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7/26/2019 A Direcao de Fotografia Na Tv Em Alta Definicao - Willians
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UNESPUniversidade Estadual PaulistaJlio de Mesquita Filho
Faculdade de Arquitetura, Artes e ComunicaoDepartamento de Comunicao Social
A direo de fotografia na TV em alta definio
pesquisadorWILLIANS CEROZZI BALAN
BauruSP
2 0 1 1
7/26/2019 A Direcao de Fotografia Na Tv Em Alta Definicao - Willians
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UNESPUniversidade Estadual PaulistaJlio de Mesquita Filho
Faculdade de Arquitetura, Artes e ComunicaoDepartamento de Comunicao Social
A direo de fotografia na TV em alta definio
Relatrio da pesquisa trienal doDocente Willians Cerozzi Balan paraencaminhamento ao CPA.
BauruSP2 0 1 1
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SUMRIO
Introduo ................................................................................................................................. 10
Captulo 1 - As caractersticas da TV analgica e da TV Digital .................................. 18
1.1-A formao da imagem na TV analgica ..................................................................... 18
1.2-A formao da imagem na TV Digital.......................................................................... 21
1.3-TV Digital: produo e transmisso ............................................................................. 28
1.4-Difuso em sistema Digital para a TV aberta ............................................................... 30
1.5-Formas de registro da imagem analgica e digital ....................................................... 35
1.6-
A imagem colorida na TV analgica ............................................................................ 36
1.7-Chroma-key .................................................................................................................. 38
1.8-A contribuio do Videoteipe no registro das imagens analgicas e digitais ............... 39
Captulo 2 - A tecnologia e a influncia artstica para construo de imagens ............. 49
2.1- Representao da imagem digital ................................................................................ 50
2.2-
Digitalizao no formato de rastreio ............................................................................. 53
2.3-Digitalizao da imagem no formato vetorial .............................................................. 56
2.4-
Parmetros para o nvel de cinza e cor na imagem digital ........................................... 57
2.5-
As influncias artsticas na criao do centro de interesse na imagem ........................ 59
2.6-A influncia da proporo urea na composio da imagem para TV ......................... 78
Captulo 3 - A Imagem e a composio visual para a TV digital: a base para a Direo
de Fotografia 84
3.1-Os formatos da imagem na TV Digital ......................................................................... 84
3.2-
Os formatos da imagem em 4:3 e 16:9 e a convivncia nos prximos anos ................ 87
3.2.1- Converso da imagem 16:9 ou maior para exibio em 4:3 ...................... 89
3.2.2- Converso da imagem original 4:3 para exibio no aspecto 16:9 ............ 93
3.3-A produo da imagem para TV Digital em alta definio ........................................ 103
3.4-O olhar nas imagens .................................................................................................... 124
3.5-Eye-Trackingo rastreamento do olhar ..................................................................... 125
3.6-Dispositivos para visualizao das imagens HD - Plasma, LCD , LED e OLED ...... 130
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Captulo 4 - Situao atual da implantao da TV Digital no Brasil e a sua interferncia
para o diretor de fotografia produzir imagens em alta definio ........................................... 135
4.1-As emissoras digitais brasileirasgeradoras ............................................................. 135
4.2-
A realidade da implantao da TV Digital no interior................................................ 136
4.3-
Os problemas para produo durante a convivncia dos formatos ............................. 146
4.4-O que est no ar em alta definio ........................................................................... 146
Concluso ............................................................................................................................... 148
Glossrio ................................................................................................................................. 152
Referncias ............................................................................................................................. 156
ANEXOS ................................................................................................................................ 165
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LISTA DE ILUSTRAES
Fig. 1Esquema da abordagem desta pesquisa sobre a imagem ................................... 12
Fig. 2 - CCDdispositivo digital para converso da luz em sinais eltricos ................. 19
Fig. 3Esquema do Monitor CRT .................................................................................. 24
Fig. 4 - Disposio dos pixels no monitor CRT .............................................................. 24
Fig. 5 - Monitor LCD - Esquema de construo ............................................................. 25
Fig. 6 - Resolues de imagem digital aspecto 4:3 ......................................................... 26
Fig. 7 - rea visual na proporo 16:9 ............................................................................ 27
Fig. 8 - Resolues de imagem para TV digital aspecto 16:9 ......................................... 28
Fig. 9 - Esquema ilustrativo da transmisso de TV terrestre .......................................... 33
Fig. 10 - Esquema de back-projectionutilizado na produo cinematogrfica .............. 39
Fig. 11 - Ilha de edio quadruplex com 3 mquinas ..................................................... 40
Fig. 12 - Fita quadruplex comparada com fita DVCam .................................................. 41
Fig. 13 - UPJUnidade Porttil de Jornalismo (ENG) .................................................. 42
Fig. 14Ilha de edio U-Matic .................................................................................... 42
Fig. 15 - Cmera com VT BetaCam incorporado (camcorder) ....................................... 43
Fig. 16 - Cmera com gravador DVD BluRay ................................................................ 44
Fig. 17 - Cmera com suporte de gravao em carto Compact Flash Card .................. 44
Fig. 18 - Ilha de edio digital no linear ....................................................................... 45
Fig. 19 - VT Digital HDCAM - Sony - Gravao em HDTV......................................... 45
Fig. 20 - Exemplo da matriz (M,N) com destaque para o pixel (2,4) ............................. 51
Fig. 21 - Esquema da digitalizao da imagem por mapeamento BPM ......................... 52
Fig. 22 - Imagem original digitalizada em BPM2560x1920 pixels ............................ 54
Fig. 23 - Imagem ampliada ............................................................................................. 54
Fig. 24 - Imagem ampliadaperda da qualidade perceptvel ao olho ........................... 55
Fig. 25 - Apresentador em enquadramento segundo o Ponto de Ouro ........................... 65
Fig. 26Apresentador como elemento de massa na cena .............................................. 66
Fig. 27Linhas horizontais remetem a sensao de tranqilidade ................................ 67
Fig. 28Linhas curvas ................................................................................................... 68
Fig. 29Linhas convergentes foram o direcionamento do olhar ................................. 68
Fig. 30Linhas divergentes levam o olhar ao ponto de fuga para fora da cena ............ 69
Fig. 31Luz com maior contraste chama ateno se impondo s linhas ...................... 70
Fig. 32 - Sensao bidimensional - crculo ..................................................................... 71
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Fig. 33 - Sensao tridimensional pela luz - esfera ......................................................... 71
Fig. 34 - Diagrama da luz bsica de trs pontos ............................................................. 71
Fig. 35Key-Light- luz principal destacando as formas ............................................... 72
Fig. 36 -Fill-light- atenduando e proporcionando textura pelas sombras ..................... 72
Fig. 37 -Back-lightdestaque nos contornos da forma ................................................. 73
Fig. 38 - Resultado visual na imagem com os trs pontos de luz ................................... 73
Fig. 39 - Matizes diferentes e mesmo tom de cinza quando sem cor no h contraste... 75
Fig. 40Perspectiva de Massa ....................................................................................... 76
Fig. 41 - Foco Seletivo - direcionamento do olhar ao segundo plano ............................ 77
Fig. 42 - Foco Seletivo - direcionamento do olhar ao primeiro plano ............................ 77
Fig. 43 - Retngulo ureoproporo a/b=1,618034 ................................................... 78
Fig. 44 - Partenon - Arquitetura na proporo urea ...................................................... 79
Fig. 45 - "A ltima Ceia" - pintura na proporo urea ................................................. 79
Fig. 46 - Retngulo ureo aplicado na viso humana - introduo ao formato 16:9 ..... 80
Fig. 47- Imagem originalCena do filme Indiana Jones - Paramount .......................... 89
Fig. 48 - ConversoPan Scan ......................................................................................... 89
Fig. 49 - Converso Pan Scan ......................................................................................... 89
Fig. 50 - ConversoPan Scan ......................................................................................... 89
Fig. 51 - Cena 16:9 vista em tela 16:9 Frame de Indiana Jones - Paramount ................. 91
Fig. 52 - Cena 16:9 vista em tela 4:3 - ConversoEdge Crop........................................ 91
Fig. 53 - Cena 16:9 vista em tela 4:3 - ConversoLetter-box........................................ 92
Fig. 54 - Saveguardda rea 4:3 em um captao em 16:9 ............................................. 95
Fig. 55 - Saveguardaplicado em cena da novela Passione - Rede Globo ...................... 95
Fig. 56 - Imagem 4:3 vista no TV 16:9 configurado para 4:3 no receptor ..................... 96
Fig. 57 - Converso Anamorphics WideScreen .............................................................. 97
Fig. 58 - FormatoEdge BlankouPillar-box................................................................... 98
Fig. 59 - Imagem 4:3 em tela 16:9 com grafismo noEdge-Blank.................................. 99
Fig. 60 - Cena 4:3 vista no 16:9 - Converso Pillar-Box .............................................. 100
Fig. 61 - Cena 4:3 vista no 16:9 - Converso Crop - close forado .............................. 101
Fig. 62 - Cena em HDTV - Novela Passione - TV Globo ............................................ 103
Fig. 63 - Mariana Ximenes demonstra novo produto para maquiagem em HDTV ...... 106
Fig. 64- Fundo cenogrfico em lona plotada ................................................................ 107
Fig. 65 - Fundo cenogrfico com imperfeies percebidas em HD .............................. 108
Fig. 66 - Frango assado cenogrfico ............................................................................. 110
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Fig. 67 - Pernil cenogrfico ........................................................................................... 111
Fig. 68 - Parmeso cenogrfico ..................................................................................... 111
Fig. 69 - Bacalhau cenogrfico ..................................................................................... 111
Fig. 70 - Doces e bolo cenogrficos .............................................................................. 111
Fig. 71Iguarias e Pizza cenogrfica .......................................................................... 111
Fig. 72 - Peixes cenogrficos ........................................................................................ 111
Fig. 73 - Mosaico de fotos da gravao de Negcios da China .................................... 113
Fig. 74- Escala de cinza com relao de contraste 21:1 ................................................ 115
Fig. 75 - Escala de cinza com relao de contraste 8:1 ................................................. 115
Fig. 76 - Escala de cinza para HDTVaspecto 16:9 (Gray Scale Ramp) ................... 116
Fig. 77 - Cena com relao de contraste dentro da proporo 30:1 .............................. 119
Fig. 78 - Mesma cena anterior fista em televisor comum ............................................. 119
Fig. 79 - Relao de contraste acima dos limites da TV analgica............................... 121
Fig. 80 - culos Tobii-glass- dispositivo para registrar onde os olhos esto olhando. 127
Fig. 81- Demarcao dos pontos onde os olhos foram direcionados ............................ 128
Fig. 82 -DisplayOLED Flexvel - Sony ...................................................................... 132
Fig. 83 - Display OLED FlexvelSamsung 1 ............................................................ 133
Fig. 84 - Display OLED Flexvel - Samsung 2 ............................................................. 133
Fig. 85 - Cronograma para implatao da TV Digital no Brasil ................................... 136
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LISTA DE TABELAS
Tab. 1 - Cronograma de implantao da TV Digital no Brasil ....................................... 35
Tab. 2 - Resoluo horizontal nos diversos suportes de registro da imagem ................. 45
Tab. 3 - Formatos de transmisso da TV Digital ............................................................ 86
Tab. 4 - Tabela comparativa - resolues da imagem na TV Digital ............................. 86
Tab. 5- Percepo para os nveis de cinza..................................................................... 114
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RESUMO
Willians Cerozzi BalanA Direo de Fotografia na TV em alta definio
O trabalho aborda questes sobre a produo e composio da imagem em alta
definio na TV Digital HDTV. Por meio dos dados levantados na literatura especfica,
impressa e eletrnica, e com entrevistas com profissionais da rea e observaes da
programao disponvel em HDTV na cidade de So Paulo puderam ser analisadas as
imagens e composio visual que advm com a TV Digital de alta definio e interativa. Paratanto, a produo da imagem em alta definio precisa atender a dois tipos de pblico: o que
assiste a transmisso digital e o que ainda continuar assistindo no sistema analgico com
baixa percepo para os detalhes visuais. Os resultados demonstraram duas questes
fundamentais e interdependentes: as prticas de produo, materiais cenogrficos e processos
de composio dos elementos da imagem precisam ser atualizados segundo as novas
caractersticas tecnolgicas e que o processo de implantao da TV Digital no Brasil deve ser
revisto, com correes de prazos e das polticas adotadas sob o risco de se atrasar todo o
processo de produo de contedo e da imagem em alta definio para este suporte.
