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MAGNUMInforma
SETEMBRO 2016 . EDIÇÃO 43 . COLÉGIO MAGNUM CIDADE NOVA
Nós acreditamos em uma escola completa.
2 MagnuM Informa 3MagnuM Informa
Colégio Magnum CIDADE NOVARua São Gonçalo, 1.364 - Nova Floresta
CEP 31140-360 - Belo Horizonte - MG
DIRETOR
Eldo Pena Couto
GESTORA EDUCACIONAL DA
EDUCAÇÃO INfANTIL E DO ENSINO
fUNDAMENTAL ANOS INICIAIS
Joísa de Abreu
GESTOR EDUCACIONAL DO ENSINO
fUNDAMENTAL ANOS fINAIS E
ENSINO MÉDIO
Wyller Mello
REDAÇÃO
Pessoa. Relacionamento com Conteúdo
Conrerp PJ061
www.pessoacomunicacao.com.br
(31) 34857875
Erika Pessoa - Conrerp 1671
Iaçanã Woyames
REVISÃO
Eliane Sudário
ASSESSORA DE MARkETING
E COMUNICAÇÃO
Márcia Barroso
DEpARTAMENTO DE MARkETING
Marianne Souza
Grazielle Macedo
fOTOS
Jairo Delano
(exceto arquivo pessoal)
TIRAGEM
4.000 exemplares
DIAGRAMAÇÃO E pROjETO GRáfICO
Agência DotLine
(31) 3075-9732
www.agenciadotline.com
EDITORIAL INfORMAPrecisamos compreender o papel
da escola no mundo atual, dentro
do conceito que temos enfatizado
e que está em nosso objetivo diário:
oferecer uma escola completa. E este
conceito passa por entender o tempo
que o aluno está dentro da instituição
e o que ele, realmente, realiza nesse
período.
No contexto das escolas
brasileiras, o aluno tem em média
de quatro a cinco horas de aula por
dia. Entretanto, esse tempo está
mudando. Hoje há uma tendência
do mercado mundial de ampliar
para a escola integral, a exemplo
de países que têm um processo
educacional mais robusto, haja
vista os resultados das avaliações
externas, como o PISA (sigla inglesa
para Programa Internacional de
Avaliação de Alunos), cujo objetivo
é avaliar sistemas educacionais no
mundo, por meio de uma série de
testes em assuntos como leitura,
matemática e ciências. Os números
do PISA mostram, por exemplo, que
as escolas que oferecem um tempo
maior de atividades para os alunos
têm melhores resultados, e apontam
o caminho para a educação integral,
presente em países com melhor
desempenho, como a China.
Posso afirmar que hoje eu não
tenho dúvida de que o Colégio
Magnum é a escola mais completa
do Estado de Minas Gerais, não só em
função dos resultados no Enem, que é
a avaliação nacional que nos permite
verificar a qualidade do processo de
ensino-aprendizagem educacional,
mas também pelo nosso foco na
formação e que não se limita ao dia a
dia da sala de aula. Ele é transformado
numa série de programas e projetos
oferecidos aos alunos fora do
horário tradicional e escolhido por
eles de forma voluntária. Juntos, eles
formam o “Habilidades para a Vida”,
oferecido a partir do 5º Ano do Ensino
Fundamental, e classificado em cinco
programas: Empreendedorismo Social,
Empreendedorismo e Protagonismo
Estudantil, Esporte, Língua Inglesa
e Arte.
Desta forma, quando falamos em
escola completa, estamos reforçando
a função das instituições em oferecer,
além do ensino, a formação em
hábitos e valores, entendendo as
atividades dentro do ambiente escolar,
mas fora do tempo padrão, um tempo
avançado, ou seja, da grade de horário
montada pelo próprio aluno depois
das atividades regulares. Por exemplo,
existem estudantes com o tempo da
semana preenchido com atividades
de forma integral para o período da
manhã, tarde e até da noite.
É preciso compreender ainda que a
escola completa é aquela que também
oferece uma formação voltada para a
espiritualidade, que se traduz na busca
de Deus, na qual culmina a felicidade
humana traduzida num conjunto
de habilidades socioemocionais que
permeiam as relações, ou seja, são
interpessoais, e trabalham valores como
a compaixão, a alteridade, o amor ao
próximo, a solidariedade, entre outros.
Este número do Magnum Informa
vem nesta linha, pois, ao invés de
divulgarmos apenas nossos projetos,
atividades escolares e resultados,
o que hoje já acontece de forma
quase instantânea pelo Facebook,
esta publicação visa levar a toda
comunidade escolar reflexões e
contribuições para a formação de
nossas crianças e jovens. Afinal, é esta
nossa missão: oferecer uma escola
realmente completa.
Eldo Pena CoutoDiretor do Colégio
HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS04
pROfESSORES CONECTADOS, ALUNOS HIpERCONECTADOS10
A IMpORTÂNCIA DA AfETIVIDADE NO AMBIENTE pEDAGÓGICO
08
A GENTE NÃO qUER SÓ EDUCAÇÃO. A GENTE qUER EDUCAÇÃO COM fORMAÇÃO
14
pROTAGONISMO ESTUDANTIL pREpARA NOSSAS CRIANÇAS E jOVENS pARA OS DESAfIOS DA VIDA
06
EU COMIGO MESMO:O pROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA
12
I AM CONNECTED TO THE WORLD16
ESCOLA – UM ESpAÇO DE ApRENDIZAGEM COLABORATIVA18
fAMÍLIA E ESCOLA: UMA pARCERIA NECESSáRIA20
ESpORTE E CULTURA: ALICERCES NO pROCESSO DE fORMAÇÃO DO INDIVÍDUO
22
INTELIGÊNCIA ESpIRITUAL: CONSCIÊNCIA DA pRESENÇA DIVINA
26
pRECISA-SE DE pESSOAS30
A ARTE DE VER O MUNDO ATRAVÉS DO LIVRO36
SOMOS O qUE qUEREMOS TER SER38
1, 2, 3 E já – O pROCESSO COGNITIVO DA MATEMáTICA28
pLANTANDO RESpONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL, COLHENDO UM fUTURO pROMISSOR
34
NEUROCIÊNCIA: UM CAMINHO pARA A ApRENDIZAGEM SIGNIfICATIVA
32
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ElDo PEna CoutoDiretor do Colégio
HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS
Ao longo da História, o papel da escola teve sempre como prioridade o desenvolvimento das habilidades conhecidas como cognitivas, por estarem ligadas ao conhecimento, haja vista a forma pretérita que os vestibulares cobravam os conteúdos, sempre valorizando muito mais essas competências. Contudo, há algum tempo, a pedagogia vem falando das habilidades socioemocionais, temática que só foi despertada por grande parte do segmento educacional no Brasil com a própria mudança do ENEM e que trouxe um novo olhar sobre essa habilidade e, consequentemente, uma verdadeira mudança na educação.
É importante entender que a habilidade cognitiva está relacionada ao trabalho realizado pela escola, com o objetivo de desenvolver no aluno sua capacidade ligada à inteligência, e de resolver problemas de raciocínio lógico. Já as habilidades socioemocionais visam ao desenvolvimento de determinadas competências importantes e requeridas nas interações sociais, tais como, a resiliência, a curiosidade, a paixão, a sociabilidade e o altruísmo.
Um outro fenômeno que reforça a necessidade de mudança de paradigma das instituições são as novas tecnologias e a velocidade da informação. A própria rede social fez com que as escolas começassem a rever seu papel de forma intensificada e obrigou as instituições a dar uma importância diferenciada ao desenvolvimento dessas habilidades, assim como as famílias, que, devido à pressão do tempo, bem como pela falta de conhecimento diante dessa
nova forma de conhecimento, oriunda da tecnologia, passaram também a dar ainda mais importância ao desenvolvimento dessas competências.
Hoje, não há outro caminho. As escolas precisam trabalhar essas duas vertentes conjuntamente. E, dentro desse contexto, o tempo escolar precisa ser repensado, já que a escola deve oferecer mais tempo para que o aluno possa se envolver em atividades práticas, para que, de forma intencional, essas habilidades sejam desenvolvidas. Daí a importância de um projeto pedagógico intencional e estruturado, que contemple esses dois tipos de competências.
Claro que, independentemente do contexto escolar, a todo o tempo o aluno está exposto ao desenvolvimento dessas habilidades. Entretanto, é necessário que a escola tenha propostas claras para desenvolver cada uma delas no tempo escolar tradicional, por meio de outros projetos e programas.
No Magnum, para atender a essa demanda, criamos o “Habilidades para a Vida”, que oferece projetos com foco em habilidades emocionais em cinco perspectivas: Empreendedorismo Social, que trabalha competências como o altruísmo, a solidariedade e ações assistencialistas; o Empreendedorismo e Protagonismo Estudantil, ligado às competências de liderança, trabalho em equipe, autodesenvolvimento, comunicação assertiva, proatividade, curiosidade e criatividade; Esporte, que desenvolve a disciplina, o trabalho em equipe, a autoestima e o equilíbrio emocional, Artes, no desenvolvimento
das habilidades ligadas à criatividade, à curiosidade e à sensibilidade; e a Língua Inglesa, cujo objetivo, depois do processo cognitivo, é utilizar este conhecimento para a interação com o outro, seja em um outro país ou, mais frequente hoje, através das redes sociais, aproveitando a Língua Inglesa como língua universal, e facilitando a comunicação.
