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28-05-2012
Revista de Imprensa
28-05-2012
1. (PT) - Público, 28/05/2012, Sobreviventes de cancro já são 250 mil em Portugal. E depois da cura ? 1
2. (PT) - Correio da Manhã, 27/05/2012, Equipamento trata tumores inoperáveis 3
3. (PT) - Diário de Notícias, 28/05/2012, OMS quer reduzir cancro em 25% 4
4. (PT) - Público - Público - Porto, 27/05/2012, Duas enfermeiras criaram laços e um emprego numa
freguesia de Miranda
5
5. (PT) - Diário de Notícias, 26/05/2012, Urgências e cuidados intensivos sem pessoal 6
6. (PT) - i, 26/05/2012, Cirurgias caem cinco vezes mais que a média em alguns hospitais 7
7. (PT) - Expresso, 26/05/2012, Desempenho do sistema de saúde português: evidência ou ruído? 9
8. (PT) - Jornal de Notícias, 27/05/2012, Ministério da Saúde irredutível 10
9. (PT) - Diário de Notícias, 26/05/2012, Liga contra o cancro quer mais rastreios 11
10. (PT) - Jornal de Notícias, 27/05/2012, Utentes estão a pagar mais apesar da baixa de preços 12
11. (PT) - Jornal de Notícias, 26/05/2012, Infarmed nega perda de comparticipação 14
12. (PT) - Diário de Notícias, 26/05/2012, Tafamidis vai custar 33 milhões 15
13. (PT) - Notícias Magazine, 27/05/2012, Fazer faz toda a diferença 16
14. (PT) - Expresso - Economia, 26/05/2012, Medicamentos baratos ´fogem´ de Portugal 17
15. (PT) - Diário do Minho, 26/05/2012, Seminário divulga novos dados sobre consumo de tabaco 19
16. (PT) - Público, 26/05/2012, Deputada do PSD propõe fundo para a infância com dinheiros do aborto 20
17. (PT) - i, 26/05/2012, Desculpem-me, mas sou contra e não quero pagar! 21
18. (PT) - Diário de Notícias, 26/05/2012, Primeira pílula para homens no mercado dentro de dez anos 22
19. (PT) - Jornal de Notícias, 26/05/2012, Curso de dentária devia ser de 6 anos 23
20. (PT) - Público, 28/05/2012, Há mais mulheres do que homens na medicina. E então? 24
21. (PT) - Expresso - Emprego, 26/05/2012, Holanda quer enfermeiros e fisioterapeutas lusos 27
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FERNANDO VELUDO
Sobreviventes de cancro já são 250 mil em Portugal. E depois da “cura”?
Já correspondem a uma multidão.
Em Portugal há hoje cerca de 250 mil
sobreviventes de cancro. São milha-
res e milhares de pessoas (os cálcu-
los foram efectuados pelo presidente
da Liga Portuguesa contra o Cancro)
que, depois de consideradas livres da
doença, se confrontam com novos
e complexos problemas – no acesso
aos serviços de saúde, no emprego
– e com difi culdades acrescidas pa-
ra obter empréstimos bancários ou
fazer seguros.
Cinco anos após o diagnóstico,
caso não tenham tumor evolutivo,
depois de avaliados por uma junta
médica passam de doentes a cida-
dãos normais, perdem as regalias
de que usufruíam, mas continuam
a ser vítimas do estigma e do ónus
associados à doença. É para debater
esta realidade e esmiuçar os proble-
mas com que estes cidadãos se depa-
ram que a Liga Portuguesa contra o
Cancro organiza hoje na Fundação
Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a
Conferência sobre Sobreviventes de
Cancro, em colaboração com o Cen-
tro de Direito Biomédico da Univer-
sidade de Coimbra.
“Ao fi m de cinco anos, dizem: está
curado. Tiram-lhe os 60% de incapa-
cidade [nas juntas médicas, que dão
acesso a benefícios fi scais]. A partir
daí, surgem vários problemas. Se qui-
ser fazer um seguro, a maior parte
das companhias não faz ou então faz
mas por um valor altíssimo, excluin-
do as patologias inerentes ao cancro;
os empréstimos, que deveriam ser
bonifi cados, são pelo contrário one-
rados; no próprio emprego são olha-
dos de lado. É perverso”, sintetiza
Vítor Veloso, presidente do Núcleo
Regional do Norte da Liga Portugue-
sa contra o Cancro.
Ultrapassado este período, se ti-
verem vencido a doença, “perdem”
grande parte da percentagem da
invalidez e as condições especiais
de que beneficiavam. “E é nesta
altura que surge a dualidade: por
um lado, o ex-doente quer ser um
cidadão normal; mas, para garan-
tir o controlo da patologia, tem de
realizar exames específi cos, só que
entretanto deixa de estar isento do
pagamento de taxas moderadoras.
