A arte no egito

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A Arte no Egito.

Egito: uma Dádiva do Nilo!(Heródoto de Halicarnasso)

Pintura em túmulo no Templo de Luxor, Egito.

Desenvolvida às margens do Rio Nilo, na África, acivilização egípcia foi uma das mais importantes daAntiguidade. Com uma organização social bastantecomplexa e riquíssima em realizações culturais, produziutambém uma escrita bem estruturada, graças a qualpodemos, hoje, conhecer muitos detalhes dessa civilização.

A expressão artística egípcia refletiu com profundidadecada momento histórico dessa civilização. Nos trêsperíodos em que se costuma dividir a sua história – oAntigo Império, o Médio Império e o Novo Império -, oEgito conheceu um significativo desenvolvimento, em que aarte teve papel de destaque.

Tudo no Egito era orientado pela Religião.

Entre todos os aspectos da culturaEgípcia, porém, talvez a religião seja o maisimportante. Tudo no Egito era orientado porela. Para os egípcios, eram as práticas rituaisque asseguravam a felicidade nessa vida e aexistência depois da morte. ARELIGIÃO, portanto, permeava toda a vidaegípcia, interpretando o Universo, justificandoa organização social e política, determinando opapel da classes sociaise, consequentemente, orientando toda aprodução artística.

Uma arte dedicada à vida depois da morte.Mastaba. O primeiro túmulo.

• A Arte desenvolvida no Egito reflete suas crenças fundamentais:a vida humana podia sofrer interferência dos deuses; a vida apósa morte era considerada mais importante que a vida terrena.

• A Arte Egípcia concretizou-se nos túmulos e nos objetos comoestatuetas deixados junto aos mortos.

• A Arquitetura Egípcia realizou-se sobretudo nas tumbas e nasconstruções mortuárias.

• As tumbas dos primeiros faraós eram réplicas das casas ondemoravam.

• As pessoas sem posição social de destaque eram sepultadas emconstruções retangulares muito simples, as MASTABAS, quederam origem às grandes pirâmides, que viriam a serconstruídas mais tarde.

Mastaba: do termo árabe maabba (banco). Podiamser construídas com pedra calcária ou tijolo de barro.A câmara mortuária, em geral, localizava-se bemabaixo da base, ligando-se a ela por uma passagemem forma de poço.

A imponência do poder religioso e político.

• Antigo Império: Faraó Djoser exerceu o poder autoritariamentee transformou o Baixo Egito no centro mais importante do reino.

• Grandes monumentos artísticos: erguidos para ostentar agrandiosidade e a imponência do poder político e religioso dofaraó.

• Obras arquitetônicas mais famosas: Pirâmide de Djoser e asmonumentais pirâmides do deserto de Gisé, construídas por trêsimportantes faraós do Antigo Império: Quéops, Quéfren eMiquerinos.

• Das três pirâmides, a maior é a de Quéops: 146 metros de alturae uma área de 54300 metros quadrados. Não foi utilizadanenhuma espécie de argamassa entre os blocos de pedra queformam suas paredes.

Pirâmide de Djoser, em Sacará (século XVIII a.C.)

Quéops, Quéfren e Miquerinos: o símbolo máximo da obra arquitetônica

funerária no Egito.

Esfinges: figuras fantásticas com corpo de leão ecabeça humana, suja função era guardar ostúmulos. Esfinge do Faraó Quéfren (20 metrosde altura e 74 metros de comprimento).

Uma arte de convenções.

• A arte servia de veículo para a difusão dos preceitos edas crenças religiosas obedecia uma série depadrões e regras limitava a criatividade e aimaginação pessoal do artista. Arte Anônima: domíniodas técnicas de execução e não o estilo do artista.

• LEI DA FRONTALIDADE: a arte não deveria apresentaruma reprodução naturalista, que sugerisse ilusão derealidade; deveria ser apenas uma representação. Otronco das figuras era representado defrente, enquanto a cabeça, as pernas e os pés eramvistos de perfil.

A Lei da Frontalidade.

Antigo Império: a escultura ganha as mais belasrepresentações. Embora cheia deconvenções, desenvolveu uma expressividade quesurpreende o observador. Ex.: O Escriba sentado (c.2500 a.C.)