Como um exemplo de uma atividade deste Programa, destaco a SIMA, Simulação Magnum Agostiniana, que envolve habilidades cognitivas nos diversos conhecimentos: História, Geografia, Sociologia, Filosofia, Biologia e Atualidades, além de diversas habilidades socioemocionais, tais como discernimento, comunicação assertiva, responsabilidade socioambiental, consciência política, entre outras.
Desta maneira, focando as habilidades socioemocionais e cognitivas, a escola cumpre seu papel de oferecer ensino e formação na mesma medida. E o resultado é um aluno com uma grande bagagem formativa, que trará impactos positivos na sociedade.
DISCERNIMENTO
RESPO
NSABILI
DADE
HUMILDADE
AUTONOMIA
AUTO
GESTÃO
GENTILEZARESILIÊNCIA
AUTO
ESTIMA
COLA
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alEssanDra CaixEta ViEiraCoordenadora do Programa de Empreendedorismo e Protagonismo Estudantil e gestora de relacionamento com os alunos
Começo o artigo citando o pai da Antroposofia, Rudolf Steiner: “Eu diria que podemos prestar uma ajuda extraordinária conscientizando-nos profundamente, de forma meditativa, de que toda e qualquer educação nada tem a ver, no fundo, com a verdadeira individualidade do homem; de que efetivamente nós, como educadores e docentes, em suma, temos a tarefa de postar-nos respeitosamente diante da individualidade, proporcionando-lhe as possibilidades de seguir suas próprias leis evolutivas”.
No ambiente escolar, entendemos a importância do protagonismo enquanto forma de educação para a cidadania não pelo discurso das palavras, mas pelo curso dos acontecimentos.
A palavra protagonista é formada pela junção dos termos proto, que significa primeiro ou principal, mais agon, que significa luta. Portanto, protagonista é aquele que atua diretamente no processo de desenvolvimento pessoal e de transformação da sua própria realidade, assumindo dessa maneira o papel central, ou seja, de ator principal.
Protagonizar deve ser para o jovem uma leitura de ação do reflexo de sua necessidade em conquistar objetivos, através de desafios que o estimulem a superação e o levem a estabelecer uma relação de confiança com seu aprendizado. Este aprendizado se baseia na relação entre formação, conhecimento, part ic ipação,
responsabilidade e criatividade dos alunos. As crianças e os jovens tornam-se elementos centrais da prática educativa e participam de todas as fases deste processo. Além disso, o protagonismo estudantil contribui para a formação de pessoas mais autônomas e comprometidas socialmente.
Acreditando no papel transformador e inovador do protagonismo na educação no século XXI, o Colégio Magnum visa sempre proporcionar a aquisição do conhecimento de forma eficaz para a formação pessoal e profissional dos alunos. Por isso, ultrapassamos a barreira da formação meramente acadêmica para o trabalho com habilidades que são desenvolvidas em nossos alunos por
pROTAGONISMO ESTUDANTIL pREpARA NOSSAS CRIANÇAS E jOVENS pARA OS DESAfIOS DA VIDA
meio de protagonismo, caracterizado fundamentalmente em lidar com os diversos desafios da vida, ampliando valores de solidariedade e respeito, o que contribui para uma proposta de transformação social.
Nesse sentido, criamos programas repletos de significados e importância para desenvolver habilidades, tais como: falar em público, conscientização socioambiental, prática empresarial e tecnológica, trabalho em grupos, entre outros. Dessa forma, lapidamos os nossos estudantes para que se tornem cidadãos plenos, com formação completa, capazes de atuar como agentes transformadores da sociedade.
Os projetos são vários: Equipes do Conhecimento, Simulação Magnum das Nações Unidas – SIMA, Magnum Sustentável, Vale do Silício Magnum, Conferência Magnum de Ciências Naturais – COMACIN, Jovem Empreendedor Magnum – JEM, Magnum Cultural, Olimpíada Magnum de Foguete, Liderança Jovem, TED Magnum – Ciclo de palestras, Grêmio Magnum.
Essa busca em reconhecer entre nossos alunos seres diferenciados e únicos, capazes de atuar em diversas situações, demonstrando equilíbrio e conhecimento, converge com o ideal do Colégio Magnum Cidade Nova em ser uma escola que forma integralmente os alunos em cidadãos
conscientes e felizes, capazes de gerir sua própria vida e de atuar como membros ativos na sociedade.
8 MagnuM Informa 9MagnuM Informa
Para começar esta nossa conversa, é importante salientar que não existe uma receita do tipo “como aplicar afetividade no ambiente pedagógico”. Não acreditamos em métodos, passo a passo e procedimentos para fazer de um profissional um educador mais afetivo. Como sabemos, sentimento não se raciocina, sente-se e ponto. A parte boa é que todo mundo tem os sentimentos dentro de si, é só deixá-los, de alguma forma, fazer parte do processo de educação.
A inteligência emocional é tão importante como a racional. As ações afetivas, quando praticadas no dia a dia, fazem toda a diferença na rotina escolar. Para isso, basta que os educadores tenham um olhar atento e uma observação apurada para ler os alunos. Sim, lê-los. Ler seu rosto, suas ações e, principalmente, seu olhar para tentar entender o que está acontecendo naquele dia. Quando permitimos parar para prestar atenção, os sentimentos vêm quase que instantaneamente.
Quem nunca teve seu trabalho ou estudos influenciados por estar passando por um momento triste, de desânimo ou até de mágoa? Quem nunca deixou de ir a uma festa, palestra ou algum evento qualquer porque não estava em um bom dia? Isso também acontece com os alunos. Às vezes, eles simplesmente não estão em um bom dia. E não há como entrar em sala de aula e deixar os problemas lá fora. Não existe “lá fora” para as coisas do coração. Tudo acontece simultaneamente, dentro de nós, muitas vezes desordenadamente, de maneira descompassada. E a pergunta é: o que fazer nesse caso? Se sempre, em todos os dias letivos, teremos que lidar com as dores e frustrações
dos alunos e ainda assim continuar o processo ensino-aprendizagem?
Em primeiro lugar, é necessário olhar para os alunos. Olhar de verdade, pois eles demonstram pelo olhar suas aflições e angústias. É importante chegar perto, mesmo que por um segundo da aula, e dizer algo: “Percebemos que você está triste. Se quiser, podemos conversar depois”. Outras vezes, basta um leve toque nos ombros, uma mão sobre a cabeça e algumas palavras como: “Estamos aqui, viu, caso precise”. Sabemos que a rotina muitas vezes nos impede de ter longas conversas e bate-papos acalorados, mas é preciso achar esse tempo para ouvir o outro. Ouvir, algumas vezes, para nada. Só ouvir. O outro precisa falar.
É necessário treinar nossa escuta para entender verdadeiramente as pessoas. Isso também acontece em dias felizes ou em dias de ansiedade. Aquele dia em que o aluno não consegue permanecer sentado por dez minutos e perguntamos o que há, e ele responde: “meu pai está voltando de viagem, ou minha vó vai passar uns dias aqui…”. É fundamental considerar esses sentimentos.
Entendemos também como afetividade notar que o outro está diferente. Perceber que cortou o cabelo, que está mais sorridente ou colocou aparelho nos dentes. Tudo isso gera no aluno sentimentos que precisam ser nomeados e entendidos, para que a rotina em sala de aula aconteça, para que a criança perceba que verdadeiramente alguém a vê, percebe a sua presença e se importa com ela.
Outro lado da afetividade muito importante está ligado ao sentir o que se aprende. Se eu tenho uma relação boa com determinado professor, vou
considerar o que ele está falando, mesmo não sendo um assunto tão interessante para mim. Por respeito ao outro, aprendo com o outro. Costumamos pensar: “puxa, se ele é tão legal e diz que isso que vou aprender é bacana, é interessante, fará diferença em minha vida, darei crédito a ele”. Pode parecer piegas e até antiquado, mas acreditamos na máxima “só faz bem feito quem gosta do que faz.” O aluno precisa gostar para querer aprender.
Por fim, o aprendizado precisa passar pelo sentimento e também pelos sentidos. Sim, os sentidos! Sabemos que as aprendizagens mais significativas que temos passam por nossos sentidos. Não à toa, alfabetizadores fazem biscoitos de letras. Às vezes é necessário comer o conhecimento, cheirar o conhecimento e tatear o conhecimento para inferi-lo.
O conhecimento desvinculado do afeto e dos sentidos pouco se sustenta. As técnicas de aprendizagem precisam ser ensinadas, mas as habilidades precisam ser apreendidas. E apreender significa trazer para o coração. Só assim a memória, sempre tão seletiva, reserva um espaço para o que estamos estudando, e decide transformar informação em conhecimento para o resto da vida.
suEly aParECiDa CaMPos Professora de Matemática e Ciências do 5º ano do Ensino Fundamental
9MagnuM Informa
A IMpORTÂNCIA DA AfETIVIDADE NO AMBIENTE pEDAGÓGICO
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pROfESSORES CONECTADOS, ALUNOS HIpERCONECTADOS
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Nos últimos anos, temos vivido uma verdadeira revolução em relação ao impacto das tecnologias digitais em nossas vidas. Pierre Lévy e Manuel Castells, por exemplo, já afirmam que estamos na “Era Digital”, e o conjunto de mudanças e inovações cada vez mais rápidas tem modificado profundamente a sociedade e, em consequência, também a educação.