Será que isto faz sentido?”, pergun-
dos problemas centrais dos sobrevi-
ventes prende-se com as difi culdades
que passa a ter no acesso aos serviços
de saúde. “Ao fi m de cinco anos, há
instituições que dão alta ao doente.
Não contesto essa opção, mas depois
não existem mecanismos adequados
para que as pessoas continuem a ser
seguidas pelos médicos de família
mas com ligação à equipa que as
tratou”, constata. O que muitas ve-
zes deixa os sobreviventes perdidos
numa espécie de labirinto.
Mas há outras barreiras a enfren-
tar. Guilherme Oliveira, que dirige
o Centro de Direito Biomédico da
Universidade de Coimbra, não tem
dúvidas de que os problemas des-
tes sobreviventes acabam por ser
jurídicos, porque “são problemas
de discriminação”. Por isso, um dos
objectivos do encontro de hoje passa
por “perceber como é que o direito
se há-de meter neste assunto e ver se
será possível introduzir correcções
de índole legal”.
Em concreto, Guilherme Oliveira
estudou a questão da infertilidade
que frequentemente decorre dos tra-
tamentos oncológicos e vai abordá-la
na conferência. “Será que os onco-
logistas têm a obrigação de discu-
tir este problema com os doentes?
E será que devem remetê-los para
especialistas em medicina da repro-
dução?”, pergunta.
Apesar de só agora arrancar em
Portugal, o debate sobre os sobre-
viventes de cancro não é novo. Co-
meçou há mais de uma década nos
EUA, onde, de acordo com os últimos
dados do CDC (Centers for Disease
Control and Prevention) relativos
a 2007, havia então no país 11,7 mi-
lhões de sobreviventes (ou seja, 4%
da população). As previsões apon-
tam, aliás, para um agravamento do
fenómeno no futuro. Até 2030 está
previsto um aumento de cerca de
25% da incidência global da doen-
ça por causa do envelhecimento e,
simultaneamente, uma diminuição
dos números da mortalidade, subli-
nha Carlos Oliveira. Actualmente, os
cancros com maior incidência em
Portugal são os da mama na mulher
e o da próstata no homem.
ta Carlos Oliveira, presidente da
Liga Portuguesa contra o Cancro.
Ex-doentes num labirintoPor ano, surgem actualmente cerca
de 43 mil casos de cancro em Portu-
gal. A boa notícia é que, graças aos
avanços no diagnóstico e nas terapêu-
ticas, cresce o número dos que conse-
guem escapar à patologia até há pou-
co tempo encarada como uma quase
certa sentença de morte. Dentro de
cinco anos, espera-se que “entre 55%
e 60%” destes novos casos estejam vi-
vos, explica Jorge Espírito Santo, pre-
sidente do colégio da especialidade
de oncologia da Ordem dos Médicos
(OM) e ele próprio um sobrevivente
de longa data de um cancro.
O médico sabe, assim, muito bem
do que fala. Vítima de um tumor ós-
seo diagnosticado há duas décadas e
que lhe deixou sequelas permanentes
(a paralisia num pé condena-o a an-
dar de bengala), também ele continua
a enfrentar problemas vários, tanto
tempo depois de ter sido considerado
“curado”. Há três anos, por exemplo,
quando decidiu mudar de casa, foi
com grandes difi culdades que con-
seguiu fazer um seguro de vida. “Só
uma companhia aceitou”, lamenta.
Para o oncologista, que é um dos
oradores no encontro de hoje, outro
Após os tratamentos e a “cura”, começam a surgir outros problemas
Conferência sobre sobreviventes de cancro vai debater hoje em Lisboa problemas que enfrentam todos aqueles que, ao fi m de cinco anos, são considerados “curados”
SaúdeAlexandra Campos
Alertas sem alarme sobre cinco cancros
Prevenção nos cancros de mama, pele, colo do útero, colo-rectal e estômago
O PÚBLICO associou-se à Semana Europeia do Cancro com a divulgação de cinco documentários
elaborados pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular (Ipatimup) da Universidade do Porto (UP), um dos principais centros de investigação na área do cancro. A colecção In Vivo, focada na prevenção dos cancros mais frequentes em Portugal – mama, pele, colo do útero, colo-rectal e estômago –, tem sido apresentada em várias escolas do país e foi adaptada para o Público Online. “O que se procura aqui é uma tomada de consciência entrando pela porta do alerta e não do alarme”, resume Luís Filipe Silva, coordenador desta iniciativa do Ipatimup e professor da Faculdade de Medicina da UP. Mais do que os excepcionais
avanços feitos na área das terapias que atacam os mais diversos cancros, Sobrinho Simões, director do Ipatimup, remata que “o problema do cancro, de todos os cancros, só será atenuado com prevenção e diagnóstico precoce”. Assim, a escolha dos cinco cancros desta série foi feita a pensar na importância que têm em Portugal mas também na possibilidade que todos temos de os prevenir com medidas simples. A.C.F.
