Post on 29-Dec-2015
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A APROPRIAÇÃO DO PARQUE FLAMBOYANT
Amanda Carolina Soares
Estudante de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Goiás
RESUMO:
Entre os temas que envolvem o urbano, a valorização e segregação de espaços, as
metrópoles têm sido objeto de estudo de diversos profissionais. O mercado
imobiliário controla o valor da terra, logo, a moradia fica submetida à capacidade
financeira. Essas desigualdades sociais acabam por formar a paisagem urbana e
sua estruturação espacial. Em Goiânia, este fenômeno também pode ser observado.
Em especial, podemos apontar o Bairro Jardim Goiás, onde se localiza o nosso
objeto de estudo, o Parque Flamboyant. Para entender como ocorre a dinâmica do
espaço é necessário compreender seus agentes produtores e para isto, se utilizar de
vários instrumentos morfológicos: fontes históricas, conceitos e pesquisa de campo.
PALAVRAS-CHAVE:
Espaço urbano, segregação, parque urbano, paisagismo, apropriação e lazer.
ABSTRACT:
Among the themes that involve the urban, the appreciation and spaces segregation,
metropolises have been being subject of study of many professionals. Real estate
market controls the value of land and dwelling is subjected to the financial capacity.
These social inequalities end up building the urban landscape and its spatial
structure. In Goiânia, this phenomenon can also be observed. In particular, we can
point out Jardim Goiás neighborhood, where is located our subject of study, the
Flamboyant Park. To understand how the dynamic of space occurs, it‟s necessary to
understand its producing agents and to this, make use of several morphological
instruments: historical sources, concepts and field research.
KEY WORDS:
Urban space, segregation, urban park, landscaping, appropriation and leisure.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................2
Capítulo 1. Conceituações do Espaço Urbano.............................................................4
1.1. O Espaço Público como Produto Urbano...........................................4
1.2. Parque Urbano...................................................................................6
1.3. Paisagismo Urbano............................................................................7
Capítulo 2. A Produção do Espaço Urbano em Goiânia..............................................8
2.1. Planos Diretores Municipais e Suas Aplicações..................................10
2.2. O Sistema de Áreas Verdes.................................................................13
2.3. A Implantação do Setor Jardim Goiás..................................................13
Capítulo 3. A Dinâmica do Parque Flamboyant sob o Olhar de Seus Usuários........16
3.1. O Histórico da Implantação do Parque Flamboyant.............................16
3.2. Diferentes Sujeitos/Agentes da Produção e Consumo do Espaço......17
3.3. As Diferentes Leituras dos que Produzem e Consomem o Espaço.....19
3.4. O Parque Flamboyant como Ponto de Referencial em Goiânia...........19
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................20
REFERÊNCIAS..........................................................................................................21
ANEXO.......................................................................................................................22
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INTRODUÇÃO
O projeto urbano de Goiânia foi influenciado por escolas internacionais, como
a escola francesa, com proposições urbanas do movimento moderno. Influenciada
por estas ideias, o traçado de Goiânia foi concebido para ter um caráter monumental
e ser uma “cidade parque”, aqui já pela influência dos protótipos da cidade-jardim de
Ebenezer Howard. Na capital, foram propostas generosas áreas verdes, porém
estas foram negligenciadas e muitas se encontram degradadas.
Alguns dos parques que surgiram posteriormente aos primeiros planos
diretores são de investimentos conjuntos entre o governo e a iniciativa privada.
Essas uniões, levando em consideração o histórico da expansão urbana no Brasil e
a especulação imobiliária, visam atender interesses de ambas as partes. Estes
projetos de parques públicos, mas que possuem investimentos da iniciativa privada,
se enquadram na lógica da produção capitalista. Da análise dos espaços verdes da
cidade Goiânia, pode-se constatar que estes investimentos particulares tendem a
evitar o abandono e a degradação do espaço.
Goiânia, no âmbito nacional, possui um grande destaque por suas áreas
verdes e grandes espaços públicos de lazer. Estes espaços com calçamento,
iluminação e mobiliário urbano diferenciados, tem sido alvo das imobiliárias que, por
meio da especulação, transformam o seu entorno em áreas disputadas e
supervalorizadas pela construção de edifícios de alto padrão destinados às classes
médias e altas. Entretanto, o contexto da cidade sofre com a carência destes
mesmos atendimentos, aos quais se somam os problemas de transporte público e
de outros serviços, resultando que, na capital, podem ser observadas a
precariedade urbana, a desigualdade socioespacial e os impactos ambientais
negativos devido à intensa modernização.
Não muito diferente dos parâmetros nacionais, em 2007 foi inaugurado o
Parque Flamboyant, no bairro Setor Jardim Goiás, em Goiânia, o qual será nosso
objeto de estudo. As reflexões partiram do pressuposto que o parque abriga os mais
diversos tipos de frequentadores, sendo um referencial urbano não apenas para seu
entorno imediato, o Bairro Setor Jardim Goiás, mas também para a cidade.
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O estudo tem como objetivo (?) a entender o processo de desenvolvimento do
bairro e levando em consideração as mais diversas pesquisas, bibliográficas,
documentais e de campo, a fim de se chegar a um diagnóstico. O parque municipal
se enquadra em nas constantes urbanas citadas e instigam a pesquisa e estudo
sobre a produção do espaço urbano por meio de frequentadores.