Hoje a tecnologia permeia nosso dia a dia desde as tarefas mais simples, como se deslocar do apartamento até a rua, até tarefas complexas, como manipulação de conceitos e dados em softwares de simulação, entre outros. Ela está evoluindo de forma cada vez mais acelerada, com várias áreas passando pelo que chamamos de Transformação Digital, e isso tem mudado hábitos e comportamentos.
Desde o Renascimento até o século XIX, o homem depositou uma crença na ciência e na tecnologia como meios para o progresso. No século XX, as guerras mundiais e ideológicas mostraram que é preciso “ciência com consciência”. Desde o próprio Chaplin no discurso final em “ O Grande Ditador ”, passando por autores como Morin e filósofos da chamada Escola de Frankfurt, a humanidade percebe que todo o potencial tecnológico precisa ser acompanhado de discussões éticas, percebendo o ser humano como ser dotado de razão, mas também constituído de sociabilidade, espiritualidade, instigando-nos a uma visão mais ampla e integral do mesmo.
Caminhando até os dias de hoje, sabemos que a tecnologia é uma palavra tão utilizada, mas pouco compreendida. O filósofo brasileiro Álvaro Vieira Pinto nos apresenta o entendimento da tecnologia como a ciência da técnica, e a técnica como manifestação da capacidade vital, possuída pelo homem, de produzir o seu próprio ser. Por isso, revela
inseparável de todos os atos que pratica. Essa percepção da relação indissociável entre o homem e a técnica nos permite criticar tanto as concepções deslumbradas, quanto as pessimistas em relação à tecnologia.
Esse mesmo autor nos aponta que a qualificação moral da técnica pertence de fato a quem a técnica pertence. Ou seja, a técnica não possui valoração moral em si mesma, mas isso é dado por quem dela faz uso e como faz uso. Então, junto à tecnologia, faz-se necessário refletir sobre os seus diferentes usos, numa perspectiva ética tanto individual quanto social.
E, assim, também surge uma nova forma de ensinar e aprender.
Entra em cena a importância das atividades formativas no conhecimento da ciência, da tecnologia e no processo de desenvolvimento do aluno e suas potencialidades, pois, de um lado temos os estudantes representantes desta nova geração cada vez mais imersos nas novas tecnologias, já que nunca conheceram um mundo sem as mesmas. Do outro lado, temos os educadores com um novo papel diante dessas mudanças.
No caso dos alunos, nosso papel é motivá-los a fazer uso da tecnologia de forma efetiva e sempre ética: busca de informação e possibilidades de autoria, através da criação de histórias, apresentações, playlists, jogos, rádios, vídeos, softwares, mundos (Minecraft!), entre outros.
Já os professores, principalmente nesse momento em que não detêm mais o monopólio do conhecimento sobre determinado conteúdo, precisam buscar fazer o que são especialistas como educadores: e laborar perguntas relevantes, adicionar rigor, qualidade e senso crítico, colocar as situações propostas em um
riCarDo gouVEia gestor da tecnologia da informação
contexto e, principalmente, adicionar encantamento aos momentos de aprendizagem, de modo a transformá-los em experiências marcantes na vida de seus alunos, permitindo que eles façam tudo isso por meio da tecnologia que considerem relevante. Lembramos que não necessariamente a tecnologia precisa ser dominada pelo professor, mas sim a avaliação do que seus alunos produzirem com ela, e se o objetivo pedagógico foi atingido.
Assim, para nossos alunos, a tecnologia no processo educacional poderá contribuir para o desenvolvimento de seus conhecimentos, competências, habilidades e atitudes, na direção da formação de um cidadão mais completo e uma sociedade mais consciente da importância do outro, das relações e do potencial de transformação para um futuro melhor.
Bibliografia:
CASTELLS, Manuel. “A sociedade em rede”.
São Paulo: Paz e Terra, 1999.
HORKHEIMER, Max. “Ascensão e declínio do
indivíduo”. In: HORKHEIMER, Max. Eclipse da
razão. São Paulo: Centauro, 2002. p. 133-166.
LÉVY, Pierre. “O que é o virtual”. São Paulo:
Ed. 34, 1996.
VIEIRA PINTO, Álvaro. “A tecnologia”. In: VIEIRA
PINTO, Álvaro. O conceito de Tecnologia. Rio
de Janeiro: Contraponto, 2005. Vol. I. Cap. IV,
p. 219-346.
12 MagnuM Informa 13MagnuM Informa
Uma reflexão sobre a forma de como relacionamos conosco e com o mundo, que envolve aspectos do processo de socialização, é sugerida pelo filme da Pixar “O bom dinossauro”. Esse longa-metragem destaca valores e habilidades como cooperação, respeito, responsabilidade e coragem. O filme apresenta uma metáfora relevante sobre as interações sociais e a construção do indivíduo.
Entre os exemplos, destacamos o personagem Forrest Woodbush, um estiracossauro adulto medroso e inseguro que carrega diversos animais em seus chifres. Esses bichos não são seus amigos, estão ali para protegê-lo dos perigos da floresta ou perigos que ele mesmo poderá criar. Um deles o protege contra as criaturas que rastejam à noite, outro dos mosquitos e, por fim, o Esmaga
Sonhos, que o protege de ter metas não realistas. Afinal, quem precisa de um esmagador de sonhos?
Desde o nosso nascimento, dependemos do outro para sobreviver. Assim, se somos seres sociais por natureza, por que existem tantos adultos com dificuldade nas interações sociais? Por que tantos problemas nos relacionamentos interpessoais? Por que tanta intolerância, violência e falta
de diálogo se, repetindo, dependemos do outro para viver? As relações sociais vão sendo estabelecidas conforme crescemos. Enfrentamos os desafios deste crescer físico, psíquico e emocional, primeiramente, com a família e depois nos outros meios sociais, como na escola. No ambiente familiar, aprendemos as regras sociais básicas, mas é no ambiente escolar que aprendemos a conviver cooperativamente com o outro. Relacionar, respeitar e dialogar são fundamentais para a vida em sociedade, pois contribuem para transformar crianças em adultos livres de condicionamentos sociais.
Como podemos pensar em uma educação que forme crianças para conviverem com liberdade? O estiracossauro do filme não conseguia relacionar-se com o mundo sem o suporte emocional dos seus “amigos”, por isso cria uma relação de dependência e quando um desses amigos vai embora, ele perde completamente o controle das emoções. Assim também ocorre no nosso mundo.
Algumas crianças também precisam de estratégias de apoio para a socialização. De início, o mundo social da família é a referência das interações sociais para elas, como alega Roseli Fontana e Maria Nazaré Cruz, autoras do livro “Psicologia e trabalho pedagógico”: “a criança não nasce em um mundo “natural” e, sim, em um mundo humano. Começa sua vida em meio a objetos e fenômenos criados pelas gerações que a precederam e vai se apropriando deles conforme se relaciona e interage nas atividades e práticas sociais e culturais. Desde o seu primeiro dia de vida, a criança está em constante interação com os adultos, que compartilham com elas seu modo de viver, de fazer as coisas, de dizer e pensar, integrando-a aos significados que foram sendo produzidos e acumulados historicamente.”
Roseli e Nazaré afirmam também que a linguagem, os instrumentos, os signos e as interações com o outro
alteram a relação da criança com o meio e ajudam a transformar o próprio comportamento e consequentemente suas formas de interagir.
No percurso da socialização, a criança é inserida em outro mundo social, a escola, que é um espaço, de construção de significados éticos. É no ambiente escolar que se constrói parte da identidade de ser e de pertencer ao mundo. Portanto, é nesse espaço, onde permeiam os princípios morais da sociedade, que as crianças adquirem os modelos de aprendizagem.
Para estimular a criança no seu processo de socialização, a escola deve proporcionar atividades e situações nas quais ela possa aprimorar a capacidade de desenvolver uma autoimagem positiva e reconhecer-se como um indivíduo único. Do mesmo modo, deve-se conscientizá-la de suas habilidades e limites, para ser capaz de interagir socialmente, tendo atitudes colaborativas com os outros, respeitando a diversidade, pois, como afirmam os autores Coutinho e Moreira, no livro “Psicologia da educação”: “as experiências podem favorecer a superação do egocentrismo, a emergência e a superação dos conflitos sociocognitivos, bem como a formação de uma moralidade autônoma, uma vez que, por meio do grupo, os alunos aprendem a conviver e a respeitar normas produzidas de igual para igual”.
Para Jean Piaget, especialista em psicologia evolutiva e importante pesquisador da área de educação e da pedagogia, enquanto a criança desenvolve-se no processo de socialização, ela adquire a capacidade de refletir, toma consciência de si mesma e de suas atitudes, e começa a transmitir os significados socialmente reconhecidos. Nesta fase, podemos identificar a interiorização daquilo que foi vivenciado e ensinado no mundo social externo e que agora faz parte do eu comigo mesmo. As ações passam a ser executadas sob a orientação dos princípios morais validados pela própria criança, desempenhando sua capacidade de autocontrole.