Ver em www.publico.ptos vídeos da série Cinco Dias, Cinco Cancros, Cinco Vídeos
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Em Portugal já há 250 mil pessoas que sobreviveram ao cancro Taxa de sobrevivência está a aumentar e em cinco anos estima-se que entre 55 e 60% dos novos casos sejam curados. Vencida a doença, sobreviventes confrontam-se com problemas no acesso à saúde ou ao emprego Portugal, 12
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FOTOS: NELSON GARRIDO
Duas enfermeiras criaram laços e um emprego numa freguesia de Miranda
Cansadas de oito meses sem em-
prego, duas enfermeiras recém-li-
cenciadas fi zeram-se à estrada e só
pararam em Atenor, uma freguesia
do concelho de Miranda do Douro
conhecida pelo associativismo em
torno da preservação dos burros,
mas onde faltam meios para cuidar
da população envelhecida. Traziam
na bagagem um projecto de volun-
tariado: oferecem à comunidade os
seus serviços, a troco de alojamen-
to, carro para as deslocações e um
pequeno subsídio para a alimenta-
ção e outras pequenas despesas. E
criaram laços que agora ninguém
quer desfazer.
Isabel Moreira, de 39 anos, natu-
ral da Meda (Guarda), que 22 anos
e quatro fi lhos depois tinha trocado
uma carreira como gerente hoteleira
pelo sonho da enfermagem, desa-
fi ou a colega de curso Tânia Dias,
de 22 anos, de Seia (Guarda) e com
o mesmo sonho, a embrenharem-
se no Planalto Mirandês e darem a
conhecer o Laços, um projecto de
apoio à comunidade. Realizado em
regime de voluntariado, para já,
com a esperança de lançar a semen-
te que no Verão lhes possa trazer o
ordenado.
Contam com o apoio da Junta de
Freguesia de Atenor, que há muito
dava voltas à cabeça para uma so-
lução que, pelo menos, amenizasse
o envelhecimento da população e o
despovoamento do seu território.
Depois de uma conversa casual, no
início do ano, com o presidente Moi-
sés Pêra Esteves, desde 17 de Março
que o projecto trouxe outra alegria
aos quase 200 habitantes desta fre-
guesia.
“Propusemo-nos fi car três meses
à experiência, de forma a darmo-
nos a conhecer e ao nosso trabalho
às pessoas”, explica Isabel Morei-
ra durante uma manhã de rondas
pelo lugar de Teixeira, da mesma
freguesia de Atenor. A somar a es-
se apoio da junta, somam-se ainda
as ofertas das pessoas, que, como
bons transmontanos, partilham o
que a terra lhes dá. “Desde alfaces,
cenouras, couves, batatas, azeite,
as pessoas dão-nos de tudo o que
produzem. No início, até estranhá-
mos, mas fi cam ofendidas se não
Mas, mais do que cuidados de
saúde, as enfermeiras trazem com-
panhia a esta gente. “Contam-nos
tudo. As queixas dos fi lhos, as coi-
sas que acontecem por aqui, tudo”,
garante Isabel, que, nestes meses,
se vai revezando com Tânia para
assegurarem uma disponibilidade
de 24 horas diárias e poderem ir a
casa de vez em quando. Se no caso
de Tânia isso é mais simples, a lo-
gística de Isabel foi mais complexa.
“O que me vale é o apoio da minha
mãe, que dá de comer à malta toda
lá de casa”, assume.
Noventa por cento dos utentes
do projecto Laços tem idade acima
dos 65 anos, mas, segundo as duas
enfermeiras, “a média de idades su-
pera os 70 anos”. “Eu dizia mal da
minha zona, na Meda, mas aqui é
muito pior”, confessa Isabel, entre
duas visitas. Vêm da casa de Fernan-
do Marcos, de 66 anos e vários pro-
blemas de saúde. “Até foi uma boa
ideia. Andamos mais acompanha-
dos, mais vigiados e ajudam a pas-
sar o tempo”, explica, sob o olhar
atento de Isabel, a esposa, que lá vai
sussurrando que o serviço “dá muito
jeito por causa da medicação”.
Para além disso, as duas enfer-
meiras também os acompanham
ao médico, de carro, e ajudam a in-
terpretar e pôr em prática os conse-
lhos médicos. “Não tínhamos aqui
ninguém que se preocupasse con-
nosco. Para levarmos uma injecção
tínhamos de ir a Sendim”, a uns dez
quilómetros, diz Domingos Marcos.
Um pouco mais à frente, do outro
lado da rua empedrada de Teixei-
ra, mora o senhor Gregório, que na
véspera sofrera uma queda. “Ir ao
médico? Nem pensar. Fui uma vez
à urgência e quase me matavam”,
recorda, sob o olhar reprovador da
mulher, Natividade da Purifi cação,
Mudado o penso e dada a medica-
ção, é hora de partir rumo a outra
“cliente”. “Espere lá, então hoje não
me medem a tensão?”, atira ainda
a tempo o senhor Gregório, que
tem direito a mais uns minutinhos
de mimo. No fi nal, ainda pergunta
“quanto é”. “Nada? E não querem
uma pinga?”, insiste. Não, que já se
faz tarde e à espera está já a sr.ª Fe-
licidade. Ao todo, são cerca de 50 as
pessoas que já esperam, ansiosas, à
porta de casa, a chegada das duas
enfermeiras. Os laços, está visto, já
estão criados.
aceitamos”, explica Isabel Moreira.
