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A CRIAÇÃO DE UM PROTÓTIPO HIPERTEXTUAL PARA INSTRUÇÃO DO
CCAA2
Gercina Ângela Borém Lima1
Isabel Cristina Nogueira2
Descreve, a partir de um projeto de pesquisa institucional, a
metodologia utilizada para elaboração da versão hipertextual do
CCAA2 e sua importância como ferramenta de ensino na área de
tratamento da informação.
1 INTRODUÇÃO
Este projeto surgiu da necessidade de implementar novas tecnologias ao ensino
em Tratamento da Informação, especificamente na área de catalogação. A tecnologia
computacional foi introduzida na catalogação desde meados de 1960, com o
desenvolvimento do formato MARC, causando um grande impacto na sua prática. Este
impacto, absorvido gradualmente pelos profissionais da área, vai além do processo e das
regras de catalogação; trouxe novas responsabilidades não somente na área de
tratamento da informação, mas também no desenvolvimento de sistemas e recursos
administrativos. Com isto, as escolas de biblioteconomia passaram a ter também a
missão de estar à frente no ensino e aplicação dessas novas tecnologias, inovando e
preparando os alunos para uma nova realidade e mercado de trabalho. O projeto A
criação de um protótipo hipertextual do CCAA2, desenvolvido na Escola de
Biblioteconomia da UFMG com o apoio da FAPEMIG, teve o intuito de estudar o
1 Professora Assistente da Escola de Biblioteconomia da UFMG; Mestre em Library and Information Science pela Clark Atlanta University, EUA, Bacharel em Biblioteconomia pela UFMG, coordenadora do projeto de pesquisa A Criação de um protótipo hipertextual para instrução do CCAA2. Esse projeto, tem o apoio financeiro da FAPEMIG. E-mail: glima@eb.ufmg.br2 Bolsista de Iniciação Científica e Aluna da Escola de Biblioteconomia/UFMG. E-mail: bebel@grad.eb.ufmg.br
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hipertexto como ferramenta de apoio no ensino da catalogação, escolhendo como objeto
de estudo o Código de Catalogação Anglo-Americano - CCAA2.
Textos na linguagem escrita convencional, como por exemplo artigos,
monografias, livros etc., são de natureza essencialmente linear, ou seja, são elaborados
para uma leitura sequencial, do início ao fim, nessa ordem. A seleção e localização de
informações randômicas no corpo desse tipo de texto é deficiente, pois está presa à
leitura e compreensão de unidades estruturais gerais, como por exemplo, sumários (no
início do documento) ou índices remissivos (ao final do documento). Fica, ainda,
limitada à leitura dinâmica de unidades de informação menores como seções, parágrafos
ou frases. Consequentemente, o acesso à informação pontual fica condicionada à
habilidade do autor de sintetizar, em uma pequena frase ou grupo de palavras, o
conteúdo de capítulos e seções do todo (artigos, livros, monografias etc.). Há também o
problema em que muitas vezes, estes conjuntos de informação não representam ou
sugerem todo o contexto do documento. Esse processo fica, condicionado à existência e
qualidade dos índices remissivos, muitas vezes restritos a nomes, obras citadas ou
assunto, muitas vezes, sem referências cruzadas. Novamente, o acesso à informação
torna-se dependente da consistência, habilidade e ponto de vista de uma pessoa (autor
ou editor) ou pequeno grupo de pessoas (autores ou equipe editorial). Finalmente, a
recuperação de informações pode tornar-se um arriscado, ineficiente e aleatório jogo de
esconde-esconde, onde os olhos do leitor percorrem velozmente os parágrafos à procura
de uma pequena palavra (um nome, um fato, uma data, uma ação etc.) que, com o
cansaço natural da leitura dinâmica, tende a ficar cada vez menos perceptível.
A catalogação é o processo técnico de decisão multidimensional em que se
prepara uma unidade documentária para ser disponibilizada ao público através de um
catálogo. Para fazer uma descrição catalográfica correta, o catalogador tem que
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considerar as várias características do material dentro das regras de catalogação, já que
esta é uma atividade baseada na aplicação e regularidade de normas. Isso consome
bastante tempo e requer um conhecimento especializado, porque a catalogação envolve
também a tomada de decisões intelectuais por parte do catalogador.