Uma vez que educar na Educação Infantil se faz através do cuidado, da brincadeira e da interação, é nesta etapa de ensino que a práxis do professor deve ter como objetivo a socialização através do desenvolvimento da moral autônoma. Entretanto, é importante ressaltar que: “não adianta tentarmos ensinar a moralidade, pois ela é construída a partir da interação do sujeito com o meio em que vive, por experiências com as pessoas e situações.” (Telma Vinha, autora de livros sobre psicologia educacional e professora da Faculdade de Educação da Unicamp).
Ou seja, é através da vivência e da mediação do professor que a criança caminha para ser autônoma e livre.
Afinal, quem precisa de um esmagador de sonhos? Somente um adulto que, durante sua vida, não desenvolveu a autonomia, a autoconfiança e a autorregulação precisa de um esmagador de sonhos. A criança moralmente autônoma será um adulto livre para tomar suas decisões de forma consciente, respeitando a sua individualidade e a diversidade das interações sociais.
EU COMIGO MESMO:O pROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA
lílian aMoriMProfessora do 1º Período da Educação infantil
Carolina VElosoProfessora do 1º Período da Educação infantil
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Crianças estão constantemente em transformação. São essas mudanças e as situações vivenciadas durante seu amadurecimento que contribuem para o aumento de seu repertório de vida, pelo qual todos que convivem direta ou indiretamente com elas têm responsabilidade. De uma forma bastante simplificada, um bebê recém-nascido poderia ser comparado a um computador novo que chegou da loja: já tem o sistema operacional e os programas básicos pré-instalados em seu “HD”, porém, assim que sai do ventre da mãe, já começa a receber estímulos que vão moldando sua rede neural e que, com o passar do tempo, serão a referência das ações e para as decisões que tomará ao longo de sua vida. Se esse HD, no entanto, receber apenas alguns tipos de programas, o adulto terá uma base de dados de referência restrita. Traduzindo para a prática, isso significa que, se a criança receber apenas estímulos relacionados às
“A “educação com formação”, por conseguinte, é a resposta da escola a esse novo desafio que é, sobretudo, uma demanda da sociedade. Para que ela seja possível, vários paradigmas devem ser quebrados, dentro, inclusive, do próprio ambiente institucional de ensino. A escola moderna será aquela que buscar, de fato, a formação integral do indivíduo nos âmbitos de ensino e formação. Só assim será possível vislumbrar um futuro melhor para o mundo.”
habilidades da vida acadêmica (linguagens, matemática, ciências humanas e naturais), o adulto, muito possivelmente, não estará preparado para desempenhar ações em sua vida que requerem outras habilidades, tais como relações interpessoais, demonstrar respeito, gentileza, consciência política e alteridade, por exemplo.
De forma não intencional, vários desses estímulos estão inseridos no ambiente escolar e familiar da criança. O novo desafio da escola, nesse contexto, seria tornar essas situações intencionalmente inseridas na vida escolar, de forma que a própria criança sinta a necessidade de buscar essas habilidades e trazê-las para seus atos diários. Nos tempos atuais, a escola não pode, nem deve, se limitar apenas ao ensino do currículo básico, pois, estaria sendo omissa e não estaria atingindo o novo e importante objetivo a que se propõe: ser o mecanismo fundamental de melhoria da qualidade de vida e das relações entre as pessoas na sociedade.
A “educação com formação”, por conseguinte, é a resposta da escola a esse novo desafio que é, sobretudo, uma demanda da sociedade. Para que ela seja possível, vários paradigmas devem ser quebrados, dentro, inclusive, do próprio ambiente institucional de ensino. A escola moderna será aquela que buscar, de fato, a formação integral do indivíduo nos âmbitos de ensino e formação. Só assim será possível vislumbrar um futuro melhor para o mundo.
MarCus aguiar Coordenador de Formação das 1ª e 2ª séries do Ensino Médio
A GENTE NÃO qUER SÓ
EDUCAÇÃO.A GENTE qUER EDUCAÇÃO COM
fORMAÇÃO.
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No campo de ensino de Inglês como Língua Estrangeira, o cenário é bem frutífero e favorável, na medida em que o uso da tecnologia associada à globalização insere a linguagem como um aspecto central na nossa sociedade, fazendo emergir a valorização do ensino de Inglês tanto no âmbito nacional quanto internacional.
Uma pesquisa para a aula de História. O tema? Terrorismo e religião islâmica. Algo comum do dia a dia dos alunos. Mas na metodologia de busca das respostas, há algumas diferenças, principalmente, se comparada às gerações anteriores. Uma aluna do 9º Ano utilizou a tecnologia e o conhecimento do Inglês a seu favor para produzir este trabalho. Por ser falante da Língua Inglesa, ela conseguiu interagir com estudantes da mesma faixa etária, falantes do Inglês, acerca do islamismo. A estudante fez um debate sobre o tema utilizando a rede social Twitter. Como resultado, estudantes de diferentes partes do mundo, falantes não nativos do Inglês, utilizaram a língua para dar opiniões acerca do assunto. E, assim, foi realizado um trabalho rico e recheado de diversidade.
A prática mostra algo comum na vida desta nova geração e demonstra que os processos atuais de globalização vêm sendo marcados por um aumento
expressivo da conectividade e também da interdependência entre os povos.
No campo de ensino de Inglês como Língua Estrangeira, o cenário é bem frutífero e favorável, na medida em que o uso da tecnologia associada à globalização insere a linguagem como um aspecto central na nossa sociedade, fazendo emergir a valorização do ensino de Inglês tanto no âmbito nacional quanto internacional.
O número de falantes não nativos de Inglês se sobrepõe ao de falantes nativos, e as redes sociais demonstram isso todos os dias. Os jovens conversam com outros jovens do Japão, Arábia Saudita, Alemanha, China e tantos outros países pela Internet, utilizando a Língua Inglesa. E, assim, a interatividade e as possibilidades de comunicação online tornam o aprendizado e a prática de idiomas mais dinâmicos: a prática do idioma vivo, que gera curiosidade e motiva os estudantes constantemente, mostrando que o ensino-aprendizagem de Inglês valoriza os diferentes processos de interação social e transforma a sala de aula e até as interações sociais em espaços em que diferentes culturas se encontram e onde existe uma grande diversidade linguística.
I AM CONNECTED TO THE WORLD
JaquElinE PirEsCoordenadora do Programa de inglês
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professores e coordenadores, compartilham e auxiliam seus colegas com estratégias de estudo, leitura, interpretação de textos e revisão de atividades, reforçando o pilar do empreendedorismo e do desenvolvimento do aprendizado por meio da autonomia responsável, na partilha de recursos e construção solidária de saberes.
São alunos contribuindo com a aquisição de conhecimento de outros estudantes. Os alunos-monitores são os facilitadores, os protagonistas da sua aprendizagem e da de seus colegas. Desta forma, cria-se uma oportunidade para a troca de conhecimento entre
os iguais, quando são discutidos em pequenos grupos os mais diversos temas, através da resolução de um bloco de questões, das diversas áreas de conhecimento, preparando-os para os desafios da vida.
A proposta está centrada no aluno, focando o desenvolvimento de habilidades cognitivas, mas também socioemocionais.
Uma vez que a aprendizagem é um processo complexo que se produz de forma distinta nos aprendizes, é necessário que a escola proporcione uma diversidade de estratégias didático-pedagógicas que contribuam
no processo de formação de cidadãos cada vez mais conscientes, humanos, solidários, críticos e, claro, muito mais preparados para a vida.
Aprendizagem colaborativa é uma abordagem educacional direcionada aos alunos, buscando a solução de problemas e a realização de atividades escolares. Assim, o ambiente construído de maneira espontânea é natural, possibilitando o diálogo entre os participantes e, consequentemente, contribuindo para a aquisição do conhecimento.
Nesse contexto, a escola é um espaço que privilegia esse recurso educacional, já que pressupõe ocorrer com constância a promoção de atividades que considerem a aprendizagem como um processo ativo no qual os alunos assimilam
a informação e relacionam o novo conhecimento a um quadro prévio.
No ambiente de aprendizagem colaborativa, desloca-se o processo centrado no professor para um modelo centrado nos alunos, quando eles são desafiados tanto socialmente quanto emocionalmente. Essa metodologia busca conduzir os alunos a analisarem diferentes perspectivas e a articularem e defenderem suas próprias ideias, possibilitando, assim, que eles construam suas próprias estruturas conceituais, promovendo a interação aluno-professor, aluno-aluno e auxiliando na construção da sua autoestima.
Pode-se esperar, assim, que através da aprendizagem colaborativa ocorra o aumento da satisfação do aluno com a experiência de aprendizagem, o desenvolvimento de habilidades de comunicação oral e de interação social e o estímulo ao pensamento crítico, ajudando-o a esclarecer ideias e levantar ou comprovar hipóteses, através da discussão e do debate, promovendo uma maior participação nas aulas.
O Magnum proporc iona este espaço de diversas formas, como, por exemplo, o Projeto Fábrica de Aprendizagem, em que os alunos, orientados pelos
ESCOLA – UM ESpAÇO DE ApRENDIZAGEM COLABORATIVA
sara tEixEiraCoordenadora de Ensino das 1ª e 2ª séries do Ensino Médio
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Família e escola têm ocupado, socialmente, lugares distintos e fundamentalmente importantes na educação. O diálogo estabelecido entre essas duas instituições sociais, ao longo dos anos, passou ora por momentos de baixa atividade, ora por momentos de franca produtividade. Fato é que, se fôssemos fazer uma analogia para explicar a relação entre família e escola, utilizaríamos aqui a
de um “casamento” que, passando por altos e baixos, sentiu por vezes estremecida e, por outras, fortalecida a parceria de muitos anos.
