Post on 24-Dec-2018
A África antes da chegada dos europeus no
século 15 era um continente com várias
culturas, povos, línguas e religiões diferentes.
Deste modo, não existia uma unidade, mas pelo contrário, uma imensa e
rica diversidade cultural, social e política.
Apesar da escravidão já existir na África há milhares de anos, a
chegada dos europeus, em particular dos portugueses,
alteraria a dinâmica do continente ao multiplicar a
demanda por escravos, criando uma diáspora
africana e prejudicando o desenvolvimento de várias sociedades do continente.
Diáspora – Dispersão forçada de povos, motivada principalmente por motivos
políticos e religiosos
A captura de escravos no continente africano era feita por povos africanos aliados dos portugueses, que
trocavam escravos por produtos, principalmente armas. Os europeus, nesta época, não passaram do litoral,
estabelecendo-se nas feitorias (entrepostos comerciais)
Ao longo de 300 anos, estima-se que 12 milhões de escravos foram trazidos ao continente americano.
Dos 12 milhões,
mais ou menos
4,5 milhões vieram para o
Brasil.
Nos navios negreiros, os escravos eram submetidos a condições desumanas de sobrevivência. Muitos não aguentavam e morriam durante a travessia.
“No transporte de negros, os carregadores e
capitães dos navios
têm a prática escandalosa
de colocá-los a bordo tão
juntos uns dos outros
que não só lhes falta a
necessária facilidade de movimento indispensável à vida (...) Devido à condição de
superlotação em que viajam, muitos morrem, e aqueles
que sobrevivem chegam em estado deplorável”.
Decreto Real, Lisboa, 1684.
Mesmo sendo tratados como mercadorias, como coisas, os escravos eram seres humanos. Desta forma, eles inventavam e criavam formas de viver na
nova sociedade que habitavam e, assim,
manifestavam-se culturalmente, seja através da
dança, da religião ou da música e também
constituindo família, casando-se com outros
escravos.
Brasil, um país escravista. Os escravos eram empregados em praticamente todas as atividades no Brasil, do século 15 até o
século 19.
Para garantir o controle sobre os escravos, a sociedade colonial utilizava principalmente os
castigos como exemplo.
Os castigos variavam de intensidade, desde a palmatória, para penas leves até as chibatadas públicas
no pelourinho, para penas mais pesadas.
Mesmo com todas as formas de controle impostas, os escravos não aceitaram a sua condição passivamente,
resistindo de diversas formas à escravidão
A forma mais expressiva de resistência escrava foi a formação de quilombos, povoados formados por
escravos fugidos e normalmente escondidos no meio da mata e de difícil acesso, elaborados estrategicamente
para defesa militar.
Os quilombos assemelhavam-se a verdadeiras cidades fortificadas, contendo no seu interior os mocambos, áreas de ocupação dos
quilombolas. Ao redor das altas cercas, os quilombolas espalhavam armadilhas e preparavam emboscadas. Além disso, os quilombos não
ficavam totalmente isolados, assaltando engenhos para roubar mantimentos e armas e libertar escravos. Muitas vezes, quilombos
chegavam a praticar comércio com regiões próximas.
Pelo seu tamanho (200 km e 35 mil habitantes) e duração de tempo (1580-1695), o quilombo dos Palmares é o mais famoso e o símbolo da resistência escrava no Brasil. Situado em Pernambuco, na atual Alagoas, o quilombo dos Palmares atingiu seu auge sob o domínio
de Zumbi
Zumbi promovia ataques a engenhos e cidades vizinhas no
intuito de conseguir armas e libertar escravos e criou um exército que resistiu a várias
expedições militares fortemente armadas mandadas por Portugal. Em 1695, Zumbi
foi assassinado em uma expedição militar que continha mais de 8000 homens armados
com canhões.
Angola, Congo, BenguelaMonjolo, Cabinda, MinaQuiloa, ReboloAqui onde estão os homensHá um grande leilãoDizem que nele háUma princesa à vendaQue veio junto com seus súditosAcorrentados em carros de boisEu quero verAngola, Congo Benguela, Monjolo Cabinda, MinaQuiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homensDum lado cana de açúcarDo outro lado o cafezalAo centro senhores sentadosVendo a colheita do algodão brancoSendo colhidos por mãos negrasEu quero verQuando Zumbi chegarO que vai acontecerZumbi é senhor das guerrasÉ senhor das demandasQuando Zumbi chega Zumbi é quem mandaEu quero ver
ZUMBI – Jorge Ben