Com base no exposto e considerando o Parque Flamboyant como foco desta
análise, pergunta-se:
1. Como ocorreu a apropriação deste espaço urbano ao longo dos anos?
2. Como ocorreu a implantação e aprovação do projeto do Parque
Flamboyant?
3. Que transformações a região sofreu desde a sua inauguração?
4. Qual o atrativo da região que leva as pessoas a frequentá-lo?
Assim, esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de analisar o espaço
urbano por meio de referências históricas, e também a partir de uma pesquisa de
campo de quem o utiliza, encarando que seu processo faz parte das condições
históricas e como laboratório da vida humana (LEFEBVRE, 1991). Por meio de tais
considerações se desdobram as seguintes hipóteses:
1. A implantação do Parque Flamboyant foi possível devido a investimentos
privados em conjunto com o governo, este permitiu atender também os
interesses das imobiliárias, que transformaram seu entorno num local de
especulação. Isto também foi possível devido sua proximidade do
Shopping Flamboyant e do Estádio Serra Dourada e da sua localização no
Setor Jardim Goiás, bairro que vem se constituindo como uma
centralidade urbana.
2. A região sofreu transformações com a substituição das pequenas casas
de famílias de baixa renda, por edifícios de alto padrão.
3. O espaço do Parque Flamboyant é apropriado não apenas pelos
moradores do bairro, mas também por pessoas de diversos pontos da
cidade, pois o parque se tornou um referencial urbano, além de oferecer
lazer barato ou sem custos.
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Através desta pesquisa espera-se poder contribuir para a tomada de um perfil
do lugar e de seus usuários.
Capítulo 1. Conceituações do Espaço Urbano
Segundo Corrêa, o espaço urbano é “fragmentado e articulado, reflexo e
condicionalmente social, um conjunto de símbolos e campo de lutas.” (1993, p.9
apud CAVALCANTI, 2001, p. 36). ???????????????
1.1. O Espaço Público como Produto Urbano
Para compreensão deste trabalho é importante entender o espaço urbano de
modo geral, considerando as percepções da cidade e quem são seus agentes
produtores. O espaço urbano capitalista é tido como um produto social resultado de
ações acumuladas através do tempo e dos agentes que as produzem e dos agentes
que o consomem, criando, portanto, um espaço complexo e dinâmico. Côrrea (2005,
p.12), aponta como agentes que desempenham o papel de refazer a cidade:
(a) os proprietários dos meios de produção, sobretudo os grandes
industriais;
(b) os proprietários fundiários;
(c) os promotores imobiliários;
(d) o Estado; e
(e) os grupos sociais excluídos.
Dentre tais processos é importante apontar a segregação e a
descentralização. O processo de segregação define, segundo Côrrea (2005, p.59), a
divisão social do espaço os quais estão ligados a reprodução de diferentes grupos
sociais que competem entre si e gera locais de dominação de um determinado grupo
social. Já o processo de descentralização, (CÔRREA, 2005, p. 45-49) também
associado ao crescimento da cidade e levando-se em consideração a existência de
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uma Área Central histórica1, desenvolve-se para manter uma taxa de lucro que o
centro não pode mais fornecer. Portanto, há o aparecimento de núcleos secundários
que oferece os mais diferentes tipos de atividades comerciais e gera economias de
transporte e tempo que induz o maior consumo.
Além disso, a cidade rompeu as barreiras territoriais, estando atualmente num
estágio chamado “globalização”, o que fez o espaço urbano assumir novas
características, como o surgimento dos não lugares2, espaços de uso público que se
repetem, especialmente, nas cidades metropolitanas e sempre muito semelhantes,
como grandes aeroportos, shopping centers, feiras e exposições que bem poderiam
estar localizados no Brasil, em algum país europeu, africano ou nos Estados Unidos.
A partir deste contexto pode-se observar o estabelecimento de novos modos de vida
social, marcados pelo porte de objetos que permitem a conexão de internet via Wifi
ou via satélites; a desconexão física, que vem substituindo a comunicação entre as
pessoas que se encontram juntas na mesma mesa dos bares e restaurantes ou em
parques, ligadas aos seus celulares e tablets; o uso de roupas e acessórios de
marcas reconhecidas mundialmente, dos quais estão excluídos apenas as camadas
muitíssimo pobres. Cavalcanti (2001, p.37) explica que os modos de vida são
produtos sociais e em cada época e em cada lugar eles são elaborados, conforme
as necessidades de cada grupo.
Urbanisticamente conforme pesquisas por Leitão (2002, p.3 apud MAYMONE,
2009, p.27) a forma e função dos espaços públicos nas cidades podem ser
sintetizados em três ideias básicas:
1. Exterioridade: como espaço que surge em oposição ao espaço
privado e fechado restrito da casa, o espaço público dele se
diferencia por ser o espaço exterior, aberto/público, de uso comum,
tanto no sentido real, físico – a rua, o pátio, a praça, etc. - quanta no
sentido simbólico, onde o espaço exterior, o espaço da rua, da praça,
e o espaço da liberdade, onde tudo e possível viver.