Pesquisas datadas do final do século passado e início deste século reforçam que a presença e a influência dos pais na vida escolar do filho impactam positivamente na qualidade dos seus resultados. Na prática, constatamos a relação direta que há entre o aumento
do desempenho escolar do estudante e o acompanhamento próximo da família, dando o suporte necessário para que ele supere cada etapa de sua aprendizagem. É consenso ainda, entre profissionais da educação, que alunos que não possuem apoio ou incentivo dos pais têm uma dificuldade maior ou precisam se esforçar mais para superar os desafios escolares.
A relação entre família e escola
fAMÍLIA E ESCOLA: UMA pARCERIA NECESSáRIA
há cerca de cem anos era marcada pela distância, ou seja, as trocas entre ambas eram poucas e superficiais. No passado, os profissionais da educação consideravam que os pais não tinham nenhuma autoridade em matéria de ensino e não deveriam ocupar nenhum lugar na escola. Esperava-se que os pais apoiassem os docentes ou trouxessem contribuições pontuais, mas eles não deveriam questionar práticas pedagógicas e, menos ainda, fazer críticas. Contudo, com o passar dos anos, especialmente nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, temos observado um intenso movimento de mudança nessa relação.
Recen temen te , com a universalização do acesso à escola básica, com a redução do analfabetismo em crianças em idade escolar e com o advento da Era da Informação e do Conhecimento e da revolução no modo das pessoas aprenderem, as famílias passaram a ter acesso às mais variadas informações sobre os direitos das crianças e dos adolescentes, sobre a forma como se desenvolvem e como aprendem. Tudo isso permitiu aos pais se aproximarem cada vez mais da escola e se apropriarem dos ideais voltados à emancipação do indivíduo por meio da educação, passando a cobrar das escolas melhores resultados sobre a qualidade do ensino que oferecem a seus filhos. Ressaltamos que essa realidade varia em intensidade, se considerarmos o nível socioeconômico e cultural das famílias, mas de maneira geral é um fenômeno facilmente observado.
Tensões e distorções existiram e ainda são percebidas nessa trajetória, como ilustra a charge, extraída da Internet e extensamente veiculada há alguns anos. Nela, o artista Emmanuel Chaunu explicita a inversão de papéis em 40 anos de relação entre escola e família.
Afora os extremos e considerando os aspectos caricaturais e críticos que são característicos da charge como gênero textual, está denunciada nela a assimetria de poder. Enquanto em 1969, este era exercido pelo professor que desconsiderava o aluno e suas potencialidades, 40 anos depois, o poder é polarizado na família, que oprime o professor, ameaçando-o quando a nota do filho não é suficiente. É perigosa a radicalidade na interpretação da charge, quando o leitor se coloca “a favor” de uma ou outra situação, já que não é saudável nenhuma das apresentadas. Nem a do professor que oprime o aluno com seu poder de dar notas, nem a da família que ameaça o professor que avalia. O segredo está no equilíbrio e no bom senso.
Assim, buscar o equilíbrio na relação entre família e escola consiste, antes de tudo, na consideração do papel de cada um na educação de crianças e adolescentes. Por isso, à família cabe o papel de educar em valores, crenças, atitudes, comportamentos e conhecimentos que são culturalmente construídos e passados de geração em geração. Os pais têm a responsabilidade
de prover emocionalmente os filhos de insumos que contribuam para o desenvolvimento de sua autoestima, de seu autoconceito e de sua autorreferência. A família deve proporcionar um ambiente seguro para o pleno desenvolvimento psicológico, físico, cognitivo, emocional e social de seus filhos, de maneira que tudo mais que for ensinado possa encontrar base sólida para se fixar e ampliar.
Já a escola tem um papel fundamental no desenvolvimento do indivíduo, bem como no progresso da sociedade e humanidade. Um dos maiores desafios da escola é preparar, hoje, crianças, para serem homens e mulheres de amanhã, capazes de viverem e conviverem em um mundo que muda cada vez mais e mais rápido. A escola reproduz práticas de muitos anos atrás e é exigida, ao mesmo tempo, com mais rigor e intensidade, pela sociedade, a estar à frente da sua época, criando estratégias para o desenvolvimento de competências e habilidades que serão exigidas de profissionais que só entrarão no mercado de trabalho daqui há alguns anos. Colocar em prática essa missão, ao mesmo tempo tão contraditória e desafiadora, exige de nós, educadores, uma grande expertise e uma maior responsabilidade.
Do ponto de vista formal, a escola amplia a educação que a família inicia, mas as duas instituições se complementam na missão de educar em muitos aspectos. A manutenção de uma relação de qualidade entre a família e a escola, em que ambos os lados se esforcem para cumprir, com o máximo de comprometimento, essa missão, considerando suas características e especificidades, faz-se fundamental.
Joísa abrEugestora Educacional da Educação infantil e do Ensino Fundamental anos iniciais
Figura 1: Disponível em http://direitoearte.blog.lemonde.fr/2009/07/08/de-1969-a-2009-que-notas-sao-estas/ acessado em 16 de agosto de 2014.
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ESpORTE E CULTURA: ALICERCES NO pROCESSO DE fORMAÇÃO DO INDIVÍDUO
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O Colégio Magnum foi fundado com a proposta de estar ao lado das famílias, a fim de auxiliá-las a educar suas crianças e adolescentes. Desde o início das suas atividades, seus responsáveis vêm explicitando aos pais e alunos que educar implica uma responsabilidade maior do que oferecer um ensino de alta qualidade. Por isso, além do sucesso acadêmico que garantiu uma invejável aprovação nos principais vestibulares do País ao longo dos anos, há um objetivo ainda mais ambicioso: oferecer aos alunos uma formação completa, a fim de que se realizem como indivíduos e como cidadãos conscientes, participativos e transformadores da sociedade.
Desta forma, um dos recursos utilizados pelo Colégio para pôr em prática sua filosofia educacional é a oferta de um grande número de atividades extraclasse, entre elas, o esporte, que se destaca como um aliado dos educadores dentro desse objetivo de formação dos alunos. E os números comprovam: a prática esportiva contribui também para os resultados em sala de aula. Relatórios internos comparativos nos três últimos anos mostram que a média de notas dos atletas é superior à média de notas das respectivas séries. Os dados comprovam que o esporte, além de proporcionar uma série de benefícios na saúde, nas relações sociais, emocionais e nos valores humanos, pode contribuir também para a melhoria do aprendizado. O resultado comparativo no boletim de Formação, que se refere aos hábitos de disciplina e de compromisso com os estudos e em especial os deveres de casa, é ainda melhor.
O propósito do Programa de Esportes do Colégio Magnum, “Habilidades para a vida”, é utilizar o esporte como um importante instrumento para contribuir para a formação plena dos alunos. Assim, por meio do desenvolvimento de habilidades socioemocionais, desenvolve-se o aprimoramento dos princípios e valores éticos e sociais, propiciando cada vez mais um ambiente saudável e de compromisso com os estudos.
Várias pesquisas e artigos científicos também reforçam que o indivíduo que
pratica esportes ou atividades físicas regularmente possui um melhor rendimento em seu aprendizado cognitivo, inclusive algumas escolas vêm fazendo experiências de colocar aulas de Matemática logo após as aulas de Educação Física, obtendo ótimos resultados na melhoria do aprendizado dos alunos.
O Programa de Esportes do Magnum, através de um projeto inovador, criou um banco de atividades esportivas de treinamento, em que, de forma intencional, visando ao desenvolvimento e aprendizado de habilidades socioemocionais, como o equilíbrio, a resiliência, o esforço, a cooperação, a honestidade, dentre outras. São atividades aplicadas nos treinos, criando situações hipotéticas e que provocam o aprendizado, além de qualificar a equipe nos âmbitos técnico e tático.
No Magnum, por exemplo, os treinadores possuem responsabilidades não só no desenvolvimento esportivo dos seus atletas e de suas respectivas equipes, o que é demonstrado nos excelentes resultados nas competições escolares de Belo Horizonte, mas principalmente no formativo, com atribuições definidas de controle e acompanhamento, através de metas e indicadores de Avaliação de Desempenho.
Relatórios de rendimento específicos dos atletas, atendimentos com a coordenação pedagógica e reuniões sistemáticas com o gestor fazem parte da rotina dos profissionais de esporte.
O objetivo? Potencializar esse fantástico meio de desenvolvimento humano de crianças e jovens, que é o esporte.
gustaVo laraCoordenador do Programa de Esportes
Comparativo do Resultado Pedagógico Anual - 2015
76,22%
Atletas Alunos
76,01%
79,46%
Atletas Alunos
76,60%
Comparativo do resultado anual do Boletim de Formação - 2015
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INTELIGÊNCIA ESpIRITUAL: CONSCIÊNCIA DA pRESENÇA DIVINA
Se até no início do século XX, o QI (quociente intelectual) era a medida definitiva da inteligência humana, seis décadas mais tarde, a descoberta da inteligência emocional mostrou que não bastava ao homem ser um gênio se não soubesse lidar com as próprias emoções, o que foi denominado de QE - quociente emocional. Mas hoje, novas descobertas apontam para um terceiro quociente, o da inteligência espiritual. Você já ouviu falar sobre o assunto?