PALAVRAS-CHAVE
TV Digital, Fotografia, Imagem em Alta Definio, HDTV, Tecnologia
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Introduo
Este trabalho acadmico se prope a refletir sobre as tcnicas e o processo de produo
da imagem e sua composio artstica e fotografia para a televiso digital em alta definio,
considerando o momento de transio da tecnologia analgica para a digital no Sistema
Brasileiro de Televiso Digital Terrestre SBTVD-T, com transmisso de sinal para TV
aberta e em especial considerando suas relaes com os processos colaborativos das diversas
redes de aprendizagem e transferncias de conhecimentos atravs das emissoras de televiso
que esto instalando os sistemas de gerao, veiculao e recepo e interatividade digital.
Neste contexto as atuais tecnologias devero coexistir at o ano de 2016 1, quando o sinal
analgico ser desligado. Embora as previses mais otimistas indiquem que dentro deste
prazo, os consumidores da programao televisiva tero substitudo seus aparelhos de
televiso analgicos por novos modelos j preparados para receber o sinal digital e reproduzir
em suas telas imagens em alta definio, com composies mais largas que a da TV analgica
com o formato 16:9, esta pesquisa investiga se a realidade poder ser diferente. Assim, h que
se considerar neste momento, que ainda so muito recentes as mudanas de atitudes dos
telespectadores no que se refere substituio de seus televisores, uma vez que a implantao
ainda est em desenvolvimento e o sinal digital ainda no est presente na maioria das cidadesbrasileiras.
Neste contexto h que se considerar dentro do universo das mltiplas convergncias das
mdias com as novas tecnologias a definio de tecnologia da informao, proposta por
Castells (1999, p.67), como um conjunto convergente de aplicaes nas reas da
microeletrnica, computao (software e hardware), telecomunicaes/radiodifuso e
optoeletrnica, incluindo, de forma mais ampla, tambm a bioinformtica. Seu acelerado
desenvolvimento impactou, sobretudo na ltima dcada, o universo da comunicao, em umamdia em que se tornam tnues os limites que, tradicionalmente, separam diferentes veculos
miditicos e dispositivos de acesso usados para a gerao, transmisso e recepo do
conhecimento.
Portanto este cenrio de convergncia das mdias em redes integradas de
telecomunicaes audiovisuais est ligado diretamente produo e, em outro sentido,
divergnciade opes tecnolgicas interoperveis para acesso, processamento e transmisso
1 Conforme previso descrita no Decreto Presidencial N 5.820 de 29 de junho de 2006, que estabelece acriao do SBTVD-TSistema Brasileiro de Televiso Digital Terrestre.
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remota de imagens e sons, fomentando novas espcies de redes sociais baseadas em
contedos para informao, educao e entretenimento. A TV digital aprimora a possibilidade
da convergncia das mdias entre si, em rede, mas tambm elas em relao aos interesses, s
circunstncias e s condies de seus usurios, com tecnologias e contedos adaptados s
demandas de cada segmento de pblico e em ltima instncia, especficos a cada indivduo.
O problema que expressa a demanda por modelos e experimentos reais na rea e que,
portanto, justifica esta pesquisa decorre da percepo de que as estruturas atualmente em
uso no processo de contedo audiovisual para todas as reas so insuficientes e no atendem,
de forma integral e independente dos requisitos emergentes de colaborao e interao. Sem
contar que tambm ainda so novas e ainda no suficientemente exploradas as especificaes
de adaptao desses contedos para dispositivos mveis [M-learning] (Zhou, W. et al., 2009;HLBLING et al., 2008), embora este aspecto no seja o foco principal da presente pesquisa.
Alm disso, oportuno destacar que na leitura da maioria das pesquisas realizadas
internacionalmente sobre os modelos de televiso digital esto baseados em experincias e
tecnologias distintas das verificadas e empregadas no Brasil, onde as configuraes das
emissoras e centros de produo educativos e universitrios assumem contornos particulares,
o que dificulta a aplicao direta de seus resultados ao contexto nacional e regional. Estes
estudos requereram anlises in loco sobre os modelos de produo de contedos que estolevando em conta as especificidades do Sistema Brasileiro de Televiso Digital (SBTVD), o
perfil do pblico, os interatores e das comunidades envolvidas, bem como os espaos sociais
onde se d a prtica colaborativa da produo.
Frente a estes problemas o objetivo geral desta pesquisa o de estudar as tecnologias da
produo nos vrios segmentos da construo da imagem, os elementos artsticos que criam
narrativas visuais para a produo da imagem, diagnosticando as alteraes e limitaes que
ocorrem quando a nova tecnologia comparada com a anterior. J como objetivosespecficos, sero apresentadas as caractersticas e as limitaes da imagem para TV
analgica e da imagem para TV digital com vistas a transmisso da mesma imagem para dois
sistemas diferentes. Tambm verificamos o que leva o telespectador a no perceber narrativas
visuais especficas da produo em alta definio nos sistemas com baixa resoluo que
permitem transmitir e exibir imagens com menores detalhes.
Como direcionamento para a abordagem desses objetivos geral e especficos, a pesquisa
proporcionar levantar as seguintes questes: a comparao entre as tecnologias analgicas e
digitais, o estudo da formao da imagem na TV analgica, a formao da imagem na TV
digital, os tipos e formatos da imagem digital, as influncias artsticas na composio visual e
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na proporo 16:9 da imagem, as diferenas para compor a imagem no formato 16:9 da TV
digital que seja compatvel com o formato 4:3 da TV analgica, a forma de olhar as imagens
com os recursos de anlise do olhar e os tipos de televisores compatveis para a apresentao
do produto final ao telespectador.
Portanto, o esquema abaixo proporcionar uma viso do conjunto e dos estratos
construtores desta pesquisa.
Fig. 1Esquema da abordagem desta pesquisa sobre a imagemEsquema organizado e produzido pelo autor
A leitura deste esquema se faz a partir do bloco central, de onde se irradiam os demaisfocos desde os conhecimentos sobre a Formao da Imagem na TV Analgica at o bloco
Problemas para a produo, exemplificando as relaes da imagem com os conhecimentos
necessrios e pesquisados nas reas tecnolgicas, artsticas, sociais, econmicas e polticas
que influenciam a produo e composio da imagem para a TV digital em alta definio,
demonstrando a importncia dos contedos distribudos nos captulos que compem a
pesquisa. A imagem e a composio visual na TV digital sero estudadas com os seguintes
focos: quais os suportes tecnolgicos; quais os formatos; como produzida; como vista equais os problemas para sua produo.
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Este trabalho tem por objetivos refletir sobre a produo da imagem e sua composio
visual para a TV Digital em alta definio no Brasil, cujos elementos so as bases para a
Direo de Fotografia nas obras televisuais,, nas abordagens sobre quais so os suportes
tecnolgicos para formao da imagem, quais so os formatos, como produzida, como
vista e quais so os problemas para sua produo.