Essa obra, encontrada em um sepulcro da necrópole deSacará, representa bem a importância dada à escultura noAntigo Império: por meio dela, revelam-se dados particulares doretratado, como sua fisionomia, seus traços raciais e suacondição social. Trata-se de uma obra de autoriadesconhecida, realizada entre 2620 e 2350 a.C., e queretrata, provavelmente, um escriba ou um príncipe. Essa dúvidaera motivada pela qualidade da obra. Os cuidados com osdetalhes não eram comumente dedicados pelos artistas narepresentação dos funcionários da burocracia do Império. Ahipótese de que se trata de um escriba é reforçada pelos olhosfixos em um provável interlocutor e lábios cerrados do homemretratado, que, no momento, não está falando ou sorrindo, masconcentrado em ouvir para reproduzir por meio da escrita aspalavras de quem lhe fala alguma coisa. As mãos completam aatitude de prontidão para a escrita.

• Médio Império ( 2000 a 1750 a.C.): apesar daexpressividade obtida na escultura do AntigoImpério, no Médio Império, o convencionalismo eo conservadorismo das técnicas voltaram aproduzir esculturas e retratos estereotipados, querepresentavam a aparência ideal dos seres –principalmente dos reis – e não seu aspecto real.

• Estereotipados: Representações de acordo com oa padrão fixo aceito como ideal e semoriginalidade.

O apogeu do poder e da arte.

• Novo Império: foi nesse período que o Egito viveu oponto alto de seu poderio e de sua cultura.

• Os Faraós reiniciam as grandes construções: Templosde Luxor e Carnac, ambos dedicados ao deus Amon.

• TEMPLO DE LUXOR: construído por determinação deAmenófis III, por volta de 1380 a.C., possui colunatacomposta de sete pares de colunas com cerca de 16metros de altura. Possui um novo tipo de coluna,com capitel (arremate superior) trabalhado commotivos tirados da natureza, como o papiro e a florde lótus.

Templo de Amon, em Luxor, no Egito (século XIV – XII a.C.)

Templo de Amon, em Luxor, no Egito (Colunata e Capiteis)

Templo Funerário à rainha Hatshepsut (1511 – 1480 a.C.): construçãoimponente e harmoniosa que deve sua beleza, em grande parte, à maneiracomo foi concebida: a montanha rochosa que lhe serve de fundo parece fazerparte do conjunto, o que cria uma profunda integração entre a arquitetura e oambiente natural.

Templo Funerário à rainha Hatshepsut

A pintura no Novo Império

• Criações artísticas mais leves e de cores mais variadasque a dos períodos anteriores.

• Abandonada a rigidez de postura das figuras(hieratismo), elas agora parecem ganhar movimento.

• Essas alterações decorrem das transformações políticaspromovidas por Amenófis IV. Esse soberanoneutralizou radicalmente o poder exercido pelossacerdotes, que chegaram a dominar os própriosfaraós. Com sua morte, porém, os sacerdotesretomaram o antigo poder e passaram novamente adirigir o Egito ao lado de Tutancâmon, o novo faraó.

• Ligadas à Religião e à Política, podemos dizer quealgumas das mais belas obras de arte dessa civilizaçãoforam executadas em um momento de ruptura e crisepolítica: a tentativa de implantação do Monoteísmoorganizada pelo faraó Amenófis IV.

• Romper com o culto anterior significava desenvolvernovas formas de expressão artística que pudessemestar vinculadas à nova doutrina.

• Preocupação muito mais decorativa; a liberdadeartística foi incentivada e, sobretudo, financiada pelofaraó.

Busto de Nefertiti, esposa de Amenófis IV(Akhenaton), é o trabalho mais conhecido da arteegípcia. “Chegou a bela!” Certa melancolia econtemplação.

Busto de Nefertiti II.

Muito do que poderíamos conhecer sobre a arteegípcia nos foi tirado pela ação de ladrões que, desde aAntiguidade, saqueiam tumbas e ruínas.Sabemos, entretanto, que durante o apogeu do Império deAlexandre Magno e em períodos subsequentes, a culturaegípcia era reverenciada pelos sábios gregos como uma dasmaiores riquezas construídas pelo gênero humano.

Toda a história da antiga civilização egípcia chegou aténós por meio de sua escrita. Além doshieróglifos, considerados escrita sagrada e encontradas emtúmulos e templos, havia a hierática, utilizada nos textosdos sacerdotes, e a demótica, mais popular, empregada noscontratos redigidos pelos escribas.

Pedra de Roseta: tablete que possui um texto bilíngue, metade em grego e metade em egípcio. Possibilitou, em 1822, ao jovem sábio

francês Champollion decifrar a escrita hieroglífica, desvendando muitos dos mistérios que cercam essa civilização.

Em geral, a temática da literatura era de cunho religioso, notabilizando-se o Livro dos Mortos e os textos das pirâmides e nas colunas e paredes dos

templos.