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A dor em Pediatria e sua avaliação
Instituto Politécnico de Setúbal – Escola Superior de Saúde
Pós-Graduação em Enfermagem Perioperatória
Unidade Temática:• Criança e Família no Bloco Operatório
Outubro, 2011
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A dor é um fenómeno que deve ser compreendido no contexto do desenvolvimento humano
Idade
Atitudes dos pais
Atitudes dos técnicos
Estilo de confronto Carácter da dor
Experiência passada
Desenvolvimentocognitivo
Estádio de desenvolvimentona percepção da dor
DOR
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A dor “é um fenómeno complexo e com variantes multidimensionais
(biofisiológicas, bioquímicas, psicossociais, comportamentais e morais). São
inúmeras as causas que podem influenciar a existência e a intensidade da dor no
decurso do tempo (…)”.
(www.min-saúde.pt)
“A experiência de dor na criança envolve a interacção de factores físicos,
psicológicos, comportamentais; depende do seu grau de desenvolvimento e do
ambiente”
(Neves, 2006,
p.141).
Classificação da dor
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Classificação da dor
“(…) dor de início recente e de
duração provavelmente limitada.
Normalmente há uma definição
temporal e/ou causal para a dor
aguda. A dor peri-operatória (…)
insere-se no conceito de dor
aguda”.
(Direcção-Geral de Saúde, 2003)
Dor aguda
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“Dor presente num doente cirúrgico, de qualquer idade, e em regime de
internamento ou ambulatório, causada por doença preexistente, devida à
intervenção cirúrgica ou à conjugação de ambas. (…)
Dor Perioperatória
(Direcção-Geral de Saúde, 2001, p.27)
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Informar a pessoa que a comunicação
da dor aos profissionais de saúde é
essencial, para uma resposta rápida,
ponderada e adequada à sua situação.
A intensidade da dor, no período pós-
operatório, pode ser máxima entre as 24
e as 48h;
Em alguns casos, pode estar presente
até às 72h após a cirurgia.
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/bv.fcgi?
rid=hstat6.section.32380)
Orientações para controlo da dor péri-operatória
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“Reconhece-se (…) ser uma prioridade que, durante o período peri-
operatório, principalmente no pós-operatório, os doentes tenham acesso a um
maior alívio da dor”.
“(…) do ponto de vista ético, (…) quando a actuação médica
provoca dor ou sofrimento superiores aos necessários, para
alcançar um benefício terapêutico, se está a “lesar” o doente”
(Direcção-Geral de Saúde, 2001, p.26)
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Vantagens do controlo da dor no período peri-operatório:
Proporciona maior conforto ao doente.
Ajuda a prevenir potenciais complicações.
Favorece a precocidade da alta.
Contribui para a humanização dos cuidados.
(Direcção-Geral de Saúde, 2001, p.27)
“O objectivo do tratamento da dor é eliminar as
experiências dolorosas associadas ao
sofrimento” .
(Lacussan e Barbosa, 2006, p.17)
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Avaliação da dor (finalidade)
Aumentar o confortoPromover a recuperaçãoMelhorar o nível funcionalPrevenir os efeitos prejudiciais da dor não aliviada.
Escalas de heteroavaliação
– NIPS (1993) – FLACC (Merkel et al, 1997) – OPS (Hannallah et al, 1988)– CHEOPS (McGrath et al,1985)– EDEGR (Gauvain-Piquard et Fournier 1987)
Avaliação da dor
NIPS - Escala de avaliação da dor para recém-nascidos (1993)
CategoriasPontuação
0 1 2
Expressão Facial Músculos relaxados, expressão neutra
Músculos faciais contraídos, sulco entre as sobrancelhas, maxilar cerrado
Choro Calmo, não chora Gemido, choro intermitente Grita, tom agudo, estridente contínuoChoro silencioso (se entubado)evidenciado pelos movimentos faciais
Características da Respiração
Calma Mudança na frequência, irregular, mais rápida, pausas respiratórias
Braços Relaxadas Sem rigidez muscularMovimentos ocasionais dos braços
Tensos, esticados, ou em extensão/flexão rápidas
Pernas Relaxadas Sem rigidez muscularMovimentos ocasionais das pernas
Tensas, esticadas, ou em extensão/flexão rápidas
Estado de sono/ repouso DormeAcordado calmo/tranquilo
IrrequietoAlerta desassossegado//agitado
Pontuação total entre 0 e 7. A partir de 3 é considerada dor significativaUsada com bebés com idade gestacional 28 semanas, até à 6ª semana de vida
Categorias
Pontuação
Tensão Arterial (mmHg) 10% pré-operatório 10 - 20% pré-operatório 20% pré-operatório
012
Choro NãoSim, mas cala-se com um brinquedo/distracção (TLC)Sim e não se cala com um brinquedo/distracção
012
Movimentos NenhunsImpaciente. Incapaz de estar quieto. Muda frequentemente de posição. Não há perigo de se auto magoar.Não fica quieto. Dá pontapés, contorce-se. Pode-se auto magoar, é preciso proteger.
