Post on 14-Dec-2015
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10 habilidades emocionais que as crianças precisam desenvolver...
Autoconfiança
Ressaltar as qualidades do seu filho e mostrar que você acredita na capacidade dele é a
chave para que ele faça o mesmo. Na hora de repreendê-lo, por exemplo, foque no
comportamento ruim em vez de rotulá-lo. “É preciso censurar o fato e não quem o
praticou. Se eu digo a uma criança que ela é teimosa, ela vai acreditar nisso e se tornar
mais teimosa”, explica Edimara de Lima, psicopedagoga e diretora da Prima Escola
Montessori, em São Paulo. Reforce o que for positivo, mas não elogie sempre, só por
elogiar, para não criar uma postura arrogante nem uma pessoa que não saberá lidar
com críticas. No dia a dia, mostre que ele pode contar com seu apoio para realizar
tarefas simples, como escovar os dentes, mas, ao mesmo tempo, dê autonomia para que
ele aprenda a fazer sozinho e encontre a sua própria maneira.
Como criar uma criança sem mimá-la
Coragem
Ter medo de algo que não conhecemos ou não conseguimos entender é natural, e até
esperado. Toda criança já teve medo do escuro ou do bicho papão. Para ajudar seu filho
a encarar esses e muitos outros receios que vão surgir (do vestibular, de aprender a
dirigir e até de conhecer a sogra), dê espaço para que ele expresse e entenda o que
está sentindo. Uma boa dica é usar livros e filmes que falem sobre esses medos. O
primeiro dia na escola pode parecer assustador, mas depois que ele enfrentar as
primeiras horas e se acostumar com a classe vai perceber que está tudo bem, e que ele
nem precisava ter ficado com tanto medo. “A coragem é essencial para que possamos
aceitar desafios, ir atrás dos nossos objetivos, aprender coisas novas e defender os
nossos valores”, afirma Steven Brion-Meisels, educador que há mais de 35 anos
trabalha com o tema e é professor da Escola Superior de Educação de Harvard, da
Lesley University (ambas nos EUA) e da Universidade de Los Andes (Bogotá,
Colômbia).
Paciência
“Tá chegando?” Quantas vezes você já ouviu isso durante uma viagem longa? Aprender
que não podemos controlar tudo e que é preciso saber esperar não é fácil nem para
nós, adultos, imagine então para uma criança que está ansiosa, entediada ou ainda não
entende totalmente a passagem do tempo. Mas as filas de banco e as salas de espera de
consultórios médicos são apenas algumas das situações que vão exigir do seu filho
paciência. Mostre para ele que cada coisa tem o seu tempo. Um jogo em família ou uma
conversa na mesa de jantar são bons exemplos de situações cotidianas em que cada um
precisa esperar a sua vez, seja para jogar ou para falar e ser ouvido.leia também
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Persistência
Quando estiver aprendendo a andar, seu filho vai se desequilibrar e cair, e por isso
mesmo precisa do seu apoio e incentivo para perceber que um pouco de treino e muita
persistência vão garantir seus primeiros passos. E esse é apenas um dos muitos
desafios que ele vai enfrentar, então não caia na tentação de fazer tudo por ele. “O
estímulo positivo é importante. Mostre que o fato de ele não ter sucesso naquele
momento, naquela atividade específica, não quer dizer que ele nunca vai conseguir
vencer o desafio”, diz Quézia Bombonatto, terapeuta familiar e presidente da
Associação Brasileira de Psicopedagogia. Só assim ele vai poder traçar metas e superar
os obstáculos para alcançar seus objetivos sem desistir no meio do caminho.
Tolerância
Quando vai para a escola, seu filho entra em contato com dezenas de outras crianças
com realidades e comportamentos diversos e muitas vezes totalmente diferentes de
tudo que ele conhece. Aprender a aceitar essas diferenças é o começo do caminho para
uma convivência tranquila e harmoniosa com o outro. “É importante criar
oportunidades de interações mais cooperativas, como jogos coletivos, para que a
criança comece a conhecer tanto as regras quanto as necessidades dos outros”, afirma
o psicólogo Ricardo Franco de Lima, especializado em Neurologia Infantil. E os seus
modelos também contam muito para o desenvolvimento da tolerância do seu filho. Ele
só vai aprender a compreender o outro se vir os pais fazendo isso no dia a dia. Quer um
exemplo? Sua atitude com os mais velhos é que vai ajudá-lo a ter paciência com os avós
e com o irmão mais novo.leia também
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Autoconhecimento
Quem sou eu? Eu gosto disso ou prefiro aquilo? Essas indagações só vão passar pela
cabeça do seu filho por volta dos 3 anos. É quando ele vai começar a se questionar, a se
perceber e, claro, a expressar suas vontades, agora com motivos e razões mais
consistentes. Aos poucos, ele vai se conhecer melhor e isso será fundamental para que
ele pense e aja com mais segurança, respeitando o que sente. Também é o primeiro
passo para se relacionar com as pessoas à sua volta. “A criança aprende primeiro a se
relacionar com ela mesma, a entender o que sente, para depois transferir esse
conhecimento para a relação com o outro”, diz a psicopedagoga Quézia Bombonatto.