A filósofa e psicóloga americana Danah Zohar defende a ideia de que além do QI e do QE, a inteligência humana deve também ser medida por meio da inteligência espiritual, o QS, quociente fundamental de todos. Essa inteligência está ligada à necessidade humana de ter objetivos na vida e por isso desenvolver esse quociente nos permite alcançar metas com muito mais eficiência. Zohar nos mostra a importância de cada um deles, lembrando que os três modelos de quociente promovem um certo tipo de ascese¹, quando as pessoas podem identificar que cada tipo de inteligência vai potencializando a outra.
A inteligência espiritual ou simplesmente o QS não mantém uma conexão necessária com a religião, mas, para algumas pessoas, ela encontra um lugar privilegiado de expressão na religiosidade. Já para nós, educadores, a sensibilidade e o afeto na sala de aula abrem também uma grande oportunidade de manifestação dessa condição espiritual, que dá sentido de valor à busca do significado da vida para os alunos.
Daniel Goleman, o teórico do quociente emocional, fala das
emoções. Já Zohar diz que a inteligência espiritual é a inteligência da alma, aquela com a qual nos curamos e nos tornamos seres verdadeiramente íntegros. Esse quociente emocional é que permite integrar o intrapessoal com o interpessoal, transcendendo o abismo entre o eu e o outro. Ou seja, é esse quociente que nos permite enfrentar os problemas relacionados com o bem e o mal, a vida e a morte, a origem do sofrimento humano, a angústia e a ansiedade tão comuns aos nossos dias. Nesse aspecto, podemos empoderar nossos alunos através desta percepção, para que sejam menos vulneráveis às pressões e construam relações emocionais saudáveis, comprometidas e solidárias.
O quociente espiritual tem a ver com o que algo significa para mim, e não apenas como as coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso. Conforme escreve Zohar, os indicativos para se perceber um quociente espiritual desenvolvido estão relacionados à flexibilidade, autopercepção, capacidade de enfrentar o sofrimento, capacidade de transcender a dor, capacidade de ser inspirado por valores, relutância em causar dano desnecessário, visão holística, busca do significado da vida e ser capaz de superar as convenções impostas.
Conforme escreve Ana Lúcia Santana, mestra em teoria literária pela USP, o fator de inteligência espiritual amplia as perspectivas humanas, sua inventividade, além de estimular o indivíduo a seguir adiante. Através desta capacidade, o homem é capaz de transcender desafios da jornada e resolver questões de significado e valor. Por este motivo é que se faz tão
importante no trabalho desenvolvido na escola e, especificamente, no Magnum, um redirecionamento no sentido de compreender a inteligência espiritual como fonte de uma nova compreensão de mundo e na busca de novos significados.
Nossos alunos estão sedentos por encontrar, em meio a tantas cobranças e exigências necessárias ao sucesso escolar, um porto seguro que lhes trará o verdadeiro motivo para continuar buscando sempre mais. A inteligência espiritual é que nos dá este sentido mais profundo de valor. É a nossa consciência. O aluno que desenvolve sua inteligência espiritual pode praticar qualquer religião sem estreiteza, fanatismo, exclusividade ou preconceito. Por isso, a proposta do Magnum é que, através de encontros frequentes e semanais, os alunos possam ter um espaço para manifestar sua inteligência espiritual e, através de um grupo cristão e de vivências espirituais, possam encontrar o significado de sua existência e transformar suas vidas numa vida de serviço e que realmente valha a pena.
1. ascese: prática da devoção ascética; aspiração às mais altas virtudes.
“Nossos alunos estão sedentos por encontrar, em meio a
tantas cobranças e exigências necessárias ao sucesso escolar,
um porto seguro que lhes trará o verdadeiro motivo para continuar buscando
sempre mais.”
ansElMo saMPaioCoordenador do Programa de Empreendedorismo social e da Formação Humana e Cristã
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É muito comum observarmos as inúmeras dificuldades dos jovens no aprendizado da Matemática. As estatísticas demonstram claramente uma carência muito grande em relação aos números, às figuras geométricas, às variáveis e às equações, que são usadas na resolução de um problema. Saindo um pouco do campo escolar, se pensarmos em nosso cotidiano, podemos afirmar: a vida é um eterno “solucionar problemas”. E o quanto é prazeroso conseguir resolvê-los. Costumamos “brincar” em sala de aula que o hipotálamo¹ arrepia, demonstrando todo o prazer sentido, devido à resolução de uma dificuldade. Afinal, encontrar soluções, independentemente de quaisquer que sejam, é um processo racional de tomada de decisão, por isso a Matemática é tão imprescindível.
Uma metodologia trabalhada dentro da sala de aula é a resolução de problemas, em que o aluno é convidado a acompanhar com atenção, a participar e a apresentar propostas, sentindo-se desafiado e também motivado. Dessa forma, ele constrói o conhecimento, ou seja, apropria-se da informação a partir de um projeto que ele mesmo ajudou a construir e, para isso, usa as habilidades já desenvolvidas, pois através delas ele poderá adquirir novas informações.
Pode parecer um processo complexo de se desenvolver, mas o professor deve planejar uma atividade que desafie o aluno e o faça perceber o ambiente de aprendizagem no qual ele está inserido. Neste planejamento, é desenvolvida uma atividade que atenda às expectativas do aluno. Porém, para isso, é interessante que o professor conheça bem as experiências e necessidades dos alunos, pois um relacionamento mais próximo favorece o processo de assimilação
do conteúdo. O conhecimento do campo cognitivo do aluno permite ao professor escolher melhor esse enigma que será desvendado em grupos de aprendizagem, nos quais cada um desenvolve um papel de acordo com as suas experiências e conhecimentos prévios, exercendo funções que lhe forem mais convenientes. Assim, o estudante participará com prazer e se encontrará mais aberto para o conhecimento.
Atualmente, o professor tem acesso a vários materiais ou dispositivos que podem auxiliar e enriquecer ainda mais essa didática. As informações que os alunos recebem de outros transmissores vêm repletas de recursos e efeitos que seduzem o receptor. Dessa forma, o professor deve usar sua criatividade para melhor construir a situação que mobilizará seus alunos. Essa pode ser com recursos tecnológicos de multimídia ou simplesmente com a expressividade artística de seus alunos. O importante é que o estudante participe e se envolva, sentindo-se seduzido pela informação à qual ele está tendo acesso.
Desafiar o aluno, portanto, pode ser uma metodologia com excelentes resultados. Além disso, o desejo de saber e de resolver emerge diante da situação problema que é discutida e analisada. O enigma possui um “já existente” que oferece a possibilidade de ser vencido. A resolução de uma situação problema exige do grupo a produção de um projeto que apresenta um registro didático das informações que foram obtidas durante a construção da estratégia de resolução do problema e que podem ser consideradas como conhecimentos.
Um aluno formado através da metodologia de resolução de
Paulo robErto CunHa Da silVa Professor de Matemática das Equipes do Conhecimento
problemas desenvolve muito mais seu conhecimento. As provas de Matemática dos concursos atuais, por exemplo, exigem dos nossos alunos leitura, interpretação e estratégia de resolução de problemas. O conteúdo não é mais o tema da questão, mas sim a habilidade desenvolvida através daquele conteúdo estudado. Por isso, a metodologia de usar enigmas em sala de aula para desafiar o aluno garante a eficácia do processo cognitivo da Matemática.
Trabalhando com preparação para ENEM, concursos como Olimpíadas de Matemática (OBM) e Olimpíadas de Informática (OBI), percebemos cada vez mais que as melhores questões de Matemática ou de raciocínio lógico são as que exigem uma estratégia de resolução. Por isso, uma metodologia de ensino voltada para o uso do enigma em sala de aula favorece muito o desenvolvimento de estratégias para a resolução de futuros problemas, escolares ou da vida.
¹ hipotálamo é uma estrutura que se localiza abaixo do tálamo, na região do diencéfalo, juntamente com o epitálamo e o tálamo. Representa cerca de 1% da massa total do encéfalo, ou seja, é um órgão muito pequeno, mas de importância indiscutível. Está relacionado com a regulação da temperatura corpórea e as emoções.
1, 2, 3 E já – O pROCESSO COGNITIVO DA MATEMáTICA
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Informações compartilhadas, notícias disseminadas, tudo em tempo real.
Não há mais espaço para o toque, o “touch”, o “olho no olho” só na tela dos smarts.
Juntos, separados. Metáfora da vida moderna... multidão de solitários abastecendo-se de si mesmos.
Convidados ao “show motion”, vivemos antagônicos, atônitos, amparados pelas controvérsias da sociedade, mundo moderno, clamor do capitalismo, busca insana pelo poder.
Acalmar o pensamento, respirar, conter o instante, obedecer ao corpo, escutar o coração, serenar o espírito.
O segundo urge, o ontem já foi, o presente não existe... daqui a um minuto é tarde demais.
Para quê? Não se sabe. Temos que ir, o ritmo é frenético... a vida segue.
Vamos atrás do tempo, sem saber qual é. Fingimos viver o agora, esses remotos, efêmeros e fugazes momentos de felicidade.