Para evitar surpresas e suspeições,
o presidente da junta fez questão de
as apresentar a todos os habitantes
da freguesia. “Durante três dias fo-
mos a casa das pessoas e explicámos
o que vínhamos fazer”, recorda Isa-
bel Moreira. Até porque “quando a
esmola é de mais, o santo desconfi a
e nós estamos a fornecer serviços
gratuitos a que estas pessoas não
estão habituadas. Podiam pensar
que das duas uma: ou era burla,
objectivo de agregar os excedentes
da produção agrícola da freguesia,
sobretudo azeite, para os vender e
investir os lucros no pagamento dos
salários das duas enfermeiras, que
já estão a tratar de parcerias com
outros profi ssionais de saúde, como
dentistas, psicólogos, terapeutas da
fala ou terapeutas ocupacionais. Tu-
do valências que existiam nos cen-
tros de saúde da região e foram sen-
do retirados nos últimos tempos, em
nome da contenção de custos.
Isabel Moreira e Tânia Dias vão a casa dos habitantes. Brevemente, outros profissionais poderão juntar-se ao projecto
Em Atenor, no concelho de Miranda do Douro, a população idosa recebeu de braços abertos o projecto de voluntariado de duas recém-licenciadas. E vai mobilizar-se para lhes garantir o salário
VoluntariadoAntónio G. Rodrigues
“Não tínhamos aqui ninguém que se preocupasse connosco. Para levar uma injecção tínhamos de ir a Sendim, a uns dez quilómetros”Domingos MarcosHabitante do lugar de Teixeira, freguesia de Atenor
ou seriam caríssimos”, explicam.
Quebrado o gelo, a iniciativa está
a “superar as expectativas”, assu-
mem. A própria junta de freguesia
está satisfeita com a dinâmica e me-
lhoria da qualidade de vida dos seus
habitantes. Por isso, Moisés Esteves
revela que estão a ser “criadas as
condições para o projecto continu-
ar”. Por um lado, as várias associa-
ções da terra estão a ser convidadas
a contribuir. Por outro lado, vai ser
criada uma outra associação, com o
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Iniciativa decorre a 31 de maio, em Braga
Seminário divulga novos dadossobre consumo de tabaco
As Universidades do Mi-nho e da Beira Interior promovem a 31 de maio, no Instituto de Educação, no Campus de Gualtar, em Braga, um seminário sobre prevenção do tabagismo e proteção das crianças ao fumo passivo.
Divulgar e analisar no-vos dados sobre a preva-lência do consumo de ta-baco entre os jovens e a prevalência da exposição de crianças ao Fumo Am-biental de Tabaco (FAT) é um dos objetivos do en-contro.
A organização nota que o maior risco que os adoles-centes correm quando co-meçam a fumar é «ficarem dependentes do tabaco e vir mais tarde a sofrer de inúme-ras patologias causadas pelo tabagismo».
Para a or-ganização da iniciativa tor-na-se neces-sário que professores e educadores, profissionais de saúde (médicos, en-fermeiros, psicólogos, en-
tre outros) tenham forma-ção sobre a prevenção do consumo de tabaco e so-bre as vias para proteger as crianças da exposição
ao fumo passivo e fiquem com-petentes a apli-car os progra-mas preventivos existentes.
O seminário co-meça às 09h30 com a intervenção
de Manuel Macedo subor-dinada ao tema “Conse-quências do fumo ativo”. A prevalência do consu-
mo de tabaco nos jovens será abordada por Catari-na Samorinha. Às 10h30, José Precioso apresenta o programa “Não fumar é o que está a dar”, enquan-to Paulo Vitória apresen-ta o programa “Querer é poder”.
À tarde, Ângela Gaspar e Carolina Araújo falam sobre as consequências e prevalência do FAT nas crianças, respetivamente. O seminário termina com o programa de prevenção “Domicílios 100% Livres do Fumo”.
O seminário é organizado pelas Universidades do Minho e da Beira Interior
DM
Encontro avalia prevalência
da exposiçãode crianças ao fumo ambiental
do tabaco
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Deputada do PSD propõe fundo para a infância com dinheiros do aborto
As unidades privadas onde se reali-
zam interrupções voluntárias da gra-
videz por opção da mulher deveriam
dar entre 2% a 5% da facturação por
acto para um fundo dedicado à in-
fância, defende a deputada social-de-
mocrata Conceição Ruão no relatório
fi nal elaborado a propósito de uma
petição apresentada pela Federa-
ção Portuguesa pela Vida (FPV). Por
causa desta iniciativa de cidadãos,
o tema deverá voltar à discussão no
Parlamento no próximo mês.