A relevncia desta pesquisa relaciona-se as reas acadmicas afins e profissionais
relacionadas no s TV Digital, mas imagem esttica da televiso digital, pois o tema
contemplar os aspectos da produo da imagem em alta definio com os novos recursos
tecnolgicos e sero demonstradas as etapas da construo da imagem digital tanto na
abordagem tecnolgica quanto na artstica, pois autores, pesquisadores e profissionais da rea
de comunicao citados no trabalho, reconhecem que a imagem exerce profunda influnciaem todos os segmentos da sociedade moderna. Ser demonstrado como os elementos que
compem a imagem estimulam em seu pblico o despertar de sensaes e emoes, alm das
mensagens transmitidas atravs das narrativas visuais, elementos fundamentais para a
produo do contedo televisivo.
Tem tambm grande importncia social, pois sero apresentados dois contextos
integrantes dos objetivos desta pesquisa, que implicam diretamente na possibilidade de
excluso dos telespectadores residentes em cidades que no possuam emissoras geradoras, osquais dependem de estaes retransmissoras para receber a programao pela TV digital 2.O
primeiro contexto est relacionado produo das imagens em alta definio com alta relao
de contraste, elementos s perceptveis em imagem HDTV. Onde sero apresentadas as
caractersticas que demonstraro aos produtores e diretores de programas de TV a necessidade
de produzirem imagens que sejam vistas pelos dois pblicos: aquele que recebe o sinal em
alta definio e aquele que, por muitos anos, ainda receber apenas o sinal de baixa resoluo
e baixa taxa de contraste, o sinal convertido em sistema analgico no formato 4:3. O segundocontexto demonstrar a realidade atual da implantao dos sistemas de transmisso nas
capitais estaduais e nas grandes cidades que j possuem geradoras onde, sero apresentadas,
nesta pesquisa, as dificuldades em se implantar os sistemas de repetio e retransmisso de
sinal digital nas cidades que ainda no possuem emissoras geradoras e nas que possuem
menos de 300 mil habitantes, podendo privar os telespectadores destas localidades de receber
imagens em alta definio, o que refora a importncia do primeiro contexto.
2Conforme preconizado no projeto original da implantao do SBTVD.
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Para atender aos objetivos aqui definidos como elementos norteadores desta pesquisa
estruturamos seu contedo com quatro captulos tendo a imagem como elemento central deste
estudo e as relaes com as etapas de sua produo: a formao da imagem na tecnologia da
TV analgica e da TV digital para proporcionar comparaes (Captulo 1), a influncia dos
elementos da composio artstica na sua concepo (Captulo 2), os formatos da imagem
digital, os formatos da TV digital, as caractersticas da composio da imagem para os
formatos 4:3 e 16:9 e as formas para olhar a imagem (Captulo 3), a cobertura de TV digital
atual e futura cujos prazos podem atrasar a produo de programas com todos os recursos da
TV digital em alta definio (Captulo 4).
O primeiro captulo As caractersticas da TV Analgica e da TV Digital, abordar astecnologias para formao da imagem e sua difuso na TV analgica e na TV digital. Sero
apresentadas tambm as formas de registro de imagens, analgicas e digitais, dada a
importncia do suporte de gravao para realizao das etapas de produo e ps-produo.
Desta forma o conhecimento adquirido nesta etapa permitir comparar as duas tecnologias,
suas caractersticas e limitaes.
J o segundo captulo, A tecnologia e a influncia artstica para construo deimagens, apresentar a construo tecnolgica da imagem, representao da imagem
analgica para sua produo digital, formas de converso, resoluo, profundidade e os tipos
de arquivos que podero ser capturados, armazenados, manipulados (edio) e transmitidos.
Este captulo contribuir tambm, diretamente com a construo artstica da imagem. Sero
apresentadas as influncias que as composies artsticas imprimem na esttica televisual
cujos elementos invisveis ao telespectador levam a ele emoes, sensaes direcionamento
do olhar e narrativas dramticas contadas pelas imagens. Ser ainda apresentada a importanteinfluncia da proporo urea na composio cenogrfica para o formato 16:9 e o
posicionamento de personagens e elementos significativos para a narrativa visual.
A Imagem e a composio visual para a TV digital: a base para a Direo de
Fotografia, o terceiro captulo, ser a etapa onde as informaes apresentadas nas etapas
anteriores sero as bases do conhecimento para que se compreenda como produzir imagens
para a TV digital de tal forma que atendam tambm s necessidades do telespectador que
continuar assistindo as transmisses analgicas, sem perder o contedo da narrativa visual,
independente se v a transmisso em 4:3, 16:9, em alta, mdia ou baixa definio.
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Considerando que para se produzir h que saber como olhar, sero apresentados os
processos de rastreamento do olhar, o qual permite identificar para onde os olhos se
direcionam dentro das reas da tela onde devero ser inseridos os elementos de cena durante a
produo e tambm sero comparados os novos dispositivos de visualizao da imagem em
HDTV com rea visual na proporo 16:9, nas tecnologias de formao da imagem por
Plasma, LCD, LED e OLED. Sero, ento, apresentados os formatos de imagem para a TV
analgica e TV digital e sua convivncia at o desligamento da transmisso analgica,
prevista para acontecer em 2016.
E o quarto captulo, e ltimo, Situao atual da implantao da TV Digital no Brasil e
a sua interferncia para o diretor de fotografia produzir imagens em alta definio,apresentar o panorama atual da implantao da difuso de sinais digitais nas cidades
brasileiras. Nesta etapa ser apresentada a atual cobertura digital, o percentual de
telespectadores que j possuem televisores com a nova tecnologia e sero conhecidas as
dificuldades em se cumprir os prazos legais para que o sinal digital atinja todo o territrio
nacional. Em consequncia, como estas dificuldades podero prejudicar a produo de novos
programas em que possam ser realmente utilizados na produo das imagens, elementos
visuais s perceptveis em alta definio, como significativos para a narrativa visual.
A estrutura aqui adotada defende a pesquisa de que a implantao do sistema de TV
digital no Brasil poder protelar para um futuro distante, a produo de imagens em alta
definio, com alta relao de contraste comprometendo o aproveitamento total da rea da
imagem 16:9 na sua composio, com todos os recursos que a nova tecnologia pode oferecer
para a produo televisiva.
As hipteses que justificam este pesquisa so que a mudana da proporo da tela de
TV de 4:3 para 16:9 implica em mudanas na disposio dos elementos da imagem e na
criao do centro de interesse de cena, que a alta definio de imagem implicar em novos
conceitos para produo de maquilagem, figurino, cenografia e iluminao e que o prazo para
desligamento das transmisses analgicas poder ser protelado se o atual plano de
implantao da TV digital no Brasil no for revisto, tendo como conseqncia, que a
produo e composio visual das imagens nos programas televisivos continue seguindo as
caractersticas da produo para a TV analgica, devido a convivncia dos dois formatos por
mais tempo que o cronograma oficial.
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Finalmente a metodologia utilizada nesta pesquisa estar assim constituda: pesquisa
bibliogrfica; pesquisa documental com consultas s leis e normas que planificam a
implantao do Sistema Brasileiro de Televiso Digital SBTVD, mais especificamente da
Televiso Digital no Brasil; pesquisa de campo com observao no s da atual programao
digital, mas tambm da produo imagtica, objeto desta pesquisa, das emissoras: TV Globo,
TV Record, TV Bandeirantes, TV SBT e Rede TV na cidade de So Paulo, visitas tcnicas
realizadas nas centrais de produo das emissoras de TV e indstria televisiva com coleta de
depoimentos dos profissionais envolvidos diretamente com a instalao do sistema, da
produo esttica e a experincia vivenciada nas emissoras de televiso nas reas de
engenharia, produo, jornalismo, na participao dos processos de captaes e transmissesnacionais e internacionais em HDTV e centros de criao.
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CAPTULO 1
AS CARACTERSTICAS DA
TV ANALGICA E DA TV DIGITAL
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Captulo 1 - As caractersticas da TV analgica e da TV Digital
1.1-
A formao da imagem na TV analgica
Com o conhecimento da formao da imagem no olho humano e com a unio de vrias
descobertas da fsica o homem pode dar seu passo para a inveno da TV. As dimenses 4:3
da tela foram herdadas do cinema, que na poca utilizava o filme de 16 mm, e apresentava
este formato. Com o tempo o cinema evoluiu para o aspecto 9:5, 16:9, cinemascope, cinerama
e outros 3, porm a TV s vislumbrou a mudana de formato com o surgimento da TV digital.
O princpio de tudo a luz. Tanto no cinema quanto na fotografia, a cmera possui um
conjunto de lentes que projeta sobre um elemento sensvel os raios de luz refletidos pelosobjetos enquadrados. Os elementos sensveis luz esto dispostos no filme ou pelcula. Na
cmera de TV os elementos sensveis so dispostos em um dispositivo chamado CCD
Charge Couple Device, que tem a funo de transformar a luz em sinal eltrico. Os raios
luminosos sensibilizam os elementos quimicamente fotossensveis registrando assim a cena
com seus tons de claro e escuro. No caso do cinema, a pelcula tem seus elementos
fotossensveis formados por minsculos cristais sensveis luz, pequenos pontos, dispostos
lado a lado, como se fosse um mosaico onde cada elemento sensibilizado por um ponto daimagem captada. Quanto mais pontos, maior nmero de detalhes pode ser registrado. Para o
registro das cores, a pelcula produzida como quatro camadas quimicamente sensveis
sobrepostas: cada uma tem elementos qumicos que so sensibilizados por diferentes
componentes da luz: uma registra os apenas os tons de claro e escuro, outra registra apenas os
componentes de cor vermelha, outra sensibilizada pelos componentes da cor verde e
finalmente a outra pelos componentes da cor azul. Portanto, na pelcula a mistura de cores no
proporcionada eletronicamente e sim quimicamente. Quando na projeo, uma fonte de luz
passa seus raios luminosos pela pelcula projetando na tela os tons de claro e escuro e as cores
correspondentes de cor registrados separadamente provocando um conjunto de sombras cuja
somatria vista na tela como a imagem completa.