1O processo de centralização está presente no processo inicial das grandes cidades e é
compreendida como um fenômeno urbano. Nela se concentram as principais atividades comerciais, de serviços, da gestão pública e privada e os terminais de transportes inter-regionais e urbanos, além de se destacar na paisagem pela sua verticalização. (CÔRREA, 2005, p. 40-42) 2 O antropólogo francês Marc Auge trata deste conceito. O não lugar, nome dado ao tipo de espaço que a
sociedade atual tende a criar, caracterizado pelo deslocamento e pela solidão.
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2. Acessibilidade: É exatamente esta condição que, do ponto de vista
territorial, caracteriza o espaço público. E graças a ela, ainda, que
um determinado espaço, numa localização específica e definida, se
torna, pelo usa que a acessibilidade viabiliza, um espaço comum e,
como tal, espaço público por definição.
3. Significado: espaços públicos costumam estar impregnados de
memória, o que lhes garante um valor simbólico que extrapola em
muito a sua função mais visível. Ruas e praças contem história não
apenas de importância individual, como não cessam de cantar os
poetas mas, sobretudo, de valor coletivo. São nesses espaços
privilegiados que estão registrados os fatos urbanos que constituem
uma cidade.
1.2. Parque Urbano
Os primeiros parques urbanos apareceram na Inglaterra no final do século
XVII e expandiram-se no século XIX devido a Revolução Industrial, como aponta a
pesquisa de Maymone (2009, p.18). Com o crescimento acelerado da população e
desordenada ocupação urbana, as cidades viram aparecer e se intensificar diversos
e graves problemas, muitos dos quais provocados pela insalubridade e falta de
higiene. Sendo assim, várias intervenções foram necessárias e surgiram espaços
ajardinados adequados para o lazer impulsionados pelos novos conceitos
higienistas. No século XX, novas funções foram incorporadas aos parques urbanos,
como as esportivas, culturais e as de conservação de recursos naturais.
???????????????? Desenvolver um parágrafo sobre os parques urbanos no
Brasil: onde e como surgiram, cidades que se destacam por seus parques urbanos,
como Curitiba, etc.
No Brasil, nos anos de 1980, os parques urbanos sofreram grandes
transformações baseados em conceitos ecológicos, então em voga. “A inspiração
para concepção do espaço livre urbano caracterizou-se pelo formalismo, pela
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liberdade de concepção, iniciando uma nova fase, a contemporânea”. (MAYMONE,
2009, p.18)
Conceitualmente, o parque público: “É uma área verde, com função ecológica,
estética e de lazer, no entanto com uma extensão maior que as praças e jardins
públicos.” (DE ANGELIS, 2005, p. 133 apud MAYMONE, 2009, p.27) E conforme
Macebo (2003, p.14 apud MAYMONE, 2009 p. 28)
[...]consideramos parque todo espaço público destinado à
recreação de massa, qualquer que seja o seu tipo, capaz de
incorporar intenções de conservação e cuja estrutura morfológica é
auto-suficente [...]
O lazer como apontado é função fundamental do parque urbano e está
inserido na programação cotidiana, ele é identificado como o uso de um “tempo livre”
que se pode dedicar à atividade de predileção pessoal. Buscando uma definição
mais adequada de lazer, Cavalcanti (2001, p.41-44) nota que a palavra é antiga,
porém seu uso generalizado é recente, histórica e socialmente datado. Dois
elementos definem os dois elementos de lazer: a predisposição e o tempo.
Entretanto, o próprio lazer se tornou um objeto de consumo, assim como
muitos dos espaços a ele destinados, quando o uso destes espaços não é
democrático, pois isto contribui, cada vez mais, para que os cidadãos estejam
isolados e passivos. Isto ocorre quando o espaço dedicado ao lazer é explorado pela
iniciativa privada e exclui a parte da população que não pode pagar este serviço.
Para atender às variadas necessidades da população foram criados diversos
tipos de parques, classificados depois como:
Parques de preservação: têm como finalidade a manutenção de
valores naturais ou culturais que necessitam ser perpetuados;
Parques especiais: são aqueles criados com fins específicos como,
por exemplo, jardins botânicos, zoológicos e pomares públicos;
Parques de recreação: áreas verdes equipadas para atender a
recreação de toda população urbana. (RAMOS, 1985 apud
MAYMONE, 2009, p. 41, grifo do autor)
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1.3. Paisagismo Urbano
Para entender o Paisagismo Urbano é importante o conceito de Paisagem.
Ainda seguindo os estudos de Maymone (2009, p. 34-36), a paisagem está
associada à dimensão visual percebida como uma realidade palpável e concreta. Os
componentes da paisagem são: o espaço físico natural e construído, movimentos e
relações humanas e fenômenos naturais que estão sujeitos a percepção de cada
indivíduo.
Figura 1 - Sistematização da estrutura da paisagem urbana segundo seus elementos a
partir de Spirn (1995), McHarg (1970), Cosgrove (1999), Mesquita (2001) e Santos (1998).
Fonte: Prado (2003, p. 3 apud MAYMONE, 2009, p. 36)
Quanto ao paisagismo, conforme Franco (1997 apud MAYMONE, 2009, p.
36), a predominância de conceitos paisagísticos em projetos do campo da
arquitetura se deve, em parte, ao movimento ambientalista e à contribuição de vários
profissionais de outras áreas relacionadas. Simas confirma isto quando considera
que,
Em todo o mundo a proporção dos espaços verdes tem crescido de
maneira sem precedentes. A introdução da noção de meio ambiente
e a influência da ecologia transformaram a “Arte paisagística” em um
de seus instrumentos de gestão.