Há cerca de um ano, esta organi-
zação não governamental antiabor-
to apresentou no Parlamento uma
petição, que reuniu 5601 assinatu-
ras, pedindo que a lei que em 2007
descriminalizou o aborto por op-
ção da mulher até às dez semanas
seja revista. Entendem também os
peticionários que as mulheres que
recorrem ao aborto devem deixar de
ser benefi ciadas, em contraste com
a falta de recursos de instituições
no terreno que ajudam mulheres e
crianças em risco.
Tendo sido reunidas mais de qua-
tro mil assinaturas de cidadãos, a lei
obriga a que o Parlamento discuta a
petição em plenário, assim como o
relatório que dela resultou, algo que
deverá acontecer no próximo mês,
refere Nuno Reis, deputado e coor-
denador do grupo parlamentar do
PSD para a área da saúde. A petição é
encabeçada pela advogada Isilda Pe-
gado, da FPV. Coube à deputada Con-
ceição Ruão analisar as contribuições
recolhidas junto de 13 instituições e
tirar as suas conclusões.
PSD: taxas sim, mas...A Interrupção Voluntária da Gravi-
dez (IVG) até às dez semanas por op-
ção da mulher voltou à ordem do dia
depois de a deputada do CDS Teresa
Caeiro ter anunciado, na semana pas-
sada, que vai propor no Parlamen-
to que as mulheres que fazem IVG
por sua opção passem a pagar taxas
moderadoras. Teresa Caeiro disse na
altura que a ideia é dar “equidade e
justiça” ao sistema de pagamento de
taxas moderadoras.
“Este acto médico é sempre isento
do pagamento de taxa moderadora,
ao contrário do que acontece com
o tratamento de outras doenças e a
realização de outras cirurgias, como
tirar um apêndice ou um tumor, uma
hérnia discal ou uma intervenção ao
coração”, explicou. A deputada su-
blinhou que o projecto — que deverá
ser apresentado ainda antes do fi nal
da sessão legislativa — “não pretende
prejudicar o acesso” à IVG.
Mais moderado, o grupo parla-
mentar do PSD veio mostrar-se favo-
rável à cobrança de taxas moderado-
ras apenas no caso de reincidências.
Entre as 20.290 interrupções de gra-
videz realizadas em 2011, 5130 dizem
respeito a mulheres que já tinham
realizado pelo menos um aborto em
anos anteriores.
No relatório fi nal da petição, Con-
ceição Ruão vai mais longe do que o
seu grupo parlamentar e subscreve
o fi m da isenção do pagamento de
taxas para estas mulheres. Na sua
opinião, a isenção “é desprovida do
sentido de justiça relativa, colocando
a situação de IVG numa situação de
discriminação positiva”. Do mesmo
modo, manifesta-se contra a atribui-
ção de baixas a 100% a estas mulhe-
res, tal como acontece por motivo de
maternidade, paternidade e adop-
ção. “É tratar de igual modo situa-
ções antagónicas e confl ituantes em
matéria de interesses a proteger.”
Custos de 33 milhõesDos dados recolhidos pela deputada
não foi possível chegar ao custo real
dos abortos por opção da mulher,
mas constatou-se que o total factu-
rado das IVG em Portugal continen-
tal ascendeu, entre 2007 e 2010, a
cerca de 33 milhões de euros — um
valor muito longe do apurado pelos
peticionários, que num comunicado
divulgado em 2011 estimaram que as
IVG por opção da mulher custavam
ao Sistema Nacional de Saúde 100
milhões de euros.
Conceição Ruão defende que “na
exacta medida dos custos, em cada
ano, com a interrupção voluntária
da gravidez”, o Estado deve assumir
a obrigação de proteger e apoiar a
maternidade e as famílias com fi lhos,
instando o Ministério da Solidarie-
dade e Segurança Social a gastar o
mesmo que o Ministério da Saúde
gasta em abortos por opção da mu-
lher “em favor de medidas de apoio
à maternidade e à família”.
A parlamentar propõe mesmo que
as entidades privadas que praticam
IVG contribuam com uma taxa que
vá de 2% a 5% por acto, a ser entre-
gue a um fundo da segurança social
que distribuiria depois essas verbas
por instituições de solidariedade
social que se dedicam ao apoio da
infância.
Nuno Reis ressalva que as opiniões
incluídas no relatório vinculam ape-
nas a deputada relatora. Já o PSD está
a ponderar apresentar um projecto
de resolução propondo a introdução
de taxas moderadoras apenas para
as mulheres que fazem abortos re-
petidos, admitindo que “numa per-
centagem signifi cativa de mulheres o
aborto está a ser usado como método
contraceptivo”.