O catalogador experiente simplifica este processo de decisão multidimensional,
filtrando as regras que se aplicam ao material que está sendo catalogado ou, quando
recorre à sua experiência, nem mesmo as consulta. Porém, para o estudante que não
conta com uma bagagem cultural e profissional significativa no campo da catalogação,
todas as opções de escolha de regras devem ser consideradas, mesmo que seja para
excluí-las mais tarde durante o processo de descrição física do material. Durante o
processo de aprendizagem da catalogação os alunos recebem muitas informações
simultaneamente. Tradicionalmente, estuda-se primeiro cada regra separadamente.
Depois, estuda-se um exemplo ilustrativo (ou o exemplo dado no CCAA2) e finalmente,
passa-se aos exercícios de casos semelhantes. Uma dificuldade comum, entretanto, é
quando os alunos deparam-se primeiro com os exemplos e depois têm que descobrir em
quais regras eles melhor se encaixam.
Os hipertextos são documentos eletrônicos divididos em fragmentos de textos,
ligados entre si ou com outros documentos, permitindo uma leitura multidirecional que
se aproxima da flexibilidade do raciocínio humano. Segundo MARQUES (1995), os
sistemas de hipertexto consistem em uma abordagem de estruturação e manipulação de
textos, caracterizada pela não linearidade de sua apresentação. Entretanto, a divisão
natural das publicações na linguagem tradicional em capítulos, seções e parágrafos
ainda permanece como ponto de partida para a estruturação das partes do hipertexto.
As características multidimensionais do hipertexto tornam esta linguagem muito
apropriada para lidar com a multidimensionalidade do processo de catalogação. O
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hipertexto permite uma flexibilidade de movimento de um ponto a outro no mesmo
documento, ou de um ponto a outro em diferentes documentos. Seu modelo
informacional em rede, é estruturado por conjuntos de nodos3 e elos4 entre esses nodos.
Os hipertextos constituem uma nova abordagem para a exploração de documentos
caracterizados pela não linearidade, oferecendo a oportunidade de explorar o caráter
multidimensional das decisões catalográficas, auxiliando os alunos na aprendizagem do
vasto conteúdo dessa área
Embora não tenhamos notícia de experiências semelhantes no Brasil, há relatos
de hipertextualização de sistemas de catalogação desde o início da década de 1990.
Comentando sobre a utilização de sistemas de hipertexto como ferramenta de ensino,
CANALS (1990) afirma que“. . . o que me parece indispensável para os
documentalistas é tomarmos consciência de que estamos em um momento privilegiado
de mudança e que é necessário comprometer-se ativamente na experimentação destes
novos sistemas, aplicando-os aos problemas específicos da documentação.” A
professora Judith A. TESSIER (1992) da Division of Library and Information Science
da San Jose State University, Califórnia, desenvolveu um sistema de hipertexto
utilizando o programa HiperCard da Apple como ferramenta de ensino, mostrando que
abordar a catalogação na linguagem de hipertexto“. . . liberou o designer para
implementar novas estruturas alternativas para o conjunto de informações e para
experimentar outras maneiras de apresentá-lo.” Os resultados positivos da experiência
de Tessier e a necessidade de renovação e mudanças no ensino da catalogação no Brasil
motivaram o desenvolvimento desse projeto.
3 Os nodos ou nós são unidades de informação em um hiperdocumento que podem conter um ou mais tipos de dados: texto, figuras, fotos, sons, sequências animadas, código de programação e outros. É conectada por ligações em uma variedade de estruturas possíveis.4 Os elos ou links são elementos que estabelecem ligações entre nodos, não necessariamente de forma linear ou hierárquica.
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A opção pela utilização do programa Microsoft FrontPage, que é um editor da
linguagem HTML, foi baseada nas suas características de interface amigável e
aplicabilidade na estruturação do protótipo e seu manual de utilização.