Imbuídos de vaidade, somos impelidos a possuir... ambição insana do TER.
A compulsão do consumo preenche o vazio da alma, lacuna da falta do afeto, do carinho e do diálogo.
O SER é pretérito imperfeito do humano, paradoxo da VIDA – essa breve e bonita jornada.
Dia a dia somos exauridos de vaidades, assim, nos aproximamos mais e mais daquele EU; sem ética, sem moral. Agora, engolidos pelo poder, tomados por ansiedade e depressão, buscamos explicação para tamanha solidão que acomete a vida... angústia, dor, vazio no peito.
Fugimos da TV, do rádio, da notícia. Não queremos saber. Atônitos somos invadidos pela miséria, pelo roubo e pelo desvio alheio... de caráter, de dinheiro, de índole. O que fazer?
Vivenciamos um conflito moral.
Somente por meio da FÉ e do AMOR, poderemos dar voz aos excluídos; levar esperança aos desacreditados, ser luz diante do apagão de valores do mundo.
Assim, somos convidados a conectarmos na vida, ouvir a voz que vem de MIM, de TI e do OUTRO.
Ouvir o chamado Daquele que verdadeiramente habita em NÓS.
Aquele que nos criou para sermos UM SÓ. Que nos conduz para o caminho da FELICIDADE e do AMOR.
Esperamos que Ele venha e sopre o seu Espírito. Santo Espírito capaz de devolver a vida aos menos favorecidos, esperança aos desacreditados e amor aos desvalidos.
Então, com sabedoria, Ele clama a seus filhos: PRECISA-SE DE PESSOAS.
Sim. Pessoas fraternas, pessoas de caráter.
Capazes de AMAR como irmãos, como filhos de um mesmo PAI.
PAI NOSSO, que está presente no CÉU, na TERRA e em NÓS. Um PAI vivo, ressuscitado.
PRECISA-SE DE PESSOAS que saibam – essencialmente – SER, verdadeiramente, filhos de DEUS.
Um anúncio? Um chamado? Será que estamos prontos para atendê-lo?
pRECISA-SE DE pESSOAS
MárCia barroso assessora de Marketing e Comunicação
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NEUROCIÊNCIA: UM CAMINHO pARA A ApRENDIZAGEM SIGNIfICATIVA
Hoje, diferentemente do passado, pedagogos e educadores têm à sua disposição novos e irrefutáveis conhecimentos trazidos pela Neurociência e que em muito contribuem para a ciência da aprendizagem. A tecnologia disponível já produz imagens do cérebro em atividade e assim possibilita uma compreensão melhor de seu funcionamento. Isso, além de favorecer as práticas pedagógicas, também valoriza, e muito, a atividade do pedagogo, pois a sociedade passa a ter acesso a um saber cada vez mais comprovado e especializado.
O exercício do pedagogo ativo é refletir, apropriar-se e atentar-se para pontos cruciais do desenvolvimento do sujeito da aprendizagem, o aluno.
O cérebro humano se desenvolve de maneira contínua ao longo da vida, sendo capaz de ganhar e perder células nervosas, se autorreparar, reestruturar, formando novas células ou novas conexões. Dessa forma, ao pensarmos em aprendizagem, precisamos consolidar a ideia de um processo ativo e constante, pois em qualquer época da vida podemos aprender algo e alterar assim nossa rede neural. Essa rede de alterações será permanente ou não, de acordo com o uso do conhecimento que elas representam.
Os estudos ainda mostram que, apesar da capacidade de aprendizagem permanente do cérebro, existem períodos, entre 3 e 6 anos, que são
mais receptivos aos estímulos e mais aptos a determinadas aprendizagens, por exemplo, o raciocínio lógico-matemático, as habilidades sociais e uma segunda língua. Essas “janelas de oportunidades” são momentos nos quais o aprendizado pode ser potencializado. Entretanto isso não significa que se a aprendizagem não for adquirida nessa fase da vida, ela estará perdida. O que comprovadamente ocorre é que, nessa fase, o “aprender” mostra-se muito mais eficiente e fácil.
Neste período, quanto mais interação com o mundo exterior e quanto mais vivências melhor. É o aprender fazendo, o princípio do desenvolvimento. Contudo, não significa deixar as crianças com as agendas ou com todo o tempo repleto de afazeres. A questão é que a aprendizagem deve ser permanente e pensada de maneira gradual, com um currículo essencial que considere aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais. Quanto mais usarmos os nossos sentidos para uma determinada aprendizagem, mais captação e mais estruturas cognitivas serão mobilizadas. Isto comprova que não podemos esperar que os alunos aprendam de forma igual, utilizando as mesmas estruturas. Assim, os pedagogos devem planejar suas aulas, levando em conta que as metodologias precisam ser variadas para atingirem maior número de alunos e maior possibilidade de “caminhos cognitivos”.
O cérebro também precisa de um relaxamento, do brincar por brincar, de maneira espontânea. Para consolidar a aprendizagem, é necessária também uma boa noite de sono, pois, ao dormir, assim como no momento do brincar, ocorrem as alterações físicas e químicas que formam novas ligações ou fortalecem as ligações existentes nas redes neurais.
Por fim, vale destacar a importância de conhecer as pesquisas que comprovam o papel decisivo das emoções na construção da memória. O que o sistema límbico considera de valor emocional atua diretamente na memória, tornando o aprendizado significativo e duradouro, além de serem evocados de maneira mais rápida e estarem acessíveis.
Tudo isso é apenas parte do vasto conhecimento que a Neurociência traz para promover o desenvolvimento das capacidades dos alunos de maneira cada vez mais consistente e favorecendo uma prática pedagógica coerente.
PatríCia MarquEsCoordenadora Pedagógica dos 1º e 2º anos do Ensino Fundamental
“O cérebro humano se desenvolve de maneira contínua ao longo da vida, sendo capaz de ganhar e perder células nervosas, se autorreparar, reestruturar, formando novas células ou novas conexões.”
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Nos dias atuais, tudo ao nosso
redor tem mudado de maneira
assustadoramente rápida. A cada
momento, a ciência e a tecnologia dão
saltos extraordinários e possibilitam
o surgimento de novos produtos
que, por sua vez, impulsionam ainda
mais a produção do conhecimento
e o desenvolvimento de novas
tecnologias.
Os pesquisadores nas universidades
e laboratórios, os empreendedores em
suas iniciativas inovadoras, as pessoas
comuns buscando soluções para os
problemas cotidianos, são exemplos de
nichos de produção de conhecimento
e geração de novas tecnologias. E
dado o desafio de uma escassez
crescente de recursos naturais, essas
tecnologias já nascem com grande
potencial para resolver um problema
emergencial, e gerar impacto de longo
prazo, em dimensões globais.
Todavia, se do ponto de vista
histórico, a sociedade avançou no
desenvolvimento e acúmulo do
conhecimento e de novas tecnologias,
muitas outras contradições se
impuseram e se mantiveram. Assim, os
paradoxos que se apresentam refletem
um mundo de infinitas possibilidades,
ao lado de um processo assustador de
autodestruição consciente do nosso
único habitat. Mas nesse cenário,
é preciso que a humanidade passe
a pensar o seu desenvolvimento a
partir de novos paradigmas. Além
disso, é necessário que todos nos
preocupemos com a formação das
novas gerações a partir de novos
referenciais. Para que a humanidade
possa se considerar plena, é preciso
haver o desenvolvimento do
conhecimento científico e tecnológico
em sinergia com as questões que
envolvam o homem e seu ambiente.
Valores como a responsabilidade
socioambiental, consciência política,
criatividade, honestidade e senso
de justiça não têm sido prioridade
na formação de nossas crianças e
jovens e nem percebidos nas relações
estabelecidas entre os adultos.
Exemplos não faltam. A situação
política atual do Brasil, que nos indigna,
também nos faz pensar em quais os
exemplos temos observado por parte
daqueles que nos governam e daqueles
que têm a possibilidade de escolher
novos caminhos para o nosso País.
Como será possível construir uma
sociedade marcada profundamente
pela participação de cidadãos éticos
se os pressupostos que impregnam
a maior parte da educação de
nossas crianças e jovens não estão
referenciados no desenvolvimento de
valores como os citados anteriormente?
Realidade apenas no campo
da política? Não! Recentemente,
vivenciamos uma comoção com o
desastre na barragem de Fundão,
em Mariana. Nesse caso, poderíamos
refletir: falta de conhecimento sobre
o problema? Falta de recursos
tecnológicos para evitá-lo? Falta
de pautar as ações estratégicas da
empresa controladora da barragem
em valores que contemplassem
questões socioambientais?
WyllEr MEllo gestor Educacional do Ensino Fundamental anos Finais e Ensino Médio
Outras reflexões que podem ser feitas no campo individual: qual o nosso papel de cidadão no acompanhamento de políticas públicas relativas a questões ambientais e sociais? Como podemos ter na prática cotidiana ações marcadas pelo comprometimento ético indispensável? Independentemente do cargo ou função que assumimos socialmente, temos pautado nossa conduta em quais princípios e valores?
