DOMINGO30 de setembro de 2012

plano decarreira

O trabalho do profissional deSecretariado Executivo foi trans-formado pelas novas tecnologias.As máquinas de escrever, telefo-nes, agendas, risque-rabisque earmários de arquivos que predo-minavam na década de 1980 de-ram lugar a computadores, celu-lares, telefones sem fio, planilhaseletrônicas, post-its, editores detexto, apresentadores de slideseletrônicos e uma infinidade derecursos digitais.

“Os avanços tecnológicos con-tribuíram para a ampliação des-sa atividade profissional. As mu-danças organizacionais, princi-palmente, pelo fato do enxuga-mento da estrutura, obrigaram adistribuição de atividades. E aoprofissional de Secretariado cou-

be mais responsabilidades e atri-buições que antes eram destina-das a outros especialistas”, consi-dera Bernadete Lieuthier, presi-dente da Fenassec.

Além disso, aos secretários fo-ram destinadas atividades demaior complexidade, que envol-vem atuação de consultoria e as-sessoria administrativa e decogestão dos recursos.

“A tecnologia ajudou sob doisaspectos: o primeiro, por possuirmais recursos que otimizam asatividades administrativas, e o se-gundo, pela mudança de atuaçãodos executivos e técnicos, que de-senvolvem atividades antes dele-gadas ao profissional de Secreta-riado, visando eficácia nos resul-tados”, completa Bernadete.

PAULO NUNES

■ O dia 30 de setembro foi escolhi-do para homenagear as secretáriasno Brasil por ser o aniversário deLilian Scholles, filha de CharlesSchollers, o inventor da máquinade escrever. Lilian foi a primeirapessoa a escrever utilizando umamáquina em público. Esta é tam-bém a data de publicação da leifederal 7.377/85 que dispõe sobreo exercício da profissão. No mun-do, a data é comemorada na últimaquarta-feira de abril.

■ Conforme a diretora de Comuni-cação e Divulgação do Sisergs, Vir-gínia Resem, a entidade está deolho nas seleções com atividadesde Secretariado Executivo que,segundo ela, algumas vezes optampor outras formações profissio-nais. “Às vezes, pedimos areformulação de editais, pois asvagas são oferecidas a profissio-nais de cursos que têm algumasemelhança com o SecretariadoExecutivo”, comenta ela.

■ No próximo dia 6/10 o Sisergspromoverá um ciclo de palestrasna PUCRS, no prédio 40, com oobjetivo de proporcionar o aprimo-ramento profissional. Os temasabordarão: Gestão de Equipes, Li-derança e Inteligência Emocional,Planejamento e Processo nas Via-gens Corporativas e Qualidade deVida na Atividade Profissional. Ocusto do evento é de R$ 50,00 pa-ra filiados e estudantes e de R$70,00 para os demais.

Proposta das sócias Viviane e Veridiana é ampliar a atuação dos secretários, focando o planejamento

SecretáriosqueremespaçoEleslutampelavalorizaçãodasfunçõesepelacriaçãodeumconselhofiscalizadordaclasse

Tecnologia transformou a rotina

NovapropostaparaprofissãoViviane Feijó, de 29 anos, e Veridiana Fraga,

31, se conheceram durante o curso de Secreta-riado Bilíngue que fizeram na PUCRS e resolve-ram criar uma empresa de secretaria executiva,a Organiza. A ideia delas é tornar o trabalho desecretária um serviço terceirizável. “Queremosajudar as empresas e as secretárias. Podemosfazer o agendamento de tarefas, o gerenciamen-to dos trabalhos de um escritório. Muitas vezes,as secretárias apenas conseguem dar conta doserviço diário, principalmente em consultórios,não podendo fazer o planejamento das ativida-des vindouras”, comenta Viviane. “É aí que en-tramos. Fazemos desde a atualização de currícu-

los lattes, agendamos consultas, alimentamosredes sociais”, exemplifica Veridiana.

“Agregamos liberdade, flexibilidade e inova-ção ao serviço. Agora, estamos de olho na Copado Mundo, quando poderemos fazer recepção deequipes, turistas e empresários, pois domina-mos o inglês e o espanhol”, finalizam as secretá-rias. A empresa existe há um ano e as sóciasgarantem que conseguem uma remuneraçãomaior do que se fossem empregadas. “São valo-res superiores ao que se pagam às nossas cole-gas nas empresas. Na verdade, a categoria nãotem bons salários. O mercado não valoriza a se-cretária financeiramente”, afirmam.

■ NILDO JÚNIORnildo@correiodopovo.com.br

Neste 30 de setembro,quando é comemorado oDia dos Secretários, o

mercado se depara com profissio-nais diferenciados em relação aoque conheceu no passado. Elescomprovam que as suas funçõesvão muito além de anotar reca-dos e de servir cafezinho ao che-fe: são profissionais especializa-dos, que se voltam também parao planejamento e organização darotina corporativa, sendo peçasfundamentais nesse processo.

Pesquisas históricas dão con-ta de que os escribas, que viviamno tempo dos faraós egípcios, fo-ram os primeiros secretários dahistória da Humanidade, pois ti-nham papel fundamental na vidaorganizacional dos grandes líde-res. Mais tarde, na Idade Média,esse profissional passou a ser co-nhecido como secretário, épocaem que os homens ainda domina-vam a função.

A partir do século XX, a pro-fissão passou a ser dominada pe-las mulheres. “Apesar do aumen-to significativo no número de ho-mens nessa atividade, o interes-se ainda não é relevante”, afirmaBernadete Lieuthier, presidenteda Federação Nacional das Se-cretárias e Secretários (Fenas-sec). Segundo o Sindicato das Se-cretárias e Secretários (Sisergs)no Estado, o RS contabiliza mais

de 50 mil profissionais da área.No país, são cerca de 2 milhões.“É uma profissão que ainda cres-ce devido à demanda que as em-presas têm. Temos profissionaisde nível médio (técnicos em secre-tariado), tecnólogos (cursos supe-riores com dois anos de forma-ção) e superior bi ou trilíngue(com quatro anos de duração)”,explica Virgínia Cristina Resem,diretora de Imprensa e Divulga-ção do Sisergs.

Conforme o sindicato, o salá-rio do profissional em Secretaria-do Executivo gira em torno deR$ 1,6 mil a R$ 5 mil e a partirde R$ 900,00 para técnicos. “Omercado não paga muito bemporque ainda acha que a funçãodo secretário é só atender telefo-ne e anotar recados. Isso é tare-fa de recepcionistas. Nossos pro-fissionais fazem gerenciamentodas atividades, coordenam pes-soas, analisam situações, emitempareceres, gerem recursos admi-nistrativos. São atividades bemcomplexas”, comenta Bernadete.

Atualmente, a luta da catego-ria é pela criação de um órgão fe-deral que organize e fiscalize aação profissional. “Nossos profis-sionais fazem especialização,mas não procuram mestrado edoutorado na área. Preferemáreas afins como Administraçãoe Letras”, garante Dóris CristinaGedrat, coordenadora do cursode Secretariado Executivo Trilín-gue da Ulbra.

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