O AACR2-Anglo-American Cataloguing Rules (1978), cujas regras de
catalogação descritiva basearam-se na ISBD (International Standard Bibliographic
Description), tem como objetivo facilitar o intercâmbio internacional da informação
bibliográfica, através da forma escrita convencional, ou legível por máquina. Para isto,
fixa normas relativas à descrição das publicações, atribuindo uma ordem aos elementos
descritivos, prescrevendo, ainda, um sistema de pontuação da descrição. Sua edição
revisada foi publicada em 1988, tendo várias alterações aprovadas pelo Joint Steering
Committe for Revision of AACR2.
Traduzido para o português como CCAA2 (Código de Catalogação Anglo-
Americano, 1983-1985), esse código é dividido em duas partes. A primeira é formada
pelos Capítulos 1 à 13. O Capítulo 1 contém regras gerais aplicáveis a todas as formas
de materiais. Os capítulos subsequentes Capítulos 2 à 13, aplicam-se a tipos particulares
de materiais, como monografias, materiais cartográficos, obras manuscritas, música
impressa, gravações sonoras, filmes e vídeos, materiais gráficos, arquivos legíveis por
computador, artefatos tridimensionais, microformas, periódicos e às analíticas (análise
de partes de um item). A segunda parte do CCAA2 consiste em regras para a
determinação da entrada principal e das entradas secundárias (cap. 21), forma dos
cabeçalhos e títulos uniformes (cap. 22-25) e forma das remissivas (cap.26).
2 O PROTÓTIPO
Este projeto teve como objetivo principal criar um protótipo hipertextual do
CCAA2 e testar sua aplicação no ensino da catalogação na disciplina Tratamento da
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Informação. Especificamente, visa desenvolver instruções de escolha de pontos de
acesso (entradas principais e secundárias), criar estruturas hipertextuais apropriadas para
auxiliar a aplicação de regras do Capítulo 21 do CCAA2, explorar as possibilidades do
hipertexto como ferramenta auxiliar no processo de catalogação e seu ensino e,
finalmente, estudar a possível conversão de todo o CCAA2 para o formato hipertexto.
2.1 A VERSÃO HIPERTEXTUAL DO CCAA2
Escolheu-se, inicialmente, o Capítulo 21 - Pontos de Acesso como objeto de
estudo desse projeto porque, além de ser considerado um dos capítulos mais complexo
do CCAA2 é, ainda assim, passível de decomposição. No entanto, no desenrolar do
projeto, notou-se que seria importante incluir dois outros capítulos do Código: o
Capítulo 1 - Regras gerais para descrição e Capítulo 2 – Livros, folhetos e folhas soltas
impressas. Além de explorar mais as características multidimensionais do hipertexto,
isso facilitaria uma compreensão mais geral do processo de catalogação pelos alunos de
Tratamento da Informação.
No processo de criação da versão hipertextual do CCAA2, alguns parâmetros
foram observados para facilitar sua aplicação:
disponibilização do conteúdo informacional de modo que os usuários possam
rapidamente entender os comandos básicos e opções de navegação;
criação de um sistema de navegação amplo e eficiente, garantindo que o
usuário não se perca dentro do hipertexto;
o uso de links que representem claramente os conteúdos aos quais fazem
referência, evitando que o usuário perca tempo, acessando uma informação
que não lhe é relevante.
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A versão hipertextual do CCAA2 está estruturada em quatro níveis hierárquicos
(FIG. 1).
FIGURA 1- Estrutura hierárquica da versão hipertextual do CCAA2
Esta estrutura contém uma página principal (home page), localizada no primeiro
nível hierárquico. O segundo nível hierárquico formado por 5 páginas é composto da
apresentação do projeto, informações gerais sobre o CCAA2, informações mais
detalhadas sobre as Parte I e II do Código e Glossário de termos técnicos de bibliografia
e de catalogação usados no CCAA2. No terceiro nível hierárquico, composto por 3
páginas encontram-se os sumários dos Capítulos 1, 2 e 21. Finalmente, no quarto nível
hierárquico encontra-se as regras dos capítulos citados. A estrutura hierárquica da
versão hipertextual do CCAA2 é formada por 40 arquivos diferentes, que se relacionam
através de links.
As 39 regras do Capítulo 21 foram divididas em cinco grupos, de acordo com o
sumário da versão impressa do CCAA2:
Regras Iniciais (Regras.21.0 a 21.7);
Responsabilidade Mista (Regras 21.8 a 21.27);
Obras Relacionadas (Regra 21.28);
Entradas Secundárias (Regras 21.29 e 21.30);
Regras Especiais (21.21 a 21.39).