De acordo com dados fornecidos
à deputada pela Direcção-Geral da
Saúde, haverá cerca de 5% de mulhe-
res que voltam atrás na sua decisão
após consulta prévia e decidem não
abortar.
Relatório parlamentar defende que as mulheres que abortem passem a pagar taxas moderadoras, em linha com uma proposta do CDS. Tema voltará a ser discutido no próximo mês na Assembleia da República
Saúde Catarina Gomes
Oposição nos EUA em máximos históricos
Maioria considera IVG “moralmente errada”
Apercentagem de norte-americanos favoráveis ao aborto atingiu um mínimo histórico, segundo a última
sondagem feita pela consultora Gallup. Actualmente, só cerca de 41% dos norte-americanos dizem estar a favor de que a mãe decida se quer interromper ou não a gravidez, uma descida de 15% face a 1995. Este número resulta do facto de cada vez mais eleitores norte-americanos — incluindo democratas e independentes — se considerarem antiaborto. Desde
que a Gallup começou a fazer inquéritos sobre o tema, em 1995, apenas em duas ocasiões — em 2009 e 2012 — o número de opositores à prática superou os que lhe são favoráveis. Desde 2011 que a percentagem de democratas favoráveis à legalização do aborto caiu de 68 para 58%. Os analistas da Gallup consideram que esta continua a ser uma nação dividida entre as duas opções, mas que uma maioria de 51% considera agora o aborto como sendo “moralmente errado”. C.G.
Em 2011 realizaram-se 20.290 interrupções de gravidez em Portugal
RUI GAUDÊNCIO
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Há mais mulheres do que homens na medicina. E então?
Chegou a hora de as crianças pararem com a brincadeira dos “médicos e enfermeiras”. A realidade exige que o jogo se faça apenas no feminino: as mulheres ultrapassaram os homens no exercício da medicina. Mas, afi nal, o que mudou ou pode mudar por causa disso?
As mulheres é que
andam a tratar da
saúde dos portu-
gueses. Mulheres
como Isabel ou
Olga, duas médi-
cas que trabalham
num dos maiores
hospitais do país e
que representam
duas gerações separadas por mais
de 30 anos. As estatísticas mostram
que esses 30 anos fi zeram toda a
diferença nos números de profi s-
sionais a exercer medicina. Hoje
há mais mulheres do que homens
na medicina. E que diferença é que
isso faz? Para já, pouca.
“Bem-vindas as mulheres”, re-
age José Manuel Silva, bastonário
da Ordem dos Médicos. Pelos nú-
meros do Instituto Nacional de
Estatística (INE) havia, em 2010,
mais de 20.779 destinatárias des-
ta mensagem. As estatísticas do
INE mostram que foi nesse ano
que as mulheres ultrapassaram
os homens, que somavam um total
de 20.652 profi ssionais. Porém, os
dados da OM sobre os seus inscri-
tos — que incluem profi ssionais na
reforma e também casos de “duplas
inscrições” de médicos que têm mais
do que uma especialidade — ainda
mostram um cenário dividido em
2012, com 23.980 homens e 23.581
mulheres — uma diferença de 399.
Se somarmos todos os médicos das
várias gerações, chegamos a uma
partilha da medicina entre os dois
géneros. Mas, se olharmos para os
valores por faixas etárias, encontra-
mos as mulheres em clara maioria.
Uma das razões históricas que po-
dem explicar a mudança da medici-
na para o feminino estará ligada ao
pós-25 de Abril, com a prevalência
das mulheres a começar a fazer-se
sentir a partir da faixa etária dos
51-55 anos e a ganhar cada vez mais
força nas camadas mais jovens. Os
dados da OM de 2012 mostram que,
entre os médicos com menos de 31
anos, as mulheres são o dobro, com
4479 “contra” 2245 homens. Nos cur-
sos de Medicina, elas representam
entre 60 e 70 por cento dos alunos.
partilharem o espaço da medicina
com os homens — estão (ainda) longe
de ocupar cargos de chefi a na mes-
ma proporção. Há ainda as preferên-
cias das mulheres no momento da
escolha das especialidades. A partir
daqui, está o caminho aberto para
explicações e especulações.
O facto de a mulher médica (ou de
qualquer outra profi ssão) dedicar
mais horas aos fi lhos e à casa do que
os homens será difícil de negar e po-
de ser conferido em qualquer estudo
ou inquérito que trate a matéria. No
caso particular da medicina, as exi-
gências familiares podem ser impor-
tantes no momento da escolha da
especialidade. Elas estão sobretudo
em Medicina Geral e Familiar, Anes-
tesiologia, Ginecologia, Obstetrícia,
Imuno-hemoterapia, Radioterapia,
Pediatria, Patologia Clínica, Psiquia-
tria da Infância e Adolescência e Me-
dicina Materno-Fetal.