A formao da imagem na cmera de TV se utiliza de outro princpio. A cmera de TV
composta pelo conjunto de lentes, pelo corpo processador da luz e pelo sistema de
monitorao de vdeo da cmera, chamado viewfinder. A luz refletida pelos objetos
enquadrados projetada atravs das lentes para um conjunto de elementos sensveis da
3Ver tabela de relaes de aspecto de imagens utilizadas no cinema no Anexo 5.
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cmera que transforma os sinais luminosos em sinais eltricos. A partir do momento que a luz
transformada em sinais eltricos, estes sinais passam a ser processados eletricamente atravs
de amplificadores, redutores de rudo e filtros eletrnicos, de tal forma que possam ser
gravados ou transmitidos em tempo real. Para que a imagem possa ser formada
eletronicamente, a luz projetada sobre os elementos que transformam a luz em sinais eltricos
so varridas ponto a ponto ininterruptamente, do alto da tela para baixo, da esquerda para a
direita, linha por linha, em uma velocidade superior capacidade de regenerao da viso. O
olho no tem velocidade para ver os pontos sendo escritos e passa a perceber o conjunto de
pontos como uma imagem completa.
Fig. 2 - CCDdispositivo digital para converso da luz em sinais eltricosFigura produzida pelo autor
No princpio, o tubo de imagem, ou Tubo de Raios Catdicos CRT (Cathode Ray
Tube) para transformao da luz em sinal eltrico. Atualmente a tecnologia evoluiu para o
CCD 4. Analogamente ao olho humano, a imagem projetada na superfcie sensvel do CCD
percebida ponto a ponto, pelos elementos sensveis que cobrem toda a superfcie do CCD.
Cada elemento recebe uma pequena poro da imagem, que transformada em sinal eltrico.
Por um prisma posicionado entre a lente da cmera e o CCD, o feixe luminoso que traz a luz
refletida pela cena enquadrada pela cmera dividido nas trs cores bsicas da luz, o
4CCD (Charged Coupled Device): o sensor eletrnico que transforma a luz projetada sobre sua superfcie emsinais eltricos para formar as imagens captadas pela cmera digital. formado por uma matriz de pixelssensveis aos diferentes comprimentos de onda da luz visvel.
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vermelho o verde e o azul, denominada RGB (red, green, blue). Assim, cada cor,
separadamente, porm em sincronismo, convertida em sinal eltrico conforme a intensidade
luminosa presente em cada elemento. Estes sinais eltricos passam a ser processados
separadamente pelos circuitos da cmera de TV. Na TV analgica, o CCD possui 525 linhas,
denominadas resoluo vertical da imagem, pois se considera a varredura de cima para
baixo na tela. Cada linha formada por pontos sensveis luz dispostas lado a lado. Cada
ponto faz o registro nico da luz projetada sobre ele. Este ponto chamado pixel 5, o menor
elemento que compe uma imagem. A quantidade de pixels por linha pode variar conforme o
modelo da cmera ou do videoteipe que a registra. Como a varredura dos pontos por linha
feita da esquerda para a direita, descrevendo uma linha cuja construo horizontal, na
linguagem tcnica de televiso, esta varredura denominada de resoluo horizontal, termotcnico que determina a definio da imagem. Quanto mais pixels existirem nas linhas, maior
a qualidade da imagem, mais detalhes podem ser registrados, diz-se ento melhor resoluo
horizontal. Diferentes modelos de equipamentos registram diferentes resolues horizontais.
Para ser considerada de uso profissional em televiso, a imagem deve ter uma resoluo
horizontal superior a 400 pontos por linha pois os processos de transmisso da TV analgica
provocam perdas significativas de detalhes de imagem, entre o momento que o sinal sai do
transmissor da emissora geradora e recebido pelo televisor por meio de antenas.No televisor ocorre o processo inverso da cmera. No caso de aparelhos de TV com
tubo de imagem (CRT), as imagens so formadas por uma superfcie de vidro banhada por um
produto qumico, o fsforo, que brilha quando atingido por um feixe de eltrons. A varredura
que a cmera fez no momento de transformar a luz em sinais eltricos sincronizada no
televisor. O feixe de eltrons toca em cada ponto sensvel na camada sensvel da tela fazendo-
o brilhar mais ou menos conforme a intensidade eltrica do feixe de raios. A imagem
percebida na viso do todo da tela como ocorre na tcnica de pintura pontilhismo, em que seolhando muito prximo o olho percebe os pontos individuais, mas olhando distncia
percebe-se a imagem formada pelos pontos, graas acuidade visual do olho humano.
Entre as reas claras e escuras da imagem esto os nveis intermedirios de intensidade
da luz, que formam as nuances dos tons de cinza. A televiso analgica trabalha com at 30
5PIXEL: Juno das palavrasPicture eElement.PIX a abreviatura dePictureem ingls. o menor elementoque compe a imagem. Quanto maior a quantidade de pixels mais detalhes so registrados e
percebidos em uma imagem. Os pixels so dispostos em fileiras e colunas no sensor de imagem deuma cmera de TV ou mquina fotogrfica digital, que vistos partir de uma certa distncia no so
percebidos individualmente mas sim pelo conjunto, formando assim, a imagem. Este vocbulo j foiincorporado ao Dicionrio da Lngua Portuguesa.
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nveis distintos entre o preto e o branco. a chamada relao de contraste de 1:30 (de um para
trinta). Na TV digital, a relao de contraste consideravelmente maior como ser descrito
adiante. Este conceito um componente importante para que se saiba como trabalhar a
iluminao, respeitando as caractersticas tcnicas da TV e que ser visto posteriormente
ainda nesta pesquisa.
Para captao e exibio da imagem colorida, seguida a mesma tcnica de varredura
descrita. Porm na cmera so utilizados trs elementos sensveis luz. A luz captada pelas
lentes passa por um prisma que separa a luz em seus componentes bsicos: o vermelho, o
verde e o azul. Os componentes de cada cor, separados pelo prisma, so projetados em trs
CCDs, um recebe apenas a cor vermelha, outro a cor verde e outro a cor azul, sendo estes
sinais de luz convertidos para sinais eltricos, processados e transmitidos separadamente,pixel a pixel. No dispositivo de visualizao, o televisor, a tela composta por trs camadas
de fsforo que brilham ao serem excitados. Uma camada emite brilho vermelho, outra emite
brilho verde e outro emite brilho azul. Assim, a intensidade eltrica de cada pixel maior ou
menor provocando maior ou menor brilho em cada pixel, conforme a variao de intensidade
eltrica que foi fornecida pela cmera. Como citado, os pixels vistos distncia so
percebidos como uma imagem formada onde a proporo de brilho de cada cor, vista
distncia, permite ao olho perceber a reproduo das cores originais captadas pela cmera.Assim, a qualidade da imagem na TV analgica diretamente proporcional ao nmero
de linhas e a quantidade de pixels que formam cada linha. Quanto mais pontos por linha, mais
detalhes podem ser registrados, mais qualidade tcnica ele oferece para produo. Enquanto
na formao da imagem analgica esta resoluo fixa, limitando a manipulao, na imagem
digital ela varivel tanto na horizontal quanto na vertical, permitindo que a imagem possa
ser manipulada na parte ou no todo, viabilizando infinitos recursos de produo. o que ser
apresentado a seguir.
1.2- A formao da imagem na TV Digital
A formao de imagens na TV Digital segue princpios parecidos com o sistema
analgico sob o ponto de vista da transformao da luz em sinais eltricos. A imagem
formada por linhas construdas pela sucesso de pixels em cada linha. A grande diferena o
processo tecnolgico utilizado. Pelo avano dos componentes eletrnicos, estes se tornaram
menores e mais eficientes. Enquanto uma cmera que utilizava tubo de raios catdicos
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precisava que a cena fosse iluminada com um mnimo de 2.000 lux 6de intensidade luminosa
para poder registrar a cena, as novas cmeras com CCD, de varredura totalmente digital,
conseguem enxergar com menos de 10 lux.
No sistema analgico, o sinal eltrico registrado por cada pixel convertido em tenso
eltrica, medida em volts, cujo valor diretamente proporcional a intensidade de luz que
excitou o elemento sensvel correspondente. Uma luz que toca o elemento sensvel com o
mximo de intensidade gera uma tenso eltrica de 1,0 V (um volt). A luz que excita o pixel
com 50 porcento da intensidade total gera uma tenso eltrica de 0,5 V (meio volt). J o pixel
que no recebe nenhuma intensidade luminosa, gera uma tenso eltrica de 0,05 V (cinco
centsimos de volt). Entre a tenso mnima, correspondente ao preto, e a tenso mxima,
correspondente ao branco, em uma mesma cena, o sistema consegue registrar 30 nveis decinza, que chamado de relao de contraste. Por esta razo, na TV analgica a relao de
contraste de 30:1, ou seja, em uma mesma cena, a parte mais clara, correspondente ao
branco, no pode ser mais que 30 vezes mais clara que a parte mais escura. Isto implica que a
produo da imagem para a TV analgica est limitada a uma relao de contraste de 30:1,
exigindo cuidados na montagem cenogrfica, figurino, maquilagem e tambm nos elementos
de grafismo. Com este padro, a imagem gerada pela cmera pode ser gravada, editada e
transmitida.No sistema digital para formao da imagem, o processo de transformao da luz em
sinais eltricos segue o mesmo princpio, porm o sinal eltrico passa a ser processado em
linguagem binria. O pixel que recebe a maior intensidade de luz proporcionada pela cena
enquadrada pela cmera excitado de tal forma a gerar uma tenso eltrica de 1,0 V (um
volt). Enquanto no sistema analgico este sinal processado em volts, na captao digital esta
tenso eltrica convertida como uma amostra que pode ser definida como uma combinao
de chaves que s tem duas possibilidades: ou est ligada ou est desligada. Quando estligada, denomina-se o dgito 1 (um) e quando est desligada denomina-se como dgito 0
(zero). Assim, os elementos da imagem, nas suas diferentes intensidades, so codificadas em
conjunto de cdigos binrios de 1 e 0 (uns e zeros). Uma vez codificado, este elemento da
imagem no se trata mais de um elemento de imagem, mas de um cdigo que contm as
informaes correspondentes intensidade daquele elemento. Todos os pixels que formam a
imagem so codificados separadamente, um a um, na ordem seqencial da varredura realizada
6LUX: unidade de medida da intensidade luminosa onde um lux representa a intensidade luminosa emitidapela chama de uma vela.