Incentive seu filho a perceber quais são suas preferências, pergunte, peça para ele
explicar, conte as suas próprias histórias. Sempre ofereça opções e pergunte de qual
ele gosta mais e o porquê.
Controle dos impulsos
Uma sala vazia, uma criança de quatro anos e um marshmallow. A proposta é simples:
ela pode comer o doce ou esperar e ganhar mais um, ficando com dois. Esse teste foi
criado por um pesquisador da Universidade de Stanford (EUA) há mais de 50 anos para
analisar quais crianças eram capazes de controlar suas emoções para conseguir conter
seus impulsos.
O estudo voltou a analisar as mesmas crianças anos depois, no ensino médio, e aquelas
que resistiram à tentação de comer o primeiro marshmallow por cerca de 20 minutos
tinham um desempenho escolar maior do que as que comeram. Isso porque elas sabiam
adiar a satisfação para ter uma recompensa. “Querer não é errado, mas nem sempre é
possível ter o que queremos, por isso é tão importante controlar o desejo e as reações
frente aos impulsos”, diz o psicoterapeuta Iuri Capelatto. Em casa, terá dias que ele vai
querer comer correndo para ganhar logo a sobremesa. Mas ensine que ele deve,
primeiro, esperar todos acabarem o jantar.
Resistência às frustrações
“Dizer não é a maior prova de amor que um pai pode dar”, afirma a psicóloga Ceres de
Araújo. É assim, com pequenas doses de frustração, que seu filho vai aprender a lidar
com as adversidades e a superar os problemas sem se deixar abater. Isso é o que os
especialistas chamam de resiliência, ou seja, a capacidade de sobreviver às dificuldades
e usá-las como fonte de crescimento e aprendizado. Se ele não souber lidar com
pequenos “nãos”, como “aí não pode”, “é hora de ir embora”, “esse brinquedo é caro
demais”, terá mais dificuldade de aceitar e superar o não do chefe ou da namorada, por
exemplo. E tentar poupá-lo só vai atrapalhar. “Os pais precisam parar de confundir
felicidade com satisfação de desejos. As crianças precisam ter contato com pequenas
impossibilidades para poder lidar com as maiores depois”, completa a psicopedagoga
Edimara. Portanto, não se culpe por ter de dizer não a ele de vez em quando. Isso só
fará bem para todos vocês!leia também
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Comunicação
Conversar sobre o que seu filho fez durante o dia é um estímulo para que ele aprenda a
organizar as ideias e transformá-las em frases de uma forma que os outros possam
compreender. Provavelmente a primeira resposta será “legal”, mas não desista! Fazer
outras perguntas ou até falar sobre o seu dia também pode ajudar. Afinal, de nada vai
adiantar ele ter boas ideias se não conseguir contá-las aos outros. “Outras atividades
que favorecem a interação verbal também são importantes, como contar e recontar
histórias, interpretar essas mesmas histórias e ler um livro junto com os filhos”, diz o
psicólogo Ricardo Franco de Lima. Mas mesmo antes de aprender a falar, o bebê já se
comunica por meio de gestos e precisa ser estimulado a verbalizar. Se ele apontar para
um objeto, por exemplo, em vez de entregá-lo prontamente, pergunte o que ele quer,
fale o nome do objeto e dê um tempo para ele tentar articular alguns sons. Depois que
ele aprender a ler e escrever, procure ensiná-lo também que, além da linguagem do
bate-papo com os amigos, será importante para a vida que ele saiba o português
formal, por mais complicado que isso possa parecer.
Empatia
Até por volta dos 2 anos, a criança só consegue ver as coisas a partir da sua
perspectiva. A partir dessa idade ela já consegue se colocar no lugar do outro e pode
começar a exercitar plenamente a empatia. “Para que seu filho entenda o que outra
pessoa está sentindo, ele precisa de ajuda para reconhecer, nomear e expressar suas
próprias emoções, bem como as consequências das suas ações”, diz o psicólogo Ricardo
de Franco Lima. Diante de um conflito, pergunte por que ele agiu assim, o que pensou e
sentiu e incentive-o a imaginar o que o outro está sentindo também, levantando
possibilidades, mas deixando que ele mesmo crie maneiras de resolver a briga.