A Arte na Idade Média · 2016. 6. 16. · seu dinamismo e assistiu o fortalecimento da atividade...

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A Arte na Idade Média“ A PINTURA DEVE FAZER PARA OS ILETRADOS O QUE A ESCRITA FAZ PARA OS QUE SABEM LER” PAPA GREGÓRIO, O GRANDE.

@CONSUELOHOLANDA201114@GMAIL.COMProfessora Consuelo Holanda@consueloholandaconsueloholanda201114@gmail.com

Contexto Histórico

Contexto Histórico Com a crise do Império Romano no

século V, a economia foi perdendo seu dinamismo e assistiu o fortalecimento da atividade agrária. O quadro atraiu os chamados “povos bárbaros”, sobretudo aqueles de origem germânica. Sua denominação, inclusive, devia-se ao fato de serem estrangeiros não falantes do latim.

A invasão destes povos deu origem a diversos reinos dentro do Império Romano, os reinos independentes. Os destaques vão para os francos (Europa Central – atual França), vândalos (norte da África), visigodos (península Ibérica), anglo-saxões (Britânia – atual Inglaterra) e ostrogodos (península Itálica).

DIVISÂO DO PERÍODO PRÉ-ROMÂNICO – Arte dos povos bárbaros ou germânicos – séc. V

ao IX séc.; - Arte Merovíngia (reino Franco) – c. 500 a 750; - Arte Carolíngia (Carlos Magno e seus

sucessores) – 780 a 900; - Arte Otoniana (Sacro Império Romano

Germânico) – séc. X ao Séc. XI.

Principais características históricas da Alta Idade Média

Formação e consolidação do feudalismo Integração das culturas romana e germânica Estruturação dos Reinos Ostrogodo, Franco, Vândalo,

Visigodo, entre outros, considerados como reinos independentes

Governo dos reinos independentes pela nobreza germânica descendentes invasores do Império Romano

Fragmentação e descentralização do poder, com política e economia exercida pelos senhores feudais

Sociedade estamental e hierarquizada seguindo as ordens do clero, nobreza e servos (os que rezam, guerreiam e trabalham, respectivamente)

Europa ruralizada baseando a economia na agricultura, formação dos feudos, poucos contatos comerciais externos e uso de moedas

Fortalecimento da Igreja Católica, do Teocentrismo e do cristianismo, ao mesmo tempo em que houve o enfraquecimento da cultura laica

Invasão dos povos vikings, húngaros, sarracenos e eslavos nos séculos IX e X, saqueando várias cidades europeias

Cruz visigótica

São Lucas de 750 dC*Função didática*Narrativa simbólica*Estilo animalista*Solenidade*Colorismo*Decorativismo ou hibridismo a partir da fusão de formas animais e geométricas*Bidimensionalidade

Leia um trecho do poema de François Villon:Sou uma pobre e velha mulher, Muito ignorante, que nem sabe ler. Mostraram-me na igreja da minha terra Um Paraíso com harpas pintado E o Inferno onde fervem almas danadas, Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999.

Enem - 2014

Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos católicos medievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de A)refinar o gosto dos cristãos.

B)incorporar ideais heréticos.

C)educar os fiéis através do olhar.

D)o divulgar a genialidade dos artistas católicos.

E)valorizar esteticamente os templos religiosos.

O RomânicoA partir do séc. XI, as atividades culturais e os trabalhos intelectuais ficam centralizados nos mosteiros, unidades autossuficientes extremamente tradicionais na religiosidade, mas que não deixam de ser centros de irradiação de cultura do mundo laico, como local de encontro de menestréis, mercadores e peregrinos (HAUSER, 1982). Os mosteiros foram os domínios dos monges copistas e iluminadores que deram continuidade e desenvolvimento a arte dos manuscritos decorados, além de serem responsórios da cultura clássica1 .

Escultura românica

CRUCIFIXO DE GEREÃO, na Catedral de Colônia:

o Cristo de ventre intumescido, braços distendidos

o rosto com traços incisivos e angulosos

Máscara de agonia, já sem vida OBJETIVO: causar comoção e veneração Função didática

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DAS IMAGENS MEDIEVAIS:

Bidimensionalidade Frontalidade Deformação para representar a intensa vida espiritual Hierarquização dos santos (imagens maiores para os

mais santos e poderosos) Estilo animalista e vinhetas (influência bárbara) Técnicas tradicionais: Têmpera, encáustica, afresco,

iluminuras, manuscritos ilustrados Solenidade

A religião, o temor religioso e o medo do Juízo Final, movimentaram os fiéis nas peregrinações aos principais lugares santos. Os mosteiros e as igrejas que eram centros difusores da religiosidade da época, tinham uma maior importância quando possuíam relíquias de santos, tornando-se, eles mesmos, locais de peregrinação.As peregrinações e as cruzadas, feitas por populares e nobres, contribuíram em grande parte para a internacionalização da arte do Oriente e do Românico.O sistema político feudal e a religião foram os dois pólos dinamizadores da arte na sociedade medieval. A arte serviu a majestade do poder temporal e religioso, sendo feita para honorificar ambos.

Catedral de Santiago de Compostela

Arquitetura Românica Sé Velha de Coimbra*Grandiosidade*Solidez*Monumentalidade*“Fortalezas de Deus”*Uso de arcos e abóbodas*Paredes grossas e pesadas*Falta luminosidade devido às paredes grossas*Exterior simples (o homem deve-se voltar ao espírito e à essência)*Castelos fortificados*horizontalidade*repouso

Arquitetura RomânicaNeste período as igrejas tornam-se cada vez mais sólidas, com aspectos defensivos de fortalezas – são as igrejas românicas, construídas por nobres e bispos levavam gerações e gerações para se finalizarem, utilizando o trabalho dos servos e colonos e, dentro dos mosteiros, supervisionados pelo clero (HAUSER, 1982).

Solidez e falta de luminosidade natural caracterizavam essas construções.

As decorações também poderiam ter um caráter expressivo ligado às deformações e exageros com finalidade de provocar o medo e a opressão do Juízo Final. São comuns imagens entrelaçadas de criaturas e monstros fabulosos em extravagante delírio e inspiração apocalíptica ou paradisíaca

Catedral Notre Dame de Poitiers

Catedral de Pisa na Itália

Castelo de Bodiam na Inglaterra

Cidadela de Carcassone na França

Bibliografia

JANSON,H W, História Geral da Arte, O Mundo Antigo e a Idade Média, São Paulo, Ed. Martins Fontes,1993

GOMBRICH, E, H, The Story Of Art, London, 1995(press) Phaidon

MACEDO, José Rivair, Religiosidade e Messianismo na Idade Média, São Paulo, Moderna, 1996 (coleção desafios)

“Temos a arte para não morrer da verdade”

Friedrich Nietzsche