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pelo CCD, desde o primeiro pixel da primeira linha at o ltimo pixel da linha 525. Estes
cdigos so uma amostra do sinal de vdeo original e podem ser gravados, processados,
alterados ou transmitidos. Da o motivo pelo qual o sinal digital no sofre as perdas
caractersticas do sistema analgico, pois no se trata mais de nveis eltricos, mas sim de
cdigos que contm as informaes daqueles elementos. Estes cdigos ao serem transportados
de um meio para outro no sofrem interferncias. Quando os pixels que registram as diversas
intensidades eltricas dos trs componentes de cor, separadamente, so codificados um a um,
denominado que o vdeo no teve compresso, ou seja, para cada pixel, incluindo o
vermelho, o verde e o azul, existe uma combinao de dgitos que o representa integralmente.
No sub-captulo 2.1 Representao da imagem digital, sero descritos os diversos formatos
para codificao de vdeo e suas aplicaes.No televisor ocorre o processo inverso. No caso do televisor analgico, como j
explicado, a superfcie onde a imagem ser apresentada composta por elementos qumicos
que brilham conforme so tocados por um feixe de eltrons. A superfcie composta por
elementos sensveis dispostos em linhas. Cada pixel recebido pelo receptor traz as
informaes de intensidade em volts, que foi registrado pela cmera. Se o pixel tem carga de
1,0 V, faz com que o feixe de eltrons seja mais forte, fazendo com que o pixel
correspondente na tela, brilhe mais. Se o pixel tem carga de 0,5 V, o feixe de eletros termetade da intensidade eltrica e far o elemento brilhar com 50 % de sua capacidade. Da
mesma forma, quando o pixel tiver uma carga eltrica de 0,05 V o elemento no emitira
brilhos nem de vermelho, nem de azul nem verde. Assim, a varredura na tela, pixel a pixel,
linha a linha, reproduzir os brilhos que foram registrados pela cmera. A tela, vista a
distncia pelo espectador, permitir perceber uma imagem formada que corresponde
imagem captada.
No televisor digital, o sistema de reconstruo das imagens no utiliza feixe analgicode eltrons. Vrias tecnologias foram desenvolvidas e outras esto em desenvolvimento, que
permitiram a reconstruo da imagem diretamente no formato digital. O princpio da
formao da imagem o mesmo, porm a forma outra. Os novos displays so compostos
por elementos que brilham sem a necessidade de um feixe de eltrons, que o recurso bsico
do CRT. So os dispositivos baseados em varredura digital como o LCD Liquid Crystal
Display, o Plasma e o LED -Light Emitting Diode, cujos pixels brilham proporcionalmente
descarga eltrica recebida, porm com modelo de varredura tambm digital. Por isso
consomem menos energia para seu funcionamento, so menores e permitiram a reduo da
profundidade da tela para poucos centmetros. Alm do LCD foram desenvolvidos sistema na
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base da descarga de gs em cada pixel, chamado Plasma e os compostos por LED Light
Emitting Diode cuja tecnologia permite reduzir ainda mais a profundidade da tela. Todos
seguem o mesmo princpio, maior carga eltrica recebida, maior brilho emitido. Est em
pesquisa o sistema OLED - Organic Light Emitting Diode, cujo consumo de energia ainda
menor, com maior brilho por pixel e com a vantagem de fabricao de telas com menos de um
milmetro de profundidade, malevel como uma folha de papel. Esta tela finssima permite a
construo de monitores com at cinco milmetros de profundidade quando montadas no
suporte de sustentao na montagem do monitor. Todos estes displays so excitados
digitalmente sobre o princpio de formao da imagem por linhas e pixels.
No sub-captulo 3.4 O Olhar nas Imagens estes tipos de tela so explicados
detalhadamente.
Fig. 3Esquema do Monitor CRT Fig. 4 - Disposio dos pixels no monitor CRTFonte: www.guiadohardware.net/tutoriais/monitores-1
Nas imagens acima observa-se o esquema de funcionamento do tubo de imagens (CRT)
e da disposio dos pixels na tela. Visto de perto observa-se os detalhes dos elementos que
formam a imagem e visto a certa distncia percebe-se a imagem formada completamente.
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Na imagem seguinte, observa-se o esquema de funcionamento do dispositivo de
visualizao LCD -Liquid Crystal Display.
Fig. 5 - Monitor LCD - Esquema de construoEsquema produzido pelo autor
Graas tecnologia digital, foi possvel o desenvolvimento de novas capacidades de
resoluo. Enquanto na TV analgica a imagem sempre produzida por uma quantidade de
pixel em cada linha, a chamada resoluo da imagem ou em linguagem tcnica resoluo
horizontal pois a quantidades de elementos dispostos e varridos horizontalmente em cada
linha, o sistema digital permite alterar as resolues. A resoluo da imagem na TV analgica
compatvel a uma resoluo digital de 640x480, ou seja, 640 pixels com 480 linhas. No
sistema digital as resolues podem sem construdas em diversas capacidades. Por uma
necessidade de padronizao entre os fabricantes, para que haja compatibilidade com os
sistemas eletrnicos e para que as resolues reproduzam imagens nos aspectos dos displays
existentes, as resolues mais utilizadas para formao de imagem digital so 720 x 480, 800
x 600, 1024 x 800 e outras que mantenham um aspecto de imagem em torno do formato 4:3.
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A figura 6 apresenta a comparao entre as diversas resolues que atendem ao aspecto
4:3.
Fig. 6 - Resolues de imagem digital aspecto 4:3Figura produzida pelo autor
Com a mudana tecnolgica, chegou o momento em que a televiso poderia implantar o
formato de tela mais larga, j utilizada pelo cinema desde a dcada de 60. A adoo doaspecto 16:9 como formato de display para a TV digital, o aumento na largura se tornou
proporcional capacidade visual humana. Os olhos humanos so dispostos horizontalmente a
uma distncia mdia em torno de 6,5 cm entre o olho esquerdo e o direito. A imagem vista
pelos dois olhos so processadas individualmente e permitem ao crebro fundir as duas
imagens gerando as informaes sobre distncia, profundidade, posio e tambm um
aumento do campo visual humano. Este efeito conhecido por estereoscopia.
A estereoscopia a simulao de duas imagens da cena que so projetadasnos olhos em pontos de observao ligeiramente diferentes, o crebro fundeas duas imagens, e nesse processo, obtm informaes quanto profundidade, distncia, posio e tamanho dos objetos, gerando umasensao de viso de 3D. 7
A capacidade do crebro ao fundir as imagens vistas pelos dois olhos com o aumento da
lateralidade no campo visual torna a proporo visual no aspecto 16:9 mais interessante e
confortvel ao espectador que no aspecto 4:3. O aspecto 16:9 praticamente obedece a
7http://pt.wikipedia.org/wiki/Estereoscopia, acessado em 02/08/2009
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proporo urea, que define o retngulo ureo, cujas medidas descrevem um retngulo que
tem seus lados a e b na razo urea a/b=1,618034. O retngulo ureo exerceu grande
influncia na arquitetura grega e nas regras da composio artstica que veio a influenciar a
composio da imagem na fotografia, cinema e posteriormente, na imagem da televiso. Este
retngulo base de enquadramento para muitas obras arquitetnicas, como o Partenon e obras
plsticas, como a A ltima Ceia de Leonardo da Vinci. A figura seguinte mostra
proporo urea aplicada a disposio de viso dos olhos. A influncia dos elementos da
composio artstica na composio da imagem na TV ser aprofundada no sub-captulo 3 A
Imagem e a composio visual para a TV digital.
Fig. 7 - rea visual na proporo 16:9Figura produzida pelo autor
Para a produo da imagem para TV digital no aspecto 16:9, so mais utilizadas as
resolues 720x480p, 1280x720p e 1920x1080p, esta ltima denominadafull HD.
A figura a seguir apresenta a relao dos formatos adequados ao uso do aspecto 16:9.
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Fig. 8 - Resolues de imagem para TV digital aspecto 16:9Figura produzida pelo autor
No sub-captulo 3.1 Os formatos da imagem na TV Digital sero aprofundados os
estudos sobre o padro tecnolgico para imagem nas diversas codificaes.
1.3- TV Digital: produo e transmisso
ATV Digital o assunto do momento. Novas tecnologias, maior qualidade de sons e
imagens, sons em at seis canais distintos, interatividade, gravao da programao
diretamente em disco rgido, possibilidades de executar as operaes depause, replayeslow-
motionem transmisso ao vivo, navegao por outras informaes como se faz na internet,
tudo no aparelho receptor de TV digital.
Porm fundamental que se conhea as diferenas do tema divididos em produo e
difuso. Quando o assunto TV Digital, a primeira idia que tem o pblico leigo so as
mudanas proporcionadas por esta tecnologia: captao de imagens, alta definio,
interatividade, navegao pela internet na prpria TV. A tecnologia digital est inserida em
todas as etapas da televiso, mas necessrio separar as etapas de produo, atividade interna
da produo em televiso e difuso dos sinais desde a emissora de TV at o receptor na casa
do telespectador.
