6 QUARTA-FEIRA

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SUPERESPORTES

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RUMO À PRIMEIRA MORTEREPORTAGEM ESPECIAL

goleiro Rodrigo Posso já experimentou osdois lados da bola. Chegou a se aposentarem 2009 e a atuar como diretor de futebolno Ipatinga, mas a saudade dos gramados ealgumas decepções no novo cargo o fizeramvoltar. Aos 36 anos, vive a incerteza: vai con-tinuar jogando no segundo semestre ou pa-rar de vez? “O calendário é pequeno: quatro,cinco meses. Se o time não conseguir vagana Série D, estou desempregado. A maioriados times do interior do Brasil só funcionano primeiro semestre”, comenta o goleiro,que tem contrato até maio com o Nacional.Ele abre a quarta reportagem da série “Ru-mo à primeira morte”, publicada desde do-mingo pelo Estado de Minas, sobre jogado-res próximos da aposentadoria.

Rodrigo Posso saiu de casa, em MoreiraSales-PR, aos 15 anos, abdicando do convívio

com a família, para se tornar jogador. Ele in-tegrou as categorias de base do Cruzeiro eherdou a vaga de Dida no time profissionalem 1999, mas se destacou no Ipatinga, na as-censão meteórica do time do Vale do Aço en-tre 2004 e 2008, sendo campeão mineiro em2005, vice estadual e semifinalista da Copado Brasil em 2006. Trocou as luvas pelas fun-ções burocráticas depois de passar pelo Chi-pre em 2009 e ajudou o Tigre a ser campeãodo Módulo II. “Parei em uma decisão errada,precipitada, para ficar mais com a família.Quando meu filho nasceu, eu queria que eleme visse jogando. E o cargo de diretor de fu-tebol não era o que imaginava”, conta.

VIDA DE ESTUDANTE Rodrigo Posso ficouquase uma temporada longe dos gramadose retornou no Uberlândia em 2010. Jogou

ainda no Social de Coronel Fabriciano antesde chegar ao Nacional. Garante que a idadelhe faz bem. “O trabalho de reação e veloci-dade é a mesma coisa. Treino o mesmo tan-to que os mais jovens, mas me cuido mais.”

Apesar de não pensar em assumir cargode diretoria novamente, o goleiro não querlargar o futebol. Sonha ser auxiliar técnico.Na metade do curso de educação física, naUnileste, de Ipatinga, teve de trancar a ma-trícula para voltar aos gramados. Garanteque leva vida tranquila, apesar de ter jogadoboa parte da carreira no interior. “O salárionão é o que todo mundo imagina. E às vezesse pode ficar cinco ou seis meses sem jogarou defender um clube que não paga direito.É uma aposta, que vale a pena para os maisjovens. Tem de ir atrás do sonho, mas se pre-parar, estudar, para ter outra saída.”

CALOTES NO PASSADO,NEGÓCIOS NO FUTURO

RODRIGO POSSORODRIGO POSSO MORENO

36 ANOS

●● Nascimento: 16/5/1976, em Moreira Sales-PR ● Altura e peso: 1,86m e 86kg●● Posição: goleiro ● Clubes: Cruzeiro, Ipatinga, Rio Branco-MG, Tuna Luso, Remo, ABC-RN, Gama, Uberaba, Ermis

Aradippu (CHP), Uberlândia, Social e Nacional

RENAN DAMASCENO

Poços de Caldas – Poucos jo-gadores conhecem tão bem ointerior de Minas quanto o go-leiro Glaysson. Basta começar oaquecimento no estádio de umdos 13 clubes mineiros que eledefendeu em duas décadas decarreira para ser lembrado eaplaudido pelos torcedores lo-cais. Há três temporadas na Cal-dense, sabe como poucos darealidade do futebol longe dosgrandes centros.

“Ficar rico a gente não fica,não. Se pegar um time que pa-ga em dia, dá para ter um carro,

uma casa. Vive tranquilamente.O ruim é que tem muito timeque acerta tudo e não paga. Agente entra na Justiça e mesmoassim fica sem receber. Tenhouma dívida do Democrata deSete Lagoas desde 2007, quenão recebo. Ficou para trás. UnsR$ 100 mil...”, lembra o jogador,que viveu situação semelhanteno Araguari. “Eles me pagaramsó o primeiro mês, depois ficousó no papo...”

Aos 34 anos, Glaysson pensaem atuar até os 40. “Pretendo jo-gar bola até quando os times me

quiserem e as pernas aguenta-rem. Por enquanto, estou indobem, aguentando”, comenta ogoleiro, que se preocupa com aforma. “Por ter tendência a en-gordar, tenho de me cuidarbem. Não posso comer de tudo.Às vezes, a gente viaja e fica emhotel bom, com churrasco baca-na, e tenho de me segurar.”

VIDA DE EMPRESÁRIO Ao con-trário da maior parte dos joga-dores, Glaysson não pensa emseguir carreira no futebol de-pois de se aposentar, apesar desempre brincar com o diretorde futebol da Caldense, AlexJoaquim, que ainda vai “arru-mar uma mesinha no escritóriodo clube”. Ele se sente realizado

na profissão, pelas amizades ecausos do futebol. No Cruzei-ro, dividia o armário com otambém goleiro Dida e sem-pre que chegava tinha de tiraras cartas de fãs do titular paraacomodar suas roupas. Lem-bra e conta muitas histórias,sempre com sorriso largo.

Mesmo sendo um cigano dointerior, o atleta pretende viverem Belo Horizonte quando pa-rar, para tocar os negócios da fa-mília. “Graças ao futebol, conse-gui minha casa, meu carro,montei uma empresa de alu-guel de mesa para festa, uma lo-ja de calçados, da qual minhamulher toma conta. Quero abrirmais negócios, mexer mais comaluguel, terreno...” (R.D)

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RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS

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GLAYSSONGLAYSSON LEANDRO RODRIGUES, 34 ANOS● Nascimento: 1/3/1979, em Belo Horizonte● Altura e peso: 1,84m e 92kg ● Posição: goleiro● Clubes: Cruzeiro, Ipatinga, Democrata-GV, GrêmioMauaense-SP, Olympic de Barbacena, Guarani, Democrata-SL, Mixto-MT, Uberlândia, Rio Branco, Villa Nova, Legião-DF,Uberaba, Volta Redonda, Nacional, Araguari e Caldense

‘EU PAREI E VOLTEI’

AMANHÃ: ANDRÉ LUÍS, ZAGUEIRO,CONFESSA QUE NÃO TEM PROJETO

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