01
2
Agitação
Criança a dormir ou acordada calmaLevemente agitadoMuito agitado
012
Verbalização da dor
ou
Linguagem Corporal (Crianças pré-verbais)
Sem verbalização da dor ou diz que não tem dorPostura indiferente Queixa-se de dor mas não a localiza Postura antiálgica com extremidades flectidas Queixa-se de dor, localiza - a e é capaz de a avaliar/pontuarPostura antiálgica e com a mão protegendo o penso.
0 1
2
Cada uma das 5 categorias é pontuada de 0 a 2, o que resulta numa pontuação total entre 0 e 10. Administração de analgésicos opióides em pontuações 6. Usada em crianças dos 0 aos 18 anos.
OPS - Escala Objectiva da dor (1988)Comportamentos observados
FLACC - Escala de Avaliação da Dor pós-operatória (1997)
CategoriasPontuação
0 1 2
Face Sem expressão particular ou com sorriso
De vez em quando faz caretas ou franze as sobrancelhas, esconde a face (isola-se) ou mostra expressão de desinteresse
Frequente ou constante tremor do queixo, maxilares cerrados
Pernas Posição normal ou descontraído
Desconfortável, inquietas, rígidas
Pontapeia ou tem as pernas encolhidas
Actividade Permanece calmo, posicionamento normal, move-se facilmente
Retorce-se, muda-se de costas para frente, rígido
Arqueado, rígido ou movimentos bruscos/sacudidelas
Choro Não chora (acordado ou adormecido)
Queixa-se ou choraminga, soluça, lamúria; queixa-se de vez em quando
Choro constante, gritos ou soluços, queixas frequentes
Consolação Satisfeito, descontraído
Tranquiliza-se com toque de vez em quando, abraçando-o ou falando com ele, distrai-se
Difícil de consolar ou confortar.
Cada uma das 5 categorias é pontuada de 0 a 2, o que resulta numa pontuação total entre 0 e 10. Usada em crianças dos 2 meses aos 7 anos
CHEOPS – Escala de Avaliação da Dor das Crianças do Hospital Este do Ontário (1985)
Critérios Comportamentos observados pontuação Definição
Choro Ausente
Gemidos, lamentos Chora
Gritos fortes estridentes, soluços
1
2 2
3
A criança não chora
A criança geme ou tem choro silencioso
A criança está a chorar, mas o choro é suave ou choraminga
A criança que chora fortemente, soluça
Expressão facial
Sorriso, fácies claramente positivo
Calmo, expressividade nula Caretas, fácies claramente negativo
0
1 2
Pontuar 0 apenas se tiver uma expressão facial positiva
Expressão facial neutra Pontuar 2 apenas se tiver uma expressão facial negativa
Verbalização Positiva
Nula
Outras queixas Queixas de dor
Ambas as queixas
0
1
1
2
2
Faz qualquer comentário positivo ou fala de outras coisas sem queixas
A criança não fala
Queixa-se, mas não de dor ex. "quero ver a minha mãe" ou "estou com sede"
A criança queixa-se de dor
Queixa-se de dor, e de outras coisas, ex. dói-me; quero a minha mãe"
CHEOPS – Escala de Avaliação da Dor da Dor das Crianças do Hospital Este do Ontário (1985)(Continuação)
CritériosComportamentos observados
Pontuação Definição
Atitude corporal
Neutro Agitação, mudança frequente de posição
TensoTrémulo Na posição verticalContido
1 2 2 2
2 2
Corpo ( e não os membros) em repouso; tronco inactivoMuda de posição constantemente, movimentos descoordenados
Corpo arqueado ou rígidoTremores ou sacudidelas involuntárias do troncoA criança eleva o tronco à posição vertical.Precisa de contenção externa
Tocar a ferida
Não toca
Procura alcançar Toca Palpa Contido
1
2 2 2 2
A criança não toca na ferida
Tenta alcançar a ferida, mas não lhe toca
Toca suavemente na ferida ou na área circundante
Palpar/mexe vigorosamente na ferida.