Sempre teremos a possibilidade de educar as novas gerações de maneira diferente da educação propiciada a gerações anteriores. Temos em nossas mãos, como pais, professores, estudantes, empresários, líderes ou assumindo qualquer outro papel social, uma nova geração para educar não só pensando aspectos ligados ao conhecimento (conteúdos na escola), mas também, e principalmente, voltados a princípios e valores norteadores de uma conduta ética que contemple o bem comum. Isso deve ser feito nas famílias, nas escolas e em todas as instituições que compõem a sociedade.
O futuro é a construção do presente e como tal deve ser pensado hoje nas pequenas ações, atitudes e comportamentos, dentro da perspectiva da ética e dos valores voltados para a convivência harmônica entre o homem e os vários ambientes que são o substrato de sua existência.
“Como será possível construir uma sociedade marcada profundamente pela participação de cidadãos éticos, se os pressupostos que impregnam a maior parte da educação de nossas crianças e jovens não estão referenciados no desenvolvimento de valores como os citados anteriormente?”
pLANTANDO RESpONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL, COLHENDO UM fUTURO pROMISSOR
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Para escrever este texto, reli várias passagens de autores queridos e deparei com a fala de José Saramago: “quem de palavras tem experiência sabe que delas deve esperar tudo.” Pude, então, compreender o meu sentimento de amor por livros.
Eu venho de uma família, cuja característica mais marcante é a leitura. Minha mãe, por exemplo, considerava que ler é a virtude mais esplêndida que o indivíduo pode alcançar, ela admirava quem lia. Eu, menina, bem nova ainda, aprendi as primeiras leituras no jardim da infância Delfim Moreira. A história, dela nunca me esqueci. “Quem quer casar com a dona Baratinha”.
A partir daí, no brilho do girassol, ganhei de uma amiga de minha mãe aquela que seria a primeira coleção de uma série de coleções seguintes – toda a obra do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, de Monteiro Lobato, de capa grossa, de cor vermelha. Gastei tempo, energia, para ler tudinho. Não
obstante, a belezura dos episódios punha-me uma moradora do sítio: amiga íntima de Emília e prima de Narizinho e Pedrinho, de primeiro grau.
Mocinha, 12 anos, minha irmã foi trabalhar numa editora e de lá vieram livros de uma coleção – a coleção é a chamada Série Vagalume – mas, hoje, na editora apenas se reeditam livros e não se publicam novos, o que é uma pena. Dali não parei mais. O livro me fascinava. Um dia, queria um, ganhava um, sentia-me como Clarice, em “Felicidade clandestina”. Evoluía, valorizava as pessoas, vi-as como personagens de livros diversos. Como pôde ser isso tão significativo? Mais tarde, ganhei de um irmão um livro – “O Eu Profundo e os Outros Eus”, de Fernando Pessoa. Plagiei todos os poemas, de tanta boniteza, para tentar conquistar os primeiros amores.
Quem lia livro tinha a leveza anímica, pretendentes se encantavam, então, o livro foi a minha primeira
técnica de sedução, ele era, naquele momento, a fórmula do amor. Em Machado de Assis passei da adolescência para a fase adulta, sem chances de retorno.
Em contrapartida, no mundo contemporâneo o que prevalece é a pressa, valores se dissolvem como folhas de seda em poças d’água, o sentimento está se tornando brutalizado e a vida humana banalizada. No decorrer dos séculos, as ideologias foram indo e vindo: antropocentrismo ou teocentrismo na ampulheta do tempo. No entanto, mesmo que mude o tempo e as vontades também se mudem, conforme os versos de Camões, a arte, a estética, ainda fica sendo a saída para a valorização do homem no Universo...
Dentre as artes, a que mais admiro, junto com a música, é a literatura; essa que modifica as tendências do mundo e o faz renascer das cinzas, tal qual o mito de Fênix. A literatura
é a arte da palavra, contudo ela está nos livros: seja literatura científica, seja ficcional, nem um olhar vê com clareza, sem a erudição que o livro traz. Em idades de zapzap, tablets, ebooks, computadores, alta tecnologia, nada substituirá o livro – esse nosso velho companheiro inseparável.
Há várias definições para a importância da leitura, do livro. Entretanto, a rua nos chama, retira o viés da individualidade, provocando um efeito de porteiras abertas, mas, em tempos difíceis, Geraldo Vandré afirmava que o gado a gente marca, tange, fere, engorda e mata, mas com gente é diferente.
Aí está a diferença, essa estrela que o homem tem, que o difere das demais espécies, a capacidade de ler um livro, inspiração de olhos nítidos, desse libertador de almas presas. Há livros para tudo: arte culinária, arte de calcular, arte de amar, arte de ver – grifo nosso – e o olhar de quem lê é nítido como uma arara-azul. O
livro, esse irmão camarada, cumpre o melhor investimento em tempos de crise, em nós mesmos. Então, ao ver o mundo com arte, lembre-se das palavras de Mário Quintana, cuja única namorada foi a leitura que retirou do livro: “os livros não são capazes de mudar o mundo, quem muda o mundo são as pessoas, os livros só mudam as pessoas”.
Assim sendo, há de se pensar: Quem quer ver com os olhos do discernimento vai se tornar artista na leitura de livros e mudará o mundo e de mundo – virará artista encantado de todos os tempos e de todas as vontades, pois nada substitui o livro, e ele vem desde as eras primitivas. Após Gutenberg, o livro tomou a forma por que é conhecido. O livro já foi de argila, já foi de folhas de papiro, já foi de couro de mamíferos, hoje é de papel de formato e leitura confortável.
O mundo sempre leu em tijolos, em papiro, em couro, em papel, mas sempre leu. A leitura fez o monge, fez
o filósofo, fez o artista, fez o santo, fez o poeta, fez a literatura e faz o professor. Não venha a Internet querer substituir o livro, ele é a consciência silenciosa do mundo. Mas, ao ser tomado nas mãos, nos olhos e na mente, fala alto e em bom som, abrindo portas, janelas e caminhos.
Após a minha reflexão sobre esse velho companheiro, eu me batizo nas águas de Saramago: eu sempre espero muito das palavras vindas de livros e abençoo os que compartilham dessa ideia comigo.
MárCia lEMbrança Professora de literatura da 3ª série do Ensino Médio
A ARTE DE VER O MUNDO ATRAVÉS DO LIVRO
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É essencial resgatarmos o “olho no olho”, cultivarmos as sensações e emoções do encontro físico, sentirmos o que o outro está desejando expor ou comunicar... A interação assertiva precisa ser estimulada e vivenciada para que as relações entre as pessoas sejam cultivadas e baseadas no AMOR. Quando nos deparamos com indagações relacionadas ao amor que tenho pelos que me cercam, é possível que essa interrogativa seja questionada de maneira enfática: “Mas eu tenho amor pelas pessoas!” Nesse momento, é fundamental refletir sobre o sentido dessa palavra, identificando que o AMOR é muito mais que um sentimento. É acima de tudo,
comprometimento e envolvimento. TER amor é diferente de SER alguém que faz do amor sua condução de vida em suas ações diárias.
Nessa perspectiva, conseguimos definir o que queremos: SER alguém que se compromete com o outro, que consegue se colocar no lugar do outro, que é capaz de pensar na coletividade e não, simplesmente, apenas no bem-estar individual, que é capaz de desenvolver a habilidade de amar em sua mais significativa versão: a atitude; ou desejamos TER bens que constantemente estão sendo instigados pelo consumismo presente nos dias atuais?
Se realmente quisermos viver em uma sociedade mais amorosa e cuidadosa, é fundamental disseminar o amor em sua mais profunda expressão: amar sendo essencial para o outro!
Desde o nascimento, os seres humanos são convidados a participarem de uma sociedade em que os valores deveriam ser o principal norteador para a sua construção pessoal. O ensinamento de posicionamentos coerentes diante do grupo que convivemos, visando ao bem comum, é uma prática que deveria ser aplicada por todos. Entretanto, essa prática não é tão simples assim. Infelizmente, viver em sociedade não é tarefa fácil! Em muitas situações, faz-se necessário abrir mão de seus próprios desejos em prol da coletividade, certamente, um dos grandes desafios da atualidade.
Talvez, em um primeiro momento de reflexão e autoavaliação, todos
concordariam que SER é muito mais importante que TER. Porém, uma análise mais minuciosa da sociedade atual nos faz questionar sobre o que queremos realmente: TER OU SER?
A praticidade do cotidiano e a competitividade, muitas vezes estimuladas pela própria sociedade atual, nos empurram para uma supervalorização do aspecto material. Ter uma vida confortável e sem preocupações financeiras é um desejo quase universal. A legitimidade desse desejo não é questionável, o que precisamos analisar cuidadosamente é o sentido de necessidade e prioridade em busca de uma felicidade que parece ser cada vez mais inacessível e
impossível de ser alcançada. Os valores estão sendo invertidos, e o TER tem cada vez mais sido prioridade para as pessoas. Os meios de comunicação em massa estimulam o consumo, com imagens e propagandas que enchem os consumidores de sonhos e desejos. Muitos desses ideais preenchem o imaginário, trazendo a sensação de completude e realização.
Vivemos em um mundo em que os avanços tecnológicos podem trazer facilidades extremamente atraentes para conectar as pessoas, mas em contrapartida, percebemos um distanciamento real dos contatos humanos, de maneira direta, clara e presencial.
SOMOS O qUE qUEREMOS TER SER
Carolina CHagas Fontana Coordenadora de Formação dos 4º e 5º anos do Ensino Fundamental
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