Seguindo regras de composição decorativa, o paisagista, ao definir
as espécies vegetais que comporão a paisagem, tira partido,
também, das formas, texturas e cores das copas, troncos e folhagens
e flores. O emprego correto das cores através dos diferentes matizes
de verde, do uso das cores neutras, utilizadas como pano de fundo
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ou separando cores vibrantes e das chamadas cores aromáticas, que
tanto encantam aqueles que visitam jardins famosos, é um recurso
bastante refinado e matéria de profunda pesquisa. Um bom projeto
paisagístico inclui, ainda, elementos vivos, outros construídos pelo
homem, elementos visuais, fixos, móveis e mutáveis. Dependendo
da predominância dos elementos a paisagem poderá ser: Paisagem
natural, paisagem urbana ou paisagem cultural. (SIMAS, 2009 apud
MAYMONE, 2009, p. 37)
Capítulo 2. A Produção do Espaço Urbano em Goiânia
A produção do espaço urbano, como apontado anteriormente, depende de
seus agentes produtores. Goiânia (GONÇALVES, 2002, p. 17-32) surgiu de uma
tentativa de integrar o estado de Goiás ao restante do país trazendo modernidade
para o estado, e foi a primeira cidade brasileira a ser planejada no século XX. Isto
ocorreu na década de 30, quando a Marcha para o Oeste colocou Goiás no
panorama econômico e político nacional, ao concretizar os anseios de expansão e a
necessidade de criar aqui um novo setor urbano-industrial, impostos pela era
Vargas. O local escolhido atendeu às premissas tais e tais, portanto, privilegiado
pelo solo, topografia, matas nativas e rica hidrografia.
Vinculado a estes ideais, o interventor Pedro Ludovico Teixeira, governador
da época, levantando a bandeira de “Capital do Sertão”, utilizou a construção da
nova capital para manter-se no poder. Attílio Corrêa Lima foi o responsável pelas
primeiras ideias e desenhos da cidade, afastando-se em 1935, descontente com a
lentidão das obras e a falta de pagamento. Já havia, então, entregue o Plano Diretor
de Goiânia e uma planta geral da cidade, contendo o detalhamento do Setor Central.
Em 1936, o engenheiro Armando de Godoy foi convidado para revisar os
projetos de Atílio para o governo. Ele possuía uma extensa experiência e estudo
com relação ao urbanismo, porém não possuía o tempo necessário para se dedicar
ao desenvolvimento do projeto da cidade, sendo sua contribuição principalmente no
campo das ideias. Ele orientou que a alteração da zona comercial do Setor Central,
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considerando-a super dimensionada, uma pequena alteração na zona industrial do
Setor Norte, orientou um limite de crescimento para a cidade por um cinturão verde
e a criação de cidades-satélites posteriormente. O plano de urbanização de Goiânia
foi aprovado em julho de 1938.
Não se pode esquecer a grande influência dos irmãos Coimbra Bueno e a sua
construtora na construção da cidade. Para a execução dos projetos contrataram
uma grande quantidade de profissionais e formou um corpo técnico considerável. O
engenheiro agrônomo Werner Sonnemberg foi um dos profissionais que passou
despercebido, sendo ele, possivelmente, o projetista do Setor Sul.
O projeto da cidade de Goiânia foi claramente influenciado pelas ideias de
Unwin e Howard, lembrando uma cidade-jardim. A cidade é uma síntese das
influências de Attílio.
Ainda segundo Gonçalves (2002, p. 111-135), até os anos 40, houve um
grande controle da expansão urbana pelo Estado, contribuindo isto para a
implantação do Plano de Urbanização e combatendo a especulação imobiliária.
Porém, a partir da década de 1950, foram sendo aprovados inúmeros parcelamentos
privados das glebas adjacentes e próximas à cidade planejada que comprometeram
definitivamente o desenho urbano de Goiânia pelo fato de não terem sido
submetidos a nenhuma norma urbanística ou planejamento estrutural, revelando
total descontinuidade do traçado original. Nos anos 50 e 60, houve duas tentativas
de elaboração de um plano diretor, ambas sem sucesso.
Compreender a construção do espaço urbano de Goiânia é reviver a memória
urbana. Para entender a modernidade que construiu a cidade deve-se compreender
a importância da era Vargas e dos interesses por trás do projeto e do seu
desenvolvimento.
2.1. Planos Diretores Municipais e Suas Aplicações
O Plano Diretor de Luís Saia
Contratado pelo governador José Feliciano em 1959, Luís Saia, militante de
esquerda, não teve seu plano executado. Contando com uma equipe multidisciplinar,
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primeiramente fez uma leitura da cidade, identificou seus problemas e apontou
soluções. Sua proposta se baseava em dividir a cidade em seis partes delimitando-
as pelos fundos de vale e córregos, possuindo áreas mais ou menos semelhantes e
interligadas por vias expressas. Algumas de suas propostas foram adotadas de
maneira pontual. (GONÇALVES, 2002, p. 146 a 149)
Segundo Ribeiro (2004), o projeto de Luís Saia partiu das áreas verdes e
sistema de parques já existentes, com um estudo percentual para as áreas já
implantadas e com o fim de adaptação. Era um plano arrojado pelas propostas de
compartimentação, sistema viário, redes de abastecimento de água e tratamento de
esgoto, porém, boa parte do planejamento da cidade foi esquecida devido à
revolução de 64.