Precisa de contenção dos braços
Membros inferiores Neutro
Contorção/pontapeação Encolhidas / tensos Em péContidos
1 2 2 22
As pernas podem estar em qualquer posição mas estão relaxadas; movimentos suaves
Movimentos constantes das pernas, dá pontapés
Pernas tensas/encolhidas, mantendo essa posição
De pé, de cócoras ou ajoelhadoPrecisa de contenção das pernas
Pontuação total entre 4 e 13. Usada em crianças de 1 aos 12 anos
... as crianças a partir dos 3 anos são capazes de indicar os vários níveis de dor se os adultos lhes proporcionarem a oportunidade e o meio ...
Beyer e Wells (1989)
As escalas precisam de ser fáceis de compreender, aprender, ensinar, usar e transportar
Escalas de auto-avaliação
Avaliação da dor
A DOR NA CRIANÇA ______________________
Escala de cores (Eland, 1973)
Não dói Dói pouco Dói muito A dor pior
Usada a partir dos 5 anos
Localização e Intensidade
A DOR NA CRIANÇA ______________________
0 2 4 6 8 10
Não dói Dói um pouco Dói um pouco Dói ainda mais Dói muito Dói mais do
mais mais que possas
imaginar
Escala de faces (Wong e Baker, 1988)
Usada com crianças dos 3 aos 18 anos e adultos
Intensidade
A DOR NA CRIANÇA ______________________
(cima) Escala de faces de Kuttner e LePage (1989);
(baixo) Escala de faces de Bieri, Reeve, Champion e Addicoat (1990)Usada com crianças dos 2 aos 12 anos
Intensidade
A DOR NA CRIANÇA ______________________
Escala de faces (McGrath, 1990)
Usada com crianças dos 3 aos 12 anos
Intensidade
A DOR NA CRIANÇA ______________________
Instrumento de Fichas de Poker (Hester, 1975)
Usado a partir dos 4 anos
Intensidade
A DOR NA CRIANÇA ______________________
Sem dor Pior dor possível
Escala Analógica visual (VAS)
0 10
Usada a partir dos 8 anos
Intensidade
A DOR NA CRIANÇA ______________________
A pior dor
Sem dor possível
Escala de dor analógica linear (LAPS) (Varni-Thompson, 1987)
Usada a partir dos 8 anos
Intensidade
A DOR NA CRIANÇA ______________________
Escala numérica
Usada a partir dos 8 anos
Intensidade
Sem dor Pior dor
A DOR NA CRIANÇA ______________________
Escala das palavras
(Tesler, Savedra, Holzemer e Wilkie,1991)
Usada a partir dos 8 anos
Intensidade
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A Dor em Pediatria
A dor é parte integrante da experiência de vida de quase
todas as criança!
Referências Bibliográficaso DIAS, Natália – Anestesia e analgesia em pediatria. Unidade Curricular: Enfermagem Perioperatória II: Pós-graduação de
Enfermagem Perioperatória: IPS, 2011. 114p.
o Hockenberry, M. J. (Ed.) Fundamentos de enfermagem pediátrica (7ª ed.). 2006. Rio de Janeiro: Elsevier. ISBN 85-352-1918-8.
o NEVES, M.ª Amélia – A Dor no Pós-operatório de Cirurgia Infantil. In SILVA, Yerkes; SILVA, Josefino – Dor em Pediatria. Rio de Janeiro, 2006. ISBN 85-277-1164-8. p.141-149.
o PIMENTEL, M.ª Helena – Mitos e ideias incorrectas da dor na criança. Nursing. Lisboa. ISSN 0871-6196. – 13:154 (Abril 2001), p. 27-31.
o PORTAL DA SAÚDE – (2005, 1 de Novembro) – Dor. Acedido em 21 de Setembro de 2011, em http://www.min-saude.pt/portal/conteudos/apoio+ao+utente/cuidados+de+saude/cuidados+paliativos/dor.htm
o ROTHROCK, Jane – Alexander: Cuidados de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico. 13ªed. Lusodidacta. 2009. ISBN 978-989.8075-07-9.
o SENDIN et al – Hospital sem Dor. In SILVA, Yerkes; SILVA, Josefino – Dor em Pediatria. Rio de Janeiro, 2006. ISBN 85-277-1164-8. p. 98-102.
o UNICEF (2004) – A Convenção sobre os direitos da criança. Acedido em 21 de Setembro de 2011, em: http://www.unicef.pt/docs/pdf_publicacoes/convencao_direitos_crianca2004.pdf
o WORLD HEALTH ORGANIZATION - Pocket book of hospital care for children: guidelines for the management of common ilness with limited resources.[S.l.: s.n.], 2005. ISBN 924-115-467-100
o WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO's pain ladder. Acedido em 21 de Setembro de 2011, em: http://www.who.int/cancer/palliative/painladder/en/
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Trabalho Elaborado por:
Daniela Filipa Freitas Dias