04 e 05 Julho 2012

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Clipping CAOSAUDE Eletrônico

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NÚMERO

32

DATA04 e

05/07/2012

ANO

I

diário do comércio - bh - mg - P. 24 - 04.07.2012

hoJE Em diA - bh - mg - P. 25 E 26 - 05.07.2012

coNT... hoJE Em diA - bh - mg - P. 25 E 26 - 05.07.2012

coNT... hoJE Em diA - bh - mg - P. 25 E 26 - 05.07.2012

ESTAdo dE miNAS - mg - P.10 - 04.07.2012

o TEmPo - mg - P.02 - 04.07.2012

o TEmPo - bh - mg - P. 29 - 05.07.2012

hoJE Em diA - bh - mg - P. 29 - 05.07.2012

o TEmPo - bh - mg - P. 28 - 05.07.2012

coNT.... o TEmPo - bh - mg - P. 28 - 05.07.2012

o TEmPo - bh - mg - P. 29 - 05.07.2012

coNT... o TEmPo - bh - mg - P. 29 - 05.07.2012

MINAS GERAIS 4SAÚDE

Já foram imunizadas 89,80% das crianças de zero a cinco anos

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Prontuário eletrônico de Minas desperta interesse de pesquisadores espanhóis

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Campanha contra a Poliomielite termina nesta sexta em todo o EstadoT -

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A DOENÇA -

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VACINAÇÃO -

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A vacina oral contra o vírus é a única maneira de erradicar a doença

miNAS gErAiS - P. 04 - 05.07.2012

MINAS GERAIS 4SAÚDE

Já foram imunizadas 89,80% das crianças de zero a cinco anos

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Prontuário eletrônico de Minas desperta interesse de pesquisadores espanhóis

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Campanha contra a Poliomielite termina nesta sexta em todo o EstadoT -

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A DOENÇA -

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VACINAÇÃO -

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A vacina oral contra o vírus é a única maneira de erradicar a doença

coNT.... miNAS gErAiS - P. 04 - 05.07.2012

Luciane EvansPreocupados com o rumo que

o excesso de indicação de medica-mentos para colocar um freio em crianças inquietas e desatentas tem tomado no país e, principalmen-te, em Minas Gerais, entidades de classe do estado, pais, pesquisado-res e órgãos públicos começam a se manifestar e abrir ainda mais a discussão para a polêmica, que saiu do silêncio e passou a fazer baru-lho. Assim como vem mostrando a série de reportagens publicadas no Estado de Minas desde segunda-fei-ra, as reações são divergentes: há os que alertam sobre os riscos do ex-cesso de uso das medicações Con-certa e Ritalina (à base de cloridrato de metilfenidato) e os que querem provar a importância que as pílulas têm para quem sofre do transtorno de déficit de atenção com hiperati-vidade (TDAH) e temem um alarde da população diante dos questiona-mentos colocados pelos especialis-tas ouvidos na série. Mesmo com a repercussão do tema, um dos órgãos que deveria se manifestar, a Secre-taria de Estado de Saúde (SES), não se pronunciou sobre assunto.

As reportagens provocaram reações dos envolvidos quando se fala no distúrbio. O tema preocupou o Conselho Regional de Psicologia – Seção Minas Gerais que já articu-la ações para sensibilizar a socieda-de tanto para os abusos na indica-ção de Concerta e Ritalina, quanto para a overdose de diagnósticos mal feitos. “Já tem um tempo que esses excessos estão preocupando nossos profissionais e impressionando o conselho. Sabemos que as vendas dos medicamentos estão altíssimas e os laboratórios escondem isso. Es-tamos preocupados com o discurso

de que é possível ter uma medicação para que as crianças obedeçam. Os pais estão se rendendo a isso e, mui-tas vezes, tem havido mais danos do que benefícios”, destaca o membro da diretoria do conselho, Celso Re-nato Silva, que diz que os psicólo-gos estão se unindo para sensibili-zar os pais de filhos com TDAH da importância de um tratamento bem estruturado. “Não somos contra a medicação, mas a banalização dela pode trazer consequências graves”, alerta.

Depois das matérias divulga-das, a Associação Médica de Minas Gerais registrou uma alta procura de pais de crianças e adolescentes por respostas, o que levou a Asso-ciação Mineira de Psiquiatria a en-viar uma carta ao EM e aos leitores, esclarecendo que o tratamento me-dicamentoso não causa dependên-cia química, “como é capaz de pro-teger contra isso”. “Há uma vasta literatura científica mostrando que as pessoas com TDAH tratadas com metilfenidato têm menor potencial de desenvolver uso de drogas e comportamento antissocial em re-lação às pessoas com TDAH não tratadas. Os benefícios na esfera acadêmica, emocional e até mesmo física são evidentes”, diz o texto as-sinado pelo psiquiatra e membro da entidade Arthur Kummer.

O barulho também motivou o Fórum Sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, compos-to por mais de 40 entidades, entre profissionais da educação, assistên-cia social e saúde, a criar, ainda este ano em Belo Horizonte, um núcleo local, já presente em São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. A polêmica também despertou pesquisadores a mostrar novos números. Defenden-

do a medicação como uma forma de proteger as novas gerações, a dou-tora em gestão do conhecimento e coordenadora do curso de pós-gra-duação em neurociência e psicaná-lise aplicada em educação da Facul-dade São Camilo, Lucília Panisset, trouxe para a discussão dados que, segundo ela, são mais preocupantes do que os de consumo de Ritalina e Concerta no país, que passou de 71 mil caixas em 2000 para 2 milhões em 2009, colocando o Brasil como o segundo maior consumidor do mundo desses medicamentos, como mostrou a primeira reportagem da série.