O Plano Diretor de Ewald Janssen
Mais modesto que o anterior, de acordo com Gonçalves (2002, p. 149 a 161),
Janssen levantou inicialmente as potencialidades da cidade. Enfatizou a
necessidade de se planejar estabelecendo uma lei de zoneamento e criando um
sistema viário eficiente e adequado, que contava com um anel viário que cortaria a
cidade. Criticou a falta de ligação das residências com a área de trabalho, o Código
de Edificações que dizia a respeito da ampliação da zona urbana para um raio de
quinze quilômetros e os locais inadequados onde estavam as indústrias. Além disso,
elogiou o projeto de Attílio Corrêa Lima “Infelizmente, esse plano foi mutilado em
vários sentidos...” (JANSSEN, 1952, folha 03-16 apud GONÇALVES, 2002, p.151).
Janssen também sugeriu a criação de três cidades satélites, duas residenciais e
uma industrial, com limites rigidamente estabelecidos.
O PDIG de 1969 (p. 167 apud ROSA, 2008, p. 42) descreve que “nas áreas
centrais, famílias das três camadas se avizinham e convivem numa situação
bastante congruente com a atmosfera social local [...]”, nesta época (1967) a
população goianiense por bairros apontava 2.051 habitantes no Setor Jardim Goiás,
densidade de 5,3 h/ha, o que significava 0,6% da população urbana da capital. Estes
dados já alertavam a rápida ocupação da área que gerou consequências que se
agravam até os dias atuais.
Plano Diretor de Goiânia – PDIG/92
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Em 1992, devido à necessidade de uma nova abordagem da situação, foi
aprovado o Plano Diretor de Goiânia – PDIG/92, da Engevix Engenharia S.A. “O
PDIG (1992) reafirmou essa condição de centro tradicional.” (ROSA, 2008, p. 48) O
plano tratou das estruturas geográficas naturais que dão suporte ao tecido urbano,
principalmente a extensa rede hidrográfica regional, focou também nos aspectos
institucionais.
A região sudoeste se destacou pelo maior número de investimentos como
indicado no plano, favorecendo bairros como o Setor Jardim Goiás. O bairro foi
considerado polo de atividades regionais, sujeito a intervenções públicas e privadas.
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Figura 2 - Zoneamento do Setor Jardim Goiás. Fonte: Lei Complementar nº 31, de 29 de
janeiro de 1994 (MURB, 2001 apud ROSA, 2008, p. 50). Organização: Correa, 2006.
Desenho modificado: Adélia Torreal, 2007.
Plano Diretor de Goiânia – PDIG/2007
O Plano Diretor atual foi produzido na Secretaria de Planejamento da
Prefeitura com a consultoria de Luiz Fernando Cruvinel Teixeira, aprovado pela Lei
Complementar nº 171, de 29 de maio de 2007. No PDIG de 2007 (p.33) o Bairro
Jardim Goiás é identificado como área de Desaceleração de Densidade conforme o
artigo 113.
2.2. O Sistema de Áreas Verdes
Na área que se refere aos parques, o estudo feito por Ribeiro (2004), abriu
espaço para uma análise deste a partir do projeto original da capital. Constatou-se
que eles foram em parte preservados, apesar das perdas que reduziram
consideravelmente suas áreas. Comprovaram a institucionalização de novos
parques provenientes de planos anteriores. O plano também apresentou um estudo
das leis ambientais em vigor, e que apesar de vários instrumentos legais
disponíveis, não se manteve uma atuação eficaz nesse setor. Os únicos que se
apresentaram eficientes foram a Lei de Zoneamento e a Lei de Conjunto
Habitacional de Natureza Social, que resguardaram as reservas florestais.
Dado visibilidade aos aspectos ambientais, a Carta de Risco do Município
teve importante destaque, indicando áreas de expansão urbana para sudoeste e
sudeste do território e fazendo sérias restrições à ocupação ao norte, onde deveria
ser mantido o uso já consolidado.
Muitas áreas encontram-se fragmentadas e irreversivelmente degradas,
sejam por ineficiência econômica e/ou política, alguns possuindo até mesmo
problemas de invasão. Os parques a serem implantados não passam de cartas de
intenções.
2.3. A Implantação do Bairro Jardim Goiás
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O Setor Jardim Goiás, de propriedade de Lourival Louza, foi
aprovado pelo Decreto municipal 18, de 22 de setembro de 1950. Um
panfleto que circulou pela cidade e foi publicado no jornal O Popular
em 1950 enaltecia o empreendimento como „uma jóia de perfeição
urbanística à apenas 1.500 metros do Palácio das Esmeraldas‟. O
projeto de urbanismo foi elaborado pelo renomado engenheiro e ex-
prefeito de São Paulo, Francisco Prestes Maia, em colaboração com
o engenheiro Roberto Magno Ribeiro. (CAVALCANTI, 2001, p. 116.)
