Post on 03-Jul-2015
42Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
Maria acabou de receber a noticia de que foi escolhida para se tornar a mãe do FILHO DO ALTÍSSIMO. É algo de incompreensível, insuspeitado, que surpreendeu a sua vida, dando-lhe uma viravolta completa.
A sua vida humilde e sossegada foi radicalmente interrompida: encontra-se agora sozinha diante de uma novidade absoluta. José, seu esposo, os parentes, os amigos serão capazes de a compreender?
Quem poderá compreender? A quem abrir o coração e partilhar esse segredo tão íntimo que ela própria não compreende?
O próprio Deus oferece a Maria uma amiga humilde e sábia : a sua prima ISABEL. Ela também experimentou a intervenção divina e foi chamada a uma resposta de fé. Isabel representa aquela voz amiga de que todos precisamos para seguirmos o caminho do Senhor.
Agora compreendemos porque «Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia.» (Lc 1,39). O Encontro de Maria com Isabel nunca deixará de surpreender. Na sua simplicidade é partilhado o mistério mais incomunicável e incompressível para o mundo.
Num mundo incrédulo, duvidoso, pragmático , duas pessoas se encontram na amizade e partilham o projecto de Deus. Elas foram escolhidas para o realizar.
Na verdade, nada é impossível a Deus!
O próprio Deus interveio para realizar a salvação prometida. Não escolheu os poderosos, mas duas mulheres do povo. Serão elas a mudar o decorrer da história de toda a humanidade.
Maria respondeu «faça-se em mim» e imediatamente deu-se conta de que a única pessoa com que podia confirmar o seu «sim» era Isabel.
Durante três meses viveram juntas partilhando as maravilhas de Deus e encorajando-se em aderir ao Seu projecto de amor. Isabel tornar-se consciente de que ela é a mãe do «profeta do Altíssimo» (Lc 1,76). Maria cresce na sua consciência de tornar-se mão do «Filho do Altíssimo» (Lc 1,32).
Ninguém pode viver isolado, tão pouco aqueles que o Senhor chama . Todos precisamos de apoio na caminhada da fé. Maria e Isabel também precisaram, não podiam «esperar» no isolamento. A maior intervenção de Deus dentro da nossa história foi «escutado e recebido» em comunidade.
A visitação ensina o significado da amizade e da comunhão. A graça de Deus não actua plenamente em mim se não vivo em comunidade. Isto é se não há pessoas que me escutem e, com as suas palavras amigas, me confirmem e me ajudem a reforçar e reforçar o sentido da fé e da minha vocação.
A vida em graça não isola as pessoas. Não o podemos viver sozinhos, mas em comunidade. A graça impele para a amizade, para a comunhão, que são os lugares sagrados do crescimento.
A Igreja é comunhão de pessoas. Ninguém avança sozinho. Cada um precisa de encontrar um irmão que o encoraje e o confirme na sua caminhada. A mesma coisa que aconteceu a Maria e Isabel .
O chamamento de Deus é pessoal, pois Ele chama a cada um pelo nome, mas é sempre comunitário para ser confirmado e ajudado a crescer até a sua plena maturidade.
O teu crescimento não pode acontecer sem a ajuda dos outros. Uma ligação de solidariedade une todos os seres humanos, por isso, não podes realizar-te sozinho, sem a ajuda dos outros. Se tu mudar todo o mundo muda contigo. É muito importante que tu sinta profundamente esta ligação com a comunidade a qual tu pertences.
Maria, tu és para nós modelo de vita. Rebebeste o anuncio do Anjos, concebeste a Jesus pelo poder do Espírito Santo, mas não ficaste sozinha, sentiste a necessidade de ser ajudada e de partilhar as maravilhas do Senhor .
Tu, a bendita entre as mulheres, na tua humildade, precisaste de alguém que te encoragiassse e te confirmasse na fé e na vocação. Mãe, que ninguém de nós se isole.
Ajuda-nos, Maria, para que impelidos pelo Spirito Santo, sintamos a necessidade e a urgencia de partilhar o dom da nossa fé e da nossa vocação, dom de alegria e esperança.
Como tu encontraste Isabel, que cada um de nós encontre um irmão que o ajude e confirme nesta caminhada rumo ao Pai.
Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, dá-nos uma fé simples e humilde, aberta a deixar-se ajudar e testemunhar a nossa fé.