A tecnologia da TV Digital comeou a ser discutida na dcada de 1980, quando a
comisso de tecnologia da NAB National Association of Brodcasters, percebendo a
evoluo da informtica e a acomodao dos fabricantes de equipamentos de Rdio e TV,
lanou o grande desafio: ou as indstrias de equipamentos evoluam, ou em pouco tempo, a
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informtica abocanharia os servios de rdio e TV. Em 1982 foi criado nos Estados Unidos o
ACATS Advanced Commitee on Advanced Television 8, com o objetivo de desenvolver
novos conceitos nos servios de televiso totalmente digital e foi composto o comit DTV
Digital Television. (LEMOS, 2007. P.20)
Um fator decisivo para que as tecnologias de transmisso de sons e imagens buscassem
uma nova tecnologia de transmisso, era o da saturao do espectro de freqncia, por onde
so transportadas as ondas eletromagnticas, cujos espaos estavam cada vez menos
disponveis e surgiam cada vez mais dispositivos que se utilizavam da tecnologia do
wireless, ou seja, a tecnologia dos equipamentos sem fio, tais como controles remotos,
telefonia celular e outros.
Duas frentes de pesquisa iniciaram buscas de solues. A indstria da produoprecisava se apropriar dos conhecimentos da digitalizao de sons e imagens, com objetivos
de preservao de qualidade e reduo dos espaos fsicos necessrios para armazenamento,
processamento e difuso dos contedos audiovisuais. Ao mesmo tempo, a indstria da difuso
de sons e imagens, precisava encontrar uma soluo para reduzir a quantidade de elementos a
serem transportados dentro da banda j destinada para trafegar sons e imagens, cujo
loteamento no espectro de freqncias j estava extremamente limitado.
As duas tecnologias, nos seus desenvolvimentos, passam a procurar novos rumos para acaptao de sons e imagens, armazenamento, edio, processamento e difuso, resultando na
TV Digital como est sendo implantada.
8ACATS:Advanced Commitee on Advanced Television. Comit criado nos Estados Unidos com o objetivo de
desenvolver sistemas e padres para transmisso de televiso no formato digital. Composto por 53organizaes incluindo representantes da Associao Nacional de Locutores de Rdio ou TV, a Associaode Televiso de Fio Nacional, o Instituto dos Eltricos e Engenheiros de Eletrnica, a Associao deIndstrias Eletrnica e a Sociedade de Filme Cinematogrfico e Engenheiros de Televiso.
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1.4- Difuso em sistema Digital para a TV aberta
A TV Digital refere-se ao processo de mudana do sistema de transmisso da TV aberta
terrestre, ou seja, a forma como o sinal sai da emissora e chega casa do telespectador,
independente da tecnologia utilizada para a produo de sons e imagens.
Uma limitao bsica da tecnologia de televiso est no fluxo de sinais atravs do ar. A
transmisso de sinais requer o uso de uma poro do espectro eletromagntico, chamada
radiofreqncia, que na atmosfera altamente vulnervel a interferncias (GILDER,
1996:32).
O espectro eletromagntico composto de cargas eltricas que produzem magnetismo
pelo ar, que permitem transportar sinais na forma de radiofreqncia medidas pela unidade
chamada Hertz (Hz) 9. Estas vibraes conduzem as informaes de udio, vdeo, cor e outras
informaes tcnicas necessrias ao sistema de televiso. Essa ao de ondas
eletromagnticas, moduladas adequadamente por sinais de sons e imagens, torna possvel a
transmisso de TV longa distncia. A quantidade de freqncias passveis de serem
transmitidas por um meio especfico denomina-se largura de banda 10.
Todos os componentes tcnicos da imagem luz, contraste, cor, pixels, sinais de
sincronizao, alm dos sinais de udio, entre outros so convertidos em ondas
eletromagnticas, e assim podem ser transmitidos por longas distncias para uso na televiso.
Para isso, as ondas precisam ser convertidas na poro de radiofreqncia do espectro
eletromagntico e, dessa forma, tais freqncias ocupam parte do espectro. Para acomodar
todos os elementos necessrios para a transmisso de sons, imagens, referncia de cor,
informaes de sincronismo e varredura de vdeo, um canal de TV ocupa 6 MHz de largura de
banda do espectro eletromagntico. Como comparao do tamanho ocupado no espectro, nos
mesmos 6 Mhz de banda caberiam 960 telefones analgicos ou em torno de 20 mil telefones
digitais funcionando simultaneamente. No espectro de freqncia esto reservados 12 canaispara TV na faixa denominada VHF Very Hight Frequency e mais 55 canais na faixa de
UHFUltra Hight Frequency. A tabela 1 apresenta as faixas de freqncia reservada para os
diversos servios de comunicao. A tabela apresenta tambm alguns servios sem ser o de
comunicao, para que o leitor saiba que os espaos no espectro de freqncia so utilizados
9As ondas descobertas em 1887 foram chamadas de ondas hertzianas, em homenagem ao seu descobridor, o
alemo Henrich Rudolf Hertz.10Largura de banda a capacidade de enviar informao por um determinado canal. A maioria das pessoasprocura compreend-la comparando-a ao dimetro de um tubo ou ao nmero de pistas numa rodovia.(NEGROPONTE, 1995:27)
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tambm para outras atividades. O espao reservado para um tipo de servio no pode ser
utilizado por outro, o que torna a distribuio de utilizao bastante limitada. A tabela com o
loteamento do espectro de frequncias e distribuio dos servios pode ser consultado no
Anexo 1.
Uma soluo encontrada para resolver os problemas de saturao do espectro de
frequncia foi a digitalizao dos sinais. Se os 6 MHz, que parece muito espao do espectro,
j apertado para um canal de TV analgico e limita a quantidade de pixels a serem
transmitidos, certamente esse espao poderia ser melhor aproveitado se as informaes a
serem transportadas pudessem ser compactadas, como na tecnologia que permite compactar
informaes que a tecnologia digital, j utilizada pela informtica.
Na tecnologia de transmisso da TV analgica, os sinais eltricos de udio e vdeo sotransformados pelo equipamento chamado modulador em um conjunto de frequncias
acomodado em um pacote, que amplificado pelo transmissor da emissora de TV e irradiado
pelo ar. O sinal irradiado pelo transmissor da emissora trafega pelo ar at ser captado por uma
antena de recepo. O sinal em radiofrequncia ento levado ao aparelho receptor,
amplificado e direcionado para os componentes do televisor, o udio levado para os filtros e
amplificadores de udio e o vdeo direcionado para o amplificador de vdeo e reconstrudo
na tela por meio dos circuitos de varredura de forma que o telespectador possa ver em suacasa, os sinais transmitidos pela emissora. Como udio e vdeo esto na forma analgica,
como sinais eltricos, h perda durante o processo de transformao e irradiao. A perda
pode chegar a 30% em relao ao sinal transmitido.
Nos atuais sistemas analgicos, em funo das perdas, a definio nosaparelhos receptores (TVs e videocassetes) atinge, na prtica, somente 330linhas horizontais, ou seja, ocorre uma perda de 50%, o que impactadiretamente na qualidade da imagem que vemos na TV. Digitalmente, a
imagem imune a interferncias e rudos, ficando livre dos chuviscos efantasmas to comuns na TV analgica.(BECKER e MORAES, 2009, p.3)
Na tecnologia digital h vrias possibilidades para compresso dos sinais tornando
vivel reduzir a quantidade de pixels para a transmisso e com isso otimizar os espaos do
espectro de frequncias. Um dos conceitos utilizados que na transmisso de sinais
codificados no padro digital, so transmitidos apenas os pixels inditos em uma imagem
sendo que os pixels que no se alteram em uma imagem no so transmitidos. Estes so
reconstrudos no receptor com base nos cdigos que so levados a cada pacote de
informaes. Tome como exemplo uma imagem de um personagem enquadrado em um
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cenrio sem movimento de cmera. Todos os elementos da imagem esto parados, exceto o
personagem que se movimenta. Os pixels que transmitem as partes da imagem do cenrio fixo
so transmitidos apenas no primeiro quadro. A partir do segundo quadro os pixels no so
transmitidos novamente. O sistema de codificao envia do transmissor ao receptor apenas
cdigos que fornecem as informaes necessrias para que as respectivas reas em questo
sejam reconstrudas no receptor. Uma vez que os envios de cdigos ocupam menos espao
que as imagens propriamente ditas, h a reduo do tamanho da banda necessria para
transmisso sem prejudicar o contedo da imagem original.
Na tecnologia digital, udio e vdeo so codificados para o padro numrico,
acomodados em um pacote de sinal digital pelo equipamento modulador e ento convertidos
para radiofrequncia, para ser irradiado. O transmissor amplifica o sinal j digital e o irradiapelas antenas transmissoras. O sinal trafega no formato de radiofrequncia, porm seu
contedo est codificado digitalmente. A antena receptora capta o sinal irradiado pelo ar, leva
ao receptor digital que o decodifica novamente como udio, vdeo e todas as demais
informaes sobre cor, sincronismo, varredura, etc., e distribui sinais de udio e vdeo para
seus respectivos amplificadores. udio e vdeo so convertidos de analgico para digital,
transmitidos no formato digital e reconvertidos de digital para udio e vdeo sem sofrer as
perdas caractersticas da transmisso analgica. No sistema de transmisso analgico h perdade at trinta por cento dos elementos transmitidos. Na transmisso digital, conforme
explicado, as perdas no ocorrem e o aparelho receptor de televiso reproduzir a mesma
qualidade tcnica do sinal transmitido pela emissora, tanto no som quanto na imagem.
Portanto, a mudana do sistema de transmisso analgico para o digital, alm de permitir
transmisso de sinais ocupando menor espao no espectro de frequncia, tambm garante ao
telespectador receber sons e imagens em sua casa com mais qualidade tcnica.
por esta razo que a qualidade de sons e imagens dos canais da TV por assinatura superior dos canais abertos. A TV por assinatura via satlite utiliza transmisso digital
gerada da emissora at a casa do telespectador desde sua implantao. Por ser canal pago, este
tipo de servio no precisa seguir a legislao da radiodifuso aberta e gratuita ao
telespectador, por isso pode adotar a tecnologia digital sem se preocupar com padronizao de
formatos de vdeo ou de transmisso como ocorre na TV aberta, pois esta precisa garantir que
seu sinal ser recebido pelo telespectador dentro das normas compatveis com os
televisores/receptores existentes.