O bairro Jardim Goiás surgiu a partir do parcelamento de uma fração da
Fazenda Botafogo. Em seu projeto original o traçado era bem orgânico respeitando
a topografia e a mata ciliar do córrego, mas este projeto sofreu alterações com a
construção do Estádio Serra Dourada, retificações viárias e de outros
remembramentos. Apesar disso, durante anos o bairro permaneceu quase intocado.
Figura 3. Projeto original do Setor Jardim Goiás. Autor: Francisco Prestes Maia, 1950.
Fonte: GONÇALVES, 2002 apud ROSA, 2008, p. 56.
16
Fazer a ligação entre os parágrafos é fundamental num artigo científico, senão
fica como uma colcha de retalhos...
Como apontado no na defesa de mestrado de Alda Maria Araújo Torreal Rosa
(2008, p.59), por meio de uma pesquisa realizada pelo CRECI-GO em 2007, a
paisagem do Setor Jardim Goiás estava em ampla construção. Em 2007, dos 128
edifícios em construção em Goiânia, 21 se encontravam nesse bairro, ou seja, 16%
desse total. Fato que não mudou muito atualmente, o bairro se assemelha muito a
um canteiro de obras.
Ainda seguindo a pesquisa, as fortes presenças do Shopping Flamboyant e
dos hipermercados, Carrefour e Wal Mart, além de muitas concecionárias e muitos
outros comércios e serviços, diversos edifícios institucionais de peso para a cidade,
inclusive Prefeitura, Ministérios Público, CELG, Saneago e Justiça Federal(?),
justificam a crescente densidade habitacional. Além destes, também localiza-se
neste bairro o Parque Flamboyant, objeto desta pesquisa. O uso do solo é misto e o
preço da terra é alto, cerca de R$ 2,5 mil o metro quadrado em 2007. Atualmente, o
Setor Jardim Goiás é o segundo mais valorizado de Goiânia e o preço do metro
quadrado subiu para R$ 4.697 como aponta o jornal O Hoje3, por meio de uma
reportagem.
A localização próxima às duas rodovias importantes, BR-153 e a GO-020,
contribuem para o dinamismo econômico e é grande fator de atração para os novos
empreendimentos. O mapa que se segue indica a localização do bairro Setor Jardim
Goiás na cidade e as referidas rodovias que o colocam na rota da regionalização
dos grandes empreendimentos ali instalados.
3 Reportagem do dia 01 de fevereiro de 2013, escrita por André Passos. Link nas Referências.
17
Figura 4. Localização do Setor Jardim Goiás. Desenho modificado: Amanda Soares, 2013.
Fonte: Prefeitura de Goiânia (2009)
Capítulo 3. A Dinâmica do Parque Flamboyant sob o Olhar de Seus Usuários
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Neste capítulo, apresenta-se o resultado da pesquisa de campo realizado no
Parque Flamboyant, cujo objetivo foi identificar os sujeitos produtores do espaço.
Realizado por meio de entrevistas busca-se responder aos questionamentos
levantados no início desta pesquisa.
3.1. O Histórico da Implantação do Parque Flamboyant
Figura 5. Imagem de satélite do Parque Flamboyant. Fonte: Google Earth (2013)
Originalmente nascente de córrego, o espaço já era previsto no plano diretor
como área de proteção ambiental. O Parque Municipal Flamboyant é um projeto de
Lourival Souza e foi inaugurado em setembro de 2007 com a promessa de “novo
cartão postal de Goiânia”. O que foi confirmado com os poucos anos de existência,
sendo um dos locais que mais recebeu investimentos imobiliários, como
comprovado anteriormente.
Com sua inauguração multiplicou no bairro uma grande quantidade de
construções e lançamentos publicitários de alto custo. Essa supervalorização
consequentemente excluiu a população de baixa renda. (ROSA, 2008, p.63) Isto
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também vem gerando sérios problemas no tráfego, que deve ser agravado com a
inauguração dos novos prédios habitacionais.
O parque é de livre acesso e ocupa cerca de 130.000 m². Oferece pista de
caminhada e ciclismo, lagos, parque infantil e possui um prédio administrativo.
Abriga remanescente de veredas, com buritis e outras árvores nativas do cerrado.
Em 2007, graças a implantação do Parque Flamboyant a Agência Municipal
do Meio Ambiente (AMMA) foi a vencedora da 6ª Edição do Prêmio Crea4 Goiás de
Meio Ambiente na categoria Urbanismo. Foram consumidos R$ 2.300.000,00 na
construção do parque.5
3.2. Diferentes Sujeitos/Agentes da Produção e Consumo do Espaço
A relação natureza e sociedade em Marx e Engels fundamenta-se no
princípio materialista, onde os homens aparecem como resultado
material do processo evolutivo da natureza. Quanto mais se afastam
dos animais, mais se afastam da natureza, sem, contudo, deixarem
de se naturalizarem através da apropriação dos recursos
disponibilizados da mesma. Observa-se, portanto, uma permanente
contradição que se materializa em realidade objetiva ao longo do
processo histórico. (CASSETI, 1999, p. 70 apud CAVALCANTI, 2001,
p. 85)
Após os estudos como instrumentos metológicos para subsidiar esta pesquisa
utilizou-se de questionários e entrevistas, aplicado nos domínios do Parque
Flamboyant. As 108 entrevistas resultaram no seguinte perfil de entrevistados:
4Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
5Fonte: Site oficial do Governo de Goiás
13%
33% 39%
9% 6%
Idade
Até 17 18-25 26-40 41-50 Acima de 50
43%
57%
Gênero dos Entrevistados
Masculino Feminino
20
Figura 6.1. e 6.2. Gráficos referentes à IDADE e ao GÊNERO dos entrevistados.