“De 75% a 85% dos detentos da Europa e dos Estados Unidos foram diagnosticados com TDAH e não se trataram ou receberam o diagnóstico mais tarde. Outra pesquisa dos EUA mostra ainda que dos 3 mil infrato-res de lá, 60% tinham problemas com aprendizagem decorrentes do TDAH”, aponta Lucília. A especia-lista está fazendo um estudo sobre a prevalência do distúrbio em me-nores infratores em Minas Gerais. De acordo com ela, de modo geral, 13% das crianças estão propensas a repetir o ano escolar. “Com TDAH, esse percentual passa para 45%. Em um universo em que 40% dos me-nores roubam, com TDAH esse per-centual sobe para 55%, motivados pela forte impulsividade. Por isso, a população tem que estar ciente da importância do tratamento dessa disfunção”, diz.ALVo dA PoLÊmicA

Um dos pontos que mais cha-maram atenção na série Geração controlada foi a declaração da pro-fessora titular de pediatria da Uni-versidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro-fundadora do

ESTAdo dE miNAS - oN LiNE - 05.07.2012 SAÚdE

Reação ao ‘sossega leão’ Sociedade se manifesta à forma abusiva de indicação do cloridrato de metilfenidato para manter crianças

mais atentas. Remédio, apesar de necessário em muitos casos, tem sido prescrito em excesso

Fórum de Medicalização, Maria Aparecida Affonso Moysés, na matéria publi-cada segunda-feira, quan-do a especialista disse que a Ritalina e o Concerta são derivados da anfetamina e da cocaína. A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) diz que a espe-cialista foi sensacionalista e causou pânico e medo na sociedade. “Esses medica-mentos não são derivados da cocaína”, informou a AMMG. Procurada nova-mente ontem, Maria Apa-recida rebateu, atestando que a informação está na literatura farmacêutica. “É o mesmo mecanismo de ação sim. A discussão está no mundo todo. Se minha declaração irritou os mé-dicos é porque abalou o autoritarismo deles. Eles passaram a ser questiona-dos. A ciência tem que ser sempre discutida. É um serviço para a população.”dEPoimENTo

F., de 9 anos - aluno do ensino fundamental

“Sempre tive boas notas, mas faço bagunça e não gosto muito de es-tudar. Odeio fazer dever de casa. Eu sempre ques-tiono muito os professores e, por isso, eles disseram que eu era doente. Ques-tionava porque não estava entendendo a matéria, mas acho que quem tem dúvi-da tem que perguntar, não é? Quando estou na sala presto atenção no recreio lá fora e no barulho do cortador de grama. Mas, com o remédio, prestei mais atenção na professo-

ra e parei de questioná-la. Fiquei mais quieto e na minha. Mas tinha dor de cabeça, enjoos e dor na barriga. Com isso, só con-seguia ir na aula e não po-dia mais brincar. Não gos-to das matérias da escola, prefiro a hora do recreio. Hoje, sem a medicação, estou mais feliz e continuo bagunceiro.”

Alerta a professores e

farmacêuticosO Conselho Regio-

nal de Farmácia de Minas Gerais quer, a partir da série do Estado de Minas, orientar farmacêuticos do estado sobre os riscos e benefícios das medica-ções. “Existe, sim, um uso exacerbado desses remé-dios e isso nos preocupa. Como essas medicações estão sendo dispensa-das?”, questiona o vice-presidente do conselho, Claudiney Ferreira. Uma outra orientação, também com tom de preocupação, vem da Secretaria de Esta-do de Educação, que, por meio de nota, diz que os professores devem estar sempre atentos às dificul-dades de aprendizagem ou comportamentais dos alu-nos, que podem ter causas diversas. “Não é papel do professor realizar diagnós-ticos, mas buscar identifi-car possíveis problemas e orientar os pais para que procurem auxílio médico ou psicológico para seus

filhos. Diante de um diag-nóstico positivo, o profes-sor deve orientar-se com um especialista para saber como lidar com aquele caso específico. Caso não se confirme o problema de saúde, cabe ao professor e a escola buscarem alter-nativas para solucionar as dificuldades apresentadas pelo aluno”, diz o texto.

O alerta da Sociedade Mineira de Pediatria está para os diagnósticos bem feitos. “O mal existe e é importante que se façam exames corretos. Ao se ter a suspeita do distúrbio de TDAH, são vários testes a serem feitos: um para o TDAH e outros para ava-liar a existência de outros transtornos associados. Somente um terço dos pa-cientes sofrem somente com o TDAH. Há os que têm problemas depressi-vos, de ansiedade, entre outros. As medicações são seguras, mas é preciso serem prescritas com res-ponsabilidade”, comenta Marli Marra de Andrade, presidente do comitê de neuropediatria da entida-de.

PAiS Muitos pais procu-

raram o jornal, por meio de telefonemas e e-mails, dando seus relatos. Uma dessas mães, muito pre-ocupada com as reações dos medicamentos, quis que seu filho, F., de 9 anos, que tomou Ritalina por dois meses, mas parou por causa dos efeitos, contasse ao EM a sua história.

coNT... ESTAdo dE miNAS - oN LiNE - 05.07.2012

hoJE Em diA - bh - mg - P. 18 - 05.07.2012