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A figura abaixo ilustra o princpio da transmisso de TV terrestre.
Fig. 9 - Esquema ilustrativo da transmisso de TV terrestreFigura produzida pelo autor
Portanto, ao se referir a mudana da TV analgica para TV Digital, deve-se entender
que se fala do sistema de transmisso de TV terrestre, ou seja, a forma como o sinal de TV sai
da emissora e chega aos aparelhos receptores de TV. neste aspecto que se aplicam astecnologias disponveis e a escolhida para ser aplicada no Brasil.
Os formatos adotados mundialmente foram objetos de pesquisa desde a dcada de 1980.
O comit ACATS criou o ATTCAdvanced Television Test Center11, que entre 1990 e 1992
testou seis propostas abandonada aps a ineficincia apresentada nos testes. Em 1993 sete das
empresas que participaram dos testes desenvolveram em conjunto um novo padro, aprovado
pela ATSC Advanced Television System Commitee 12. O padro ganhou o nome ATSC e
entrou em operao nos Estados Unidos em 1998 (LEMOS, 2007. P.20). O sistema detransmisso para TV Digital totalmente incompatvel com a plataforma analgica para
recepo de televiso. Por esta razo, decidiu-se que o contedo de programao transmitido
pelo sistema digital dever ser o mesmo transmitido pelos canais analgicos atuais pelo
perodo de 10 anos. Estima-se que neste tempo, o pblico telespectador abandonar
11ATTC - Advanced Television Test Center. Centro de testes criado pela ACATS nos Estados Unidos para
testar diversas tecnologias desenvolvidas para serem aplicadas na TV Digital.12ATSCAdvanced Television System Commitee. Comit criado nos Estados Unidos para avalliar e aprovar osistema de TV Digital. O nome do comit foi utilizado para batizar o sistema americano de transmisso
para TV Digital.
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gradativamente os antigos aparelhos, adquirindo os novos j preparados para a recepo
digital ou os conversores denominados set-top-box, que permitem converter o padro de
recepo de TV no formato digital para ser apresentado em um televisor analgico comum. O
padro ATSC se mostrou bastante eficaz para o territrio americano, onde mais de 90 % dos
domiclios so usurios de TV por cabo. No entanto o formato digital ATSC apresentou
deficincias para territrios onde a predominncia da transmisso se faz pelo ar em funo das
barreiras ao sinal proporcionadas por prdios, morros e outras. Este sistema exige que a
antena receptora tenha visual com a antena transmissora o que no ocorre em muitos locais.
Em 1993, surge na Europa o sistema DVB -Digital Video Broadcasting, cuja tecnologia tem
bons resultados para irradiao pelo ar. Porm a mudana tecnolgica no poderia ser apenas
a mudana do sistema de transmisso, assim surge em 1999 o sistema japons ISDB Integrated Services Digital Broadcasting, que, alm de viabilizar a transmisso de sons e
imagens em formato digital, permite tambm a integrao de outros servios no mesmo
espectro de freqncias. Mas a tecnologia permite mais do que apenas a melhoria bsica da
qualidade sonora e visual. Como definido pelo nome do sistema, permite que, alm dos sinais
de TV, sejam inseridos e transmitidos diversos servios adicionais.
No Brasil, o Ministrio das Comunicaes criou em 2003 o projeto SBTVD-T
Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, com o objetivo de definir normas para a TVDigital a ser implantada no Brasil. O projeto formado por um consrcio de mais de setenta
universidades cujos pesquisadores montaram 22 grupos de estudos visando os recursos a
serem aplicados para a TV Digital no Brasil. Em 29 de junho de 2006, o Ministro das
Comunicaes Hlio Costa assina o decreto 5.820 que determina a implantao da TV Digital
no Brasil tendo como base o sistema japons ISDB. Em 02 de dezembro de 2007 entrou no ar
oficialmente a TV Digital no Brasil, com previso para transmisso conjunta do sistema
analgico com o digital para at 29 de junho de 2016, quando o sistema de televiso analgicobrasileiro ser desligado. A partir de ento o espectro de frequncia utilizado pela TV
analgica ser redistribudo para outros servios que precisam deste espao que de 6 MHz
de banda para cada canal de TV analgico. Dentro deste perodo o Ministrio das
Comunicaes determinou os prazos para que as emissoras de TV brasileiras de preparem e
iniciem as transmisses no sistema digital, cujo cronograma resumido pode ser observado na
tabela seguinte.
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Tab. 1 - Cronograma de implantao da TV Digital no BrasilFonte: Ministrio das Comunicaes
1.5- Formas de registro da imagem analgica e digital
Desde a inveno da TV, o sistema de formao da imagem e a transmisso at a casa
do telespectador, conforme foi apresentada no subcaptulo 1.1A formao da Imagem na TV
Analgica, pouco mudou. A tecnologia melhorou a qualidade de imagem das cmeras, as
quais ficaram mais sensveis, com maior fidelidade nas cores e com capacidade de registrar
maiores detalhes nas imagens. Com a mudana do tubo de captao de imagens nas cmeras
para a varredura por CCD (sistema digital para captao de imagens), elas ficaram mais leves
e praticamente automatizadas nos ajustes de qualidade. Mas o conceito tcnico de formao
da imagem eletrnica no mudou. Nesta evoluo na forma de compor a imagem eletrnica,
trs momentos so considerados importantes na evoluo da TV, com relao imagem: a
introduo das imagens coloridas e a inveno da Chroma-key, o que permitiu a produo
inovar em cenrios no reais e a montagem de efeitos especiais. Tudo isso foi possvel com a
inveno do videoteipe, na dcada de 50, que mudou os conceitos de produo televisiva. A
significncia destas evolues tecnolgicas implicou em todos os processos desenvolvidos
para o tratamento da imagem na televiso, evoluindo para a captao, registro, processamento
e transmisso com o formato de imagens digitais.
Por esta razo estes trs momentos so descritos nesta pesquisa com o objetivo de
oferecer o embasamento conceitual para a atual tecnologia de formao da imagem para a
televiso digital em alta definio.
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1.6- A imagem colorida na TV analgica
Nas transmisses da Copa Mundial de Futebol no Mxico em 1970, as imagens da TVbrasileira ainda eram mostradas em preto e branco. Mas a transmisso mexicana j acontecia
em cores, no padro NTSC americano. Durante as transmisses, o narrador esportivo Geraldo
Jos de Almeida, que estava nos estdios e tinha monitorao de TV colorida, costumava falar
com muita vibrao sobre as cores da seleo canarinho. E com mais vibrao ainda, narrava
com forte emoo que na monitorao de vdeo que tinha na posio de transmisso do
estdio, as cores da seleo brasileira se destacavam pela beleza e dizia ainda que pena que
voc no Brasil no possa ver estas cores maravilhosas da nossa seleo.
Talvez este tenha sido o primeiro apelo para despertar no ento Ministro das
Comunicaes Hygino Corsetti o interesse em marcar seu ministrio implantando a cor na TV
brasileira. Reunidos os interessados, de um lado o Ministrio das Comunicaes e de outro os
representantes das emissoras de TV e fabricantes de televisores, para decidir sobre a
implantao da TV colorida no Brasil e qual sistema deveria ser adotado.
Em 1953 foi criado um grupo formado pelos principais fabricantes de equipamentos de
televiso nos Estados Unidos, cuja sigla NTSC National Television System Committee
passou a denominar o sistema de cor americano.
Porm havia um problema: o sistema de cor americano era instvel e constantemente as
fases de cor se invertiam no receptor, como conseqncia a cor de pele ficava esverdeada. E
quando havia a inverso de cor, esta ocorria no aparelho receptor, por isso alguns televisores
apresentavam o problema enquanto outros tinham as cores normais. Era um problema fora do
alcance da soluo por parte das emissoras. A situao era to crtica que, aps a visita da
Rainha da Inglaterra nos Estados Unidos com cobertura por todas as emissoras, em que ela
era vista totalmente verde pela maioria dos telespectadores os europeus passaram a tentar
outras solues. Surgiu a piada que NTSC significaria Never Twice the Same Color. Na
Frana, o sistema chamado SECAM Sequential Couleur Avec Memoiree na Alemanha o
sistema chamado PALPhase Alternation Line, ambos criados em 1957, na busca da soluo
para os problemas do NTSC, alm dos interesses da indstria, pois seu sistema poderia ser
adotado por outros pases gerando royalties, alm de outros interesses patriticos.
Como o sistema preto e branco brasileiro era o mesmo preto e branco americano tendo a
imagem na TV formada por 525 linhas por quadro, 30 quadros por segundo, a adoo do
sistema de cor americano no Brasil seria mais simples devido a compatibilidade na formao
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da imagem. Porm na Alemanha, a imagem na TV formada por 625 linhas por quadro com a
sucesso de 25 quadros por segundo para dar o movimento e sua adoo no Brasil
apresentaria problemas de compatibilidade com os receptores de TV j existentes.
Mas a instabilidade do NTSC, solucionada com o sistema PAL alemo, somado aos
interesses comerciais entre Brasil e Alemanha, o governo brasileiro resolve adotar aqui o
sistema de cor PAL. Por isso no programa governamental para implantao do sistema de TV
colorida nos Brasil os engenheiros e tcnicos brasileiros criaram um sistema de cor adaptando
o PAL alemo de 625 linhas, para ser compatvel com o preto e branco americano de 525
linhas. Surgiu ento o sistema PAL-M (Phase Alternation Line Modified). Com o passar do
tempo a indstria americana encontrou solues para tornar estvel o sistema NTSC.