Fonte: Pesquisa de campo, 2013.
Em sua maioria os entrevistados são mulheres e adultos entre 26 e 40 anos,
solteiros e sem filhos6, com ensino médio completo, estudantes ou trabalhando em
empresas públicas, cuja renda familiar varia entre R$ 1.860,00 a R$ 3.720,00.
Figura 6.3. e 6.4. Gráficos referentes à ESCOLARIDADE e PROFISSÃO dos entrevistados.
Fonte: Pesquisa de campo, 2013.
Figura 6.5. Gráficos referentes à RENDA FAMILIAR dos entrevistados. Fonte: Pesquisa de
campo, 2013.
A pesquisa de campo se desenvolveu em vários horários e dias da semana,
conseguindo maior número de entrevistas durante o final de semana, pois se trata
dos dias que mais possui usuários no parque³ (100%). A maioria dos usuários
afirmaram estar em sua residência antes de ir ao parque (87%)7, porém como
verificado a maioria não reside próximo ao local, a maioria necessita de se deslocar
sendo o percurso feito de carro (78%). O objetivo é muitas vezes o mesmo, o de
6Dados no ANEXO
7Em alguns casos os valores percentuais foram arredondados para melhor compressão, os reais
valores estão no ANEXO
9%
56%
33%
2%
Escolaridade Até Ensino Fundamental Ensino Médio
Ensino Supeior Técnico
31%
19% 19%
31%
Profissão
Público Privado Autônomo Estudante
7% 9%
43% 17%
18%
6%
Renda Familiar
R$ 620,00 De R$ 620,00 a R$ 1.860,00De R$ 1.860,00 a R$ 3.720,00 De R$ 3.720,00 a R$ 5.580Acima de R$ 5.580 Não possui renda
21
lazer/turismo (56%) e passeio (46%). O horário de maior frequência é à tarde (69%),
apesar de que alguns poucos revelaram ir ao parque de madrugada.
3.3. As Diferentes Leituras dos que Produzem e Consomem o espaço
O Parque Flamboyant se tornou um novo polo atrativo para o Setor Jardim
Goiás, se tornando realmente um “cartão postal da cidade” como foi intencionado. O
público é variado, mas quase sempre de média e alta renda. Isto ocorre, pois apesar
do que foi indicado o parque não possui fácil visibilidade, esta escondido pelos
vários empreendimentos imobiliários. Quando não feito de carro, a maneira mais
fácil de chegar ao local é vinda do Shopping Flamboyant visto que poucas linhas
chegam ao parque e sempre em ruas paralelas, os transportes públicos não
conseguem adentrar no local, o que acaba por excluir os usuários de ônibus que são
muitas vezes de baixa renda.
3.4. O Parque Flamboyant como Ponto de Referencial em Goiânia
De fato o parque se tornou um ponto de encontro. Em sua maioria os usuários
encontram-se acompanhados, seja de família (61%) ou amigos (44%). Essas
pessoas que vem de vários bairros da cidade, muitas vezes vem para usufruir
simplesmente os bancos e grama (72%), fazendo um piquenique, sentados a
sombra de uma árvore, bater um papo, entre outros.
E o que leva tantas pessoas a este local? O sentimento de proximidade com a
natureza foi o mais apontado (46%) seguido pelo divertimento (33%). A maioria
avaliou o local como de “muita importância” para a cidade (93%) e de ótima
qualidade (46%). Porém, quando se trata de segurança, a avaliação não é tão boa,
considerando média (56%). Esta é uma reclamação principalmente de moradores e
frequentadores assíduos, muitos reclamam de assaltos ou falta de preservação do
estado pelo local, que possui diversas pichações e objetos quebrados (placas,
pontes, etc.) devido vandalismo.
22
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se pode verificar por meio das análises da pesquisa de campo e dos
estudos bibliográficos, a tentativa de responder aos questionamentos apresentados
verificando se as hipóteses apresentadas eram corretas. O Parque Flamboyant
provou ser mais um dos grandes investimentos no Setor Jardim Goiás, que já
possuía outros polos atrativos para região, além da excelente localização. Estes
atrativos atraíram o interesse das imobiliárias e transformaram o local num “canteiro
de obras” de edifícios de alto padrão em contraste com as antigas casas térreas.
Apesar disto, o Parque Flamboyant não é frequentado apenas por moradores,
ainda que haja poucos usuários de baixa renda, verificaram-se pessoas vindas de
vários bairros da cidade. O parque apesar de acesso livre, não tem fácil acesso e
isto dificulta a vinda de pessoas que utilizam meios de transporte públicos, sendo,
portanto excluídas. Como apontou Côrrea (2005, p.9) os bairros são locais de
reprodução dos diversos grupos sociais, tornando a cidade um lugar fragmentado,
complexo, reflexo e condicionante social.