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Para manter a estrutura utilizada na versão impressa do CCAA2, foram criadas páginas
individuais para cada regra dos Capítulos 1, por exemplo; para a Regra 1.0, criou-se
uma página que contém suas subdivisões (FIG.2).
FIGURA 2 - Regra 1.0 do Capítulo 1
Em relação ao conteúdo das regras, não existe diferenças entre a versão
hipertextual e a impressa, mas apenas mudança de suporte físico. A manutenção do
conteúdo e a forma de apresentação das regras evita que os alunos se confundam, ao
utilizar ou comparar as duas versões.
Um problema em relação ao ensino do CCAA2 na edição brasileira é que os
exemplos de utilização das regras não foram traduzidas do inglês para o português. Esta
discrepância gera dificuldades de compreensão quando da aplicação das regras nos
materiais que fazem parte do dia-a-dia do estudante e do bibliotecário no Brasil. Na
tentativa de reverter essa situação, foram criados exemplos em português para as regras
do Capítulo 21.
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2.2 LAYOUT E NAVEGAÇÃO
No que se refere ao layout de hipertextos, é muito importante que sejam
visualmente sistemáticos. O excesso de imagens, cores, estilos de fontes e estilos
gráficos devem ser evitados. Por exemplo, um hipertexto onde as cores do texto se
confundem com as cores de fundo, coloca óbvios obstáculos à leitura. Mal escolhidos, o
tamanho e estilo das fontes podem desviar a atenção do leitor. O ideal é manter a
consistência do layout através da padronização dos estilos e do uso do bom senso na
escolha das cores, fontes e fundos adequados. Assim, para a versão hipertextual do
CCAA2, optou-se pelo o uso de cores claras para o fundo, fontes de cores escuras para o
texto e, padronização dos marcadores utilizados na navegação.
Um problema comum na construção de hipertextos é a “navegação”, metáfora
utilizada para descrever a movimentação dos usuários em hiperdocumentos. Os usuários
precisam movimentar-se de um lugar para outro sem se perder, no emaranhado de
informação. É importante fornecer uma forma sistemática de movimentação no
hipertexto para evitar a desorientação do usuário, o que pode ser obtido através da
inclusão de barras de navegação ou vínculos repetidos em cada página do
hiperdocumento.
A versão hipertextual do CCAA2 conta com um sistema de navegação bem
estruturado. A página principal funciona como um sumário, dando uma visão geral do
conteúdo disponível a partir dela, permitindo que o usuário comece a explorar as
páginas seguintes (FIG.3).
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FIGURA 3 - Página inicial da versão hipertextual do CCAA2 (home page)
Na elaboração do sistema de navegação da versão hipertextual houve uma
preocupação em permitir que o usuário navegue tanto no sentido horizontal (entre as
páginas de um determinado nível hierárquico) quanto vertical (entre as páginas dos
quatro níveis hierárquicos). Além disso, a estrutura criada permite que ele volte à página
inicial a partir de qualquer página do hiperdocumento.
Quando o usuário estiver navegando por uma das páginas do segundo nível
hierárquico, ele tem a opção de voltar à página inicial, navegar pelas outras que estão no
mesmo nível ou, ainda, acessar as páginas do terceiro nível hierárquico, (Capítulo 1,
Capítulo 2 e Capítulo 21). Por exemplo, um usuário que estiver navegando na página
Apresentação, poderá ir direto para a página Parte II, e a partir dessa poderá ir para a
página Capítulo 21, a partir da qual o usuário terá acesso às regras do Capítulo 21.
2.3 CARACTERIZAÇÃO DO SOFTWARE UTILIZADO
O Microsoft Frontpage é composto de dois programas, o Frontpage Explorer e o
Frontpage Editor, que permitem visualização e edição em HTML (Hypertext Markup
Language), uma linguagem utilizada para descrever o conteúdo de documentos
hipertextuais.
