pode ser definida como “o estudo sistemático das visões morais, decisões, condutas e políticas das ciências da vida e cuidados com a saúde, empregando uma variedade de metodologias éticas em um ambiente multidisciplinar”.
Classificação da Eutanásia quanto ao tipo de ação:
Não se pensa em eutanásia sem lembrar do Código de Ética. Vale repensar a conduta questionando se estamos prestando assistência de enfermagem com qualidade ou se estamos apenas tendo ações piedosas e se tais ações se resume a um prolongamento desnecessário. O que nos faz repensar e colocar em dúvida alguns conceitos como o de vida ou morte no seu contexto dentro do aspecto de qualidade de vida e o morrer dignamente. Atualmente a eutanásia pode ser classificada de várias formas, de acordo com o critério considerado.
Eutanásia Ativa: o ato deliberado de provocar a morte sem sofrimento do paciente, por fins misericordiosos. Trata-se da ação pela qual se põe fim a vida de uma pessoa enferma, por um pedido do paciente ou a sua revelia. O exemplo típico seria a administração de uma overdose de medicamentos com a intenção de por fim a vida do enfermo. É também chamada de morte piedosa ou suicídio assistido. Refere-se ao profissional.
Eutanásia passiva ou indireta: a morte do paciente ocorre, ou porque não se inicia uma ação médica ou pela interrupção de medidas como suspender ou retirar a alimentação, a hidratação ou a oxigenação, com o objetivo de diminuir o sofrimento. Por exemplo a retirada de um equipamento essencial como um respirador em um paciente terminal, sem esperanças de vida. Refere-se ao profissional.
Eutanásia de duplo efeito: quando a morte é acelerada como uma consequência indireta das ações médicas que são executadas visando o alívio do sofrimento de um paciente terminal. Refere-se ao profissional.
Eutanásia voluntária: quando a morte é provocada atendendo a uma vontade do paciente. Refere-se ao paciente.
Eutanásia involuntária: quando a morte é provocada contra a vontade do paciente. Refere-se ao paciente.
Eutanásia não voluntária: quando o paciente ou qualquer
responsável não é consultado ou não
manifesta qualquer posicionamento
sobre a decisão. Refere-se ao paciente.
O que é a Distanásia? A distanásia é um termo pouco conhecido, porém, muitas vezes,
praticada no campo da saúde. É conceituada como uma morte difícil ou penosa, usada para indicar o prolongamento do processo da morte, por meio de tratamento que apenas prolonga a vida biológica do paciente, sem qualidade de vida e sem dignidade. Também pode ser chamada de obstinação terapêutica.
Nesse sentido, enquanto, na eutanásia,
a preocupação principal é com a
qualidade de vida remanescente,
na distanásia, a intenção é de se fixar na
quantidade de tempo dessa vida e de
instalar todos os recursos possíveis para
prolongá-la ao máximo.
O direito de morrer de
forma digna diz respeito
a uma morte natural, com
humanização, sem que
haja o prolongamento da
vida e do sofrimento,
através da instituição de
intervenções fúteis ou
inúteis, que se reporta à
distanásia.
O que é a Ortotanásia?
A Ortotanásia é deixar que
o paciente siga seu caminho
natural para a morte sem
aumentar-lhe a vida de
forma artificial, ou seja,
apenas o acompanhamento
para que a morte seja menos
sofrível possível e de forma
natural.
Percepção do enfermeiro em relação à ortotanásia:
Na prática profissional, é necessário que se esteja atento ao compromisso de proporcionar uma morte digna, mantendo o paciente assistido e confortável.
Atualmente, a distanásia é um problema ético que interfere no desejo do paciente e da família, bem como no cotidiano dos profissionais da saúde, ignorando o momento de parar de se investir no tratamento. Em contraposição, na ortotanásia, o paciente deve ser atendido de maneira individualizada, sendo auxiliado em suas necessidades físicas, emocionais e espirituais, respeitando seu tempo de vida.
Ortotanásia: significado do morrer com dignidade na percepção dos enfermeiros do
curso de especialização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
Segundo a revista Bioethikos, os profissionais podem atuar de forma efetiva na fase da terminalidade junto à família e ao paciente, minorando, sobremaneira, o sofrimento. Cabe à equipe esclarecer as dúvidas, encorajar atitudes positivas; sobretudo, ser sincera e acessível.
A presença dos familiares é vista como importante não só para o paciente, mas também para aproximação dos profissionais em busca de um cuidar mais digno. Esses profissionais irão proporcionar um elo entre familiares e paciente, procurando atender aos seus anseios, medos e
angústias. Os familiares tornam-se agentes desse processo em sintonia com os profissionais.
Obrigada pela atenção!