Portanto, o parque também está inserido numa lógica urbana capitalista
resultado das ações sociais através do tempo. Este rápido crescimento do local
incluiu o Bairro Jardim Goiás no atual Plano Diretor como área de Desaceleração de
Densidade.
A pesquisa fornece elementos de entendimento da metrópole goiana, dos
espaços públicos e parques favorecendo o desenvolvimento de estudos mais
aprofundados que podem vislumbrar campos espaciais, sociais e econômicos, a se
desenvolver posteriormente.
23
REFERÊNCIAS
CAVALCANTI, Lana de Souza (Org.). Geografia da cidade. Goiânia: Alternativa,
2001.
CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. 4.ed. São Paulo: Ática, 2005.
Disponível em: <http://www.ohoje.com.br/noticia/9439/imoveis-verticais-em-goiania-
sobem-18-86> Acesso em: 26 de maio de 2013
Disponível em:
<http://www.goiania.go.gov.br/html/principal/goiania/parquesebosques/parquemunfla
mboyant.shtml> Acesso em: 26 de maio de 2013
GONÇALVES, Alexandre Ribeiro. Goiânia: uma modernidade possível. Brasília:
Ministério da Integração Nacional: Universidade Federal de Goiás, 2002.
MAYMONE, M. Parques Urbanos – Origens, Conceitos, Projetos, Legislação e
Custos de Implantação. 2009. 185f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, 2009.
RIBEIRO, Maria Eliana Jubé. Goiânia: os planos, a cidade e o sistema de áreas
verdes. Goiânia: Ed. da UCG, 2004. 160 p.
ROSA, A. Jardim Goiás: uma nova área de centralidade em Goiânia.2008. 121f.
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Goiás,Instituto de Estudos Sócio-
Ambientais, Goiânia, 2008.
24
ANEXO
QUESTIONÁRIO – Perfil dos Frequentadores (Valor em %)
SEXO
Feminino Masculino
57,40 42,60
IDADE
0-17 18-25 26-40 41-50 Acima de 50 66+
12,96 33,33 38,89 9,26 5,56 0
ONDE TRABALHA
Público Privado Autônomo Estudante
31,49 18,51 18,51 31,49
MANTIDO PELOS PAIS?
Sim Não
57,40 42,60
Número de Filhos
0 1 2 3 4 + de 5
48,15 22,23 24,07 1,85 1,85 1,85
ESTADO CIVIL
Solteiro Casado
57,40 42,60
NATURAL DE GOIÀNIA?
Sim Não
51,85 48,15
ONDE ESTAVA ANTES DE VIR PARA O PARQUE?
Casa Shopping Outro
87,04 7,40 5,56
QUAL O SEU GRAU DE ESCOLARIDADE?
Não alfabetizado
Alfabetizado Ensino Fundamental
Ensino Médio
Ensino Superior
Técnico
0 0 9,26 55,55 33,33 1,86
COMO CHEGOU ATÉ O PARQUE FLAMBOYANT?
A pé Transporte Coletivo
Moto Carro Bicicleta Outro
7,40 11,11 0 77,78 3,71 0
QUE TIPO DE ATIVIDADE VEM REALIZAR?
Passeio Passagem Trabalho Estudo Lazer/Turismo Exercícios Físicos
46,30 3,70 3,70 5,55 55,55 1,855
QUAL A SUA RENDA FAMILIAR?
R$ 620,00
De R$ 620,00 a R$ 1.860,00
De R$ 1.860,00 a R$ 3.720,00
De R$ 3.720,00 a R$ 5.580
Acima de R$ 5.580
Não possui renda
7,40 9,26 42,60 16,67 18,51 5,56
QUANDO COSTUMA FREQUENTAR O PARQUE?
Segunda-feira
Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Finais de Semana
5,55 3,70 7,40 3,70 5,55 100
QUAL O HORÁRIO QUE COSTUMA FREQUENTAR O PARQUE?
Pela manhã Pela tarde À noite Manhãs e Tardes
Tardes e noites
Outros
0 68,52 1,85 7,40 14,81 7,42
NORMALMENTE ESTÁ ACOMPANHADO?
25
Família Amigos Namorado Bicho de Estimação
Não está acompanhado
Outro
61,11 44,44 5,55 11,11 7,40 0
QUE TIPO DE SERVIÇOS QUE O PARQUE OFERECE USUFRUI?
Quiosque Brinquedos Ciclovia Equipamentos de ginástica
Bancos/Grama Outro
46,30 40,74 18,51 9,26 72,22 3,70
QUE TIPO DE SENTIMENTOS O PARQUE LHE TRANSMITE?
Proximidade com a Natureza
Saúde Relaxamento Meditação Divertimento Outro
46,30 12,63 12,63 24,07 33,33 5,55
COMO AVALIA A IMPORTÂNCIA DO ESPAÇO PARA A CIDADE?
Insignificante/Sem importância
De pouca importância
Média importância
Muita importância
Outro
1,85 1,85 1,85 92,59 1,85
COMO AVALIA A QUALIDADE DO ESPAÇO?
Péssimo Ruim Médio Bom Ótimo Excelente
3,70 0 11,11 46,30 31,48 7,41
COMO VOCÊ AVALIA A SEGURANÇA DO ESPAÇO?
Péssimo Ruim Médio Bom Ótimo Excelente
9,26 9,26 55,55 4,74 7,40 13,38