“A escolha não se faz por acaso
e nem sempre se faz por afecto. Se
olharmos para as especialidades on-
de elas estão em maior número, é
fácil perceber que as mulheres pre-
ferem especialidades ligadas à famí-
lia, que não exijam horas de bancos
[serviços de urgência, noites, fi m-de-
semana] e que permitem uma me-
lhor gestão do tempo”, afi rma An-
tónio Manuel Marques, especialista
em questões de género associado às
profi ssões e subdirector da Escola
Superior de Saúde do Instituto Poli-
técnico de Setúbal.
O autor de Profi ssões Masculinas:
Discursos e Resistências, editado em
2011, resultado da tese de doutora-
mento, escolheu a especialidade de
Cirurgia Geral (onde as mulheres es-
tão em minoria (1197 homens e 343
mulheres, em 2012, segundo a OM)
para estudar o tema, com entrevistas
a médicos e médicas de vários hospi-
tais da zona de Lisboa. “A predomi-
nância de mulheres na medicina não
é um fenómeno português, é euro-
peu”, diz, apontando, em primeiro
lugar, para o insucesso escolar dos
rapazes no ensino secundário para
explicar a medicina no feminino.
Há estudos que confi rmam que as
raparigas conseguem melhores no-
tas do que os rapazes e, desta forma,
acedem mais facilmente aos cursos
com médias elevadas. “Não é porque
Andrea Cunha FreitasConclusão: o que ainda não mudou
pode vir a mudar em breve.
O assunto é delicado, sobretudo
pelo risco de interpretações machis-
tas ou feministas. Exemplo disso foi
o que aconteceu em 2004, quando
já se sentia a chegada em força das
mulheres aos cursos de Medicina.
O então bastonário, Germano de
Sousa, considerou “indiscutível”
a necessidade de “um maior equi-
líbrio entre os sexos”. Instalou-se
a polémica, com vozes a defender
quotas para homens. Germano de
Sousa ainda defendeu que homens
e mulheres têm formas diferentes
de trabalhar e que “a maternidade
afasta as mulheres do serviço e tira-
lhes alguma capacidade de doação
à profi ssão”.
As diferençasDizer que as mulheres e/ou mães são
diferentes dos homens na medicina
é perigoso. É dizer pouco. Diferentes
como? Menos competentes? Menos
dedicadas? Não, é a resposta unâ-
nime. Mas não é possível ignorar o
papel social que a mulher representa
ou, por exemplo, que — apesar de
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são mais inteligentes”, diz o espe-
cialista, argumentando que estamos
perante o resultado de “uma maturi-
dade que se dá mais cedo”.
‘Nem pensem em engravidar’Chamamos ainda duas médicas e o
actual bastonário da OM para a dis-
cussão. Olga Ferreira é docente da
Faculdade de Medicina da Univer-
sidade do Porto (FMUP), médica in-
terna de Dermatologia (último ano)
no Hospital de S. João (HSJ) e tem
30 anos. Isabel Ramos é médica es-
pecializada em radiologia, directora
de serviço, professora catedrática
na FMUP, ex-administradora do HSJ
e tem 63 anos. Olga é casada e tem
uma fi lha de nove meses, Isabel não
casou nem teve fi lhos.
Sobre a escolha da especialidade,
Olga Ferreira assegura que a Derma-
tologia “era uma das paixões”, mas,
admite, não era a única. A questão
“das noites e fi ns-de-semana” pesou
na decisão. Já Isabel Ramos revela
que a Radiologia foi uma escolha
gradual e natural. Mais do que ou-
tros motivos, a queda para a pintu-
ra terá ajudado a escolher uma área
ligada à interpretação de imagens.
Quando surge a questão da conci-
liação da vida familiar e profi ssional,
Olga Ferreira confessa que “é mui-
to difícil”, mas diz ter tido “muita
sorte”. E justifi ca: tem um marido
que “ajuda muito” e, por outro lado,
está integrada num “serviço maio-
ritariamente composto por mulhe-
res e que foram um grande apoio”.
Contrariando a tendência de muitas
colegas, Olga engravidou durante o
internato.
Sobre isto, António Manuel Mar-
ques atira uma polémica acha para
a fogueira: “Nas entrevistas que fi z
a médicas que estavam a fazer o in-
ternato em Cirurgia Geral, houve vá-
rias que me disseram que, quando
começaram esta fase da carreira, o
director de serviço desse hospital foi
claro e disse: ‘Minhas queridas, po-
dem casar e fazer o que quiserem,
mas nem pensem em engravidar’.
“Acho isso uma sugestão horrível,
impensável e inaceitável”, reage o
bastonário José Manuel Silva. Já Olga
Ferreira não parece chocada. “Isso
pode até ser dito, mas a maior parte
das vezes nem precisa de ser dito.
cos portugueses nunca tiveram uma
bastonária, apesar de já terem exis-
tido candidatas. No site da OM po-
demos facilmente verifi car que, até
meados deste mês, dos 47 colégios
de especialidade apenas nove têm
uma mulher como presidente. Por
fi m, apesar de as mulheres começa-
rem a ganhar terreno, a maior parte
dos directores ou chefes de serviço
são homens.