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O Frontpage Explorer é utilizado para criação das estruturas hierárquicas do
hipertexto e para o gerenciamento dos links existentes no mesmo. Através do modo de
exibição de hiperlinks do Explorer, pode-se visualizar o vínculos existentes dentro do
hipertexto. O modo de exibição Navigation, por outro lado, mostra um tipo de
fluxograma da estrutura do hipertexto. Através desses dois modos de exibição, pode-se
compreender melhor as relações hierárquicas num sistema de hipertexto. Essa
característica do programa foi muito útil na criação da versão hipertextual do CCAA2,
uma vez que facilitou o gerenciamento do sistema de navegação presente na versão.
O Frontpage Editor é um editor de texto semelhante ao Word que permite editar
as informações sem o uso de tags5 e visualizar a aparência do hipertexto através do
modo de exibição Preview. A interface do Frontpage com o usuário é intuitiva e direta,
tornando-o, por isso, um dos programas mais utilizados para a criação de sistemas
hipertextuais, sejam disponibilizados em rede local, via Internet ou em sistemas
monousários.
3 IMPORTÂNCIA DA VERSÃO HIPERTEXTUAL DO CCAA2 PARA OS
ALUNOS DA DISCIPLINA TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Ao longo dos anos, a catalogação vem utilizando recursos tecnológicos como
instrumentos agilizadores de seus processos. A versão hipertextual do CCAA2, reúne as
características multidimensionais dos sistemas de hipertexto e do processo de
catalogação, facilitando o ensino das regras do Código de Catalogação Anglo-
Americano tanto pela economia de tempo quanto pela otimização do espaço. Em relação
a economia de tempo, pode-se dizer que, uma vez familiarizado com a versão
5 Tags são comandos HTML, em forma de letras ou de palavras entre o símbolos ( )
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hipertextual do CCAA2, o estudante poderá utilizá-la de forma rápida, prática e fluente.
Quando o estudante, ao lidar com a versão impressa, encontra uma referência cruzada,
ele tem que folhear páginas e mais páginas em um dos dois volumes que compõe o
Código ou, então recorrer ao outro volume. Na versão hipertextual, essa referência é
representada por um link, bastando um simples clique para visualizar a regra
correspondente. Ainda em relação ao tempo, a versão hipertextual permite a utilização
do CCAA2 simultaneamente, por um grande número de usuários, desde que
disponibilizado em rede.
Como o Código de Catalogação Anglo-Americano impresso está dividido em
dois volumes, e há uma necessidade de vários deles numa biblioteca direcionada ao
ensino de Biblioteconomia, há uma demanda de muito espaço para o armazenamento
dos mesmos. Soma-se a isso o custo elevado para aquisição de vários exemplares. A
versão hipertextual do CCAA2 pode ser publicada em apenas um CD ROM, pois cada
unidade de informação dessas tem capacidade para armazenar aproximadamente 600
megabytes de dados e ocupa muito pouco espaço na coleção de uma biblioteca.
Outra importante vantagem desse protótipo é que, ao incluir exemplos de pontos
de acesso em português, facilita o aprendizado dos alunos na utilização e ilustração das
regras do Capítulo 21.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conclusão deste projeto está prevista para o inicio de 2000. Até o final de
1999 foram preparados testes para avaliação qualitativa do uso da versão hipertextual do
CCAA2 (folhas de rosto de livros) e depois, aplicados em 15 estudantes da disciplina
Tratamento da Informação na Escola de Biblioteconomia da UFMG. Com base na
análise dos dados, pretende-se verificar as vantagens da utilização da versão
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hipertextual e sua eficiência em relação ao Código impresso. Serão verificados também
se as informações foram bem estruturadas dentro do hipertexto, permitindo que o
estudante navegue pelo conteúdo da versão fluentemente e se o layout da versão é
amigável e confortável para seus usuários. Com base nos resultados dessa avaliação,
será realizada uma revisão final da versão hipertextual do CCAA2 e posteriormente sua
disponibilização. Os alunos vem demonstrando grande interesse, curiosidade e, mesmo,
preferência em utilizar a versão hipertextual do CCAA2. Nota-se também que eles vêem
neste protótipo uma forma de aplicação da tecnologia em atividades da profissão e de
modernização das ferramentas de ensino em sala de aula. Com isto, a possibilidade de
uma maior autonomia no controle do seu próprio tempo de estudo e trabalho fica mais
viável.
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