Com a adoo do sistema PAL-M para um nico pas, surgiu um novo problema: asindstrias de equipamentos de televiso precisavam alterar a linha de produo para atender
exclusivamente o Brasil, com isso as cmeras, monitores, videoteipes e outros equipamentos
passaram a ter preo maior que seus similares no sistema NTSC.
Uma vez adotado o sistema PAL-M, as emissoras precisariam inaugurar oficialmente
esta nova tecnologia na televiso brasileira. Acordou-se entre o Ministrio das
Telecomunicaes da poca e as emissoras de TV a data e qual evento deveria ser usada como
marco na inaugurao da TV colorida brasileira: a Festa da Uva em Caxias do Sul no dia 31de maro de 1972.
A ento recm-criada EmbratelEmpresa Brasileira de Telecomunicaes 13ainda no
dispunha de rotas de micro-ondas 14 entre Caxias do Sul e So Paulo, portanto houve um
grande empenho para que a rede ficasse pronta a tempo. Da mesma forma as emissoras
trabalharam na importao e implantao da nova tecnologia e a indstria de televisores se
organizou para abastecer o mercado com os novos aparelhos de TV com capacidade para
recepo de imagens coloridas.A programao transmitida em cores foi aumentando gradativamente, pois a produo
precisava se adequar tecnologicamente e muito material de arquivo estava gravado em preto e
branco. Assim como foi na implantao do sistema colorido de televiso, a implantao da
13 A EMBRATEL era a empresa estatal responsvel em instalar sistemas de telecomunicaes por todo oBrasil, tanto para telefonia quanto transmisses de rdio e TV interestaduais, unindo as empresas detelecomunicao estaduais at sua privatizao quando mudou o formato das telecomunicaes brasileiras.
14
Micro-ondas: equipamento usado para transmitir sinais de TV, telefonia, rdio e dados pelo ar. Compostopor uma antena transmissora que precisa ter visual com a antena receptora. Ao enlace entre as duas antenasd-se o nome de link de micro-ondas.
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TV Digital no Brasil ser lenta e gradual, com escassa produes em alta definio enquanto
as emissoras trabalham para cumprir o cronograma oficial da implantao em todo o territrio
nacional. As anlises sobre os problemas para produo em alta definio no Brasil esto
tratadas no captulo 4 Situao atual da implantao da TV Digital no Brasil e a sua
interferncia para o diretor de fotografia produzir imagens em alta definio.
A memria popular trs que a TV colorida no Brasil foi inaugurada em 1970. O motivo
para esta afirmao se deve porque em 1970 a Embratel e a TV Globo j possuam
equipamentos de videoteipe e monitores de vdeo que permitiam assistir internamente e
gravar o sinal colorido experimentalmente, tambm porque em muitas reprises posteriores nos
programas jornalsticos e esportivos das dcadas seguintes, as imagens de trechos de jogos
eram apresentadas em cores.
1.7- Chroma-key
A Chroma-key foi a verso eletrnica para substituir o efeito back-projection utilizado
nos cinemas para inserir cenrios diversos em segundo plano, atrs da ao principal em
primeiro plano. Na projeo por trs, osetde gravao era montado de tal forma que a cmera
enquadrava a ao em primeiro plano tendo ao fundo uma tela onde um projetor atrs da tela
projetava uma cena pr-produzida para compor a cena completa (Fig.10). O funcionamento da
Chroma-key consiste em um chaveamento eletrnico, no qual a cena enquadrada deve ter ao
fundo uma cor nica. O sistema permite recortar qualquer cor, mas na maior parte das vezes, a
cor azul adotada como cor de fundo onde a imagem ser recortada. Tambm so
utilizadas a cor verde. Tanto o azul quanto o verde so pouco encontradas na pele humana, o
que permite um recorte e sobreposio mais precisos.
No primeiro plano, posicionados na frente da tela de fundo, ficam os personagens que
devero ser recortados sobre o fundo a ser inserido. Eletronicamente a cor de fundo retirada
e em seu lugar colocada a imagem preparada para servir de cenrio ao primeiro plano.
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Fig. 10 - Esquema de back-projectionutilizado na produo cinematogrficaFonte da imagem: http://www.isntlifeterrible.com/uploaded_images/16-back-projection-740955.jpg
Um dos inconvenientes do sistema Chroma-key que um movimento de cmera como azoom ou o movimento panormico e como o fundo no se move, gera uma sensao estranha
ao espectador, pois fica evidente que a cena em primeiro plano diferente da cena
cenogrfica, causando um estranhamento visual. A tecnologia de digitalizao da imagem
permitiu produo cenogrfica evoluir para o sistema de cenografia virtual. Neste caso a
sobreposio recortada pelo sistema de Chroma-key. Um complexo conjunto de cmeras de
referncia instaladas em pontos estratgicos do estdio sincronizados com a cmera que capta
a imagem dos personagens, envia comandos a um computador que gera e movimenta os
cenrios virtuais que acompanham o movimento da cmera. Este obedece a um controle
chamado trackeamento, que, ao realizar qualquer movimento na cmera, o computador
movimenta o cenrio de fundo como se o front-ground(cena em primeiro plano) e o back-
ground(cena em segundo plano) paream ser uma nica composio. Esta tecnologia s pode
ser desenvolvida graas a digitalizao da imagem, na qual os pixels podem ser manipulados.
1.8-
A contribuio do Videoteipe no registro das imagens analgicas e digitaisO registro das imagens, antigamente somente possveis pelos processos ticos em
pelcula, ganhou um forte aliado: o videoteipe inventado no final da dcada de 1940, pela
empresa americana AMPEX, o qual permitiu o registro das imagens analgicas em fitas
magnticas. Os primeiros equipamentos para gravao de imagem eram grandes e pesados. O
sistema chamado quadruplex utilizava fitas com duas polegadas de largura, cujo rolo de
uma hora chegava a pesar oito quilos.
A RCA, maior fabricante de equipamento para rdio nas primeira metade do sculo 20,produzia tambm sistemas de gravao de udio em fitas magnticas que pesavam em torno
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de oito quilos e permitia at uma hora de gravao. No final da dcada de 40, Um de seus
engenheiros construiu um equipamento para gravao de vdeo em fita (Fig.11). A empresa
optou em no investir nesta proposta uma vez que as pelculas atendiam muito bem o registro
de imagens.
A proposta foi levada ento Ampex que aceitou o projeto e lanou ao mercado em
1956 o primeiro equipamento para gravao de sons e imagens em fita magntica. A primeira
tecnologia utilizava fitas de duas polegadas de largura (Fig.12) devido a banda necessria para
armazenamento do vdeo. O surgimento do VT mudou sistematicamente todo o processo de
se produzir contedo audiovisual para a televiso. A possibilidade de verificao das cenas
imediatamente aps a gravao, a edio eletrnica e agilidade produtiva permitiu que os
programas fossem melhor elaborados. Pouco a pouco praticamente todos os programas deentretenimento passaram a ser gravados e editados, ficando ao vivo apenas o telejornalismo,
esportes, eventos e programas de auditrios com participao do pblico. No Brasil, o VT
chegou em 1960 na TV Rio. O primeiro programa brasileiro a se utilizar dos recursos da
edio foi o humorstico do Chico Anysio. O videoteipe quadruplex foi utilizado
regularmente at a dcada de oitenta e ainda hoje funcionam mquinas neste formato para
recuperao de cenas de arquivos nas grandes emissoras.
Fig. 11 - Ilha de edio quadruplex com 3 mquinasFonte da imagem: Video Tape Post-Production - Revista RCA Broadcast News
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Fig. 12 - Fita quadruplex comparada com fita DVCamFoto produzida pelo autor
Estes sistemas de gravao ainda no ofereciam mobilidade para gravaes fora de
estdio pelo enorme peso, alto consumo eltrico e ainda precisavam de um compressor de ar
para seu funcionamento, pois as cabeas de vdeo no usavam rolamentos e sim um colcho
de ar comprimido com o ar fornecido por compressores externos . Mesmo com o surgimento,
em 1956, do VT quadruplex com tamanho reduzido para uso fora de estdio, as produes de
TV continuavam a utilizar a pelcula para captaes externas. Mesmo porttil o equipamento
no oferecia agilidade por isso era utilizado em produes de entretenimento. A partir de 1965
surgiu o VT com fita de uma polegada, porm tambm equipamento de grande porte, para uso
em estdio.
Somente em setembro de 1969 uma empresa emergente do ps-guerra, a Sony do Japo,
apresenta um equipamento porttil, o sistema U-Matic, utilizando fitas mais estreitas, de de
polegada, acondicionadas em estojos (cassete) de fcil manuseio e com agilidade. O
equipamento de captao era composto por duas unidades: a cmera e o VT, peas separadas
unidas pelos cabos, chamada de ENG - Eletronic News Gathering(Captao Eletrnica de
Notcias), no Brasil chamado de UPJ Unidade Porttil de Jornalismo. Apesar da qualidade
inferior ao sistema quadruplex, o sistema U-Matic (Fig.13 e Fig. 14) pouco a pouco substituiu
as filmadoras permitindo mais recursos para a produo de telejornalismo.
Comparado com a pelcula, a qualidade da imagem gravada analogicamente era inferior.
O sistema quadruplex permitia o registro de 500 pixels por linha. Em 1965 foi lanado o
videoteipe com fita de uma polegada. O sistema foi denominado helicoidal porque a fita ao
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ser colocada nas cabeas de vdeo ficava posicionada na forma de hlice. Este sistema
registrava as imagens com qualidade de 400 pixels por linha. Como j descrito no captulo
sobre a formao da imagem na TV, esta relao de quantidade de pixels por linha determina
a quantidade de detalhes que a fita pode registrar, denominada resoluo horizontal. O
formato U-Matic, oferecia maior facilidade operacional e portabilidade, viabilizando e
agilizando a captao de imagens fora de estdio, mas amargava uma reduo de qualidade