“Não tenho uma explicação para
isso. Sobre nunca termos tido nenhu-
ma bastonária acho que é circuns-
tancial e será inevitável no futuro,
acabará por acontecer em breve”,
responde o bastonário, que adian-
ta ainda que não encontra “qual-
quer condicionamento à ocupação
de cargos de poder” na medicina.
Isabel Ramos concorda. Se elas não
estão nesses lugares, é porque não
querem. Fala a voz da experiência
de alguém que, entre outros cargos
que assumiu e ainda assume, esteve
à frente do conselho de administra-
ção de um hospital (São João).
“Foi algo que não me trouxe nada
de útil. São lugares muito ligados a
jogos de poder e política e isso não
nos interessa, somos mais práticas.
Eles é que gostam de se entreter
com essas coisas”, conclui. Olga
Ferreira também acredita que “se
as mulheres quisessem, chegavam
a esses cargos”.
António Manuel Marques avança
com outras possíveis explicações.
“Na gestão, o que fi ca bem e o que
os chefes valorizam é fi car a traba-
lhar até às 21h00 ou 22h00, mesmo
que não tenham feito nada durante
o resto do dia”, diz, reafi rmando
que os homens — pelo papel social
— têm mais disponibilidade para
isso. Por outro lado, António Ma-
nuel Marques considera que os ho-
mens estão também mais direccio-
nados para participar em “lobbies
e outros fóruns onde são tomadas
decisões” relacionadas com o po-
der. “Estas coisas não se decidem
durante o dia, mas nas jantaradas
e fora de horas. É preciso estar no
lugar certo, à hora certa e conhe-
cer as pessoas certas. As mulheres
afastam-se destes meios”, diz.
O futuroTudo o que se possa dizer sobre o
futuro não passa de especulação.
António Manuel Marques refere
que já muitos rapazes estarão a
emigrar para países de Leste, por
exemplo, para conseguirem entrar
nos cursos de Medicina com notas
mais baixas. Sobre as mudanças so-
ciais e da “cultura das ocupações”
avisa ainda que a vida das médicas
tem de fi car um pouco mais fácil.
“Se isto continuar assim, poderá
ser uma violência para estas mulhe-
res porque não estamos prepara-
dos do ponto de vista social. Quem
lhes vai buscar os fi lhos à escola?
Quem vai tomar conta dos pais?”,
refere. Admite, porém, que “há
cada vez mais homens dispostos a
dedicar mais tempo à família, que
não são desprendidos dos fi lhos”
e que essa mudança “vai-se espa-
lhando no plano social”.
O especialista reclama uma refl e-
xão séria sobre o futuro: “Vamos
pensar nisso. Pensar no insucesso
escolar dos rapazes, nas mudanças
sociais que podem ocorrer com os
homens a cuidar mais dos fi lhos.
Uma coisa não poderá mudar: são
as mulheres que fi cam grávidas.”
Já José Manuel Silva acredita que
em breve haverá uma bastonária e
até arrisca afi rmar que a predomi-
nância da mulher pode “humani-
zar mais a medicina”. Olga Ferreira
é menos optimista e teme o futuro
mais imediato. “Estamos, homens e
mulheres, com muitas incertezas e
vamos viver períodos difíceis. Não
sabemos se vamos ter lugar num
hospital público. É nesses obstácu-
los que pensamos”. Isabel Ramos
vê nos próximos anos um panora-
ma com “excesso de médicos”. A
questão a colocar daqui a poucos
anos na medicina em Portugal se-
rá: quem está a emigrar mais, os
homens ou as mulheres?
ENRIC VIVES-RUBIO
Todos sabemos que perder um ano
de internato por causa de uma gravi-
dez em especialidades como Cirurgia
pode ser muito prejudicial.”
Isabel Ramos considera que o fac-
to de não ter fi lhos nem ser casada
“facilita” a carreira de uma mulher.
Esta ou qualquer outra. “Não tenho
de dar satisfações a ninguém, não te-
nho obrigações sociais e tenho uma
liberdade que as mulheres casadas
com fi lhos não têm, por muito que
os maridos ajudem”, diz.
A directora do Serviço de Radio-
logia confessa, no entanto, que tem
muitas difi culdades em conciliar a
gestão do serviço com as “eternas
licenças de maternidade”. Princi-
palmente quando estamos numa
especialidade que tem de afastar as
médicas das tarefas que impliquem
exposição à radiação durante o tem-
po de gravidez e amamentação.
O poderAs diferenças entre homens e mu-
lheres são visíveis também nos car-
gos de poder. Eles estão lá, elas nem
tanto. Porquê? Não querem ou não
as deixam? Alguns factos: os médi-
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SAÚDEJÁ HÁ MAIS MÉDICASDO QUE MÉDICOSEM PORTUGAL.QUAL É OPROBLEMA? Portugal, 14/15
ugal,
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